Vamos ao museu durante a viagem? Em primeiro lugar gostaria dizer que viajar nem sempre ir à museus…. Vou te contar que é um investimento “caro” e se não colocarmos na ponta do lápis esse rolê, parte do seu orçamento da viagem fica aqui.
Sendo assim, vou dar algumas dicas sobre como ir em museus se planejar para não gastar muito ou ir de graça.
1ª Nem toda viagem você precisa ir ao museu!
✅A primeira coisa é que nem toda viagem você precisa ir aos museus, tá tudo bem! Vc não vai morrer se não for em todos. Já fui pra Paris e não entrei no Louvre, ou seja, sobrevivi. Motivos tempo e dinheiro 😅
2º Todos os museus têm dia gratuito na semana, mês ou ano!
✅Segunda todos os museus têm um dia gratuito na semana, mês ou no ano, se informe! Brasil, países africanos, europeus e asiáticos super rola. Às vezes tem uma burocracia de enviar e-mail ou uns truques dia do museu(18 de maio) vc pode entrar gratuitamente, foi assim que entrei gratuitamente na maioria os museus de Maputo – Moçambique.
3º Planejamento financeiro antes da viagem
✅ Terceiro se tiver um/dois/três museus que você quer muito visitar, já guarde esse dinheiro antes da viagem e coloque no orçamento.
4º Planeje tempo
✅Quarto não vá ao museu com tempo corrido. Se você for ficar 2 dias e quer colocar 1 museu na rota, planeje bem porque obras são para contemplar. Lembro eu e minha prima na África do Sul no museu Hector Pieterson que chegamos 15 minutos antes de fechar. Adivinha? Corríamos por todas as áreas do museu igual doidas e era o museu que mais queríamos ir, adivinha? Não vimos nada direito, lembro pouco e nem inglês eu falava, ou seja, não entendi nada🤷🏾♀️🤦🏾♀️.
5º Vá em museus menos populares
✅Quinto vá aos museus menos populares, você poderá se surpreender. Foi em museus menos populares como na cidade de Tefé – AM que pude conhecer um historiador que sabia da história da cidade além do museu como ninguém e soube coisas e informações que anos viajando nunca iria saber.
E por fim gostaria muito de saber como é a sua relação de museu e viagem ? Você é do tipo que investe em museus ou nem quer saber sobre…
Ah, eu espero que tenha gostado dessas 5 dicas escrita por Rebecca Aletheia.
Antes de mais nada, Salvador é regada de lugares magníficos e não seria diferente no seu subúrbio, regada de muitas ilhas, a Ilha de Maré é um passeio imperdível para se fazer, Joice Santos compartilha a dica dessa viagem. Nesse sentido, não é novidade que a natureza foi generosa com a Bahia.
Eu particularmente sou suspeita, mas não há dúvida que na Bahia você encontra tudo de mais belo.
Já ouviu falar de Ilha de Maré? Uma pequena ilha cercada por águas cristalinas e vegetação de mata atlântica, manguezais e a calmaria de vilarejo.
O que pouca gente sabe é que não precisa ir muito longe para conhecer essa ilhota. Localizada na baía de todos os santos, ou seja, a segunda maior Baía do mundo e à 20km de Salvador.
Ilha de maré pertence a Salvador – BA
Como chegar:
Localizada no subúrbio ferroviário de Salvador, na cidade baixa, você pode ir de ônibus, uber ou carro.
Há ônibus que saem da rodoviária de salvador, no ponto em frente ao elevador Lacerda, tenha paciência porque será uma viagem, em média 1h:30 de busão.
Não há carros na ilha, então caso vá de carro, terá que estacionar nos arredores da praia de São Tomé de Paripe, próximo Base Naval.
o local que saem as embarcações, fica próximo a praia de Inema (praia particular onde se encontra a casa de férias do presidente do país), pequenos barquinhos saem a todo momento, valor atual R$7,00 com duração de 20min. Nem precisa procurar muito, os marinheiros irão até você.
As Praias:
Há diversas praias que você poderá ficar, praia de botelho, Santana, itamoabo e praia das neves
As mais procuras são praia das neves e itamoabo
Praias cristalinas, com pequenas poças e sem ondas, ótimo para crianças e para adultos que tem medo de onda (eu no caso) KKKKKK
É possível dar uma volta pela ilha em um dia, só não se perca nas horas a última embarcação para Salvador é às 17h, então esteja na praia antes do último barquinho.
Vou ser bem sincera com você, não crie expectativa, não há infraestrutura turística, com hospedagem e/ou serviço especial para turista. A ilha é simples, com pessoas simples. Uma pequena comunidade de doceiras, marisqueiras e pescadores, pessoas de idade que vivem no vilarejo a anos.
Conexão com moradores e com a natureza é o que você busca, então venha para ilha de maré.
Como os moradores dizem, a ilha é esquecida pelos governantes, se por um lado o acesso para alguns serviços são precários, por outro os moradores conseguem manter os costumes e tranquilidade do vilarejo sem interferência de tantos turistas.
