Monumentos e sua história única - o que turismo tem haver com isso - Texto de Joice Santos - Bitonga Travel - Arte de Julia Motta

Monumentos e sua história única. O que o turismo tem haver com isso?

Em primeiro lugar, me chamo Joice dos Santos, trago a reflexão sobre: Monumentos e sua história única, o que o turismo tem haver com isso?

Com a derrubada de monumentos e personalidades históricas que fazem parte do processo racista que nossa sociedade foi construída.

Lembrei-me da época que trabalhava em museu no Pelourinho, tinha a responsabilidade de atender e contar desde a arquitetura a situações ocorridas naquele espaço aos visitantes.

“História única contada” – Monumentos e o turismo

Claro, aquele aceito e reconhecido pela “história única contada”. Apesar de existir uma crítica da minha parte, seguia o roteiro e atendia os visitantes.

Se hoje estivesse trabalhando naquele museu, certamente teria outro comportamento, quanto mais você se informa e aquilombar-se fica mais fácil questionar e enfrentar certas situações. A impessoalidade que havia na época, não seria possível nesse momento. Naquela época sabia apenas de uma coisa, não poderia inventar histórias para agradar o turista, contava apenas o que era registro e fatos.

Enquanto graduanda de turismo e estagiária daquele museu percebia a irresponsabilidade de contar algo que sabia que não existia ou exaltar pessoas que não considerava positivo para a cidade.

Lembro-me de grandes conflitos com alguns Guias de turismo, que faziam totalmente o oposto, ou seja, entravam no museu e contavam histórias mentirosas para encantar os visitantes.

Sempre os desmentia, não sei se era uma atitude correta, mas não conseguia me calar ao ver situações daquele tipo. Era muito “pega pacapa”, no fim eu contava minha versão para os turistas.

O que quero dizer com isso? Nós profissionais de turismo somos responsáveis por espalhar a história pelo mundo através dos turistas. O que for contado aqui, certamente será passado para amigos e familiares ao voltarem para seus destinos.

Imagem é um meio de acesso

Ainda assim, voltemos a pensar nos monumentos, se a imagem é um meio de acesso para uma experiência no mundo, esses monumentos que contam apenas uma história, fortalece o racismo estrutural, mantém a ilusão da democracia racial, vendem a imagem de estar TUDO BEM.

Então, pensando no turismo, nós profissionais dessa área podemos ser um instrumento de novas narrativas, que ao ter contato com o turista possuímos a responsabilidade de informar o outro lado da história.

Imagem reprodutora de conhecimento

Além disso, sendo a imagem reprodutora de conhecimento, é possível até visitarmos um monumento que remete a escravização, violência ou apagamento do povo preto e indígena, porém, para contar como a sociedade, ainda, precisa melhorar e do porque esses monumentos não deveria existir.

Por fim, precisamos desmistificar a história! Não sei se atear fogo seja a solução, apesar que ver o queimar traga uma grande satisfação, porém é necessário pensar, e depois das cinzas? O que posso dizer é que o turismo é um ótimo companheiro nessa jornada.

Joice do Santos - Turismologa

Joice Santos

Joice é soteropolitana, turismologa, sagitariana. Agitada ao extremo, estar sempre procurando algo para se ocupar.
Ama falar sobre viagens, sobre música, dançar e fazer análises das relações sociais. E faz tudo isso entre choros e sorrisos.

Conta pra gente, qual a sua opinião sobre? Deixe seu comentário, assim como envie seu texto para o nosso blog

Palmares - Terra da Liberdade - Alagoas por Érica Rocha

Palmares – Terra da Liberdade! – Afroturismo em Alagoas

Neste texto iremos falar sobre Afroturismo em Alagoas, e nada mais justo que falar da Terra da Liberdade, Palmares. Antes de mais nada, vou me apresentar, meu nome é Érica Rocha, nasci em Salvador e aos 20 anos me mudei para Maceió.


As vezes fico me perguntando o que vim fazer em Alagoas, se moro aqui quase metade da minha vida? Por todos esses anos não houve um dia que eu não sentisse saudade da Bahia.

Já planejei voltar diversas vezes, mas sempre acontece alguma coisa que me faz ficar.

Em uma das idas mais recentes a Salvador – antes da pandemia – lembro de dizer a minha mãe que não sabia explicar, mas que sentia que tinha uma missão por aqui.

E sempre recebo a confirmação disso.

Ontem foi um dia desses, durante uma reunião com pessoas de SP rolou um papo sobre viagem e eu acabei falando do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que fica localizado aqui em Alagoas, fiquei surpresa, como assim ninguém conhece a história do Quilombo dos Palmares, de Dandara, Zumbi, Aqualtune, Gangazumba?

