No último texto falamos sobre á formula para arrumar a mala de viagem, e hoje falaremos de 8 itens obrigatórios para levar na mala e 2 mantras.
1) Identifique os looks que façam sentido com o local e clima onde vai.
Ex.: Uma localidade litorânea pede cores claras e tecidos leves. Uma localidade de costume muçulmano não permite mostrar determinadas partes do corpo. Assim, todas as suas escolhas deverão combinar com estas ideias.
2) Cuidado com peças estampadas, elas precisam combinar com os demais itens.
Tenha roupas sem estampas para poder multiplicar suas opções de criação.
3) Se for para um lugar frio, ou tiver peças que soltam pelos, tenha um bom rolinho de tirar pelos a mão.
4) Caso tenha mala para ser despachada, tenha uma outra de mão com os seguintes itens básicos: Escova de dentes, 1 peça íntima, 1 desodorante, 1 blusa e 1 turbante, porque com o nervoso seu digníssimo cabelo pode se revoltar. Porque isto? Digamos que sua mala se extravie na viagem, você terá itens de sobrevivência para pernoitar em algum lugar.
5) Kit de mini frascos para shampoo, creme, condicionador.
Ninguém merece carregar potes em tamanhos normais que são super pesados. Inclusive atente-se porque, se for viajar de avião, existe um limite de 100ml para líquidos.
6) Informe-se sobre a presença de mercados e drogarias grandes no destino, pensando em poder comprar cosméticos no local. Assim você pode até experimentar marcas locais.
7) Tenha uma mini farmácia de emergência:
Remédio para dor de cabeça, anti-alérgico, remédio para enjoo, anti-inflamatório para o caso de torções e repelente para o caso de fazer trilhas ou acampamento. Questione um médico sobre remédios básicos que podem ser consumidos sem receita e sem medo.
8) Se você sempre arruma a mala nos 45 min do segundo tempo, mantenha uma gaveta de viagem com tudo o que planeja precisar.
*Caso este seja seu caso, eu posso preparar esta gaveta permanente para você.
Os 2 Mantras: itens levar na mala:
Evite a famosa frase: Vou levar isto por via das dúvidas. É Cilada!!!
Tudo bem repetir roupas durante a viagem. Tudo bem repetir roupas durante a viagem. Tudo bem repetir roupas durante a viagem.
Porém, respeito seu gosto e posso te ajudar a não repetir. E o melhor, sem levar 200 peças diferentes.
Quer saber o melhor look para o avião? Como calcular a quantidade de peças e sapatos? As maiores e melhores dicas para levar pouca bagagem? Me chame pra gente conversar melhor e assim você viajar mais tranquila. Afinal, você não quer ter dores de cabeça né?! Nem nas costas (risos).
Consultora de Imagem formada pela Escola Belas Artes, já atuei com clientes tradicionais e em projetos sociais, usando a moda como ferramenta. Apresento uma proposta de mergulho interno, dedicado a quem busca auto conhecimento, auto estima e empoderamento. Convido homens e mulheres a se darem esta oportunidade, para então dedicar um olhar mais carinhoso e atento sobre si. Com a consultoria de mala inteligente pretendo ajudar as pessoas a terem mais tempo e menos preocupação nos momentos de lazer ou trabalho, porque fazer a mala não é só pegar um monte de roupas e jogar lá dentro, mas pensar em sua apresentação de maneira assertiva.
Antes de falar dos lugares para conhecer no Uruguai, a primeira coisa que você precisa saber é que o inverno é intenso. Então, se não está querendo sentir um frio congelante, minha indicação é que vá no verão. É uma época linda, as praias, o campo, a paisagem, tudo fica muito alegre e vivo, sendo assim deixo dicas e referência de 6 lugares para conhecer no Uruguai.
Para ir ao Uruguai é possível várias rotas, por terra entrando pelo Chuy ou por avião, chegando em Montevidéu. Fui pela segunda opção e cheguei em Montevidéu no meio de dezembro, ainda com chuvas e o verão começando. Conheci pouco da cidade e devido à chuva sai pouco também, mas fiquei na região histórica – Ciudad Vieja – o que me permitiu fazer alguns passeios à pé.
Lista de 7 lugares para conhecer em Montevidéu – Uruguai no eixo turístico ou no Centro Histórico:
Ciudad vieja
Mercado del Puerto
Caminhe pela rambla
Caminhe pela avenida 18 de julio
Teatro Solís
Palácio legislativo
Museus da Ciudad Vieja
Não fui nas praias de Montevidéu, e um uruguaio me recomendou não ir. Deixei para me banhar em outras cidades da costa, que serão nosso destino.
Punta Del Este
Em PUNTA DEL ESTE fui contemplada com bons dias de sol e praia, fiquei no Hostel F&F que super recomendo. Bom preço (creio ser o mais barato da região, que, em geral é bem cara), piscina e o principal, cozinha equipada para fazer suas próprias refeições. A entrada de bebida alcoólicas de fora, é a única proibição, porque eles possuem bar próprio, o que é muito comum em hostel.
Em primeiro lugar, Punta del Este não é uma cidade muito grande, basicamente, os atrativos turísticos são a praia mansa, a praia brava, o centro comercial com cassinos e casas de festas, e a atração mais famosa que é a Casa Pueblo. Vou falar um pouquinho sobre esses pontos turísticos e minha experiência nessa cidade.
Sobre a Casa Pueblo: Já foi a residência do grande artista, pintor e escutor Uruguai Carlos Paéz Vilaró e, inclusive frequentada por artistas brasileiros como Vinicius de Morais. Hoje parte é um Museu e parte é um hotel, sendo assim é um dos lugares para conhecer no Uruguai.
É imperdível esse passeio, realmente é encantador. Para informações detalhadas:
Como chegar a partir do centro da cidade de Punta del Este: É possível alugar carro, ir de ônibus ou a terceira opção que foi a que fiz, ir de bicicleta. São 13 km da cidade, fizemos em cerca de 1h cada trecho. Uruguai é muito plano, então é um percurso quase reto, com poucas subidas e descidas, diria que só há dois pontos críticos em todo os percursos.
As bicicletas, estão disponíveis para locação no centro da cidade. Se você é cliente do Banco Itaú tem direito a 3 horas de uso grátis, se for de outros bancos é apenas 1 hora, basta apresentar o cartão de crédito e preencher uma ficha. Não é como as bicicletas do Itaú que estamos acostumados a liberar com aplicativo, é mais uma banca com alguns funcionários que disponibilizam as bicicletas.
