Museu da Inconfidência Mineira - Ouro Preto MG

Afroturismo Ouro Preto – MG roteiro de 3 dias

Se você está planejando conhecer Afroturismo em Ouro Preto – MG, nesse texto queremos te contar nos mínimos detalhes quanto custou essa viagem de 3 dias.

Em primeiro lugar, Ouro Preto é considerada Patrimonio Cultural da Humanidade pela UNESCO! Um outro ponto importante é que faz parte da rota do ouro. capitania de MG, cidade que faz parte da rota do ouro. compreender a formação do Brasil.

Essa viagem aconteceu em grupo com 5 mulheres no primeiro final de semana de 2023. E vale lembrar que foi uma viagem incrível regada de muitas emoções e imersão.

Quando ir?

Ouro preto é um destino para o ano todo e a única recomendação evite época de chuvas, dezembro e janeiro.

Portanto, todavia, entretanto… no primeiro final de semana de janeiro acontece a festa do Reinado da Guarda de Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigência e São Benedito, ou seja, faça chuva ou faça sol tem celebração. Essa festividade faz parte das atividades de Afroturismo de Ouro Preto e sinceramente, é uma festa magnífica que vale cada minuto.

Bem como, rola alguns festivais imperdíveis como Carnaval de rua, Festival de Inverno, Festival de Cinema entre outros…

Como ir?

Saindo de Belo Horizonte é possível alugar carro, ônibus da rodoviária, ou buser à partir de R$27,00, menos de 2 horas de viagem!

Não recomendo ir de carro, motivo? Muita ladeiras, a cidade é bem estreita e é mais fácil fazer tudo andando mesmo que tenha muitas ladeiras mas é mais fácil se locomover.

Congado e Moçambiques 

De origem Africana celebra-se em diversos povos em favor do Rei Congo. Uma dança que começou com o nascimento de crianças em palácios e aldeias, com saudações à primavera e à colheita.

Congado, ou reinado, é uma importante festa afro-brasileira,  é abordado dentro de um contexto social, religioso e cultural, que por meio de dança, música e muitas cores, representa passagens históricas em homenagem a São Benedito, Santa Efigênia e especialmente à Nossa Senhora do Rosário. Exercendo um papel importante dentro do universo religioso, a função identitária dentro e fora das guardas, a importância da resistência e o empoderamento da cultura afro-brasileira.

Na festa de coroação tem também a guarda de Moçambique é considerada a mais importante nos festejos; sua presença é indispensável por fazerem a guarda da coroa da rainha.

Então já anote aí, 1º final de semana de janeiro acontece a festa do Reinado e é primordial participar!

O que fazer?

Afroturismo - Festa do Reinado Nossa senhora do Rosario, Santa Efigênia e São Benedito - Ouro Preto MG foto arquivo pessoal de Rebecca Aletheia
Afroturismo – Festa do Reinado Nossa senhora do Rosario, Santa Efigênia e São Benedito – Ouro Preto MG foto arquivo pessoal de Rebecca Aletheia

No Dia 1, conhecer a cidade e tenha o seu primeiro encontro, afinal de contas existe amor à primeira vista!

Dia 2 – Faça um tour de Afroturismo com Dim Neguinho, um dos melhores guias na minha opinião, tenha tempo pois ele irá andar e mostrar todos os pontos sem pressa.

Por fim, no dia 3, vá a cidade de Mariana – cidade que também faz parte do circuito do Ouro.

O que fazer em Mariana

Mas e aí, como chegar e o que fazer em Mariana? Bom cidades vizinhas com 20 minutos de distância em Mariana você poderá dar continuidade à rota do ouro. Uma outra super dica é possível ir com transporte público pagando R$6,75. Assim como, conhecer outras atividades, são elas:

O Museu da Música fundado em 1973, que tem um grande acervo de músicas sacras e músicos da cidade.

Após o museu da música visite a recém restaurada a catedral da Sé de Mariana local onde possui o orgão Arp Schinitger que foi instalado desde 1753. Dessa forma, irá fazer muito sentido entender o porque do orgão está na catefral da Sé de Mariana.

Dessa forma, não deixa de conhecer o centro histórico, suas igrejas, a arte e história.

Visite a dona Efigênia e receba uma bendição através de uma reza. Assim como, conhecer o artista e vizinho Mestre Paiva, grande artista referencia do Neo Barroco no Brasil.

Custo da viagem por pessoa

Roteiro 3 dias - Ouro Preto - MG Foto arquivo pessoal Rebecca Aletheia
Roteiro 3 dias – Ouro Preto – MG Foto arquivo pessoal Rebecca Aletheia

E aí, quanto que foi essa viagem?

