Olá, antes de mais nada me chamo Joice dos Santos, sou turismóloga e moro em Salvador, quem me conhece sabe que amo a Chapada Diamantina, e vou compartilhar 3 dicas que você precisa saber antes de ir! Mas antes de mais nada quero que saiba que sempre que posso corro para lá, nos últimos 4 anos seguidos meus Réveillons foram lá, todas em cidades diferentes.
Minha última viagem foi no Réveillon de 2021 para o Vale do Capão e após receber mensagens de amigues com dúvida sobre a Chapada, perguntando sobre trilhas e passeios que ficam em outra cidade. Ao mesmo tempo, percebi que muita gente não sabe exatamente a magnitude do que é a Chapada Diamantina.
Então, antes de qualquer coisa é importante saber que a Chapada Diamantina é uma região extensa com mais de 40mil km² e dezenas de cidades. Como é isso Joice? Pois é menina, para conhecer a Chapada Diamantina todinha é necessário anos de visita.
Então, uma região tão grande como escolher o primeiro destino? Vamos lá…
Independente do seu estilo, sempre terá uma cidade na Chapada para te receber, ou seja, desde a aventureira que dorme no camping selvagem ou a preta patrícia que gosta de uma cama confortável.
Nesse sentido, sem mais conversas, se liga na dica:
Escolha a cidade!
Primeiro escolha a cidade, as principais com infraestrutura turística estão em Lençóis, Vale do Capão(palmeiras), Mucugê, Andaraí, Igatu( andaraí), Ibicoara, rio de contas.
*Vale do capão e Igatu, são duas vilas distritos das cidades em destaque.
Destaco meu amor por Igatu, apesar de fazer parte no circuito turístico é possível ainda sentir o ar bucólico da vila, casas construídas de pedra e muita história contada pelas senhorinhas e senhorzinhos nas portas da casa.
Além das citadas, há outras que vale arriscar – Itaitê, Piatã e Catolés (Abaíra)
Hospedagem
Dessa forma, depois de escolhida a cidade, parta para o tipo de hospedagem: camping, hostel, pousada, aluguel uma casa, tem para todo mundo, garanto que sem abrigo não fica. Dependendo da época, rola chegar sem reserva e encontrar o lugar desejado.
Atrativos
Busque os atrativos que existem próximo a cidade, não adianta querer conhecer os pontos turísticos mais divulgados, a maioria deles ficam em cidades diferentes e não vale o deslocamento, vai perder muito tempo indo de norte ao sul da chapada. Por exemplo, não adianta estar na cidade de lençóis e querer conhecer a cachoeira do buracão em ibicoara, são quase 3 horas de distância.
E não é só de cachoeira que vive a chapada, além das mais de 30 que existe, há também trilhas que percorrem campos rupestres, cerrado e mata atlântica em meio a paisagens de tirar o fôlego, andar bike, escaladas, sítios históricos, cavernas e o marimbus (área chamada de pantanal da chapada diamantina).
Ufa, é muita coisa pra se conhecer.
Chegue à cidade, faça amizade, converse com os moradores e deguste a iguaria local, aproveite os atrativos que estão nos entornos. Em alguns é possível fazer sozinha, outros contrate um guia local, sinta a brisa e a energia que a chapada proporciona e volte renovada.
Quantos dias?
Por último e não menos importante, sugiro ficar no mínimo 4 dias e no máximo a vida de toda
E aí gostou? Em síntese, espero que essas 4 dicas básicas para visitar a Chapada Diamantina sejam úteis! E se precisar de mais dicas, pode me procurar, amo falar dessa região.
Da série Negras Viajantes Presentes! Histórias que inspiram vamos compartilhar a história de Helen Rose em um ano Sabático pela África do Sul durante a pandemia de 2020.
O ano era 2019, quando finalmente resolvi realizar o sonho de morar fora do Brasil, unindo a experiência de moradora, estudante intercambista e turista. Morar na África e ainda aprender inglês? Maravilha! Uma mulher negra, pobre e aos 50 anos ir para um sabático, rompendo as barreiras do preconceito racial.
Mas antes de contar a viagem de 2020, quero dizer que a minha primeira viagem internacional ou o carimbo no passaporte, foi em 2016, para a África do Sul (Joanesburgo), Dubai e Índia (Nova Déli, Agra e Rishikesh). Foram 30 dias intensos e maravilhosos com um grupo de 18 pessoas. Como sou praticante de yoga e meditação há mais de 15 anos, ir para a Índia também era um sonho para conhecer as práticas de yoga disseminadas mundo afora.
Voltando para 2019/2020, foram alguns meses organizando, fazendo orçamentos, conversando com pessoas via web, busca em milhares de sites de viagens, renovar passaporte, cuidar de todas as burocracias e eis que chega o grande dia, fevereiro de 2020. Hora de partir, fazer o check in.
Lembro que em dezembro de 2019, tivemos as primeiras notícias sobre um vírus contaminado as pessoas na China, e que alguns turistas europeus também começavam a ter alguns sintomas. O tempo vai passando, até que em fevereiro a imprensa noticia o aumento de casos, mostrando pessoas em algumas cidades chinesas intensificando o uso de máscaras. Ainda não tínhamos muitos dados detalhados, até que um grupo de brasileiros que estavam na cidade de Wuhan, na China, são trazidos ao Brasil em um avião fretado pelo governo brasileiro e precisam ficar isolados, de quarentena para evitar a transmissão. Mas você que está lendo essa postagem deve também ter acompanhado o noticiário, a ideia era apenas contextualizar a organização da minha aventura.
Enfim, com as malas prontas cheguei ao aeroporto de Guarulhos, vi várias pessoas já usando máscaras, algumas até com luvas. Mas eu estava sem, apenas com álcool em gel na mala e bagagem de mão. Isso foi em um sábado, meu voo era via Angola com previsão de chegada na Cidade do Cabo no domingo à tarde.
A viagem foi tranquila, nenhum atraso, no aeroporto de Angola fui convidada para ir à “salinha”, fui revistada, questionada sobre o motivo da viagem e apresentei todos os documentos. Detalhe, em um voo lotado fui a única pessoa que a ir para a burocracia da imigração. Tudo pronto, liberado o voo para a África do Sul.
Ansiedade, alegria e expectativas, afinal seriam seis meses em uma cidade nova, morando com uma família sul-africana e depois moraria sozinha. Isso estava no planejamento.
Ano sabático na África do Sul
Já era domingo, fui recebida por Rosie e Lionel no aeroporto, minha nova família na Cidade do Cabo, na segunda-feira, era a minha primeira aula na escola de inglês. Até agora tudo lindo, divino e maravilhoso.