Praias em Punta del Este
Praia Brava ou Praia Mansa? O nome fala por si, uma com ondas fortes e outra calma, quase sem ondas, simples assim! São apenas duas praias em Punta del Este. A primeira costuma ter mais jovens e surfistas, pessoas praticando esportes na areia e a segunda me pareceu serem mais frequentadas por família e crianças. Imagino que pela segurança do mar ser mais tranquilo.
Punta del Este recebe muitos estrangeiros, conheci gente de muitas partes do mundo viajando e mochilando pela América Latina. Fiquei 4 dias em Punta del Este e avalio como tempo suficiente para conhecer a cidade, se divertir, ir à praia e sair pela noite em boliches. Particularmente, não me interessam os cassinos, mas para quem goste esta também é uma opção na cidade.
Baladas em Punta del Este
Sobre os boliches em Punta del Este, creio que é importante contextualizar essa balada, não é meu tipo de diversão preferido mas decidi conhecer, principalmente, porque estava acompanhada com outras viajantes. São baladas caras, brancas e hétero, e que os funcionários passam horas antes nos hotéis e hostels distribuindo cortesia e vale drinks para as mulheres (aff). Mas o ambiente é bem dançante, tocam muito reggaeton, músicas bem animadas. Na primeira noite que fui, me diverti, dançamos muito e amanhecemos na praia vendo o nascer do sol. Na segunda noite, já não foi tão interessante, ao menos para mim. Para mim é o tipo de experiencia pra dose única. Em geral, Punta del Este vale a pena conhecer, mas não é um dos meus lugares preferidos no Uruguai, recomendo poucos dias.
PUNTA DEL DIABLO
Antes de mais nada, esse lugar é fantástico, muito receptivo e te faz não querer sai de lá mais. Diferente da badalação e dos grandes prédios luxuosos de Punta del Este, Punta del Diablo está mais para uma pequena vila, com ruas de terra e pouca iluminação pública. Uma espécie de vila de pescadores, super acolhedora. Meu lugar preferido no Uruguai. Praias lindas, povo alegre, sossego, lugar de paz e tranquilidade.
Além disso, é tão pequena a cidade que são poucos os mercadinhos, há uma quantidade boa de opções de restaurantes e bares, algumas poucas lanchonetes. As praias são extensas e se caminha por algumas poucas horas chega a reserva de Santa Teresa que tá coladinha, e é possível acampar.
Fiquei em um hostel chamado Vente al Diablo, o qual recomendo. Ao mesmo tempo, não é difícil encontrar boas opções de hostel e hotéis na região, e com bons preços. Como é basicamente uma pequena vila, diria que quase todas as localizações estão muito próximas da praia e do pequeno centro comercial que concentra os bares, restaurantes e mercadinhos.
O que esperar de Punta del Diablo
Punta del Diablo tem uma outra vibe, ou seja, é um lugar de muitos artistas, muito artesanatos e diria que tem uma proposta de ambiente mais alternativo e tranquilo. Diferente de Punta del Este, aqui as praias são mais abertas e amplas, excelentes para caminhas, passar o dia e desfrutar da paisagem.
É uma região que recebe muito argentinos nessa temporada, ao mesmo tempo que também encontra alguns mochileiros que estão percorrendo a América Latina e buscam um lugar pra trabalhar no verão. É um lugar interessante para conhecer pessoas, fazer amizades e ter bons encontros.
Como é uma região próxima à fronteira, é comum que quem tem transporte próprio vá fazer compras na fronteira, inclusive para adquiri produtos brasileiros. Também conheci brasileiros que vinha do Rio Grande do Sul e realizam essa viagem com frequência, me contaram que é preferencial fazer compras antes de entrar no Uruguai, para evitar a conversão e porque as coisas são mais caras no Uruguai.
Dicas de como Gastar pouco
Minha experiência foi de comprar comida nos mercadinho e sempre cozinhar no hostel, do café da manhã, almoço e lanche. Em geral, os preços dos restaurante me pareceram caros, mas esse é uma questão de todo o país, sendo que em algumas regiões como Punta del Este e Montevideo os valores são mais altos, ao mesmo tempo que pode sim encontrar escassas opções mais baratas.
Minha recomendação, se seu objetivo for não gastar muito, sempre cozinhar no hostel, por isso antes de reservar sempre confirmar se possuem cozinha equipada disponível. Eu passei o Natal no hostel com pessoas incríveis que conheci, foi uma excelente experiência, fizemos comidas de várias partes do mundo, onde cada um pode compartilhar um pouco sobre seu país. Sem dúvidas Punda del Diablo é um destino que recomendo muito, assim como, é um dos lugares que mais me encantou e gostaria de poder retornar no futuro.
Para seguir a viagem e na linha de ugares para conhecer no Uruguai, a minha parada seguinte foi Cabo Polonio. Eu planejei mal meus dias e os deslocamentos, então vai outra dica: sempre verifique a rota de transporte que pretende fazer e o funcionamento dos transportes nessa rota.
O meu caso foi que minha saída do hostel aconteceu no dia 25/12, feriado de Natal e a estação não funciona nessa data. Minha situação era que já não tinha diárias no hostel que sai, ao mesmo tempo que já tinha pago as diárias seguintes. A solução foi ir para estrada e buscar carona, por coincidência encontrei outra brasileira na mesma situação que eu e viajamos juntas.
Sobre carona no Uruguai
Me pareceu super tranquilo, eu já tinha experiencia de pegar carona no Brasil, por isso não tive dificuldades de tomar a decisão. Tive boas experiencias e a cada carona uma boa conversa e historias sobre a região. O elemento que dificultou, foi que a data que estávamos viajando era feriado, então havia pouca gente circulando, o que fez com que nossa viagem durasse mais tempo. Próxima parada Cabo Polonio.
CABO POLONIO
Antes de tudo, este é o Parque Nacional Cabo Polonio, uma extensa área de paisagens belíssimas, com praias e dunas lindas. É um Parque Nacional, logo é uma área protegida, o que impede que possa ser acessada por carro. Para acesso ao parque é necessário pagar entradas, que inclui o transporte por um caminhão adaptado para deslocar nas dunas até a região da vila, onde se encontram os hosteis, restaurantes, mercadinhos e poucas casas na região. Então, para informações detalhadas:
Essa é uma pequena vila onde todos os caminhos são de terra ou areia, não há carros e não há iluminação pública e a energia é produzida por geradores próprios de cada estabelecimento. Ao mesmo tempo que existem limitações, é possível conseguir energia para o básico como carregar o celular. A ausência de iluminação publica e poucas luzes na região como um todo possibilitam uma visão maravilhosa do céu.