Hospedagem:
Até o momento identifiquei apenas três pousadas conhecidas, duas ficam na Praia de Itamoabo e uma na Praia das Neves. Segundo os moradores é melhor alugar uma casa dentro do vilarejo e passar alguns dias.
Em época de férias (Natal, Réveillon) os moradores de salvador, alugam casas em pequenos grupos, ótima pedida para sair dos destinos tradicionais de festas.
Alimentação:
Antes de mais nada, as praias possuem barracas, algo que poucos anos, uns cinco, seis anos atrás, não se via.
Bebida e comida acessível, preço de povão. Adorooo!
Cerveja 10 reais, Pastel 6 reais, moqueca em média 60 Reais, atende duas pessoas confortavelmente.
Barracas de drinks com direito a dj, sim temos. Kkkkkk
Por fim, Salvador é outro sabor, já dizia O POETA: música, bebida e festa é nosso gás.
Não há dúvida que a ilha esta mudando e a frequência de visitantes aumenta a cada dia, acredito que daqui a 5 anos teremos mais opções de hospedagens, por enquanto, o bate volta funciona diariamente e vale super apena.
E aí, gostou dessa dica de viagem ela Ilha de Maré? VENHA CONHECER O SUBÚRBIO FERROVIÁRIO DE SALVADOR
Améfrica entre viagens e escrevivências: como conhecer outros países latinoamericanos me ajudou a encontrar meu tema de pesquisa? por Geinne Moreira
No processo de escrita do meu trabalho de conclusão do curso de Geografia sobre as relações raciais na América Latina, eu fui atravessada por memórias que me levaram para bem antes de quando comecei a refletir sobre minha corporeidade negra diaspórica. Lembrei muito das mulheres negras e nordestinas que mais me dão forças: minha mãe, minha avó, minha irmã e minhas tias. Foram elas que, mesmo não tendo sinalizado sobre como enfrentar o racismo, me ensinaram a ser forte e a lutar, o que eu vejo como uma das maiores referências que tenho sobre (re)exisistência, já que em meio a condições tão duras, além de tudo, me ensinaram o que é o amor. São elas também, as minhas memórias ancestrais e raízes mais profundas, que me dão motivação e força para ocupar e lutar por espaços que historicamente sempre nos foram negados.
Não lembro a primeira vez que falei “eu sou negra”, porém recordo-me profundamente dos impactos do racismo não só na minha trajetória, mas também de outras pessoas negras a minha volta. Junto isso, refletir sobre os processos e os efeitos do racismo, dentre outras coisas, é o que as palavras de Beatriz Nascimento nos descreve:
[…] enfrentar uma história de quase quinhentos anos de resistência à dor, ao sofrimento físico e moral, à sensação de não existir, a prática de ainda não pertencer a uma sociedade na qual consagrou tudo o que possuía, oferecendo ainda hoje o resto de si mesmo.
(1974b: 76 apud RATTS, 2006, p. 39).
Nesse sentido, ser negra no contexto latino-americano é fazer parte de uma frente de batalha constante dentro de sociedades racistas que de todas as formas tenta nos negar e segregar, seja aqui no Brasil, ou na Argentina, Peru, Colômbia, etc.
Lembro que em uma das milhares de palestras que eu vi sobre a questão racial, o Professor Silvio Almeida disse que uma pessoa se torna negra através de duas formas de nascimento: um quando nasce e outro quando passa a se questionar sobre os impactos do racismo em sua vida.
Dentro disso, é dolorido perceber, como nos mostra Franz Fanon (2008), as máscaras brancas que somos obrigadas/os a usar para nos inserir na sociedade e do quanto dentro desse processo há uma autonegação da nossa própria existência, já que para que a inserção aconteça, passamos por diversas imposições e assimilações dos padrões da branquitude, que Neusa Souza Santos (1983. p. 23) nos descreve bem em seu livro “Torna-se Negro”.
Por outro lado, a desconstrução desse processo é um dos maiores atos de liberdade, ou seja, é como se fosse um segundo nascimento, já que a partir daí, passamos por um processo de diluição e desconstrução dos efeitos do racismo através da mudança da forma como nos enxergamos e vivenciamos o mundo, mesmo sabendo que a consciência negra não nos torna isentos do racismo estrutural.
Pensando nisso, lembro-me de cada livro, encontro, texto, poema, música, palestra, filme, teatro, dança, coletivo, atos, manifestações e vivências sobre as relações raciais que passaram por mim, principalmente, através da forma como eles continuam me atravessando e me fazendo refletir até hoje, assim como cada viagem, que ao ir de encontro a conhecer um novo lugar, pude conhecer também lugares dentro de mim mesma. Isso ficou ainda mais forte quando viajei para outros países na América do Sul, pois esse autoconhecimento ampliou ainda mais a forma como eu pude vivenciar a dimensão e diversidade cultural Peru, Colômbia e da Bolívia, que foi o país que eu tive a oportunidade de visitar duas vezes.
