Família e viagens: uma viajante e sua relação com a família


Já pensou tirar férias e um dos seus destinos ser a sua casa, o seu lar? Para uma viajante essa é uma das férias mais lindas, importante e fundamental para a saúde mental. Eu preciso dizer que não consigo ficar muito tempo longe da minha família, nunca fiquei mais de um ano sem um retorno para casa, eu sempre volto!

Família Ribeiro Santana – fotografia por Allison Ribeiro

Muitas pessoas pensam que ser viajante é sinônimo de renegar a família, de ser desprendida, de não ligar para eles. Preciso ser sincera que esses adjetivos nunca me couberam, muito pelo contrário, sou uma pessoa extremamente intensa e muito conectada com a minha família. Conheço muitas viajantes que também são! Aquela velha mania dos estereótipos que nos são impostos.

Voltar para casa é fazer entender que irei encontrar a vovó Alice, o vovô Sebastião e a Tia Innocência, ou talvez não encontrá-los como foi o caso da vovó Maria, aquela passagem serena de simplesmente partir. Estar a milhas e milhas distante e não poder abraçar os seus ou esperar por um abraço que não vem.

Vovó Maria Venceslau Santana em nosso último encontro em vida. Antes da minha viagem de 1 ano e 6 meses pelo Tadjiquistão.

Por muitos anos esse foi o meu maior medo, ir e quando eu voltar não encontrá-los, por alguns anos eu me privei, mas hoje aprendi que preciso ir e eles irão me apoiar, eu só preciso voltar, e isso eu sempre faço. Fazemos promessas uns aos outros que vamos esperar para nos reencontrar e todo reencontro é como se fosse o nosso último. O mais interessante que com os idosos temos esse cuidado, mas essa prática tem que ser para todos os que nos rodeiam porque nunca sabemos o que pode acontecer daqui alguns minutos.

Em todas as partidas lembro dos nossos bons momentos, das nossas histórias e de tudo que cultivamos juntos, por isso que a partida para mim não tem sido tão dolorosa porque consigo perceber que minha família e avós entendem a importância da minha ida e qual o meu papel neste mundo. Sei o quanto meus familiares sentem pelas minhas partidas, para quem fica sempre é mais dolorido, para quem vai sempre mais brando. Porém com a arte tecnológica nos conectamos e reconectamos.

Mamãe Sônia Regina Ribeiro Santana e vovó Alice Aquino Ribeiro e eu no casamento da Nagia Juliana

Cheguei a dar um IPAD ao meu avô para que ele pudesse me ligar, foi um fiasco. A tecnologia não é para ele, nossas ligações são bem poucas porque ele não tem paciência com tecnologia e a sua audição não é mais a mesma. A vovó Alice não enxerga, são tantas limitações que mesmo assim não nos distanciamos, mamãe sempre que possível manda foto do almoço deles.

Vovô Sebastião, cada partida uma preocupação mas sempre nossas realizações.

Porém além do campo virtual é sempre bom e importante voltar pra casa, mesmo sendo por pouco tempo, é poder revisitar o nosso lar interno e externo, físico e não físico, espiritual e não espiritual. É se conhecer e se reconhecer, lembrar de onde saímos e para onde estamos indo, é lá, é cá, que revisitamos os sabores, a infância, nossas histórias, amores e as dores.

Meus retornos são sempre regados de novidades, é saber que irei conhecer os novos integrantes da família sobrinhos, primos que nasceram, as conquistas familiares como a compra de uma casa, a troca de um carro, início e/ou conclusão da universidade, dessas entre outras conquistas que só trazem muitas alegrias para poder celebrarmos juntos fisicamente a qualquer momento do nosso reencontro.

Esse momento de retorno são fundamentais porque a doença também faz parte da nossa história, ela permeia em nossos meios físicos e mentais, eu preciso estar presente, como diria a titia Lucimara – a enfermeira da família!, que de enfermeira mesmo eu não tenho muita coisa, mas pelo menos poder me permitir estar junto já faz toda a diferença, para todos nós. Poder mostrar cumplicidade e pensar que estamos juntos é acalmar meu coração em saber que está tudo bem como a mamãe a papai sempre falam ao telefone.

Tia avó Innocência S’antana aos seus 95 anos de idade

Entre chegadas e partidas a única certeza que eu tenho é que continuarei indo, mas continuarei retornando todas as vezes que me forem possíveis assim como viver a cada momento intensamente como sempre vivemos no passado e no presente.