Por suas praias amplas e com muitas dunas, tem-se a possibilidade de fazer boas caminhadas e desfrutar do mar. E o mais interessante desse parque são seus moradores ilustres, a colônia permanente de lobos marinhos que facilmente pode ser vista nas rochas próximas ao farol. Em outras palavras, são centenas de lobos marinhos o que torna a experiência única de poder se aproximar desses belíssimos animais.
Cabo Polonio é um belo lugar, um Parque Nacional com moradores muito especiais, onde é possível desfrutar muito da instancia e relaxar com toda a vibe alternativa da vila. Contudo, eu, particularmente, recomendo 2 dias para esse lugar, isso se você estiver realizando uma viagem de percorrer o litoral como foi o meu caso. Se você gosta de um ritmo mais lento e quer conhecer com calma e curtir o lugar, poderia desfrutar mais dias.
COLONIA DEL SACRAMENTO
Seguimos viagem a Colonia del Sacramento. Para este percurso, como tive a experiência anterior de pegar carona até Cabo Polonio resolvi tentar também para esse outro trecho, agora em uma data com a estrada mais movimentada. Esse trajeto é mais largo, contudo, é uma estrada de maior fluxo, já em direção a Montevideo, a capital.
Por fim, chegando a Montevideo, tomei o ônibus para Colonia del Sacramento, onde cheguei já pela noite.
Colonia del Sacramento foi minha despedida do Uruguai, ou seja, aqui tomei o barco para ir para Buenos Aires. Passei apenas um dia e uma noite na cidade, e o pouco que conheci foi caminhando pela região histórica, que é bem bonita e localizada junto a orla do mar.
As lindas ruas e edificações explicam porque a região do antigo centro histórico foi declarado Patrimonio de la Humanidad, em 1995, pela UNESCO. É de uma arquitetura única, com diversas influencias. Com suas ruas e casas de pedras, misturados as arvores e flores o contraste é exuberante.
Sem dúvidas é um lugar que merece mais dias, eu, infelizmente fiquei pouquíssimo tempo e recomendo ao menos dois para desfrutar com tranquilidade. Mas nossa viagem segue, rumo a Buenos Aires.
LUGARES PARA CONHECER NO URUGUAI DEIXO AQUI O MEU ROTEIRO:
Dessa forma, o meu roteiro foi: Brasil> Montevideo> Punta del Este> Punta del Diablo> Cabo Polonio> Montevideo> Colonia del Sacramento> Buenos Aires
DICA: Como fui de avião tive que começar por Montevidéu, mas acredito que se tiver a oportunidade de ir de carro para o Uruguai (alugue no Brasil na fronteira) é melhor! Recomendaria entrar pelo Chuy e seguir para Punta del Diablo (que merece mais dias que Punta del Este), depois Barra de Valizas, Cabo Polônio, Piriapólis, Punta del Este e, ai sim, Montevidéu. Vale a pena seguir até Colônia de sacramento, mas é um passeio de um dia, na minha opinião. Ir de carro é uma boa opção pra quem não vai seguir viagem para Argentina.
RESUMO DESPESAS:
O Uruguai é um país surpreendentemente CARO! Isso mesmo, CA-RO!
Enfim, gastei ao todo cerca de 1.300 reais, sem contar a passagem aérea, apenas com alimentação, hospedagem e deslocamentos internos no país, por cerca de 12 dias.
Então, o meu maior gasto foi em Cabo Polônio que é consideravelmente mais caro que as demais regiões. Tive que economizar bastante nesse país. Se quiser um pouco mais de conforto, hotel e refeições fora (comer em restaurantes e não estar cozinhando sempre), recomendo levar entorno de 2mil (para 10 a 12 dias).
Cotação da época (dezembro 2018): 1 real = 8 pesos uruguaios (aproximado) (desatualizado).
Espero que você tenha gostado do roteiro assim como se inspirado para fazer roteiro e conhecer esses lugares no Uruguai.
Eu não sou do mundo da moda e nem tenho pretensão de entrar neste mundo. Mas eu preciso dizer que ao longo da minha vida de viajante e quando a gente se encontra, quando nos conhecemos como parte neste mundo se vestir flui e não se torna um peso, se torna algo prático. Mas chega de romance amiguinhxs, antes de mostrar por onde vivi e por onde passei precisamos mostrar a caminhada e relação entre moda e viajem.
Criar a minha identidade pessoal em uma infância discriminatória, racista e machista fora do meu ambiente familiar foram sempre muito difíceis porém sempre me fortaleceram, longe de mim ser a super poderosa, a melhor bla, bla, bla. Saiba que essa não é questão de me enaltecer porque eu não preciso disso. Mas é pensar de onde surgiu esse EU!
Como criar minha identidade após anos/décadas as minhas roupas serem mencionadas como baiana? Como conseguir sobreviver sã com esse assa grave discriminação racista e xenofóbica, o que me fez a ter a minha consciência política de que SIM! Eu estou BAIANA e isso para mim, significa que estou mais linda.
Meus avós, nesse caso os três, Vó Alice, Vó Maria e Vô Sebastião vieram da Bahia e sempre nos ensinaram a ter orgulho e quanto a Bahia tinha muito a contribuir para todo o Brasil e eu não tenho dúvida, eles estavam certo, mostrando a sua importância na história, certamente meus irmãos e primos lembram da vó Maria dizendo todos os artistas baianos e sua importância para a nossa valorização cultural.
Eu sofri, ahh sofri muito, mas nunca deixei de ser eu, ter a minha personalidade, de ser livre em fazer minhas escolhas. Já contei para vocês no relato da minha história profissional parte 3 sobre como foi dolorosa a minha questões com roupas até para ser aceita no meu grupo de amigas quando eu usava uniforme para ir à escola no período do noturno quando não era obrigatório e quase ninguém usava.
Misturo cores, hoje você diz ser bonito, mas por muito tempo eu ouvi ser dito como ridículo. Doeu, mas eu nunca esmoreci, sobrevivi, o que você diz ser moda e viajem hoje, eu te digo, foi a minha teimosia e resistência.
Sempre fui apaixonada por cores e tenho um pai que tem muito estilo até mais que mamãe, tudo tem que se conectar, combinar, ser original e autêntico. Aprendi a importância de valorizar os artesãos e os produtores locais que não há preço que pague esse trabalho e reconhecer quem produz.
Eu nem preciso dizer que AMO CORES e poder viver por mais de um ano nos países dos tecidos(Tadjiquistão e Moçambique) foi uma realização, era como se eu estivesse no universo mágico das cores, se você der um Google sobre Tadjiquistão você não irá encontrar muitas informações e para a minha felicidade ao chegar por lá o país é colorido e cheio de tecidos um mais lindo que o outro, cada esquina uma loja de tecidos, ahhh eu estava no paraíso e reacendia o meu contato com moda e viajem.