É por isso que acredito profundamente no que Conceição Evaristo chama de escrevivência(s), que significa “a escrita de um corpo, de uma condição, de uma experiência negra” (2007, p.20), mas que podemos levar para outro tipo de escala, ligada às experiências negras latino-americano, pois apesar de estarmos em múltiplas particularidades e territorialidades, existem fatores que nos unem, principalmente em relação às lutas contra o racismo.
Junto a isso, escolhi estudar o meu trabalho de conclusão de curso, assim como agora no mestrado, sobre a população negra na América Latina, pensando no que Evaristo nos ensina em relação a importância de romper com a passividade da leitura e buscar o movimento da escrita. Para ela, o ato de ler oferece a apreensão do mundo, já o de escrever ultrapassa os limites de uma percepção de vida: “(…) Em se tratando de um ato empreendido por mulheres negras, que historicamente transitam por espaços culturais diferenciados dos lugares ocupados pela cultura dominante, escrever adquire um sentido de insubordinação” (EVARISTO, 200. p. 20 e 21).
Pensando nas escrevivências, não foi diferente em relação a escolher estudar mais especificamente as relações raciais na Colômbia, pois teve ligação direta com uma viagem universitária que fiz em julho de 2013, em que através de um encontro de estudantes de todos os lugares da América Latina e de algumas outras partes do mundo, pude conhecer algumas comunidades indígenas e alguns dos mais importantes Parques Arqueológicos da Bolívia, Peru e Colômbia.
Foi nessa viagem que aprendi a olhar mais de perto e refletir sobre a minha corporeidade negra latino-americana, principalmente pelo fato de que uma das coisas mais marcantes que acontecia, muitas vezes sem que eu dissesse uma palavra, era a tentativa das pessoas de adivinhar de que país eu era e sempre perguntavam: “Você é brasileira ou colombiana?”. Depois de ter escutado isso algumas vezes, percebi o quanto eu não sabia praticamente nada da história da Colômbia, muito menos sobre a população negra de lá, da qual, eu como uma geógrafa em formação na época, ainda mais estudando dentro de uma das mais importantes universidades da América Latina, nunca tinha ouvido falar sobre tais assuntos nas aulas.
Ao voltar da viagem e ao entrar em uma imersão sobre estudos ligados as questões históricas e geográficas dos negros na Colômbia e de outras localidades da América Latina, como por exemplo, no Chile, Venezuela, México, Peru, Argentina e etc.
Dentro disso, pude constatar que mesmo no Chile, houve um processo de branqueamento tão forte que praticamente apagou vestígios da presença africana, mas os dados demonstram que entre 1540 e 1620, havia muito mais negros que brancos (MELLAFE, 1959 apud NASCIMENTO, 2008, p. 143); na Venezuela a população africana chegou a quantidade de 406 mil habitantes e a europeia, de 200 mil; já o México recebeu, entre os períodos de 1519 a 1650, dois terços de todos os africanos que foram trazidos a força para as terras colonizadas pelos espanhóis, onde em 1570, a população africana do México chegou a 20.569, dos quais 2.000 moravam em comunidades livres chamadas cimarrones (BELTRÁN, 1946, p. 111-2 apud NASCIMENTO, 2008, p. 144); em Buenos Aires na Argentina, no século XIX, mais de um terço da população era negra (RAMA, 1967, p. 15 apud NASCIMENTO, 2008, p. 148); em Lima, capital do Peru, antigos censos mostram que em 1640 havia quinze mil negros, o que correspondia praticamente a metade da população (NASCIMENTO, 2008, p. 147) e nas décadas de 1970 havia mais ou menos sessenta mil negros no Peru (CRUZ, 1974 apud NASCIMENTO, 2008, p. 147); na Colômbia, por sua vez, a população negra chegou a somar 80% da população em 1901 (VELASCO, 1966 apud NASCIMENTO, 2008, p. 143).
Através desses dados, venho pesquisando sobre o tanto de histórias, sociedades, culturas, conhecimentos, tecnologias e múltiplas formas de se organizar vieram junto com as populações africanas, e que por muitas (re)existências a todo tipo de genocídio, nos atravessam até os dias de hoje.
É extremamente importante lutar pela visibilidade e não apagamento das produções de conhecimentos sobre o tema, não só no contexto da Colômbia, mas de toda a diáspora africana presente dentro do continente Americano, que podemos também chamar de Amefricano, como nos mostra Lélia Gonzalez (1988), ao escrever sobre a “categoria político-cultural Amefricanidade” e a experiência comum da população negra nas Américas, onde a autora destaca a ligação e a importância da nossa ancestralidade através das propostas que buscavam alternativas de organização social, como por exemplo, os quilombos no Brasil, que era muito similar ao que acontecia na Colômbia através dos palenques e em outras partes do continente Americano com os cimarrones, cumbes e maroon societies.
É importante enfatizar, que não se trata de trazer um olhar essencialista e fixa sobre a cultura, mas sim o que Gonzalez, como nos mostra Bairros (2000, p.11), aponta sobre reivindicar que essas experiências são patrimônios culturais históricos vindos da África, onde negras e negros deram continuidade até os dias de hoje em toda a diáspora africana.