Encontro da família Aquino Ribeiro – 2018 aniversário da vovó Alice

5 cachoeiras imperdíveis no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Após contar todas as dicas de como chegar até a Chapada dos Veadeiros, vou deixar o meu pitaco sobre as 5 cachoeiras imperdíveis para se visitar no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, vamos?

CACHOEIRA ALMÉCEGAS 1

Esta é uma das cachoeiras dentro da Fazenda São Bento (Almécegas I e II e São Bento).

Eu cheguei aqui pela carona de @blablacar Brasília x Vila de São Jorge (ver posts anteriores), os rapazes foram incríveis e paramos para curitr estes atrativos. Se vier de Alto Paraíso sentido SJ dá aproximadamente 10 km.

Para conhecer os atrativos paguei 30 reais e deu direito a conhecer todo o complexo ( Trilhas autoguiadas). Adentramos a propriedade por 4 km, estacionamos e andamos por uma trilha de 1,5 até chegar neste mirante fantástico.

Depois deste deleite, descemos em uma pequena trilha para um mergulho. Nada melhor depois de ficar um tempo na estrada! Mas confesso que não fiquei muito, o sol já não batia mais e a água estava mega gelada! (Sou a pessoa do banho de água pelando!hahaha)

ALMÉCEGAS 2

Esta mais é uma das cachoeiras dentro da Fazenda São Bento (Almécegas I e II e São Bento).

Para acessar esta beleza, voltamos no estacionamento para ir até a Almecegas II.

A trilha é bem tranquila, uns 300 metros e já está pode aproveitar o lugar. É uma cachoeira mais tranquila, tem poço pra nadar e é bem legal para curtir esta queda menor, mas bem bonita. Inclusive encontrei muitas famílias com crianças.

Aproveitei para relaxar e curtir a hidromassagem que foi uma beleza! Hahaha

CACHOEIRA CANDARU

Uma das três cachoeiras que visitei em Engenho II, área que pertence a comunidade Kalunga, a maior comunidade quilombola existente no país.

Saí de carona bem cedinho de São Jorge e percorremos os 157 km até Cavalcante, aí chegamos no CAT para preencher cadastro, pagar a taxa e aproveitar os atrativos. Ah, pela alta temporada, o número de visitantes estava limitado,em 300 por dia, então precisava chegar o mais cedo possível. (Em nossa vez faltavam 75 pessoas para encerrar as entradas).

Não precisa fazer tudo no mesmo dia, você pode pagar a taxa de cada cachoeira separadamente, mas já que estávamos com disposição, bora né?

Paguei a taxa de 40 reais para visitar os três atrativos (10 Candaru, 20 Sta Barbara e 10 Capivara). E também 150 reais (divididos entre três pessoas) para o guia credenciado que nos acompanhou o dia todo. Aliás, para as visitações destas cachoeiras necessita de guia credenciado.

E tenho boas notícias: a Candaru não é tão conhecida justamente pela trilha íngreme e difícil que percorriam a pé. Pois bem, agora tem transporte que chega bem pertinho, custa 10 reais e vai poupar os pés né?

Aí me deparei com este espetáculo: 70 metros de altura, duas piscinas naturais para nadar e este visual incrível!

Bem sereiuda não?

Esta é uma das piscinas naturais para nadar nesta cachoeira. Como era rasa, fiquei ali, me banhando e curtindo o visual.

Mas preciso confessar, sei nadar, mas depois de um perrengue no mar, perdi a confiança, então decidi respeitar as águas e aproveitar dos atrativos com mais tranquilidade.

Então, tô bem afim de fazer natação para ver se saio deste desconforto em nadar nas cachus e mares.

E você, tem algo que gostaria de fazer para aproveitar mais os rolets?

CACHOEIRA SANTA BÁRBARA

Pois bem, considerado uns dos atrativos principais da Chapada dos Veadeiros, a cachoeira Santa Bárbara é tudo isso e mais um pouco do que você está vendo agora. Sim.

E por isso, é beeem concorrida, então, é muito importante chegar cedo para garantir a entrada, já que os ingressos acabam rápido. (Para saber como cheguei aqui, veja os posts anteriores.).

Depois de pegar um transporte adaptado por alguns minutos, vencemos os 1,8 km na caminhada em meio a uma pequena e linda trilha bem característica do cerrado, vale dar umas paradinhas para fotografar.