Moçambique o país das capulanas, assim como chamam os tecidos africanos por aqui, nem preciso dizer que amo e como eu não coso, isso mesmo, eu não COSO! Em Moçambique a palavra costurar é dita como Coser, amo criar amo olhar o tecido e pensar no que podemos transformar esse tecido e fazer com que fique mais lindo. Os tecidos africanos têm uma pegadinha com os desenhos precisam ser simetricamente compostos e isso é realmente para especialistas e eu não me arrisco a cozer. Queria fazer aula de costura, mas era muita atividade para uma mulher só, ainda amo poder cada dia descobrir uma nova costureira ou costureiro e pensar ideias juntas, poder imaginar uma nova roupa, poder contribuir mais para a comunidade.
Sou do universo criativo, não sou das habilidades manuais, eu não tenho muita paciência, quero que as coisas fiquem prontas rápidas, mas no universo da costura, da moda tudo tem o seu tempo. Eu consigo compreender que está tudo bem em eu não poder fazer tudo e que tem pessoas aptas para todos os tipos de atividade, porém preciso cooperar para que todos os produtores tenham o seu legitimo e merecido reconhecimento.
Vivendo no Tadjiquistão, mas especificamente na rota da seda, fiz questão de ir em uma plantação de algodão e colher para sentir na pele que tudo tem uns preços e valores que não fazemos ideia o quão trabalhoso é desde o plantio e a colheita. Eu senti a dor em colher algodão, assim machuquei a minha mão. Isso para mim era pensar em moda e viajem. Pude parar para admirar o agricultor a rezar para Alá agradecendo a possibilidade de não ter tido praga este ano.
Tentei por diversas vezes aprender a costurar, mamãe tentou, porém, santa de casa não faz milagre. Minha primeira vez com uma professora de costura ela só falava em Tadjique, ou seja, era no olho e por algumas palavras que eu podia entender. Cheguei a comprar a minha primeira máquina de costura no Tadjiquistão, tive uma relação de amor e ódio, a gente não se entendia, eu não sabia costurar e não sabia quantos detalhes tem a máquina. Comprei com um rapaz que só falava tadjique e o Sasha(motorista) me ajudava a traduzir, mas ele não falava muito bem inglês e me traduzia como conseguia. Eu voltava com a máquina toda semana e dizia que não funcionava, até o Sasha sugerir que eu pedisse a um tradutor para ir comigo, mas nada de eu aprender a coser, não era nosso tempo. Aprendi a passar a linha na máquina, aprendi a rebobinar aprendi a ter paciência assim como doei a máquina a um colega do trabalho que queria presentear a esposa fazia anos, porém não tinha dinheiro. Ele me liga até hoje agradecendo a máquina.
Voltei ao Brasil e fiz um curso básico de corte costura com as Candaces Moda Afro, foi muito legal e dessa vez em Português. Hoje me sinto muito segura em fazer bainha, considero um trabalho árduo preciso dizer.
Aprendi também que implorar desconto nem sempre é justo com todos os meios de produção é negligenciar cada ato da produção, considero a importância de poder pensar nas minhas roupas. Valorizar os produtores das regiões, países dos quais passo e pensar em um consumo consciente em doar quando tenho em excesso e doar enquanto está em boa qualidade, de poder fazer meus bazares de troca assim como fazer meu brechó de desapego. E hoje compartilho meu guarda-roupa de roupas para que as pessoas possam alugar peças ao redor do mundo na Ubuntu Guarda-Roupas
Diminui meu guarda-roupa e acredito que nossas roupas assim como eu uma viajante, as minhas roupas precisam voar, precisa encontrar outros corpos e fazer com que nossa energia circule (como a Thalita Fonseca me ensinou), não podemos nos apegar às peças de roupa, precisamos é saber que tudo deve ser consciente, que além de ter é ser! A roupa traça a nossa personalidade, mas podemos trazer a nossa personalidade a roupa e é isso que temos que fazer.
Esta é a minha história com moda e viajem, viajem e eu. Conte-nos a sua história
Mulheres negras por elas mesmas – 3 Negras viajantes que inspiram, a história de Dona Elza (mãe), da Odara (filha) e da Andreza Jorge do complexo da Maré para o mundo.
Hoje faz exato um mês que eu Andreza Jorge passei o primeiro dia em uma viagem internacional com minha mãe e minha filha.
Pra muitos esse feito talvez não signifique nada e tudo bem… acho estranho também isso significar tanto pra mim, mas a realidade é que tenho 31 anos de idade e já viajei internacionalmente 5 cinco vezes e todas elas tiveram a ver com minha trajetória e empreitada profissional depois dos 20 anos de idade, nunca foi por lazer simplesmente, como já vi acontecer por aí…
Minha mãe Elza Jorge tem 62 anos e foi a sua primeira viagem internacional, que só foi possível ser assim, por lazer, pq já há muitos anos trabalhou para que eu, hoje, possa viajar a trabalho.
No entanto, Alice Odara, com 5 anos de idade, tem sua primeira viagem internacional por lazer e ao lado de sua mãe e sua avó…
Inimaginável pensar nessa possibilidade se partir apenas de um recorte sobre minha trajetória que é marcada pelas desigualdades ao estamos inseridas… No entanto é também essa trajetória, forjada na maioria das vezes por mulheres e suas histórias que permitiram e permitem que os ciclos se renovem…
Foi preciso, mas eu desejaria profundamente que não, que Dona Tina, minha avó, não tivesse vivido em casa de madame desde sua infância até a vida adulta para criar 6 filhos, foi preciso que Dona Elza tivesse ousado romper com o ciclo de trabalho doméstico que se iniciou aos 14 anos em casa de família para conseguir outras oportunidades para criar 2 filhos e somente por isso, eu hoje acesso a lugares que sempre nos foi negado, para que Alice Odara, possa transcender a experiência única que dizem sobre seu corpo no mundo.
Alice Odara uma criança negra e favelada da Maré, experimenta e experimentará através desse ciclo e força de mulheres que nos antecede…Creio convicta.
Por isso, compartilho aqui tbm, mais uma feita, justo hj, no dia Internacional da Mulher….
Dona Tina, dona Elza e Alice Odara terão em minha vida a realização de um sonho: Ser a primeira da família a fazer um doutorado!!!
Ontem recebi a notícia de aprovação no doutorado na Escola de Comunicação da UFRJ.
É a minha vida que faz a ligação entre trajetórias tão distintas como a da minha mãe e da minha filha, mas somente por elas e pelas que antes foram, que essa trajetória EXISTE.