Como fiz meu diário de bordo, sei que após duas semanas recebo a notícia de que a África do Sul começará um lockdown de vinte dias para evitar o avanço do Corona vírus, e as aulas de inglês que eram presenciais a partir de agora serão online. Todas as fronteiras fechadas, voos turísticos suspensos, permissão apenas para repatriação e comercial. Meu paraíso durou pouco, tive que recalcular a rota e me preparar emocionalmente para aproveitar a experiência dos meus sonhos.
E assim foi, fiquei quatro meses de lockdown morando com Rosie e Lionel, mais dois cachorros e com acesso limitado à internet porque na casa não tinha banda larga (fibra ótica), então eu colocava crédito no celular para acompanhar as aulas de inglês. O que era para ser um lockdown de vinte dias durou meses.
Quando foi em junho, na fase 3 do lockdown resolvi que era o momento de ampliar minha experiência indo morar sozinha e ter a possibilidade de conhecer outros bairros (mudei do Brooklin para Tamboerskloof) e outras pessoas. Através do Airbnb fui para um apartamento perto da Long Street, famosa rua turística em Cape Town.
A partir desse momento minha rotina era estudar com as aulas online, agora tinha uma boa conexão, com a fase 3 do lockdown já podia sair para fazer caminhadas, ir ao supermercado, shopping, seguindo todos os protocolos de segurança (máscara, álcool em gel e distanciamento social).
Aproveitei também esse momento para ser voluntária em dois projetos, um de horta comunitária e outro para moradores de rua, e, assim praticar a fluência em inglês e ter mais contato com os sul-africanos. Aos poucos as coisas foram se ajeitando, consegui sozinha me adaptar a nova rotina, conheci alguns brasileiros e fazíamos os passeios que eram permitidos. Fiz também contato com pessoas do Congo, Zimbábue, Senegal, Moçambique, Angola, Alemanha, França, Arábia Saudita.
A Cidade do Cabo (Cape Town) tem muitas praias, turismo de aventura, ecoturismo, então aproveitei para fazer muitas trilhas e caminhadas no principal ponto turístico, a Table Mountain (Montanha da Mesa). Uma formação rochosa linda, patrimônio natural da humanidade e é possível avistá-la de vários pontos da cidade. E com o coração acelerado, fui a Robben Island, ilha onde Madiba, Nelson Mandela, ficou preso por 27 anos, na luta contra o regime segregacionista do Apartheid.
Ainda não consegui ser fluente em inglês, mas já melhorei muito, tive algumas dificuldades em me adaptar as aulas online, pois confesso que prefiro presencial. Se não fosse a pandemia com certeza meu aproveitamento na aprendizagem da gramática teria sido muito melhor. Mas não posso reclamar, afinal, não fui a única a ser afetada pela Covid-19. Seri que fram os oitos meses mais importantes e incrveis da minha vida.
A resiliência faz parte da minha vida desde criança com a superação de muitos desafios, talvez essas características tenham sido fundamentais para que conseguisse aproveitar da melhor maneira possível o intercâmbio atravessado pela pandemia. Sou de uma família grande, meus pais não são alfabetizados, criaram oito filhos, minha mãe empregada doméstica e meu pai segurança de porta de fábrica (falecido há 30 anos). Comecei a trabalhar oficialmente aos 12 anos, como babá, empregada doméstica, balconista de padaria e cuidadora de idosos. Até que aos 18 anos fui aprovada em concurso público, para trabalhar como agente de saúde, a partir daí, pude começar a sonhar com um futuro melhor.
Atualmente pesquiso sobre história do continente africano, com destaque para o turismo na diáspora e países africanos de língua portuguesa.
Viajante do tempo, historiadora, pesquisadora independente da história e cultura afro-brasileira.
Essa foi a história de Hellen Rose e seu ano sabático na África do Sul. E aí gostou? Compartilhe a sua história e textos conosco: bitongatravel@gmail.com
Em primeiro lugar, o dia 7 de Abril é celebrado o Dia da Mulher Moçambicana e vamos falar de 5 viajantes pretas que você precisa conhecer, afinal de contas o nosso assunto favorito é viagem. Mas, antes de tudo vamos falar um pouco sobre essa data.
A data é um alusivo e memória do aniversário de morte de Josina Machel (1945-1971), uma combatente da liberdade de Moçambique, ou seja, uma das heroínas nacional. Contudo, em 25 de junho de 1975, Moçambique conquistou sua independência de Portugal após uma década de guerra pela libertação.
Ao mesmo tempo, temos mulheres incríveis da atualidade que dão um espetáculo e inspiram diariamente quando o assunto é fazer história através de suas narrativas e viagens, são elas:
Realizando um mochilão pelo Brasil mais de 1 ano, trás muita vivência e experiências incríveis pelo Brasil e mundo, aquela inspiração de mulher preta que te fará ficar mergulhadas em suas histórias, assim como te fará cair em muitas gargalhadas.
” Com a intenção de conhecer alguns países da América do Sul, Ásia e África, terminei “vivendo” em um país continental por um ano, Brasil. (E nada é por acaso) . Como falar dum ano tão particular, marcado por uma pandemia mundial, introspecção obrigatória e muito mais. Não sei quantos caracteres seriam suficientes para partilhar o meu 2020, uma verdadeira mistura de aprendizados, emoções e encontros.” – Chelsea Nzualo
Uma pássara que viaja, de mochila às costas, uma tenda/barraca na mão e amor no coração. Assim como é aquela tipo de mulher para se apaixonar e amar em insporações de viagens em seu próprio país e adjacência e não mede esforços para se imergir entre montanhas, rios e aventuras pelo mundo.
“Desde que me conheço como gente, escalar uma montanha era a última das coisas a ser pensada em fazer!!! Mudar de ideia foi a melhor decisão que tomei! I did it 🙏” Atija Assane
Vamos falar de uma viajante preta moçambicana apaixonada por ecologia e meio ambiente de tirar o fôlego quando o assunto é apaixonada animais, insetos e plantas, ou seja, imersa no mundo animal e com uma experiência acadêmica. Ao mesmo tempo que vive no Norte de país, Não mede esforços para estar entre norte, Centro e Sul do país imensra no universo da fauna e flora.
“A biodiversidade começa aqui… quando Moçambicanos de vários pontos do país se juntam em prol da conservação… ………Prontos Para Conservar o Meio Ambiente……” Tina Tadeu
Assim como temos a viajante que compartilha viagens e passeios ao redor do mundo. Se aventurar é com ela mesma, ama bicicleta, uma mulher de exalar amor, carisma, paixão e simplicidade.
“Viaje e volte com a mala repleta de alegria, sorrisos, lindas recordações e ótimas histórias pra contar.”
Por fim e não menos importante a viajante, escritora, produtora, contadora de história, podcaster, artista e fabulosa mulher, adjetivos faltam para uma mulher do universo criativo.