Recomendo uso de filtro solar, óculos ou chapéu pois a maior parte da trilha é aberta e o sol pega sem dó, a claridade da terra reflete a luz solar, então já viu! A trilha em si não é tão difícil, dá pra ir com calma e então chegará neste espetáculo.

A cachoeira em si não é muito grande e nem sua queda, são 30 metros, tem um poço muito bom para nadar e quem não se sente seguro para nadar, como eu, tem um tronco de árvore salvador para aproveitar o atrativo com mais tranquilidade.

Para pegar o brilho da água em seu ápice, um bom horário é entre meio dia e uma hora, pois o sol estará bem em cima dela. Não tive este privilégio, cheguei depois e por ter bastante sombra, senti frio também. Aí, o lugar ao sol para se esquentar foi igualmente bem disputado.

A água realmente é bem gelada, mas quem liga? Eu quis era entrar mesmo e curtir o lugar, foto então nem se fala, dá para fazer um book! Inclusive, me perdoem, porque verão mais desta maravilha turquesa passando por aqui. Hahaha⠀

CACHOEIRA DA CAPIVARA

A terceira do passeio em Cavalcante. Para chegar nela, fomos de carro, saindo do CAT (Centro de Atendimento ao Turista) em Cavalcante, na hora de ir embora.

No acesso, preciso descer uma trilha com escadas improvisadas com troncos, mas bem segura, acredito que tem dificuldade de locomoção precisa de ser atencioso.

Antes disso, pausa para este horizonte.

Depois da descida toda, de 800 metros, eu estava cansada, (no post anterior) mas olha aí: Plantas do cerrado, som delicioso e calmante da água caindo e esta vista incrível.

Ao contrário da Santa Barbara, aqui o tempo de permanência é livre, então pode aproveitar um bom e longo banho!

Para o fim do dia e da viagem, foi incrível curtir este lugar!

Como chegar na Chapada dos Veadeiros, um sonho virando realidade

Uma das viagens que eu mais queria fazer e de repente tá lá o lugar dos meus sonhos na minha frente.

Quando eu achei que teria que adiar outra vez, o universo moveu a meu favor e tudo foi se encaixando. Me presenteou com tempo bom, tempo, condições e principalmente: pessoas escolhidas a dedo para trazer ensinamentos para o resto minha da vida.


Ainda tô suspirando, tô chapada da Chapada.
Calma, vou contar como vim parar aqui e SO-ZI-NHA, porém depende! Hahaha


Prontos para me acompanharem neste rolet?

COMO CHEGUEI AQUI:

A princípio nem ia, mas como já disse, o universo juntou as condições certas e esses paranauês ajudaram muito também.

Lembrando que fui sozinha, sem carro e apertando o cinto:

1. BUSER: A @buser é um app de ônibus compartilhado, que você baixa, marca sua viagem, recebe a confirmação com as informações e paga mega barato (boleto e cartão, amém!) Seguro, prático e morri de amor. Usei na etapa São Paulo x Brasília (ida e volta).


2. COUCHSURFING: Basicamente, @couchsurfing é uma plataforma de hospedagem de viajantes em que você se cadastra e utiliza se hospedando na casa de alguém ou recebendo alguém de qualquer parte do mundo. Uma forma solidária e rica de conhecer pessoas e aprender sobre a cultura do local e fazer grandes amigos para a vida. Amoooo! Usei na etapa Brasília (queria conhecer a capital também né?)


3. FACEBOOK: Existem grupos de caronas, dicas e hospedagens para vários lugares da chapada. Inclusive encontrei a minha por lá (lugar incrível) e uma carona salvadora também. Claro que é legal dar aquela pesquisada para ver se está tudo certo. Ajuda e muito! Usei na Vila de São Jorge, que amor!


4. BLABLACAR: A @blablacar é uma plataforma de caronas que ajuda e muito. Você se cadastra, pesquisa para seu destino e com preço mais barato.