É assim, sempre tem sido, mulheres negras por elas mesmas…somos muito além do que nos impuseram, pq nós somos circulares e sempre adiante…
Obrigada a todas envolvidas, as mulheres da minha família que entenderam o real significado da vida de Dona Tina e honram essa história partindo desse lugar de pertencimento e JAMAIS elegendo, ao votar em representantes que odeiam tudo que ela representou… Somente a esses familiares eu agradeço, aos outros eu só sinto pena msm.
Agradeço as minhas amigas que compreendem as vitórias individuais como sonhos coletivos e inspiradores…
Será muito desafiador, mas a Dona Tina merece ter uma neta doutora, a Dona Elza merece ter uma filha doutora e a Alice Odara merece ter uma mãe doutora!!!
Aqui quem vos escreve é Rebecca Alethéia, uma mulher negra viajante e cidadã do mundo que neste momento encontra-se na estação ferroviária de Caia, Província de Sofala — Moçambique e retrata mulheres negras viajantes.
Pensar em mulheres negras viajantes como forma de (R) existência é praticamente impossível não conseguir retratar este cenário do qual estou vivenciando, a ferroviária.
Talvez você não saiba que Moçambique tem caminhos de ferros que ligam boa parte do país e que funcionam muito bem, seguros e confortáveis. Decidi encarar essa viagem de comboio para realmente poder ter essa experiência de trem (comboio, como eles chamam por aqui).
Uma curiosidade é que existem muitos trens funcionais por países na África assim como já falei num vídeo no YouTube: trem na África do Sul.
As Mulheres negras viajantes e a sua (R) existência no mundo é algo milenar, tentarei contextualizar melhor sobre. Neste exato momento são quase 3 horas da manhã e adivinha? O trem que iria passar as 22horas atrasou, a previsão de chegada é as 5 da manhã.
A quantidade de mulheres me impressiona, mulheres de todas as idades, todas as religiões, solteiras, casadas, divorciadas e as viajantes com filhos. Engana-se quem pensa que as mulheres negras não viajam ou que apenas viajam as que tem dinheiro. Seguiremos viagem juntas por mais de 10 horas para a cidade de Tete – Moçambique. Esse é o meio mais barato e seguro.
As mulheres africanas trazem consigo particularidades, andam sozinhas, porém sempre juntas. Ela pode vir só, mas irá se juntar à la outras mulheres no intuito de serem mais fortes, de terem apoio, de uma proteger a outra.
Existem muitas mães com os seus filhos, a madrugada sempre é a hora da mamada das crianças, não me impressiona ver muitas delas despertando com uma leveza para dar de mamar aos seus filhos, com uma naturalidade que não há choro, gritos. O único som que ecoa é do bar próximo da estação de trem, que não abala a dormida coletiva na ferroviária.
Dormir no chão é um hábito africano, o sono vem e deitar no chão não tem sido problema, as mulheres para lá de prevenidas colocam a sua capulana no chão, assim como se enrolam com outra capulana para barrar a brisa da madrugada e se proteger dos insetos.
Trazem consigo as suas malas, cestas, trouxas e todos os itens necessários para a sua viagem. sinto-me em um cenário de filme de Hollywood ao ver na madrugada casais de jovens namorados a caminharem pelo trilho a se flertarem e esperarem o trem. Ela vai partir e ele irá ficar…
Existem 3 classes neste trem, 1ª, 2ª e 3ª. Infelizmente as pessoas só têm condições de comprar a terceira classe, mas te digo que a primeira já está cheia. O trem é o meio mais barato de locomoção e para essas mulheres o que importa é chegar.
No mês em que fazemos alusivo ao dia internacional da mulher, escrevo esse relato de história real de mulheres negras viajantes que talvez não seja instagramavel ou ganhadora de milhões de likes, mas que elas estão a se mover, percorrer e pertencer. Não é de hoje, é milenar, mulheres negras viajantes existem, resistem diariamente pelas estradas, rodoviárias, ferroviária e avião.
As nossas vidas são diferentes e precisam ser tratadas com diferenças, especificidades e cuidados, por esses e outros motivos por conhecer que a trajetória de uma mulheres negras tem o seu diferencial e trás consigo muita ancestralidade, os países africanos e continentes nomearam datas específicas para as mulher negras, além do dia 8 de março, por reconhecerem suas particularidades são elas:
30 de Janeiro —Dia da Mulher Guineense em homenagem a Titina Sila, a mesma lutou ao lado de Amilcar Cabral pela Independência da Guiné-Bissau. Foi morta em uma emboscada em 1973. Em sua homenagem, e as outras mulheres que combateram pela independência do país, foi instituído no aniversário da sua morte pelo dia Nacional da Mulher Guineense.
2 de Março –Dia da Mulher Angolana, celebra-se o reconhecimento ao seu papel empenhado na luta de resistência do povo angolano contra a ocupação colonial portuguesa.
7 de Abril — Dia da Mulher Moçambicana, aniversário de Morte de Josina Machel, segunda esposa de Samora Machel primeiro presidente de Moçambique, Josina Machel se juntou à luta armada de libertação ainda jovem e considerada uma heroína de Moçambique.
25 de Julho —Dia da mulher negra latino americana e caribenha, uma data para rememorar a luta de mulheres negras latino-americanas e caribenhas para uma sociedade mais justa. É dia para se relembrar a história de Tereza Benguela, líder quilombola símbolo da resistência contra escravização.
31 de Julho – Dia da Mulher Africana — este dia foi consagrado no ano de 1962 para a reflexão do papel da classe feminina de África na sociedade.
9 de Agosto — Dia da mulher Sul-Africana, essa data surgiu no ano de 1956 quando mais de 20 mil mulheres sul africanas de todos os pontos do país marcharam em direção ao Union Buildings (Palácio Presidencial em Pretória e Sede do Governo) em protesto contra a extensão das leis que restringia o movimento das mulheres.
Nesta ferroviária, são diversas histórias em um único cenário e consequentemente aqui está sendo escrita a minha história de vida, uma mulher negra viajante que (R) existe e que veio trabalhar como voluntaria em Moçambique, com uma mochila nas costas, vivenciando experiências em casas de família que sempre foram muito afetuosas e cuidados para comigo.
Agora eu preciso ir porque o trem acaba de chegar e irei embarcar, embarque você também nessa viagem.
Quando me perguntam sobre Caraíva-Bahia a e como é o Carnaval lá, me perco entre expressar meus sentimentos ou dar a informação ou os dois e, às vezes, preciso contar um pouco da minha vivência antes de responder.