Escolher estudar as relações raciais na Colômbia através de algumas experiências de viagens pela América Latina, vai de encontro com a importância de desconstruir/descolonizar a ideia da história e a geografia da exclusão da população negra ao reafirma “a produção de uma imagem de território que remete exclusivamente à colonização pela imigração europeia, oculta a presença negra, apaga a escravidão da história da região e assim autoriza violências diversas” (SANTOS, 2007, p. 15). Com isso, a importância do papel de estudos dentro desse tema, e como reforça Santos (Ibid) , no que diz respeito a novas construções críticas, releituras e representações da realidade, para não reforçar os padrões perversos e violentos impostos pelas estruturas de poder que sustentam o racismo.
Geinne Monteiro de Souza Guerra
Nordestina, nascida em Juazeiro na Bahia, migrante em São Paulo, viajante do mundo, educadora, mestranda em Geografia Humana (USP), membro-fundadora do Núcleo de Estudantes e Pesquisadoras Negra do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (NEPEN GEO-USP). Atualmente realiza pesquisa ligada às relações raciais da população negra na América Latina.
EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimentode minha escrita. Marcos Antônio Alexandre, org. Representações performáticas brasileiras:teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza, 2007.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira- Salvador:
NASCIMENTO, Elisa Larkin. Lutas Africanas no Mundo e nas Américas. A Matriz Africana no Mundo. Elisa Larkin Nascimento (org.). São Paulo: Selo Negro, 2008. Sankofa: Matrizes africanas da cultura brasileira. Disponível em:
RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. Imprensa Oficial, São Paulo, 2006. Disponível em: <https://www.imprensaoficial.com.br/
SANTOS, Renato Emerson dos. Diversidade, espaço e relações étnico-raciais: O negro na Geografia do Brasil. Apresentação. Org. por Renato Emerson dos Santos- Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
SOUZA, Neusa Santos. Torna-se negro: As vicissutudes da identidade do Negro
Brasileiro em Ascensão Social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983. Coleção Tendências;v.4.
Mulheres Negras Poderosas, Empoderadas, Viajadas e Poliglotas! Não estamos sós e poder contribuir com o conhecimento das nossas companheiras, é um ato político e nossa responsabilidade com as nossas irmãs negras viajantes ou não. Isso significa, que não algumas pessoas podem ser poligotas, mas você também. Sim, você pode ser poliglota! Yes, WE CAN DO IT! Si, NOSOTRAS PODEMOS HACERLO! Ja,WIR KÖNNEN ES SCHAFFEN! Sim, NÓS PODEMOS!
Nesse sentido e com muito prazer, compartilhamos e apoiamos a iniciativa da professora Ariani Teodoro, que em parceria com a Bitonga Travel teremos o nosso primeiro curso intensivo de inglês, alemão e espanhol durante quatro semanas com carga horária de 2 horas semanais tem como objetivo mostras às mulheres Negras e Viajantes as principais situações que podemos enfrentar em nossas viagens e onde falar o idioma faz total diferença para economizarmos tempo e também dinheiro! (Certo?!)
Da pronúncia correta, aos falsos cognatos… Sendo assim, vamos juntas?
Com 30 anos, é daquelas mulheres de encher o coração de inspiração, negras viajantes e poliglotas : “desde os 6 anos meu pai me incentivou muito a estudar, pois, como ele não teve a chance, investiu tudo que podia (e muitas vezes não tinha) para que eu pudesse vivenciar… a vida me retribuiu, com muitas dificuldades mas também com muitas vitórias!“
A Professora Ariani com toda a certeza domina os idiomas Inglês, Alemão, Espanhol e Francês: “idiomas que domino com experiência e certificação internacional, vamos juntas aprender um pouco mais?” A princípio serão apenas os idiomas Inglês, Espanhol e Alemão, as aulas darão início na semana do dia 13 de julho de 2020.
Curso Intensivo de Inglês
Opção 1 – 13.07 à 13.08 –
Aulas Segundas e Quartas das 10 às 11:00
Opção 2 – 13.07 à 13.08 – Aulas Quintas e Sextas das 19:30 às 20:30
Curso Intensivo de Espanhol
Opção 1 – 13.07 à 13.08 – Aulas Terças e Quintas das 10 às 11:00
Curso Intensivo de Alemão
Opção 1 – 13.07 à 13.08 –
Aulas Sextas das 17:30 às 19:30
Dessa forma a plataforma onde será ministrada o curso será: Skype
Livros base: Não é necessário adquirir, ou seja, divulgamos apenas para referência (Autor Ron Martinez)
Sobre as aulas
Com a finalidade de um ensino rápido prático e dinâmico, serão abordadas situações: iremos do vocabulário, às possíveis frases (perguntas e respostas).
Não é necessário conhecimento prévio do idioma, ou seja, todos os níveis (nenhum conhecimento, básico, intermediário e avançado) são bem vindos!