Obs: Os horários de ônibus Brasília x Vila de São Jorge são bem poucos, então a carona é uma ótima opção. Uso horrores para vários lugares e salva mesmo! Usei nas etapas Sorocaba x São Paulo (ida e volta) – Brasília x Vila de São Jorge (ida e volta)

5. CARA E A CORAGEM: Cara sorridente para fazer amigos, me encaixar nos passeios alheios, dividir as despesas e compartilhar histórias lindas que vou levar no coração.
Coragem que é Cor=coração + Agem=agir
Fui lá e botei o coração pra agir!
Eita que tô toda amorzinho! Hahahah


Espero que tenham gostado, na próxima contaremos mais aventuras de como foi visitar as cachoeiras incríveis da chapada dos veadeiros.

“LesBi Fest – Caminhão de Amor”

Mais que uma festa…

Mulheres estão se amando juntas como movimento de fortalecimento e cura”. Com muitas semelhanças, muitas diferenças e muita pluralidade Afron Lab e Casa Ociréma realizam a primeira LesBi Fest que vai muito além de uma festa vem regado de muito amor, praia, músicas e afeto.

A “LesBi Fest — Caminhão de Amor” tem o intuito de fortalecer laços em rede e compartilhar experiências e experimentações artísticas em um ambiente seguro, confortável e o melhor: com a mãe natureza, na praia 

O evento acontecerá entre os dias 10 e 11 de Janeiro de 2020 na cidade de São Sebastião – Litoral Norte de São Paulo, a 100 metros da Praia da Boracéia.

Na direção do caminhão só mulher potência a videomaker, produtora cultural, articuladora de espaços, art. vista também parte da idealização do #lesbifest, Domênica Guimarães @domenica.guimaraes promete chega naquele jeitão na presença e na voz trocando altas ideias de estratégia de fortalecimento: “Enquanto artistas independentes lesbi nessa indústria criativa que nós inviabiliza, como isso?! Assim juntas!! O talk rola no domingão, de frente pro mar que é abrir os caminhos firma os encontros e expandir a mente!”

O projeto *CRIA DAS ÁGUAS* formado por Beth Sousa – @bebeth_be, Jhenny Santine – @amoraslivres e Helena Garcia @heleiram em um encontro místico entre três musicistas sapatonas fortalecem e compartilham suas composições! Com músicas autorais, o repertório traz referências das religiosidades de matrizes africanas e das vivências de amor entre mulheres!

O evento também será regado de roda de samba com a presença de Awill – @minadfe_ e Maya – @mayahsousa integrantes do grupo @embalae que além de abrilhantar a festa prometendo abalar todas as estruturas!

O evento irá acontecer na Casa Ociréma é um espaço de acolhimento gerenciado por um casal de mulheres criativas e oferece:

· Área para camping;

· Churrasqueira;

· Sala de jogos;

· PISCINA!

Anota na agenda e vem com a gente, LesBi!

Produção: @afronlab e @casaocirema

Informações:

O evento acontecerá das 22:00h do dia 14 de janeiro até às 18:00h do dia 15.

Ingressos:

R$ 150,00 – Incluso transporte (Ida e Volta) + Café da Manhã e Almoço + Área para Camping (não inclui barraca)

R$ 65,00 Entrada + Café da Manhã Ainda dá tempo

GARANTA O SEU INGRESSO:

https://www.fourpass.com.br/e/lesbi-fest-caminhao-de-amor/

https://www.facebook.com/lesbifest/

https://instagram.com/lesbifest?igshid=1hkouhkpkq5w8

Viagem à New York

Nova Iorque é uma cidade maravilhosa, cada esquina há algo diferente. As luzes, lojas,outdoors, pessoas, a arte , enfim tudo encanta.

A minha viagem foi muito bem planejada, pois NY é uma cidade cara e se você busca conhecer um lugar gastando pouco o ideal é montar uma programação antecipadamente. Em relação aos passeios eu comprei um pacote 3 meses antes no site da CityPass onde você pode montar um pacote e sai MUITO mais barato. Outra dica é o cartão ilimitado de 7 dias do metrocard que serve para alguns ônibus também, por 30 dólares. Agora a alimentação, como economizar? Bom, como eu não abro mão de conhecer um pouco da gastronomia dos lugares, a minha dica é ir ao mercado comprar coisas para o café da manhã (eu gastei 2 dólares em um pote de iogurte de 700ml, 1 dólar na caixa de morando e comia isso antes de sair de casa), no almoço, na maioria dos dias, comprava uma salada na 7eleven (cerca de 4 dólares) que tem de vários sabores e são maravilhosas! Já no final da tarde me dava o prazer de comer algo que gostaria de conhecer por aqui,uma pizza, hambúrguer…o que me desse vontade!

