Crônicas de uma viajante preta, vamos conhecer a história de amor com o sabidão.
Se conheceram em uma festa, ele todo simpático, conversador, amigo de todo mundo. Do tipo fala alto, canta, brinca, prepara uns drinks bebe várias cervejas. São amigos de amigos, sabe?
Chamada de Daia e ele conhecido pelo nome de André, na malandragem o cavaleiro deu um jeito de conseguir o contato dela através de uma amiga. Na ingênuidade e no desejo de realmente querer conhecê-lo Daia retribui as mensagens durante a semana.
Era o primeiro encontro ela foi toda linda, não se conteve em esbaldar-se no perfume, iam para um barzinho tomar uns drinks e comer aquele petisco maroto. Ela nunca tinha ido naquele bar, mas parecia ser interessante.
Se encontraram por lá, ele chegou no seu estilo, assim como conhecia todas as pessoas no bar, comprimentava e falava com todos os garçons até chegar na mesa. Sim, Daia chegou no horário primeiro, André estava 38 minutos atrasado.
O sorriso da Dai era mais lindo que da Monalisa (filme): – Deseja beber o que? Perguntou André.
Ela disse uma cerveja, ele retrucou e sugeriu que ela bebesse uma caipirinha!
Conversa vai e vai, ela se dá conta de que ela não fala, só escuta. O sabidão não consegue parar de falar um segundo mostrando todas as suas mil habilidades de um homem que auto declara-se o melhor do mundo.
De cabeça baixa e com a elegância de uma mulher com classe, faz cara de sociável, sorri e fica rodando o canudinho da caipirinha para que derreta o gelo e ela consiga beber. Caipirinha não é a sua bebida favorita, afinal de contas foi ele quem escolheu não lhe dando espaço para ouvi-la.
Começou a pensar em mil coisas e onde estava com a cabeça em ter visto graça neste homem. Quando tentava falar algo era interrompida ou com vários julgamentos sobre o seu pensamento.
Dos mil pensamentos era, como eu vou embora daqui? Deixarei esse babaca e na certeza de que serei alvo de comentários dos amigos dos amigos.
Cavar um buraco seria uma ótima saída, André tenta beijá-la, quer fingir que o encontro está bom, talvez esteja realmente bom para ele, pois só André quem fala e diz ser o melhor do mundo! Parecia o real exemplo real do marketing pessoal, são tantas histórias que só sendo muito idiota pra cair. Pode-se imaginar quantas mulheres caíram nessa.
Parecia que Dai era uma recrutadora de seleção de emprego, eram tantas as qualificações em um currículo só assim como as atividades extra curriculares e as atividades que faz na hora livre. (gargalhadas intentas)
A pergunta: E Você? O que você acha? Fale sobre você… Nunca apareceram no diálogo, André falava tanto que Dai queria bocejar ou mudar de mesa e estar com outras pessoas. Aliás, quem quer monólogo não vá ao bar!
Tempo para planos mirabolantes ela tinha afinal de contas, estava acompanhada porém sozinha em seus pensamentos…
O que fazer? Era muita perca de tempo esse encontro, a comida chegou! Comeu, fez a phyna, a caipirinha já era gelourinha, André ia pedir outra, ela conseguiu interrompê-lo e dizer ao garçom: – Estou bem, pode me trazer um água por favor?
Na segunda tentativa de beijo, André é interrompido…. Dai vai ao banheiro, escreve um bilhete:
“Quando um ser é tão foda, tenho a certeza de que essa pessoa se basta!”
Retornou à mesa e esperou a primeira ida ao banheiro de André. Na primeira ida, ela pega o bilhete coloca embaixo do copo e vai se embora! Recusando-se a pagar a conta dessa indigestão de sabidão.
Esta crônica foi escrita por Rebecca Aletheia