Me chamo Karla Almeida, tenho 33 anos e a vida inteira ouvi falarem do verão como se fosse um evento de megas proporções, mas nunca entendi de onde vinha esse fascínio.
Foi somente no último ano morando em Caraíva, uma vila de pescadores com mais ou menos mil habitantes na Costa do Descobrimento no sul da Bahia, que entendi mesmo o que de fato é a época do verão brasileiro e entendi todo o frisson envolvido nessa estação mágica.
Sempre curti muito o Carnaval. Sou natural de Belo Horizonte e antigamente o Carnaval lá não era muito festejado, porém nós últimos 5 anos, BH tem recebido cada vez mais foliões do Brasil inteiro para curtir os tradicionais bloquinhos de rua e micaretas que pipocam pela cidade inteira.
Eu, claro, me jogava e dizia que aquele ali era o melhor Carnaval da vida!
A cidade toda fantasiada, crianças, idosos, cachorros, cadeirantes, ricos, pobres, direita, esquerda festejando e sendo feliz como nunca!
Claro que haviam os problemas que marcam grandes aglomerações de pessoas: roubos, furtos, algumas brigas, mas logo tudo era resolvido e a folia seguia.
Aquilo para mim era Carnaval de verdade.
Então em 2018 comecei a mochilar e conheci novos mundos fora da minha bolha.
Foi na Bahia que entendi e aprendi a amar o verão e tudo o que ele representava: agitação, oportunidade de ganhar dinheiro trabalhando na praia, conhecer pessoas novas e diferentes todos os a e muito sol.
Quando me vi dentro do Carnaval de Caraíva – Bahia então, tudo o que eu sabia que amava no Carnaval de BH, deu um salto quântico.
Ali tinha tudo o que tinha em BH mais o bônus de ser perto do mar e do rio!
Fui jogada dentro de uma energia tão grande de interação, música, sol, mar, pessoas desconhecidas que parecem ser da sua família ou amigos de longa data e paixão que percebi que eu não sabia nada de nada do que é um Carnaval numa praia da Bahia!
O Carnaval de 2019 foi, até agora, o melhor da minha vida.
Foi tão mágico, naquele lugar mágico que ainda hoje sinto em mim a alegria que sentia só de acordar todo dia sabendo que logo mais ia ter bloquinho, Netuno gelado, aqueles amigos lindos que fiz ontem e muita Divindade Faraó para dançar.
Continuei morando em Caraíva – Bahia depois do Carnaval ainda nessa aura de paraíso e lugar perfeito, pois é o que aquela vila é: um lugar onde a energia te faz viver e agradecer todos os dias só por respirar aquele ar.
Estava certa de que o Carnaval de 2020 seria ainda melhor pois eu estaria ainda mais integrada a vila, as pessoas e a Bahia em si.
Mas, de forma inesperada, meus sentimentos foram colocados em cheque nos últimos meses.
Recentemente andaram pipocando casos de assédios, agressões, tentativas de estupro e importunação sexual na vila.
Em um momento estávamos curtindo uma festa linda no dia de São Sebastião, santo padroeiro da região, e no outro, ficávamos sabendo que uma amiga nossa havia sido molestada dentro da própria casa.
Recebíamos diariamente noticias de uma menina que quase foi estuprada na praia a luz do dia ou que outra havia conseguido fugir de alguém que tentou puxá-la para o mato no escuro.
E eu ali no meio dessas mulheres, tão próximas que sofreram coisas que poderiam muito bem ter sido comigo.
E pior, estávamos todas ali convivendo com os agressores todo o momento, já que alguns deles eram homens conhecidos da comunidade e a impunidade para esses casos ainda resiste: ninguém tem coragem de depor contra um morador ou um nativo, já que as represálias são fortes.
Ali, estamos todos em terra indigena, sendo meros colonizadores da terra.
Se essas coisas aconteciam diariamente com as mulheres nativas da comunidade, porque deixaria de acontecer com as mulheres que não são?
O medo, a revolta, a raiva e a tristeza se mesclavam com a magia, a alegria e o que significa morar na vila. E estávamos todos tentando entender o que estava acontecendo.
Eu amo Caraíva. Eu amo as pessoas dali. Eu amo como a energia do lugar trabalhou na minha e mudou toda a minha vida.
Participei de um festival com vivências que foram muito importantes e impactantes na minha vida espiritual. Em uma dessas vivências, acessei memórias de infância onde uma pessoa que eu amava me estuprava. Bloqueei essas memórias ao longo da vida num trauma que me seguiu até a vida adulta.
Ali estava eu, com minhas próprias dores a pleno vapor, com amigas queridas sofrendo, sozinha, no meio do verão baiano bem na terra que me ensinou o que é Carnaval, o que é verão e como é delicioso curtir uma festa na Bahia!!
Não consegui completar outro verão ali. Acordava todos os dias querendo pegar o primeiro ônibus para longe, mas ao mesmo tempo com o coração partido de ir embora antes do Carnaval,mas não conseguia pensar em como meu Carnaval seria mágico novamente sabendo que estava tudo errado ali. Que eu estava errada.
Mas não sabendo se errada de achar que ali era o melhor lugar do mundo ou errada de estragada, desmontada mesmo. Precisando de conserto.
Mesmo depois de um ano desconstruindo e renascendo em Caraíva, eu precisava de um conserto novo: do apego que eu estava ao lugar.
Antes do final de janeiro sai de lá e agora estou em Itacaré. A saída foi como um parto difícil: demorou, doeu, trabalhoso e até o último minuto teve dificuldade, mas consegui.
Meu coração acelera cada vez que vejo uma publicação ou comentário de alguem sobre o Carnaval de lá.
Quase fiz as malas duas vezes e voltei.
A vontade de voltar é grande, mas ainda não curei esse sentimento de ter sido puxada de um sonho tão rápido.
Ainda amo Carnaval. Ainda amo Caraíva. E ainda acho que aquele foi o meu melhor Carnaval até hoje.
Mas eu ainda não tenho a resposta para a pergunta.
“Quando você é um corpo negro viajante, causa incômodo nos outros. Estão acostumados a ver a mulher negra em situação de subalternidade.” A jornalista Kenya Sade é enfática. “O preconceito se dá de muitas formas”, ela explica. “Nunca me xingaram, mas o racismo está travestido nas sutilezas e no desconforto dos outros. Quando estamos fora do estado de submissão, causamos espanto. Mais até para os brasileiros brancos do que para os próprios estrangeiros”, diz.
A primeira viagem de avião de Kenya ocorreu em 2010, quando tinha 16 anos e foi para Vancouver fazer um intercâmbio. “Aquilo fez meu mundo expandir”, relata. Desde então, ela já passou por quase uma dezena de países da América e da Europa. “Viajar faz a gente ver o mundo de outra forma. Cada vez que você volta, uma luz diferente se acende no corpo”, descreve a jovem, que agora mora em São Paulo.