Por último, as inscrições irão até o dia 10 de julho, e as aulas darão início na semana do dia 13 de julho no horário previamente estipulado.
Para fazer a sua inscrição, click no link abaixo , tenha o aplicativo Skype e vamos juntas, afinal de contas, o mundo é nosso!!!
O seu é diferente
Do outro,
Mostre o seu,
Insista com o outro
Compartilhem…
Pode ser dom
Pode ser bom
Com som
Sem som
Consuma…
Cada ser
Sabe ser
O melhor de si
É só deixar
Fluir…
Tem ali,
O que varre
O que costura
O que escreve
O que pensa
E até o que não faz nada
Acaba fazendo
O seu melhor,
As vezes é só Ser só, Explore, Sem ser explorado Permita-se!
Ana Torquato – Escritora e poeta por amor, com dois livros publicados e participação em antologias, foi premiada com o primeiro lugar em um concurso nacional de poesias no ano de 2019 , é membro da Academia de Letras da Manchester Mineira em Juiz de Fora, formada em Administração de empresas, é bacharela em Ciências Humanas e pós graduada em Gestão de Pessoas.
Apaixonada por viagens, fotografia, aventuras e correspondente da Bitonga Travel.
Eu não sou do mundo da moda e nem tenho pretensão de entrar neste mundo. Mas eu preciso dizer que ao longo da minha vida de viajante e quando a gente se encontra, quando nos conhecemos como parte neste mundo se vestir flui e não se torna um peso, se torna algo prático. Mas chega de romance amiguinhxs, antes de mostrar por onde vivi e por onde passei precisamos mostrar a caminhada e relação entre moda e viajem.
Criar a minha identidade pessoal em uma infância discriminatória, racista e machista fora do meu ambiente familiar foram sempre muito difíceis porém sempre me fortaleceram, longe de mim ser a super poderosa, a melhor bla, bla, bla. Saiba que essa não é questão de me enaltecer porque eu não preciso disso. Mas é pensar de onde surgiu esse EU!
Como criar minha identidade após anos/décadas as minhas roupas serem mencionadas como baiana? Como conseguir sobreviver sã com esse assa grave discriminação racista e xenofóbica, o que me fez a ter a minha consciência política de que SIM! Eu estou BAIANA e isso para mim, significa que estou mais linda.
Meus avós, nesse caso os três, Vó Alice, Vó Maria e Vô Sebastião vieram da Bahia e sempre nos ensinaram a ter orgulho e quanto a Bahia tinha muito a contribuir para todo o Brasil e eu não tenho dúvida, eles estavam certo, mostrando a sua importância na história, certamente meus irmãos e primos lembram da vó Maria dizendo todos os artistas baianos e sua importância para a nossa valorização cultural.
Eu sofri, ahh sofri muito, mas nunca deixei de ser eu, ter a minha personalidade, de ser livre em fazer minhas escolhas. Já contei para vocês no relato da minha história profissional parte 3 sobre como foi dolorosa a minha questões com roupas até para ser aceita no meu grupo de amigas quando eu usava uniforme para ir à escola no período do noturno quando não era obrigatório e quase ninguém usava.
Misturo cores, hoje você diz ser bonito, mas por muito tempo eu ouvi ser dito como ridículo. Doeu, mas eu nunca esmoreci, sobrevivi, o que você diz ser moda e viajem hoje, eu te digo, foi a minha teimosia e resistência.
Sempre fui apaixonada por cores e tenho um pai que tem muito estilo até mais que mamãe, tudo tem que se conectar, combinar, ser original e autêntico. Aprendi a importância de valorizar os artesãos e os produtores locais que não há preço que pague esse trabalho e reconhecer quem produz.
Eu nem preciso dizer que AMO CORES e poder viver por mais de um ano nos países dos tecidos(Tadjiquistão e Moçambique) foi uma realização, era como se eu estivesse no universo mágico das cores, se você der um Google sobre Tadjiquistão você não irá encontrar muitas informações e para a minha felicidade ao chegar por lá o país é colorido e cheio de tecidos um mais lindo que o outro, cada esquina uma loja de tecidos, ahhh eu estava no paraíso e reacendia o meu contato com moda e viajem.
Moçambique o país das capulanas, assim como chamam os tecidos africanos por aqui, nem preciso dizer que amo e como eu não coso, isso mesmo, eu não COSO! Em Moçambique a palavra costurar é dita como Coser, amo criar amo olhar o tecido e pensar no que podemos transformar esse tecido e fazer com que fique mais lindo. Os tecidos africanos têm uma pegadinha com os desenhos precisam ser simetricamente compostos e isso é realmente para especialistas e eu não me arrisco a cozer. Queria fazer aula de costura, mas era muita atividade para uma mulher só, ainda amo poder cada dia descobrir uma nova costureira ou costureiro e pensar ideias juntas, poder imaginar uma nova roupa, poder contribuir mais para a comunidade.