Criatividade é uma cena muito louca. Quanto mais tu treinas, mais usas, mais tens. E isso atrai pessoas criativas e projectos criativos também, o que por sua vez alimenta o fluxo de criatividade na tua vida. Faço um esforço consciente para chamar para os meus projectos pessoas que eu sei que sabem mais do que eu, são tão talentosas (ou mais) do que eu e que vão estimular a minha energia criativa. Então imaginem o meu entusiasmo agora quando eu adicionar ao meu CV: Directora Criativa! 😂😂 sim, ela é contadora de histórias e ela direciona Criatividade. Ela sou eu 💁🏿♀️👸🏿 Eliana N´Zualo
E aí gostou? Portanto, no Dia Mulher Moçambicana indique e compartilhe esse texto assim como nos indique mais viajantes pretas moçambicanas ou de países africanos que precisamos compartilharmos aos 4 cantos do mundo.
Dessa forma deixamos o nosso e-mail para que envie texto ou sugestões: bitongatravel@gmail.com
Crônicas de uma viajante preta, vamos conhecer a história de amor com o sabidão.
Se conheceram em uma festa, ele todo simpático, conversador, amigo de todo mundo. Do tipo fala alto, canta, brinca, prepara uns drinks bebe várias cervejas. São amigos de amigos, sabe?
Chamada de Daia e ele conhecido pelo nome de André, na malandragem o cavaleiro deu um jeito de conseguir o contato dela através de uma amiga. Na ingênuidade e no desejo de realmente querer conhecê-lo Daia retribui as mensagens durante a semana.
Era o primeiro encontro ela foi toda linda, não se conteve em esbaldar-se no perfume, iam para um barzinho tomar uns drinks e comer aquele petisco maroto. Ela nunca tinha ido naquele bar, mas parecia ser interessante.
Se encontraram por lá, ele chegou no seu estilo, assim como conhecia todas as pessoas no bar, comprimentava e falava com todos os garçons até chegar na mesa. Sim, Daia chegou no horário primeiro, André estava 38 minutos atrasado.
O sorriso da Dai era mais lindo que da Monalisa (filme): – Deseja beber o que? Perguntou André.
Ela disse uma cerveja, ele retrucou e sugeriu que ela bebesse uma caipirinha!
Conversa vai e vai, ela se dá conta de que ela não fala, só escuta. O sabidão não consegue parar de falar um segundo mostrando todas as suas mil habilidades de um homem que auto declara-se o melhor do mundo.
De cabeça baixa e com a elegância de uma mulher com classe, faz cara de sociável, sorri e fica rodando o canudinho da caipirinha para que derreta o gelo e ela consiga beber. Caipirinha não é a sua bebida favorita, afinal de contas foi ele quem escolheu não lhe dando espaço para ouvi-la.
Começou a pensar em mil coisas e onde estava com a cabeça em ter visto graça neste homem. Quando tentava falar algo era interrompida ou com vários julgamentos sobre o seu pensamento.
Dos mil pensamentos era, como eu vou embora daqui? Deixarei esse babaca e na certeza de que serei alvo de comentários dos amigos dos amigos.
Cavar um buraco seria uma ótima saída, André tenta beijá-la, quer fingir que o encontro está bom, talvez esteja realmente bom para ele, pois só André quem fala e diz ser o melhor do mundo! Parecia o real exemplo real do marketing pessoal, são tantas histórias que só sendo muito idiota pra cair. Pode-se imaginar quantas mulheres caíram nessa.
Parecia que Dai era uma recrutadora de seleção de emprego, eram tantas as qualificações em um currículo só assim como as atividades extra curriculares e as atividades que faz na hora livre. (gargalhadas intentas)
A pergunta: E Você? O que você acha? Fale sobre você… Nunca apareceram no diálogo, André falava tanto que Dai queria bocejar ou mudar de mesa e estar com outras pessoas. Aliás, quem quer monólogo não vá ao bar!
Tempo para planos mirabolantes ela tinha afinal de contas, estava acompanhada porém sozinha em seus pensamentos…
O que fazer? Era muita perca de tempo esse encontro, a comida chegou! Comeu, fez a phyna, a caipirinha já era gelourinha, André ia pedir outra, ela conseguiu interrompê-lo e dizer ao garçom: – Estou bem, pode me trazer um água por favor?
Na segunda tentativa de beijo, André é interrompido…. Dai vai ao banheiro, escreve um bilhete: “Quando um ser é tão foda, tenho a certeza de que essa pessoa se basta!”
Retornou à mesa e esperou a primeira ida ao banheiro de André. Na primeira ida, ela pega o bilhete coloca embaixo do copo e vai se embora! Recusando-se a pagar a conta dessa indigestão de sabidão.
Antes de mais nada, Salvador é regada de lugares magníficos e não seria diferente no seu subúrbio, regada de muitas ilhas, a Ilha de Maré é um passeio imperdível para se fazer, Joice Santos compartilha a dica dessa viagem. Nesse sentido, não é novidade que a natureza foi generosa com a Bahia.
Eu particularmente sou suspeita, mas não há dúvida que na Bahia você encontra tudo de mais belo.
Já ouviu falar de Ilha de Maré? Uma pequena ilha cercada por águas cristalinas e vegetação de mata atlântica, manguezais e a calmaria de vilarejo.
O que pouca gente sabe é que não precisa ir muito longe para conhecer essa ilhota. Localizada na baía de todos os santos, ou seja, a segunda maior Baía do mundo e à 20km de Salvador.
Ilha de maré pertence a Salvador – BA
Como chegar:
Localizada no subúrbio ferroviário de Salvador, na cidade baixa, você pode ir de ônibus, uber ou carro.
Há ônibus que saem da rodoviária de salvador, no ponto em frente ao elevador Lacerda, tenha paciência porque será uma viagem, em média 1h:30 de busão.
Não há carros na ilha, então caso vá de carro, terá que estacionar nos arredores da praia de São Tomé de Paripe, próximo Base Naval.
o local que saem as embarcações, fica próximo a praia de Inema (praia particular onde se encontra a casa de férias do presidente do país), pequenos barquinhos saem a todo momento, valor atual R$7,00 com duração de 20min. Nem precisa procurar muito, os marinheiros irão até você.
As Praias:
Há diversas praias que você poderá ficar, praia de botelho, Santana, itamoabo e praia das neves
As mais procuras são praia das neves e itamoabo
Praias cristalinas, com pequenas poças e sem ondas, ótimo para crianças e para adultos que tem medo de onda (eu no caso) KKKKKK
É possível dar uma volta pela ilha em um dia, só não se perca nas horas a última embarcação para Salvador é às 17h, então esteja na praia antes do último barquinho.
Vou ser bem sincera com você, não crie expectativa, não há infraestrutura turística, com hospedagem e/ou serviço especial para turista. A ilha é simples, com pessoas simples. Uma pequena comunidade de doceiras, marisqueiras e pescadores, pessoas de idade que vivem no vilarejo a anos.