É uma dica para quem ficará pouco tempo aqui e precisa ficar o dia todo na rua! Ah não esqueçam da sua garrafinha de água, aqui tem vários bebedouros em parques,lojas…todo mundo anda com sua garrafinha na mão.

Deserto do Atacama é seguro para mulheres?

Desde que comecei a cogitar essa viagem em fevereiro já sabia que não iria acompanhada, minha dúvida era: será que é seguro ficar no meio do Deserto sozinha? A resposta foi surpreendentemente positiva. Se imaginar sozinha em outro país me despertava curiosidade mas dava medo – e se assim como eu, você curte estar sozinha e quer fazer
sua primeira viagem sola, esse texto é pra você… O destino também!

Agora em maio embarquei para o Atacama. Fiquei hospedada no Hostel Pangea, uma das primeiras acomodações de San Pedro de Atacama – simples e com bom custo benefício. É importante saber que essa viagem é um pouco salgada ($), a maioria dos passeios são pagos e fechados via agências, então o roteiro já previa o máximo de economia. Posso
dizer isso também em relação a comida, uma refeição completa e gostosa não sai por menos de 5.500 pesos – pra gente R$ 33,00 dependendo da cotação.

Mas recomendo sem pestanejar: vá para o Atacama! A começar pela pacata San Pedro, que hoje conta com uma população média de 5mil moradores. Me senti segura em estar ali sozinha, negociando passeios e visitando os pontos da cidade. Em todos os cantos, de agências de viagens a restaurantes a frase de ordem era a mesma: ”é brasileira?”. E por
que têm tantos brasileiros por lá? O Chile é um dos únicos países da América do Sul onde a economia está numa crescente, muitos brasileiros estão indo para lá trabalhar. Então, é bem comum esbarrar os nossos. Isso me deu uma segurança a mais, acabei fechando os passeios com eles.

Conheci um grupo de brasileiros e fizemos a maioria dos passeios juntos, saíamos para beber, perambulamos pelas ruas de San Pedro de madrugada e foi bem tranquilo. Ah! Isso é importante, caso beba, fique atenta a quantidade ingerida, a altitude potencializa o efeito do álcool no corpo. O fato é que não me vi sozinha em um só momento – o que não seria
um problema também.

No mais, eu segui algumas dicas básicas de segurança, como: ter sempre um cadeado para a bolsa, principalmente se a ideia for dividir quarto em hostel. Levar o dinheiro e documentos na doleira junto ao corpo. E falar pouco sobre estar sozinha, como passei 3 dias em Santiago, capital (vai ter um texto sobre isso sim \o/) percebia as pessoas,
principalmente homens bem curiosos, então não comentava tanto. Custo total da viagem para o Atacama (passagens aéreas, alimentação, transfer, hostel, passeios, gastos extras e seguro viagem): R$2152

Ps: a consultora e viajante @aondevaimarcella me incentivou e planejou todos os gastos e dicas desse roteiro <3

Como aproveitar um final de semana em Londres

Em janeiro eu decidi ir para Londres no meu aniversário. Estou morando em Kyiv, na Ucrânia, e daqui um voo, ida e volta para Londres, sai por volta de R$150. Comprei a passagem no Skyscanner e fiz a reserva de uma noite no hostel Smart Hyde Park Inn pelo Booking.

Meu voo saiu de Kyiv por volta do meio dia e chegou no aeroporto de Londres Stansted cerca de três horas depois. Por esse aeroporto ser afastado do centro da cidade, fiz a reserva de um ônibus que leva até os principais pontos da cidade da rainha. A empresa National Express faz o trajeto em cerca de uma hora e meia e sai por 14 libras, ida e volta. 

O hostel que fiz a reserva tem nota 7 no Booking, mas esse lugar me decepcionou muito. Quando cheguei o recepcionista não me explicou como eu iria até o meu quarto, me deu um papel com a senha do Wifi e disse que o meu armário era o número 8 mas que ele não sabia quais camas estavam ocupadas. 

Como eu não tinha muito dinheiro, peguei um quarto com 16 camas e que arrependimento. O lugar fedia, cheirava a chulé e não sei quando foi a última vez que alguém passou um aspirador de pó naquele lugar. Minha cama ficava numa ponta do quarto e o armário em outra. Levantei as mãos pro céu por ter feito reserva para uma única noite.