Sou do universo criativo, não sou das habilidades manuais, eu não tenho muita paciência, quero que as coisas fiquem prontas rápidas, mas no universo da costura, da moda tudo tem o seu tempo. Eu consigo compreender que está tudo bem em eu não poder fazer tudo e que tem pessoas aptas para todos os tipos de atividade, porém preciso cooperar para que todos os produtores tenham o seu legitimo e merecido reconhecimento.
Vivendo no Tadjiquistão, mas especificamente na rota da seda, fiz questão de ir em uma plantação de algodão e colher para sentir na pele que tudo tem uns preços e valores que não fazemos ideia o quão trabalhoso é desde o plantio e a colheita. Eu senti a dor em colher algodão, assim machuquei a minha mão. Isso para mim era pensar em moda e viajem. Pude parar para admirar o agricultor a rezar para Alá agradecendo a possibilidade de não ter tido praga este ano.
Tentei por diversas vezes aprender a costurar, mamãe tentou, porém, santa de casa não faz milagre. Minha primeira vez com uma professora de costura ela só falava em Tadjique, ou seja, era no olho e por algumas palavras que eu podia entender. Cheguei a comprar a minha primeira máquina de costura no Tadjiquistão, tive uma relação de amor e ódio, a gente não se entendia, eu não sabia costurar e não sabia quantos detalhes tem a máquina. Comprei com um rapaz que só falava tadjique e o Sasha(motorista) me ajudava a traduzir, mas ele não falava muito bem inglês e me traduzia como conseguia. Eu voltava com a máquina toda semana e dizia que não funcionava, até o Sasha sugerir que eu pedisse a um tradutor para ir comigo, mas nada de eu aprender a coser, não era nosso tempo. Aprendi a passar a linha na máquina, aprendi a rebobinar aprendi a ter paciência assim como doei a máquina a um colega do trabalho que queria presentear a esposa fazia anos, porém não tinha dinheiro. Ele me liga até hoje agradecendo a máquina.
Voltei ao Brasil e fiz um curso básico de corte costura com as Candaces Moda Afro, foi muito legal e dessa vez em Português. Hoje me sinto muito segura em fazer bainha, considero um trabalho árduo preciso dizer.
Aprendi também que implorar desconto nem sempre é justo com todos os meios de produção é negligenciar cada ato da produção, considero a importância de poder pensar nas minhas roupas. Valorizar os produtores das regiões, países dos quais passo e pensar em um consumo consciente em doar quando tenho em excesso e doar enquanto está em boa qualidade, de poder fazer meus bazares de troca assim como fazer meu brechó de desapego. E hoje compartilho meu guarda-roupa de roupas para que as pessoas possam alugar peças ao redor do mundo na Ubuntu Guarda-Roupas
Diminui meu guarda-roupa e acredito que nossas roupas assim como eu uma viajante, as minhas roupas precisam voar, precisa encontrar outros corpos e fazer com que nossa energia circule (como a Thalita Fonseca me ensinou), não podemos nos apegar às peças de roupa, precisamos é saber que tudo deve ser consciente, que além de ter é ser! A roupa traça a nossa personalidade, mas podemos trazer a nossa personalidade a roupa e é isso que temos que fazer.
Esta é a minha história com moda e viajem, viajem e eu. Conte-nos a sua história
Da série mulher negra viajante que inspira contamos a história da Carina Silva, uma empreendedora que traz consigo a superação por de trás de cada viagem. Proprietária das empresas Destino Afro e Black Travelers .
Para algumas pessoas, viajar é um sonho nem sempre fácil de se realizar. Certa vez, uma colega me disse que queria muito de viajar, mas não tinha coragem devido ao medo de viajar sozinha. Ela dizia que viajar era um risco e que estar longe de casa em um imprevisto era arriscado. Na época eu era funcionária de uma agência de viagens e sugeri viagens em grupos e leituras sobre viagens. Ela até se animou, mas depois hesitou.
Quando penso na minha relação com viagens, vejo que desde o início sou uma viajante que sempre teve facilidade de viajar sozinha, seja pelo Brasil ou por exterior.
E faço isso quase que sem pensar em medos e anseios, na verdade, sei que viajar envolve desafios, mas o desejo e agora o hábito de viajar sempre foram mais fortes. E era interessante que esta paixão por viagens influenciava outras pessoas a viajar comigo. Em 2012 convenci minha mãe, irmã e ex namorado a viajar para Salvador juntos – foi a nossa primeira vez de avião. Foi fantástico. Nos próximos anos, isso se repetia – eu pensava em uma viagem, comprava a passagem e em seguida, amigos tomavam a coragem e vinham comigo. E foi assim para Gramado, Fortaleza, Europa e África do Sul. De certa forma, eu conseguia passar segurança para que as pessoas decidissem viajar.
Em 2018, já com minha primeira empresa aberta – a Black Travelers, eu fiz minha primeira viagem à África, e fui sozinha – uma amiga decidiu passar uma semana comigo na Cidade do Cabo :D. O meu plano era passar 3 meses na África do Sul, mas lá inclui Moçambique de última hora. E fui. Em Maputo, pesquisei regiões próximas para visitar e cheguei a praia de Macaneta. Um vilarejo de casas sem muros, sem barulho e caminhos de areia. A praia era enorme, uma longa faixa dourada de areia entre o verde da vegetação e o azul do mar e do céu. A paisagem era linda. E não havia ninguém ali. Devo confessar que está praia me trouxe medo. Sabe por quê? Eu estava sozinha, era deserta.