Conexão com moradores e com a natureza é o que você busca, então venha para ilha de maré.
Como os moradores dizem, a ilha é esquecida pelos governantes, se por um lado o acesso para alguns serviços são precários, por outro os moradores conseguem manter os costumes e tranquilidade do vilarejo sem interferência de tantos turistas.
Hospedagem:
Até o momento identifiquei apenas três pousadas conhecidas, duas ficam na Praia de Itamoabo e uma na Praia das Neves. Segundo os moradores é melhor alugar uma casa dentro do vilarejo e passar alguns dias.
Em época de férias (Natal, Réveillon) os moradores de salvador, alugam casas em pequenos grupos, ótima pedida para sair dos destinos tradicionais de festas.
Alimentação:
Antes de mais nada, as praias possuem barracas, algo que poucos anos, uns cinco, seis anos atrás, não se via.
Bebida e comida acessível, preço de povão. Adorooo!
Cerveja 10 reais, Pastel 6 reais, moqueca em média 60 Reais, atende duas pessoas confortavelmente.
Barracas de drinks com direito a dj, sim temos. Kkkkkk
Por fim, Salvador é outro sabor, já dizia O POETA: música, bebida e festa é nosso gás.
Não há dúvida que a ilha esta mudando e a frequência de visitantes aumenta a cada dia, acredito que daqui a 5 anos teremos mais opções de hospedagens, por enquanto, o bate volta funciona diariamente e vale super apena.
E aí, gostou dessa dica de viagem ela Ilha de Maré? VENHA CONHECER O SUBÚRBIO FERROVIÁRIO DE SALVADOR
Paulistana, troquei o interior paulista pela cidade enigmática de Turim, Itália, a cidade das artes e do segundo maior museu egípcio do mundo. Criadora do perfil @pretanaitalia onde compartilho minha paixão por viagens, através da minha visão de mulher preta e latina.
A lendária Nice localizada no Sul da França (CÔTE D’AZUR), vale a pena reservar 3 dias de sua viagem à França.
Portanto te convido a conhecer à França, além de Paris. Nice é um dos destinos mais desejados do mundo, porém só descobri a cidade depois que me mudei para a Itália. Realmente é encantadora e fascinante! Se você estiver na França, porque não aproveitar a elegância das praias francesas?
Motivos para você você conhecer a França além de Paris
Nice, aliás, é considerada um dos destinos mais procurados da Europa desde o século XIX.
Nice além disso é a segunda cidade mais visitada da França. A capital da Costa Azul afinal é uma grande cidade, com muitos atrativos e é dividida entre a parte antiga e a nova.
A parte nova é ideal para quem gosta de fazer compras, ainda mais oferece uma infinidade de comércios. A propósito, você encontra por lá as marcas mais famosas do mundo. E se ainda assim desejar fazer um “Dia Cultural”, a cidade oferece 14 opções de Museus e um dos mais procurados é o Museu de Arte Moderna e Contemporânea.
Na parte antiga da cidade entretanto, você poderá contemplar as estreitas ruas charmosas, com arquitetura antiga; opções de restaurantes franceses, bem como opções variadas da culinária mundial e ainda o mercado Cours Saleya, espaço local surpreendentemente cheio de cores, perfumes e sabores.
As praias certamente são um dos principais motivos de Nice ser a segunda cidade mais visitada da França: são belíssimas, tranquilas e com um azul fascinante turquesa.
Ainda mais, estando em Nice, você poderá visitar cidades como: Cannes e Mônaco, que ficam a poucos quilômetros de distância.
A França não é só Paris! Reserve 3 dias em Nice. Costa Azul Francesa. (CÔTE D’AZUR).
Conhecendo as ruas de Nice
Promenade des Anglais: Inegavelmente, um dos cartões postais de Nice! A famosa avenida contempla cinco quilômetros de extensão, primordialmente conhecida pelos seus restaurantes e hotéis de luxo. Entretanto, o mais famoso deles e que também é um dos cartões postais de Nice é o Hotel Negresco – (será que a bolacha foi inspirada no nome deste Hotel?). Sua cúpula rosada de fato foi assinada por Gustave Eiffel…ele mesmo, o que projetou a torre mais famosa do mundo. A Torre Eiffel!
Place Massena: Atrevo dizer que é uma das praças mais lindas de Nice com edifícios de cores terra-cota e janelinhas azuis. Nela está a famosa Fonte do Sol (Fontaine du Soleil), e no centro dessa é colocada a escultura do Deus grego Apolo com aproximadamente 7 metros de altura, aliás, arte não falta, outra obra fantástica é do artista espanhol Jaume Plensa. Sete esculturas espalhadas pela praça, assim sendo, homens a cerca de 10 metros de altura do chão, representando um diálogo entre os 7 continentes. Cada um deles voltados para um continente. São feitos de resinas translúcidas e ficam iluminadas a noite, trocando de cores.
O Promenade du Paillon: Primeiramente esse lugar no verão é quase uma passagem obrigatória, pois é super arborizada, em meio a cidade e possui um espelho d’água para se refrescar. É uma caminhada no meio da natureza, com plantas raras e áreas para piqueniques.
Catedral Saint Nicolas A igreja ortodoxa Russa na Costa Azul Francesa foi construída no início do século XX , de tal forma que é facilmente reconhecível pela sua arquitetura, típica de Moscou, colorida, com suas cúpulas decoradas.
Dica preta: O carnaval de Nice é um dos mais famosos do mundo, além disso acontece desde 1873. Dessa maneira se estiver por lá nesse período, aproveite!
Reserve 3 dias da sua viagem à França e conheça Nice!
Curiosidade
Se ouvir um estouro por lá, não se assuste! Já que às 12:00 de todos os dias um tiro de canhão é disparado. Existe um decreto municipal e antes de mais nada ele virou tradição na cidade desde 1860.
Diz a tradição que em 1860 o escocês chamado Sir Thomas Coventry morador em Nice, estava insatisfeito com a sua esposa, ela saia de casa para conversar com as amigas e se esquecia de voltar antes do horário de almoço. O cidadão -(folgado o rapaz) – então teve a “brilhante” ideia de disparar o canhão às 12:00, com a finalidade de lembrar a pobre esposa de retornar para casa. Gente!
A cidade gostou do alerta e assim sendo, até hoje às 12:00 horas a prefeitura de Nice dispara o canhão.
Vamos para a praia?
Villefranche- sur- mer: A cidadezinha mediterrânea coladinha em Nice, já que ela parece um pedacinho do paraíso, ruas charmosas, antigas e românticas, te convido a conhecer e fazer uma foto por lá. As praias são incríveis, com o azul turquesa do mar e sem dúvida possui uma atmosfera radiante.