Contexto e dica de fuga de hostel dada, vamos ao roteiro. 

Primeira noite: 

Como cheguei numa sexta-feira decidi ir para o London Party Pub Crawl. Em São Paulo fui guia de Pub Crawl e amo essa modalidade de tour. 

O Pub Crawl é um tour de bares e baladas que, por 17,50 libras, você conhece 5 bares diferentes com gente do mundo todo. Lembrando que esse preço só vale se você fizer reserva pelo site oficial deles.

Estava sozinha, fui a primeira a chegar e logo depois uma dupla de amigas da Suécia entrou. Grudei nelas e feito! Amigas de night. 

Segundo dia:

O sábado foi um dia corrido. 

De manhã cedo corri em direção a ponte de Westminster pois de lá saía o cruzeiro turístico que passeia pelo rio Tâmisa. Para quem faz reserva pelo Booking há um desconto e o preço que normalmente é 19 ,50 libras, fica por 15. A empresa que opera esse passeio é a City Cruises e ele dura aproximadamente uma hora e meia. 

Eu achei que seria um passeio meio “pega turista” mas eu realmente gostei. Dentro do barco tem um restaurante e um guia super engraçado. O tour passa pelos principais pontos a beira do rio e acaba sendo uma boa maneira de ver um outro ângulo da cidade.

Big Ben em reforma
Minha parada foi na Torre de Londres.

Depois, foi hora de almoçar e fui até o East End de Londres para o tour com a Alternative London. Nesse tour, por 30 libras, você passeia de bicicleta por 3 horas pelas ruas deste bairro “alternativo” de Londres e de quebra conhece várias obras de street art. 

No dia que fui estava nublado e ameaçando chover então eu era a única partipando do passeio. Dessa maneira eu consegui conversar bastante com a guia que super entendia sobre o street art e que me levou para alguns murais que normalmente não fazem parte do roteiro oficial.

Depois do tour foi hora de ir para o real motivo que me levou para Londres nas vésperas do meu aniversário, o musical Hamilton. 

Esse musical conta a história de Alexander Hamilton, um dos país fundadores dos Estados Unidos. É um musical revolucionário escrito por Lin Manuel Miranda em que a maioria das musicas tem estilo hip hop e R&B. 

Me apaixonei por essa história no ano passado e era um sonho ir até a Broadway assistir. Mas como me mudei para a Europa me organizei para assistir a versão britânica do sucesso americano. 

O ingresso não é barato, ultrapassa as 140 libras se não comprado com antecedência, mas era o meu presente de aniversário para mim e, como economizei em todos os outros pontos da viagem, paguei em janeiro junto com a passagem, tive que fazer acordo com o cartão para não comer meu limite todo e é isso. Mas o sonho foi realizado e eu pude ver Hamilton super de pertinho.

Eu praticamente não me lembro de NADA da peça, somente da chuva de sentimentos que eu ia tendo a cada nova música que tocava. 

Eu chorei muito, tremi muito, me emocionei muito e saí do teatro em êxtase. Não conseguia pensar, não conseguia esboçar nada só fiquei incrivelmente feliz e agradecida por ter realizado aquele sonho. 

Depois da peça já era hora de pegar o ônibus da National Express e voltar para o aeorporto. Para minha sorte o busão saía do terminal rodoviário que era ao lado do teatro. Passei a noite no aeroporto e voltei para casa, feliz da vida por ter realizado um sonho e mega cansada depois da correria.

Viajar

O ar diferente
no respirar
O céu parece
confortar
o que distante
nunca está…
A estrada infinita
Se torna finita
na descoberta
Do infinito
que ali,
é finito…
Conhecer
Confortar
Buscar
O desconhecido
Lugar,
Um conhecido
No ar
O mar
Amar
Em tempos
de refrescar
encontrar,
O que estava esquecido, em algum lugar…

“Gire fundo, que esse mundo é tão maior”

Hello, girls

How are you?

Aqui estou eu, há mais de 30 dias pensando, ensaiando e buscando dentro de mim o que há de melhor para escrever para vocês.

Em um certo momento da minha militância fui silenciada e nunca mais consegui escrever – bloquiei geral – tem sido um processo diário de refletir e tentar colocar pra fora o turbilhão de sentimentos e sensações dos últimos meses.

Gostaria que vocês soubessem e acreditassem que a palavra tem FORÇA.