A Hospedagem saiu R$300,00 por pessoa

Conhecer Mina Jeje – R$50,00

Muito interessante com uma proposta pós colonial com a sabedoria dos escravizados para a construção da mina e de como fazer a exploração do ouro com técnica de engenharia, geologia. Dando a dimensão do conhecimento das pessoas africanas escravizadas.

Tour com Dim Neguinho R$60,00 fez a apresentação da cidade com o olhar afroturismo, aliás tem muito à se aprender com as igrejas, assim como com a sua arquitetura barroca no seu rigor de detalhes. 

Turismo - Ouro Preto - Guia Dim Neguinnho
Turismo – Ouro Preto – Guia Dim Neguinnho

Colocando tudo na ponta do lápis, a viagem saindo de BH foi em torno de R$750,00 por pessoa com comida, passeios, hospedagem, transporte e bebidas.

Culinária Mineira

Falar de Minas Gerais – Ouro Preto, Afroturismo é impossível não falar sobre comidas. Deixo aqui 4 restaurantes para comer bem e preço justo.

Restaurante Vovó Chica – Rua Conde de Bobadela, 139 – Ouro Preto, MG – Restaurante com ótimo ambiente e com comida mineira para matar toda a vontade.

Quê cê Qué é um ótimo restaurante além de ter ótimos e lindos drinks para saborear.

Para noite em Ouro Preto indico Taberna Music Bar, é um bom restaurante gerido por uma quilombola de família Moçambicana, vale a ida, tem almoço também e pela noite é possível curtir o Espaço.

Para Almoço como à vontade e baixo preço indico o- Restaurante Tiradentes situado na R. Amália Bernhaus – Ouro Preto, MG. Não espere um restaurante sofisticado mas esse restaurante serve comidas populares e do dia à dia mineiro, com bom preço. Então se quer bater um bom prato para poder caminhar, aqui é o lugar.

Para um café recomendo – Café esquina da Realeza, com direito a vestir-se como rainha e rei e tomar um café.

Onde se hospedar?

Vista de Ouro Preto do topo com imagem da igreja Nossa Senhora do Carmo - Foto arquivo pessoal de Rebecca Aletheia
Vista de Ouro Preto do topo com imagem da igreja Nossa Senhora do Carmo – Foto arquivo pessoal de Rebecca Aletheia

Vou deixar aqui 3 indicações de lugares para se hospedar, mas deixo livre para que possa encontrar um lugar, são elas:

Viagem solo – Uai Hostel – O local é familiar, Rodney o done é muito gente boa e o espaço é bem acolhedor.

Viajando de casal – Kit Net Solar do Rosário, tem uma vista linda do Pico Itacolomi tanto ao amanhecer e ao entardecer.

Viajando em grupo indico a hospedagem do Sr. Rodolfo – Alquimia House – sua casa em Ouro Preto, que além de ser muito grande, também tem vista da rua do centro, assim como no quintal é só subir a escada sem medo até o fim tem uma vista inacreditável da cidade de Ouro Preto.

Curiosidades sobre Ouro Preto

O primeiro nome da cidade foi vila Rica por conta da grande quantidade de ouro que tinha na região.

A cidade não tem UBER, nem 99, ou seja, use os aplicativos locais como 2V, Ubiz Car Brasil e OP Expert.

Aleijadinho nasceu em Ouro Preto e é um dos artistas negros de grande nome no Brasil.

A igreja do Pilar tem 400kg de ouro. a segunda igreja do Brasil com mais quantidade de ouros.

No museu da Inconfidência é possível encontrar uma Santa do Pau Oco.

A rua Conde de Bobadela é considerada uma das mais bonitas do Brasil, na minha opinião sim, exceto se não tivesse carros.

Ouro Preto tem um parque lindíssimo e vale muito à pena visitar, sendo assim, não vá embora sem visitar o Parque Horto dos Contos.

A bebida tradicional do local é a Ouro Pretana, vale a pena experimentar.

A primeira faculdade de Farmácia foi em Ouro Preto.

Por fim, Afroturismo em Ouro Preto,

Conta pra gente se você gostou dessa matéria, você imergiu no Afroturismo em Ouro Preto? Já visitou a cidade, tem vountade? Espero que essas dicas tenha te ajudado muito a imergir no que há de melhor pela cidade.

Podcast Bitonga Travel destino Ouro Preto – Maria Teresa
Rota dos Quilombos - MG - foto arquivo pessoal de Belisa Andrade

Vamos falar de Afroturismo? A Rota dos Quilombos – MG

Antes de tudo, não foi por acaso que eu, Belisa Andrade encontrei a Rota dos Quilombos. Há algum tempo busco me reconhecer nas raízes que me formam. Por isso voltar ao quilombo é minha forma física de demonstrar gratidão pela liberdade e saciar a ansiedade de me conectar com a tradição.