Paloma Beach: A trinta minutinhos de carro de Nice, ou seja, vale a pena dar um pulinho por lá. A praia Paloma Beach possui a parte paga, você poderá alugar cadeiras, tem opção de restaurante com a gastronomia francesa e em contrapartida, você poderá optar pela praia free, só levar comidinhas, sua toalha e aproveitar a natureza.
Plage de La Calanque d’En Vau en Cassis: Se você é aventureira como eu e adora uma praia escondidinha no meio da natureza, com cara de intocada, é provável que essa seja a sua praia. São cinquenta minutos a uma hora de caminhada, mas vale a pena cada esforço. Durante a caminhada certamente você poderá contemplar a paisagem que é fantástica!
Dica Preta: Preparem-se para se sentir à vontade de fazer Topless, aliás um costume natural por essas bandas. No entanto se sentir-se a vontade. Porque não?
Se puder leve aquelas sapatilhas hidroginásticas, a princípio a maioria das praias são de pedrinhas e não de areia, desse modo para caminhar as sapatilhas seriam mais confortáveis. De fato, há quem não goste de praias de pedrinhas, eu como sempre vejo o lado bom da vida, acho ótimo, ou seja, não fico toda “a milanesa”.
Conheça a Culinária de Nice – França
Socca: A Socca lembra um crepe, mas feito de grão de bico, é delicioso.
Maison Auer: A loja de doces é antiga, afinal está aberta desde 1820, lá você encontra: doces feitos com frutas, geleias e chocolates maravilhosos.
Salada Niçoise: A salada Niçoise é muito saborosa, feita com pimentões, atum, alface, tomate, vagem, batatas, anchovas, azeitonas e claro, temperinhos, portanto quase uma refeição principal.
Ratatouille: Muito conhecido em toda a
França, um mix de legumes muito saboroso e colorido, feitos com abobrinha, berinjela, pimentão amarelo, cebola, alho e temperos, enfim vale a pena apreciá-lo por Nice também.
Vinhos: Os vinhos franceses são conhecidos no mundo todo e a cerca de 2 horas de Nice tem alguns vinhedos, então saborear um dos vinhos da região tem um sabor muito especial. Se ficar mais de três dias, assim poderá conhecer um dos vinhedos da Costa Azul.
Priscila Cardoso é do interior de São Paulo, mora na Itália desde 2018. É comunicadora e mestranda em Comunicazione e Culture dei Media- Università degli Studio di Torino, Itália. Atualmente docente de Marketing Digital para o Instituto Amirassy em Moçambique.
Criadora do perfil @pretanaitalia que conta sua vivências de uma mulher preta e latina na Itália e suas paixões e a principal delas viagens. É nossa escritora e correspondente Bitonga Travel!
Já pensou em conhecer as águas cristalinas de Nobres no Mato Grosso – MT no Brasil? Pareço urbana, mas na verdade eu sou uma mulher do mato. A maioria das minhas viagens é pra lugares de mata. Quanto mais natureza e mais fraco for o sinal do celular e da internet, maior é minha vontade de ir.
Depois da Chapada dos Guimarães (MT), decidi ir para Nobres (há 174 km de Chapada) e logo após eu iria para Poconé para conhecer o Pantanal. E essa foi uma das viagens mais arriscadas que já fiz.
Tive uma semana incrível em Chapada dos Guimarães e parti pra Nobres com o guia. Foram quase três horas de distância, mas a estrada é muito tranquila, com asfalto novo. Mas não tem sinal de celular e o fluxo de carros é pequeno.
Me instalei num hotel super bacana na vila Bom Jardim, distrito de Nobres, que também funciona como agência. Lá mesmo decidi os passeios que faria, pois ficaria apenas dois dias em Nobres. Foi tempo suficiente pra conhecer bastante coisa, pelo menos aquilo que eu mais gostaria de fazer. E é incrível como toda água naquele lugar é cristalina. Eu disse “toda”, mesmo o menor córrego tem água cristalina.
Reino Encantado
Decidi fazer três passeios no tempo que teria na região, pois estava muito animada pra ir ao Pantanal. Escolhi ir ao Reino Encantado, onde você pode fazer tirolesa, flutuação ou ficar apenas tomando banho no rio. Vale dizer que o rio tem centenas de piraputangas (peixes) nadando lado a lado com você. A tirolesa é bem pequena, tem 15 m, mas você pode fazer mais de uma volta. A entrada no Reino custa R$90 reais e a tirolesa custa R$30 reais.
Incrivelmente, eu sempre viajo pra lugares com mar e rios, mas não sei nadar. Mas isso não tira minha diversão de maneira alguma, no entanto, reduz minhas possibilidades de passeio, algumas vezes por medo mesmo. Então, não fiz flutuação. Mas e aí, gostou de conhecer as águas cristalinas de Nobres MT?
Lagoa das Araras
Depois do Reino Encantado, seguimos para a Lagoa das Araras, e talvez esse seja um dos lugares mais lindos que já vi na vida. É um local para contemplação, é morada das araras e de vários outros pássaros como garças, maritacas, canarinhos, etc. A lagoa é cercada de buritis, que são árvores ideais para os pássaros fazerem seus ninhos, porque elas ficam ocas e possibilita espaço para eles se protegerem dos predadores, como cobras. O ideal é visitar no final do dia, a partir das 17h, pois além de contemplar o pôr do sol, é o horário em que os pássaros começam a retornar ao ninho. É tão lindo, que dá pra ver o reflexo do céu na água. A entrada custa R$25 reais e não precisa de guia turístico.
A Pousada Bom Jardim tem vários atrativos, como piscina e uma área pra contemplar animais selvagens, mas não deu tempo de aproveitar muito.
Cachoeira Serra Azul
No dia seguinte fomos para a Cachoeira Serra Azul, que fica na Fazenda Refúgio Sesc Serra Azul, administrada pelo SESC. A entrada custa R$80 reais se for apenas para banho e R$130 se incluir a tirolesa. Como adoro tirolesa e essa era maior, 600 metros de descida e 50 metros de altura por cima das árvores, incluí no meu pacote. E tem arvorismo por mais R$50 reais.
Para acessar a cachoeira, que só pode entrar com colete, mesmo quem sabe nadar, percorri uma trilha de 700 metros, sendo uma subida de 460 degraus bem irregulares. Assim como no Reino Encantado, também há piraputangas (peixes) nas águas totalmente cristalinas da cachoeira. Esse é mais um lugar com belas águas cristalinas em Nobres no MT.
O limite de permanência na cachoeira é de 60 minutos, mas como cheguei num dia vazio, consegui ficar um pouco mais. Não havia ninguém além de mim e do guia.
Saindo da Cachoeira Serra Azul, o destino seria Poconé (há 225 km) para ver o Pantanal. Pegamos a estrada e no meio do caminho começou uma tempestade de raios, uma das poucas coisas que me dá um medo absurdo. Passada a tempestade, o carro quebrou a primeira vez e tudo bem, porque logo voltou a funcionar. Mas depois disso, o carro quebrou outras quatro vezes na estrada, que como eu disse, não tem fluxo de carros e nem sinal de celular.