Entre o medo e a coragem, decidi ficar. Caminhei por cerca de 30 minutos na presença da vegetação, areias, vento e cheiro do mar. Nenhum rastro de aves, muito menos de outro ser humano. Pensava em voltar, mas qual seria meu medo? Se não havia ninguém ali. Então continuei a caminhar e encontrei uns barcos de pescadores e cabanas onde fiz umas fotos. Clique para ver a Foto
Esta caminhada na praia sozinha, me fez superar um medo que eu não sabia que tinha: de estar sozinha com a natureza. Foi um momento de entrega, reflexão e acima de tudo superação. Quando vi que não sentia mais medo de estar sozinha, decidi voltar para a Pousada.
Ali mesmo, caminhando foi que pensei, se posso motivar amigos e familiares a viajar comigo, por que não motivar brasileiros a viajar para África e países da Diáspora? Senti que era um chamado. E dali decidi lançar o Grupo 2019, que me permitiu voltar a Moçambique com pessoas desconhecidas, que simplesmente foram tocadas por minhas histórias e vivências de viagens. O Grupo 2020 aconteceu em março em Cartagena na Colômbia, pouco antes da pandemia alastrar, mesmo em um cenário de futuro incerto, nosso grupo viveu momentos tão maravilhosos, que quase todos os dias compartilhamos fotos e vídeos sobre quão felizes estávamos apesar de as sombras das incertezas estarem na porta. E logo que a viagem encerrou, as janelas do mundo foram fechadas pela quarentena. O que fica? A gratidão em perceber que minha história pode ajudar pessoas a superarem medos e a ver quão belo, complexo e diverso o mundo é. Sejam elas físicas ou mentais, viajar é sobre superar fronteiras. Cruze as tuas!
Mulheres negras por elas mesmas – 3 Negras viajantes que inspiram, a história de Dona Elza (mãe), da Odara (filha) e da Andreza Jorge do complexo da Maré para o mundo.
Hoje faz exato um mês que eu Andreza Jorge passei o primeiro dia em uma viagem internacional com minha mãe e minha filha.
Pra muitos esse feito talvez não signifique nada e tudo bem… acho estranho também isso significar tanto pra mim, mas a realidade é que tenho 31 anos de idade e já viajei internacionalmente 5 cinco vezes e todas elas tiveram a ver com minha trajetória e empreitada profissional depois dos 20 anos de idade, nunca foi por lazer simplesmente, como já vi acontecer por aí…
Minha mãe Elza Jorge tem 62 anos e foi a sua primeira viagem internacional, que só foi possível ser assim, por lazer, pq já há muitos anos trabalhou para que eu, hoje, possa viajar a trabalho.
No entanto, Alice Odara, com 5 anos de idade, tem sua primeira viagem internacional por lazer e ao lado de sua mãe e sua avó…
Inimaginável pensar nessa possibilidade se partir apenas de um recorte sobre minha trajetória que é marcada pelas desigualdades ao estamos inseridas… No entanto é também essa trajetória, forjada na maioria das vezes por mulheres e suas histórias que permitiram e permitem que os ciclos se renovem…
Foi preciso, mas eu desejaria profundamente que não, que Dona Tina, minha avó, não tivesse vivido em casa de madame desde sua infância até a vida adulta para criar 6 filhos, foi preciso que Dona Elza tivesse ousado romper com o ciclo de trabalho doméstico que se iniciou aos 14 anos em casa de família para conseguir outras oportunidades para criar 2 filhos e somente por isso, eu hoje acesso a lugares que sempre nos foi negado, para que Alice Odara, possa transcender a experiência única que dizem sobre seu corpo no mundo.
Alice Odara uma criança negra e favelada da Maré, experimenta e experimentará através desse ciclo e força de mulheres que nos antecede…Creio convicta.
Por isso, compartilho aqui tbm, mais uma feita, justo hj, no dia Internacional da Mulher….
Dona Tina, dona Elza e Alice Odara terão em minha vida a realização de um sonho: Ser a primeira da família a fazer um doutorado!!!
Ontem recebi a notícia de aprovação no doutorado na Escola de Comunicação da UFRJ.
É a minha vida que faz a ligação entre trajetórias tão distintas como a da minha mãe e da minha filha, mas somente por elas e pelas que antes foram, que essa trajetória EXISTE.
É assim, sempre tem sido, mulheres negras por elas mesmas…somos muito além do que nos impuseram, pq nós somos circulares e sempre adiante…
Obrigada a todas envolvidas, as mulheres da minha família que entenderam o real significado da vida de Dona Tina e honram essa história partindo desse lugar de pertencimento e JAMAIS elegendo, ao votar em representantes que odeiam tudo que ela representou… Somente a esses familiares eu agradeço, aos outros eu só sinto pena msm.