Ao entrar em contato pelo e-mail após ver o vídeo da Folha de São Paulo no YouTube e encontrar a página no Facebook. Nesse sentido, plantei aquela sementinha pro universo me ajudar a regar, e não é que deu flor?

Esperava encontrar uma paisagem bonita, o sol se pondo já no meio da serra, vermelho pra não destoar da paleta de cores que essa parte do Vale do Jequitinhonha assume na época de seca. Foi uma bela de uma surpresa de boas-vindas, acima de qualquer expectativa. Aguçou ainda mais minha vontade de chegar logo para me encontrar com partes da minha ancestralidade que eu já sabia que não ia conseguir acessar fora dali.

Um pouquinho mais dos caminhos e cores do Macuco e do nossa mata de transição entre cerrado e caatinga - foto arquivo pessoal de Belisa Andrade
Um pouquinho mais dos caminhos e cores do Macuco e do nossa mata de transição entre cerrado e caatinga MG- foto arquivo pessoal de Belisa Andrade

As comunidades Quilombolas na Rota dos Quilombos

Dá pra sentir o carinho enorme das pessoas desde o primeiro oi. Se em cidade grande o cumprimento mais carinhoso é jogar dois beijinhos pro ar. Em quilombo tem olhos brilhando e abraço apertado a moda da roça: tem que encostar coração com coração. E aí parece que alguma coisa já se conecta e faz a timidez dos dois lados ir desaparecendo e a conversa flui.

No meio dos assuntos, a sede de mostrar o quanto é bom viver ali, sem romantizar as dificuldades. As comunidades são de difícil acesso e o descaso do poder público é bem claro na falta de pavimentação de várias vias, inclusive estradas federais, e nos problemas recorrentes de abastecimento de água, não esquecendo de como o agronegócio tem sido nocivo para a manutenção dos biomas do cerrado, mata de transição e caatinga.

Além disso, boa parte dos quilombolas passa longo período do ano trabalhando nas plantações no sul de Minas e em São Paulo, o que é a principal causa da dificuldade de se manter a cultura viva.

Poucas vezes na vida vi e ouvi tanta realidade e eloqüência em cada fala. Os livros dizem que aqui é o Vale da Miséria, mas só é se você tiver uma idéia muito restrita do que é riqueza. O que eu vi foi senso de coletividade funcionando e valores muito acima do dinheiro. As trocas vão além dos olhares.

A essência das comunidades

Cada comunidade é especial por sua própria essência. Na sabedoria de mato a gente ganha em cada passo das caminhadas ecológicas, os pontos nas colchas e bolsas artesanais em alguns quilômetros se transformam em diferentes trançados em palha e couro. E “logo ali” ainda dá pra ver artesanato em argila e tambores feitos apenas de madeira já deitada. Tem piquenique em praia de rio, tem cheiro e sabor de feira livre e muitas festas, tudo isso envolto em uma teia de histórias e numa relação de pertencimento que só mesmo a força desse território explica.

Rota dos Quilombos - foto arquivo pessoal de Belisa Andrade
Rota dos Quilombos – Associação de artesanato em Coqueiro Campo -foto arquivo pessoal de Belisa Andrade

As lembranças…

Acima de tudo o que fica gravado nas lembranças é o sabor da simplicidade em cada receptivo familiar, em cada café-da-manhã com quitanda, em cada almoço e jantar, claro, os quilos a mais depois da Expedição mostram quanto carinho cada prato carrega. A comida é rebuscadamente simples. O gosto de casa do arroz com feijão, a couve cortada tão fininha que quase se perde no meio da salada, mamão verde refogado com bastante urucum, aquele cuidado todo com o feijão-andu, muita farinha e pimenta queimando do vermelho até o amarelo. E tudo isso só dentro do mundo vegetariano, porque também tem galinha caipira pra quem quiser algo mais carnívoro.

  • Uma vista dos caminhos da comunidade quilombola de Macuco
  • Quitanda entrando no forno!

Já com saudades, a musicalidade do sotaque é a última sensação que não vai me deixar. É mineiro sim, uai, mas talvez os tambores do congado marquem ritmos para além das festanças.

Por fim, a Rota dos Quilombos acontece no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, passa por comunidades quilombolas nas cidades de Berilo, Chapada do Norte e Minas Novas.

Que tal conhecer o Afroturismo da Rota dos Quilombos?

Contato: Redetur – Rede de Apoio Integrado ao Turismo de Base Comunitária da Rota dos Quilombos

E-mail: turismoquilombolamg@gmail.com

Instagram: @rotadosquilombos