Nem tudo são flores…
Quando chegamos numa estrada movimentada, resolvi descer do carro, abandonar o guia e pegar meu dinheiro de volta (claro que ele não tinha mais o valor integral). E acho que na verdade, não sei se eu o abandonei ou ele me abandonou na estrada.
Fiquei num lugar totalmente desconhecido, mas tinha um posto policial perto. Sinceramente, um misto de proteção e perigo tomaram conta de mim. Fiquei no posto policial, mas estava mesmo era com medo, afinal, os casos sobre estupro cometidos por policiais era recente na epoca. Até pra usar o banheiro do local eu tive medo, mas fui. Como o posto ficava numa rodovia estadual, de um lado poderia ir pra Cuiabá e ficar num hotel até o dia do meu voo pra casa, do outro lado eu poderia retornar pra Chapada dos Guimarães, onde eu já conhecia pessoas.
Aguardei por mais de 3 horas e nada de passar ônibus pra nenhum dos lados. Os primeiros policiais que estavam no posto trocaram de turno e tive que contar toda minha história novamente, mas falando ao telefone com pessoas conhecidas o tempo inteiro, pra demonstrar que sabiam onde eu estava.
Até que percebi que um policial estava dando em cima de mim, aí o medo aumentou, mas acabei dando meu telefone por receio que a rejeição o fizesse fazer algo comigo. Pouco antes do posto policial fechar, faltavam 20 minutos, eles pararam um carro numa blitz e o motorista estava indo para Chapada dos Guimarães e pediram pra o rapaz me dar carona. Nem pensei e entrei no carro sem nem saber o nome do motorista, mas parecia ser mais seguro que ficar ali.
Mesmo depois de toda essa aventura, valeu a pena conhecer as águas cristalinas de Nobres no MT.
Formada em jornalismo, mas atuando na área de negócios em audiovisual, sou nascida no interior da Bahia, mas resido em Salvador. Um dia ouvi dizer que eu moro onde as pessoas tiram férias, e é a mais pura verdade. Viver em Salvador é ter sempre um ponto turístico na palma da mão, uma cultura pra celebrar e uma boa praia pra pegar um sol. Mas gosto de ir além, de conhecer novos lugares, novas culturas e novas identidades. Quando a gente viaja, sempre traz na mala e no coração um pedaço daquele lugar.
É por isso que viajo. Da Bahia pra conhecer o mundo.
Améfrica entre viagens e escrevivências: como conhecer outros países latinoamericanos me ajudou a encontrar meu tema de pesquisa? por Geinne Moreira
No processo de escrita do meu trabalho de conclusão do curso de Geografia sobre as relações raciais na América Latina, eu fui atravessada por memórias que me levaram para bem antes de quando comecei a refletir sobre minha corporeidade negra diaspórica. Lembrei muito das mulheres negras e nordestinas que mais me dão forças: minha mãe, minha avó, minha irmã e minhas tias. Foram elas que, mesmo não tendo sinalizado sobre como enfrentar o racismo, me ensinaram a ser forte e a lutar, o que eu vejo como uma das maiores referências que tenho sobre (re)exisistência, já que em meio a condições tão duras, além de tudo, me ensinaram o que é o amor. São elas também, as minhas memórias ancestrais e raízes mais profundas, que me dão motivação e força para ocupar e lutar por espaços que historicamente sempre nos foram negados.
Não lembro a primeira vez que falei “eu sou negra”, porém recordo-me profundamente dos impactos do racismo não só na minha trajetória, mas também de outras pessoas negras a minha volta. Junto isso, refletir sobre os processos e os efeitos do racismo, dentre outras coisas, é o que as palavras de Beatriz Nascimento nos descreve:
[…] enfrentar uma história de quase quinhentos anos de resistência à dor, ao sofrimento físico e moral, à sensação de não existir, a prática de ainda não pertencer a uma sociedade na qual consagrou tudo o que possuía, oferecendo ainda hoje o resto de si mesmo.
(1974b: 76 apud RATTS, 2006, p. 39).
Nesse sentido, ser negra no contexto latino-americano é fazer parte de uma frente de batalha constante dentro de sociedades racistas que de todas as formas tenta nos negar e segregar, seja aqui no Brasil, ou na Argentina, Peru, Colômbia, etc.
Lembro que em uma das milhares de palestras que eu vi sobre a questão racial, o Professor Silvio Almeida disse que uma pessoa se torna negra através de duas formas de nascimento: um quando nasce e outro quando passa a se questionar sobre os impactos do racismo em sua vida.
Dentro disso, é dolorido perceber, como nos mostra Franz Fanon (2008), as máscaras brancas que somos obrigadas/os a usar para nos inserir na sociedade e do quanto dentro desse processo há uma autonegação da nossa própria existência, já que para que a inserção aconteça, passamos por diversas imposições e assimilações dos padrões da branquitude, que Neusa Souza Santos (1983. p. 23) nos descreve bem em seu livro “Torna-se Negro”.
Por outro lado, a desconstrução desse processo é um dos maiores atos de liberdade, ou seja, é como se fosse um segundo nascimento, já que a partir daí, passamos por um processo de diluição e desconstrução dos efeitos do racismo através da mudança da forma como nos enxergamos e vivenciamos o mundo, mesmo sabendo que a consciência negra não nos torna isentos do racismo estrutural.
Pensando nisso, lembro-me de cada livro, encontro, texto, poema, música, palestra, filme, teatro, dança, coletivo, atos, manifestações e vivências sobre as relações raciais que passaram por mim, principalmente, através da forma como eles continuam me atravessando e me fazendo refletir até hoje, assim como cada viagem, que ao ir de encontro a conhecer um novo lugar, pude conhecer também lugares dentro de mim mesma. Isso ficou ainda mais forte quando viajei para outros países na América do Sul, pois esse autoconhecimento ampliou ainda mais a forma como eu pude vivenciar a dimensão e diversidade cultural Peru, Colômbia e da Bolívia, que foi o país que eu tive a oportunidade de visitar duas vezes.
É por isso que acredito profundamente no que Conceição Evaristo chama de escrevivência(s), que significa “a escrita de um corpo, de uma condição, de uma experiência negra” (2007, p.20), mas que podemos levar para outro tipo de escala, ligada às experiências negras latino-americano, pois apesar de estarmos em múltiplas particularidades e territorialidades, existem fatores que nos unem, principalmente em relação às lutas contra o racismo.