Agradeço as minhas amigas que compreendem as vitórias individuais como sonhos coletivos e inspiradores…
Será muito desafiador, mas a Dona Tina merece ter uma neta doutora, a Dona Elza merece ter uma filha doutora e a Alice Odara merece ter uma mãe doutora!!!
2 de março, é Dia da mulher Angolana, este dia é alusivo em reconhecimento ao papel das mulheres angolanas desempenhado na luta de resistência do seu povo contra a ocupação colonial portuguesa.
Nesta data mulheres angolanas importantes fizeram história como representativos dos feitos heróicos da rainha Ginga Mbandi, num passado distante, e de Deolinda Rodrigues, Irene Cohen, Engrácia dos Santos, Teresa Afonso, Lucrécia Paim e outras célebre anónimas.
A Organização da Mulher Angolana (OMA), criada em 1962 como ala feminina do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), teve uma influência crucial no apoio às forças guerrilheiras dentro e fora de Angola.
No dia da mulher Angolana, destacaremos 4 perfils de Instagram de mulheres negras viajantes angolanas que estão a se mover, percorrer e pertencer. Não é de hoje, é milenar, mulheres negras viajantes existem, resistem diariamente pelas estradas, rodoviárias, ferroviária e avião.
Reconhecer que a trajetória de uma mulheres negras e africanas tem o seu diferencial e muita ancestralidade.
Viajante sola por mais de 23 países, esbanja experiências magnífica ao redor do mundo e pelo continente africano, correspondente Bitonga Travel. Um perfil incrível para se inspirar e se apaixonar por essa mulher é por suas viagens.
“Quando você é um corpo negro viajante, causa incômodo nos outros. Estão acostumados a ver a mulher negra em situação de subalternidade.” A jornalista Kenya Sade é enfática. “O preconceito se dá de muitas formas”, ela explica. “Nunca me xingaram, mas o racismo está travestido nas sutilezas e no desconforto dos outros. Quando estamos fora do estado de submissão, causamos espanto. Mais até para os brasileiros brancos do que para os próprios estrangeiros”, diz.
A primeira viagem de avião de Kenya ocorreu em 2010, quando tinha 16 anos e foi para Vancouver fazer um intercâmbio. “Aquilo fez meu mundo expandir”, relata. Desde então, ela já passou por quase uma dezena de países da América e da Europa. “Viajar faz a gente ver o mundo de outra forma. Cada vez que você volta, uma luz diferente se acende no corpo”, descreve a jovem, que agora mora em São Paulo.
A última experiência internacional de Kenya foi um intercâmbio de um ano e meio em Dublin, na Irlanda, onde teve uma surpresa. “Diziam-me que eu não encontraria pessoas negras lá. Mas, na verdade, é apenas questão de enxergar. Logo que cheguei, fiz amizade com um grupo de brasileiras e fiquei intrigada, me questionando o porquê de não ver mulheres negras nas páginas de viagem”, indagou-se Kenya. A partir dessa motivação, ela criou o perfil Pretas Pelo Globo no Instagram, onde compartilha experiências de mulheres negras viajando pelo mundo.
“Nós somos historicamente invisibilizadas em quase todos os âmbitos da nossa vida e estamos na base da pirâmide social. A sociedade coloca algumas pessoas em alguns lugares e dizem que as outras não podem pertencer nem participar daqueles espaços. Quero mostrar que nós existimos”, justifica. A página é alimentada de forma colaborativa por mulheres negras brasileiras que estão em diversos cantos do mundo.
Visibilidade para as narrativas
O perfil criado por Kenya não é o único a dar protagonismo e visibilidade para que mulheres negras possam contar suas histórias em primeira pessoa. Entre outros, A Bitonga Travel, Negras Viajam Também e Diáspora Black destacam-se nessa proposta de tornar visível as narrativas. “Não aguentamos mais ser bombardeados todos os dias por notícias negativas em relação à população negra. É morte, miséria, pobreza? Queremos falar de pessoas negras felizes. Para as meninas mais jovens saberem que é possível conhecer o mundo”, explica.
Ela acrescenta que a importância de uma mulher negra viajar vem da capacidade de pluralizar o ponto de vista, colocando-a como pertencente à sociedade. No entanto, é importante, segundo Kenya, tomar alguns cuidados antes de botar o pé na estrada. “Assim como a comunidade LGBT, por exemplo, é necessário saber em quais países você será mais respeitada. É fundamental entender quem a aceita e quais comunidades costumam ser mais racistas”, pontua.
No entanto, enquanto planeja sua próxima viagem, Kenya acredita que existe uma rede de apoio que permite que as mulheres negras possam sair da zona de conforto sem medo. “Vivemos numa cultura machista, mas existem pessoas incríveis e sempre terá uma mulher ao seu lado para ajudar”, aponta. “É importante conversar com pessoas que foram antes e fizeram com que esse caminho se tornasse possível. Nossos passos vêm de longe”, complementa.