Como algumas ou muitas de nós , penso que todas entendemos de onde viemos e nosso lugar social diante dessa sociedade classista. E por que to dizendo isso?

Porque nem nos meus sonhos maiores, eu poderia acreditar que estaria fazendo um pequeno mochilao e/ou escrevendo para um blog, sobretudo, um blog de manas Pretas. No meu humilde e simples jeito de viver, passear por lugares que não fosse o centro de SP e seus arredores ate então era algo MUITO FORA DA MINHA REALIDADE.

Eu tenho muitos amigos (brancos) que já viajaram por todo esse BR e todos moraram no exterior e apenas uma amiga/irmã Preta que conseguiu ultrapassar as barreiras e mochilar pela América Latina – ainda assim, não era possível me familiarizar com isso, eu não conseguia me visualizar realizando algo semelhante.

Em 17,  meados de Junho eu estava em casa e comecei a me questionar sobre diversas espaços e lugares que não temos acesso e naquela noite eu disse pra mim mesma: “ Ate Dezembro eu vou conhecer alguma cidade de Minas Gerais “

Fui pro quintal, estiquei um tapete e comecei a conversar com as estrelas e com Deus, disse a ele o quanto eu queria realizar essa vontade e que precisava da ajuda dele. Os dias passaram, continuei a rotina da vida e numa segunda feira do mês de novembro, encontrei uma amiga na rua que me fez o convite pra ir em Santome das Letras. Fiquei um pouco apreensiva , porém no mesmo instante eu disse que iria – não tinha dinheiro e nem pra quem pedir – mas eu sabia que de alguma forma o universo iria conspirar pra conseguir.

No mesmo dia entrei em contato com a Bruninha @ventosdeluz e disse que não tinha grana, mas gostaria muito de ir na excursão, ela em nenhum momento exitou em dizer não, apenas confiou e disse que meu lugar tava reservado, pra eu pagar como pudesse.

E foii lindo. Santome das Letras e uma cidade bem acolhedora, com uma atmosfera e energia surreal. Foi uma trip de quatro dias e foi libertador topar essa viagem e visualizar que novas possibilidades  estavam se abrindo para mim.

Entrei 18 fazendo planos e escrevi no meu diária, que iria conhecer dois estados – não sabia qual, nem quando nem como – mas novamente emanei pro Universo.

O primeiro semestre foi amorosamente lindo, vivi a paixão mais linda e louca de toda minha existência – sabe aquela paixão que arrebata tudo e todos? Que a gente idealiza que vai  subir aos céus com apenas um beijo? Pois é, eu tive essa sorte, oh Glória!

Mas na mesma intensidade que cheguei aos céus, desci ao inferno e essa relação foi um divisor de águas na minha vida, na verdade está sendo.

Em dezembro, estava em casa, curtindo uma bad daquelas de cortar os pulsos – eu estava literalmente na lama e então, deitada, chorando, ouvindo Anna Trea e sua linda poesia que diz mais ou menos assim:

“ Abre as asas!

Não dá mais, ser cores de outros carnavais

Outros panos, panos que não te vestem mais

Pise firme, não há por quê olhar pra trás

Sê inteira, sê a luz que ilumina tua paz

Coragem!

O de sempre, de não haver ponto sem nó

Dança tudo, faz e espera o melhor

Gire fundo, que esse mundo é tão maior

Tê certeza de que não caminha só na viagem

Te veste da tua alma, tua verdade, teu amor

Ta na porta a nova era que chegou

Dê passagem!

E olho o olho dessa era que chegou

Todo um mundo girando com o teu girar

Tua dança, não é vã, tem que dançar!

Novo rio, um (novo) caminho prá correr

Teu pavio se acendeu deixar ferver

Dê passagem

Essa poesia, a melodia dessa música bateu tão forte em mim, dialogou tão diretamente com minha alma e naquela noite, eu decidi que iria embora da cidade cinza e iria mochilar pelo BR.

Pedi a conta do trabalho, tranquei a faculdade e aqui estou eu, no terceiro mês de viagem, no segundo Estado e me planejando para o próximo. Quer saber a continuidade dessa história?

Eu conto no caminho… me acompanha que logo tem texto novo.

E se você chegou ate aqui, eu agradeço e deixo uma pergunta no ar:

Você tem acreditado na força de suas palavras e seus pensamentos???

Um beijo

Carinhosamente, Het Heru