Junto a isso, escolhi estudar o meu trabalho de conclusão de curso, assim como agora no mestrado, sobre a população negra na América Latina, pensando no que Evaristo nos ensina em relação a importância de romper com a passividade da leitura e buscar o movimento da escrita. Para ela, o ato de ler oferece a apreensão do mundo, já o de escrever ultrapassa os limites de uma percepção de vida: “(…) Em se tratando de um ato empreendido por mulheres negras, que historicamente transitam por espaços culturais diferenciados dos lugares ocupados pela cultura dominante, escrever adquire um sentido de insubordinação” (EVARISTO, 200. p. 20 e 21).
Pensando nas escrevivências, não foi diferente em relação a escolher estudar mais especificamente as relações raciais na Colômbia, pois teve ligação direta com uma viagem universitária que fiz em julho de 2013, em que através de um encontro de estudantes de todos os lugares da América Latina e de algumas outras partes do mundo, pude conhecer algumas comunidades indígenas e alguns dos mais importantes Parques Arqueológicos da Bolívia, Peru e Colômbia.
Foi nessa viagem que aprendi a olhar mais de perto e refletir sobre a minha corporeidade negra latino-americana, principalmente pelo fato de que uma das coisas mais marcantes que acontecia, muitas vezes sem que eu dissesse uma palavra, era a tentativa das pessoas de adivinhar de que país eu era e sempre perguntavam: “Você é brasileira ou colombiana?”. Depois de ter escutado isso algumas vezes, percebi o quanto eu não sabia praticamente nada da história da Colômbia, muito menos sobre a população negra de lá, da qual, eu como uma geógrafa em formação na época, ainda mais estudando dentro de uma das mais importantes universidades da América Latina, nunca tinha ouvido falar sobre tais assuntos nas aulas.
Ao voltar da viagem e ao entrar em uma imersão sobre estudos ligados as questões históricas e geográficas dos negros na Colômbia e de outras localidades da América Latina, como por exemplo, no Chile, Venezuela, México, Peru, Argentina e etc.
Dentro disso, pude constatar que mesmo no Chile, houve um processo de branqueamento tão forte que praticamente apagou vestígios da presença africana, mas os dados demonstram que entre 1540 e 1620, havia muito mais negros que brancos (MELLAFE, 1959 apud NASCIMENTO, 2008, p. 143); na Venezuela a população africana chegou a quantidade de 406 mil habitantes e a europeia, de 200 mil; já o México recebeu, entre os períodos de 1519 a 1650, dois terços de todos os africanos que foram trazidos a força para as terras colonizadas pelos espanhóis, onde em 1570, a população africana do México chegou a 20.569, dos quais 2.000 moravam em comunidades livres chamadas cimarrones (BELTRÁN, 1946, p. 111-2 apud NASCIMENTO, 2008, p. 144); em Buenos Aires na Argentina, no século XIX, mais de um terço da população era negra (RAMA, 1967, p. 15 apud NASCIMENTO, 2008, p. 148); em Lima, capital do Peru, antigos censos mostram que em 1640 havia quinze mil negros, o que correspondia praticamente a metade da população (NASCIMENTO, 2008, p. 147) e nas décadas de 1970 havia mais ou menos sessenta mil negros no Peru (CRUZ, 1974 apud NASCIMENTO, 2008, p. 147); na Colômbia, por sua vez, a população negra chegou a somar 80% da população em 1901 (VELASCO, 1966 apud NASCIMENTO, 2008, p. 143).
Através desses dados, venho pesquisando sobre o tanto de histórias, sociedades, culturas, conhecimentos, tecnologias e múltiplas formas de se organizar vieram junto com as populações africanas, e que por muitas (re)existências a todo tipo de genocídio, nos atravessam até os dias de hoje.
É extremamente importante lutar pela visibilidade e não apagamento das produções de conhecimentos sobre o tema, não só no contexto da Colômbia, mas de toda a diáspora africana presente dentro do continente Americano, que podemos também chamar de Amefricano, como nos mostra Lélia Gonzalez (1988), ao escrever sobre a “categoria político-cultural Amefricanidade” e a experiência comum da população negra nas Américas, onde a autora destaca a ligação e a importância da nossa ancestralidade através das propostas que buscavam alternativas de organização social, como por exemplo, os quilombos no Brasil, que era muito similar ao que acontecia na Colômbia através dos palenques e em outras partes do continente Americano com os cimarrones, cumbes e maroon societies.
É importante enfatizar, que não se trata de trazer um olhar essencialista e fixa sobre a cultura, mas sim o que Gonzalez, como nos mostra Bairros (2000, p.11), aponta sobre reivindicar que essas experiências são patrimônios culturais históricos vindos da África, onde negras e negros deram continuidade até os dias de hoje em toda a diáspora africana.
Escolher estudar as relações raciais na Colômbia através de algumas experiências de viagens pela América Latina, vai de encontro com a importância de desconstruir/descolonizar a ideia da história e a geografia da exclusão da população negra ao reafirma “a produção de uma imagem de território que remete exclusivamente à colonização pela imigração europeia, oculta a presença negra, apaga a escravidão da história da região e assim autoriza violências diversas” (SANTOS, 2007, p. 15). Com isso, a importância do papel de estudos dentro desse tema, e como reforça Santos (Ibid) , no que diz respeito a novas construções críticas, releituras e representações da realidade, para não reforçar os padrões perversos e violentos impostos pelas estruturas de poder que sustentam o racismo.
Geinne Monteiro de Souza Guerra
Nordestina, nascida em Juazeiro na Bahia, migrante em São Paulo, viajante do mundo, educadora, mestranda em Geografia Humana (USP), membro-fundadora do Núcleo de Estudantes e Pesquisadoras Negra do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (NEPEN GEO-USP). Atualmente realiza pesquisa ligada às relações raciais da população negra na América Latina.
EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimentode minha escrita. Marcos Antônio Alexandre, org. Representações performáticas brasileiras:teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza, 2007.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira- Salvador:
NASCIMENTO, Elisa Larkin. Lutas Africanas no Mundo e nas Américas. A Matriz Africana no Mundo. Elisa Larkin Nascimento (org.). São Paulo: Selo Negro, 2008. Sankofa: Matrizes africanas da cultura brasileira. Disponível em:
RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. Imprensa Oficial, São Paulo, 2006. Disponível em: <https://www.imprensaoficial.com.br/
SANTOS, Renato Emerson dos. Diversidade, espaço e relações étnico-raciais: O negro na Geografia do Brasil. Apresentação. Org. por Renato Emerson dos Santos- Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
SOUZA, Neusa Santos. Torna-se negro: As vicissutudes da identidade do Negro
Brasileiro em Ascensão Social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983. Coleção Tendências;v.4.
No último texto falamos sobre á formula para arrumar a mala de viagem, e hoje falaremos de 8 itens obrigatórios para levar na mala e 2 mantras.
1) Identifique os looks que façam sentido com o local e clima onde vai.