A última experiência internacional de Kenya foi um intercâmbio de um ano e meio em Dublin, na Irlanda, onde teve uma surpresa. “Diziam-me que eu não encontraria pessoas negras lá. Mas, na verdade, é apenas questão de enxergar. Logo que cheguei, fiz amizade com um grupo de brasileiras e fiquei intrigada, me questionando o porquê de não ver mulheres negras nas páginas de viagem”, indagou-se Kenya. A partir dessa motivação, ela criou o perfil Pretas Pelo Globo no Instagram, onde compartilha experiências de mulheres negras viajando pelo mundo.
“Nós somos historicamente invisibilizadas em quase todos os âmbitos da nossa vida e estamos na base da pirâmide social. A sociedade coloca algumas pessoas em alguns lugares e dizem que as outras não podem pertencer nem participar daqueles espaços. Quero mostrar que nós existimos”, justifica. A página é alimentada de forma colaborativa por mulheres negras brasileiras que estão em diversos cantos do mundo.
Visibilidade para as narrativas
O perfil criado por Kenya não é o único a dar protagonismo e visibilidade para que mulheres negras possam contar suas histórias em primeira pessoa. Entre outros, A Bitonga Travel, Negras Viajam Também e Diáspora Black destacam-se nessa proposta de tornar visível as narrativas. “Não aguentamos mais ser bombardeados todos os dias por notícias negativas em relação à população negra. É morte, miséria, pobreza? Queremos falar de pessoas negras felizes. Para as meninas mais jovens saberem que é possível conhecer o mundo”, explica.
Ela acrescenta que a importância de uma mulher negra viajar vem da capacidade de pluralizar o ponto de vista, colocando-a como pertencente à sociedade. No entanto, é importante, segundo Kenya, tomar alguns cuidados antes de botar o pé na estrada. “Assim como a comunidade LGBT, por exemplo, é necessário saber em quais países você será mais respeitada. É fundamental entender quem a aceita e quais comunidades costumam ser mais racistas”, pontua.
No entanto, enquanto planeja sua próxima viagem, Kenya acredita que existe uma rede de apoio que permite que as mulheres negras possam sair da zona de conforto sem medo. “Vivemos numa cultura machista, mas existem pessoas incríveis e sempre terá uma mulher ao seu lado para ajudar”, aponta. “É importante conversar com pessoas que foram antes e fizeram com que esse caminho se tornasse possível. Nossos passos vêm de longe”, complementa.
Por muitos anos viajar e menstruar foram coisas que pareciam simplesmente não fazer sentido juntas. Procurava sempre uma maneira inteligente de separar os dias que ficaria fora e os dias que ficaria dentro, de mim.
Em viagens pequenas mulheres procuram ter esse tipo de preocupação. Que dia menstruar? Que horas? Aonde? Será que estarei na praia? No mar?
Esse tipo de perguntas sempre esteve presente em minhas viagens que geralmente tem duração de pouco mais de um mês. Era quase impossível não menstruar emalgum momento. Entretanto, era pra mim fundamental que NÃO fosse na ida,porque minhas idas são longas. Custam muitas vezes três ou quatro dias de busão, ou sete dias de barco, e não cabia aí uma ajuste neste sentido.
Sabemos que viajar solo é encarar o mundo com coragem. É confrontarse todos os dias inclusive com a crítica social do por quê uma mulher linda como essa está viajando sozinha?
E precisa de constante companhia uma rainha como eu? Acho que não.
Depois de muito viajar solo poraí percebi que havia sempre alguns dias tristes na viagem. Dias que não são de solitude, mas de solidão. Dias em que acordamos sem saber entender o que nos levou alí e por que tão grande a saudade do nosso lugar. Dias em que saudamos nossa mãe terra e buscamos entender um milhão de coisas. Dias que nos sentimos sozinhas no mundo. Dias que não dá vontade de fazer nada. Nem de sair, nem paquerar, nem dançar. Talvez vontade só de ver o mar.
Custei a entender que dias como esse eram também dias de TPM. E que viajar e menstruar são verbos muito parecidos. Comecei a valorizar estes dias, como dias que davam jus a minha viagem. Estar só pode não ser tão ruim quanto imaginam. Viver sozinha não é tão magnífico, mas ter momentos de liberdade e escolha são fundamentais para uma mulher na TPM e fora dela. E você? Tens viajado menstruada alguma vez?
A chuva não é inimiga das viajantes e fazer passeios é possível. Caso esteja no Rio de Janeiro deixo 3 dicas de passeios gratuitos pela cidade maravilhosa.
01 – Real Gabinete Português
Considerada a 4ª biblioteca mais bonita do mundo, o Real Gabinete Português passou a entrar na rota de turistas brasileiros e estrangeiros. São mais de 300 mil exemplares. O prédio é realmente lindo, instagramável e vale a visita. Ainda não há visita guiada, mas é possível tirar dúvidas com os funcionários. O horário de funcionamento é das 9h às 18h.
02 – Centro Cultura do Banco do Brasil (CCBB)
O CCBB já virou um dos lugares queridinho no Rio, mesmo em dias de sol. Na visita gratuita terão acesso a exposições, biblioteca e também ao Museu e Arquivo Histórico e Memória CCBB.
Também há apresentações de teatro, dança e exibição de filmes por R$6,00 (interia). Outro prédio lindo e que rende fotos, com destaque para o elevador. Horário de funcionamento é das 9 às 21h. Fechado às segundas-feiras
03 – Museu do Amanhã
De graça? Sim! Nas terças o Museu do Amanhã tem visita gratuita para todos e é um ótimo passeio para um dia de chuva no Rio de Janeiro.
Essa é uma opção para todas as idades e tem encantado visitantes desde sua inauguração. O horário de funcionamento é das 10h às 18h, com limite de entrada até as 17h
Talvez muitos moçambicanos e estrangeiros não consigam enxergar tanta beleza na Beira, portanto compartilho um pouco de lugares para se visitar na Beira.
1. Estação de comboio CFM (Caminhos de Ferro de Moçambique
As estações de ferro de Maputo não deixam a deseja, quem já visitou sabe muito bem do que estou falando e na Beira não é diferente.
Esta linha ferroviária liga os distritos de Sofala e as Províncias de Tete e Quelimane. Caso queira ir à outro distrito encontre informações completas site da CFM.
Em frente a estação de trem/comboio é cenário das manifestações e celebração de grandes datas festivas como dia do trabalhador, shows e eventos.