Ex.: Uma localidade litorânea pede cores claras e tecidos leves. Uma localidade de costume muçulmano não permite mostrar determinadas partes do corpo. Assim, todas as suas escolhas deverão combinar com estas ideias.
2) Cuidado com peças estampadas, elas precisam combinar com os demais itens.
Tenha roupas sem estampas para poder multiplicar suas opções de criação.
3) Se for para um lugar frio, ou tiver peças que soltam pelos, tenha um bom rolinho de tirar pelos a mão.
4) Caso tenha mala para ser despachada, tenha uma outra de mão com os seguintes itens básicos: Escova de dentes, 1 peça íntima, 1 desodorante, 1 blusa e 1 turbante, porque com o nervoso seu digníssimo cabelo pode se revoltar. Porque isto? Digamos que sua mala se extravie na viagem, você terá itens de sobrevivência para pernoitar em algum lugar.
5) Kit de mini frascos para shampoo, creme, condicionador.
Ninguém merece carregar potes em tamanhos normais que são super pesados. Inclusive atente-se porque, se for viajar de avião, existe um limite de 100ml para líquidos.
6) Informe-se sobre a presença de mercados e drogarias grandes no destino, pensando em poder comprar cosméticos no local. Assim você pode até experimentar marcas locais.
7) Tenha uma mini farmácia de emergência:
Remédio para dor de cabeça, anti-alérgico, remédio para enjoo, anti-inflamatório para o caso de torções e repelente para o caso de fazer trilhas ou acampamento. Questione um médico sobre remédios básicos que podem ser consumidos sem receita e sem medo.
8) Se você sempre arruma a mala nos 45 min do segundo tempo, mantenha uma gaveta de viagem com tudo o que planeja precisar.
*Caso este seja seu caso, eu posso preparar esta gaveta permanente para você.
Os 2 Mantras: itens levar na mala:
Evite a famosa frase: Vou levar isto por via das dúvidas. É Cilada!!!
Tudo bem repetir roupas durante a viagem. Tudo bem repetir roupas durante a viagem. Tudo bem repetir roupas durante a viagem.
Porém, respeito seu gosto e posso te ajudar a não repetir. E o melhor, sem levar 200 peças diferentes.
Quer saber o melhor look para o avião? Como calcular a quantidade de peças e sapatos? As maiores e melhores dicas para levar pouca bagagem? Me chame pra gente conversar melhor e assim você viajar mais tranquila. Afinal, você não quer ter dores de cabeça né?! Nem nas costas (risos).
Consultora de Imagem formada pela Escola Belas Artes, já atuei com clientes tradicionais e em projetos sociais, usando a moda como ferramenta. Apresento uma proposta de mergulho interno, dedicado a quem busca auto conhecimento, auto estima e empoderamento. Convido homens e mulheres a se darem esta oportunidade, para então dedicar um olhar mais carinhoso e atento sobre si. Com a consultoria de mala inteligente pretendo ajudar as pessoas a terem mais tempo e menos preocupação nos momentos de lazer ou trabalho, porque fazer a mala não é só pegar um monte de roupas e jogar lá dentro, mas pensar em sua apresentação de maneira assertiva.
Das estórias secretas de amor de uma viajante preta, ela se permitiu AMAR em Paris e dessa forma, foi certeira na escolha do couchfucking!
Primeiramente, é necessário saber o que é o Couchfucking – Sofá da foda! – Uma junção do famoso couchsurfing – hospedagem gratuita no sofá de moradores locais e fucking – foder/transar. Uma junção dessa só pode dar, PRAZER!
Destino novo, homem bonito e escolha de um possível sexo consensual!
O Destino
Escolheu o destino: PARIS! Afinal de contas, quem é a pessoa em sã consciência que não sonha com noites de amor em Paris? Ela também é sonhadora e ama realizar seus sonhos com a pitada de desejo.
A escolha do Sofá
Em seguida, procurou com calma pelo aplicativo do Couchsurfing, ativou os filtros: à 3km de Paris, possuir referências, quer conhecer pessoas, ser homem e a idade próxima à dela. Partiu para o quesito visual, ela só queria que ele fosse negro após todos os outros filtros acima! Seria pedir muito para a fada viajante em Paris?
Não tardou na busca e no radar dela foram 6 preciosidades que apareceram, oh dúvida cruel, quem escolher? Focou em 3, aliás já trabalhava com as impossibilidades e as possíveis ausência de respostas.
A escolha do homem
Por fim, se apaixonou por 1, foi amor à primeira vista em Paris sem nunca ter pisado lá! Era o número dela no quesito visual, porém ele não entrava muito no site. Malandra ela, incorporou Sherlck Holmes e descobriu suas redes sociais, na época em que não existia Instagram. Malandro ele, era bloqueado o perfil, para não ter azaração. Malandra ela, solicitou amizade e já causou a inquietação.
De besta ele não tinha nada e ela muito menos. Ele aceitou, ela perguntou: – Te vi no Couchsurfing, será que ainda abriga uma viajante louca para se apaixonar POR Paris? Mal sabia ele, que ele seria o PARIS dela.
Couchfucking
Em uma das conversas ambos jogaram a real, ele disse ter só uma cama e um sofá individual e se ela não se importasse em dormir juntos….
Não deu outra, convite aceito! Bienveu PARIS! Lá estava ela, chegou sorrateira e o encontro foi o que as redes sociais mostrava, primeiro encontro olho no olho, apresentação da casa e realmente um sofá(couch) vermelho, 1 cama e Paris….
Era muito cedo no dia, ela chegando e ele indo trabalhar eram apenas olhares, pois ela chegava e ele saia. Ele tinha medo, pois o olhar de uma mulher decidida por um homem é como bala de carabina, que veneno estricnina e peixeira de malandro.
Ela curtia a cidade de Paris enquanto ele trabalhava, um bombeiro da cidade, a escolha foi perfeita! Ela tinha o fogo, ele tinha a água. Ele é mulçumano e ela recitava trechos do alcorão, ele estava louco para se deliciar de algo do Brasil e ela era a própria receita brasileira em pessoa.
Uma noite foi pouca para Paris estremecer, à ponto da cidade das luzes ter um Blackout e o bombeiro ter que entrar em ação, a cidade parou e o AMOR e o TESÃO reinou.
Foram 7 noites em Paris, ou seja, sete noites de couchfucking, uma sintonia entre duas pessoas que sabiam o que queriam, se AMAR e saciar o desejo em PARIS. Ele viajado por vários lugares do mundo ela apenas uma ouvinte de estórias fabulantes um sotaque de inglês com francês.
É hora de partir – Au revoir!
Ela ouviu o Je t’aime, ela falou o mesmo, ele sorriu ela deu o beijo e partiu…. Nunca mais se encontraram, porém ela é certa que além de um amor ela tem um Couchfucking em Paris.
Ah, qualquer semelhança é mera coincidência e por favor, continue mantendo segredo!