Ao lado esquerdo é possível encontrar o Porto da Beira onde faz todo o recebimento e envio de cargas e produtos vindo de boa parte do mundo.
2. Campo de futebol do Ferroviário da Beira
Aos amantes de futebol como eu, não podem deixar de ir ao Clube Ferroviário da Beira, cenário de grandes clássicos e ser movido pelo som dos batuques pela torcida organizada.
É lindo ver mulheres tocando assim como vibrando por cada passe de bola.
A entrada principal ao campo assim como a bilheteria e a loja de venda dos produtos esportivos dão mais charme ao Caldeirão do Chiveve.
3. Pavilhão de desportos do Ferroviário da Beira
Como parte do complexo esportivo, nem só de futebol vive o esporte, nesta área irás encontrar a quadra de futebol de salão, basquete, volei entre outros. Se calhar poderá desfrutar de shows neste espaço.
4. Praça do Município
A praça do Município é como ir à Cuba, nos finais de semana o local é marcado pelas fotos casamentos, noivas, noivos, madrinhas e padrinhos vestidos de capulana.
Dá para inspirar em looks magníficos assim como se animar para casar ou renovar os votos.
A praça conta com chafariz ligado e o melhor dia é ir nos finais de semana, durante a semana a praça é comercial.
5. Mercado Chaimite
Sabe aquele mercado municipal que são para as compras desde alimentícios, artesanatos e roupas? Aqui é o lugar, você poderá comparar artes esculpidas na madeira.
O Senhor David sempre me recebeu bem em sua loja assim como me mostrou muitas artes moçambicanas e fazer preços ótimos para aquelas lembranças de todos os lugares de Moçambique.
6. Banco de Moçambique
Ao sair do Mercado, passe em frente ao Banco de Moçambique um belo cenário de arquitetura do tempo da colonização por essa área ou zona como dizem os Moçambicanos,.
Atenção é proibido tirar foto do banco.
7. Casa dos Artistas
Antes de chegar na casa do artista na rua de trás, próximo da esquina você encontrará um mural de mostrar uma arte que tem na parede sobre a província de Sofala.
Na casa dos Artistas é possível encontrar exposições, eventos, filmes e feiras neste lugar. Um ótimo local para visitar na cidade e tem a possibilidade de fazer eventos por lá.
8. Muralha
Eu sempre digo que o meu lugar favorito para contemplar o por do sol é na Muralha, ver o sol inteiramente no mar e os navios entrando e saindo do porto tornam o cenário ser cena de filme.
9. Casa de Cultura
A Casa de Cultura da Beira o polo cultural, logo na entrada você irá se deparar com o mural épico de Malangatana – Valente Ngwenya “Vovó Xipangara está Zangada” pintado em 1970 restaurado em 2016.
É neste lugar que você irá encontrar aulas de dança, capoeira, moda, canto, artesanatos, gastronomia.
10. Rua das árvores na Ponta Gea
Localizada na Rua Eduardo Mondlane, rua da catedral, você irá estar na rua mais linda da Beira na minha concepção onde as árvores tomam conta de uma ponta à outra, a arquitetura da rua também não deixam a desejar, vale à pena caminhar por essa rua.
11. Catedral
A charmosa catedral da Beira também é um ponto a ser visitado na cidade, paragem obrigatória.
12. Universidade Católica de Moçambique
A UCM como conhecida está situada na GEA deixando como um ponto a ser contemplado ou ver a agitação dos estudantes pela área. Uma bela arquitetura.
13. Colégio Acadêmico / Escola Portuguesa
Conhecido por um ou pelo outro nome estão todas na mesma praça e rotunda. Vale a pena dar uma passada por lá, alias é caminho
14. CUCA
Centro Universitário de Cultura e Arte – CUCA, é um prédio da universidade que como o próprio nome já diz tem uma belissima fachada
Teu convido para que vá admirar o mural que tem ao lado do prédio, você irá encontrar com essa arte da foto.
15. Grande Hotel
O Grande Hotel Beira foi um hotel de luxo localizado na cidade da Beira, em Moçambique, funcional entre os anos de 1955 e 1963.
Após esse período, continuou sendo utilizado durante a década de 1960 como um centro de conferências, bem como sua grande piscina. Durante a Guerra Civil de Moçambique (1977-1992), contudo, tornou-se um campo de refugiados.
Atualmente, o antigo hotel está ocupado por cerca de 3.500 pessoas[1] que vivem em condições precárias.
Recomendo o documentário Hospedes da Noite de Licínio Azevedo o cineasta moçambicano retratando essa história.
16. Orla Miramar – Rua do Miramar
No fim da tarde poder passear pelo Miramar e contemplar o belíssimo por do sol é um ótimo lugar para os dias quentes de verão. Você encontrará sempre movimentada aos finais de semana de dia e de noite
17. Praça da Independência
A praça da Independência com a estátua de Samora Machel fazem parte também da cidade trazendo lembranças de um passado recente.
18. Mesquitas
As religiões em Moçambique são algo que vivem em harmonia e dão lugar a fé e sincretismo à todos.
As mesquitas dão destaque para a cidade, assim como no percurso da praça da independência ao Estoril você irá encontrar duas belíssimas mesquitas.
19. Estoril – Farol
O Farol da cidade nas cores vermelha e branca é possível ser avistada pela rua principal sentido praça da independência ao Estorial, chama atenção por si só, porém tem que pedir autorização para subir à secretaria de turismo e é gratuita a entrada.
Este farol foi construído em 1920, atualmente não está em atividade devido ao ciclone IDAI, porém é possível subir e visitar.
São 108 degraus mas tem uma vista que como diriam os moçambicanos, ANIMA!
20. Navio naufragado
Logo à frente do Farol ou atrás depende do ponto de vista você irá encontrar um navio naufragado, que há quem diga que foi antes de 1956, mas a data exata não se tem…
Um ótimo cenário para belas fotografias.
21. Txilar no Estoril
Chegando no 21º lugar para se visitar na Beira, nada mais justo do que sentar em uma barraca e txilar, o Estoril é local mais famoso pela carne de porco, eé possível encontrar outras opções de comida na brasa e com o delicioso tempero moçambicano.
Provar as cervejas do país como Manica, 2M, Txilar e a Impala – o sabor das nossas machambas da Machamba – Impala de milho ou de Mandioca vale a pena experimentar.
Após escrever esse extenso roteiro, 21 lugares para se visitar na Beira, deixo o contato de 2 Xhopelistas que irão te auxiliar a realizar esse roteiro de um lado.
Assim como o meu vídeo no canal do Youtube percorrendo por esses pontos turísticos da cidade.