Não deu outra, indiquei o Tour Virtual “Palmares, Terra da Liberdade”.

Projeto que me sinto muito honrada por ter participado, por ter sido equipe, um produto necessário que agora está acessível a todos na internet.

Uma experiência que recomendo a todos os brasileiros, bem como, não existe história do Brasil que não atravesse a história de Palmares.

Nesse sentido, se você é brasileiro e não conhece a história de Palmares tem uma parte muito importante da história do seu país que você desconhece.

O tour virtual é minha estréia no audiovisual alagoano, segmento formado predominantemente por homens brancos.

Ao mesmo tempo, acredito que foi isso que eu vim fazer em Alagoas!

Vim me tornar uma mulher preta, periférica, roteirista audiovisual, vim propagar a história de Palmares! Assim como, vim para boicotar as estatísticas e para pisar naquele solo sagrado!

Sou muito grata a Alagoas, grata pelo meu companheiro e neto alagoanos, por meus amigos, por tudo que eu vivi e construí nessa terra até aqui, por ter recebido muito mais do que eu sou capaz de retribuir.

Você já subiu a Serra da Barriga?

Quilombo dos Palmares Alagoas - por Erica Rocha
Quilombo dos Palmares Alagoas – por Érica Rocha

Em Alagoas é bastante comum a expressão “você já subiu a Serra?”, que é para saber se você já pisou no solo sagrado.

E é sagrado mesmo, só sabe quem vive e se permite sentir. O Quilombo dos Palmares emana uma energia inexplicável, cada pessoa relata um sentimento particular.

Me sinto conectada com minha ancestralidade, é como se estivesse reverenciando cada preto escravizado que deu a sua vida por nossa liberdade.

O Quilombo dos Palmares foi o maior palco de luta e resistência contra o sistema escravocrata das Américas, Zumbi dos Palmares, Herói Nacional, ou seja, foi o líder que ganhou maior reconhecimento.

Em 2017 o Parque Memorial Quilombo dos Palmares foi considerado Patrimônio Cultural do Mercosul, ou seja, Palmares é a nossa Wakanda Ancestral.

Tour Virtual – “Palmares, Terra da Liberdade” – Afroturismo Alagoas

O tour virtual “Palmares, Terra da Liberdade” estreou em Maceió no dia 20 de novembro de 2020, no MCZ Play, evento de empreendedorismo organizado pelo Sebrae Alagoas, o tour foi produzido com o intuito de proporcionar uma experiência virtual guiada pela anfitriã Dandara ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

Imaginávamos que devido a pandemia o acesso a Serra da Barriga seria bastante restrito no dia 20 de novembro, foi para manter a tradição de “subir a serra” no dia 20 – especialmente para os alagoanos – que o tour virtual foi produzido.

Dessa forma, “Palmares” está disponível no Canal Youtube do Sebrae Alagoas.


Por fim, peço que prestigiem e divulguem, o objetivo é que o tour tenha o maior alcance possível, vamos espalhar a história de Palmares até que todos os brasileiros saibam o que aconteceu aqui.

Alagoas, terra da liberdade!

Escute ao Podcast da Bitonga Travel e saiba mais sobre Alagoas

Podcast Bitonga Travel – Disponível em todas as plataformas

Mas já aproveite esse post e conte pra gente, você já subiu a Serra da Barriga, conhece Palmares? Sabe da importância desse solo sagrado? Conte pra gente

E uma dica importante, caso vá a Serra da Barriga, não deixe de conhecer a Dandara! Em suma, será uma experiência incrível, só vai.

Querendo viajar em grupo, embarque nessa viagem com Afrotrip em outubro de 2022 – Maceió e Palmares.

Érica Rocha

é Relações-Públicas, empreendedora criativa, ex-sócia e co-fundadora da Alagoas Cultural – a primeira operadora de turismo cultural de Alagoas.

Negras viajantes Presentes! Améfrica entre viagens e escrevivências

Améfrica entre viagens e escrevivências: como conhecer outros países latinoamericanos me ajudou a encontrar meu tema de pesquisa? por Geinne Moreira

No processo de escrita do meu trabalho de conclusão do curso de Geografia sobre as relações raciais na América Latina, eu fui atravessada por memórias que me levaram para bem antes de quando comecei a refletir sobre minha corporeidade negra diaspórica. Lembrei muito das mulheres negras e nordestinas que mais me dão forças: minha mãe, minha avó, minha irmã e minhas tias. Foram elas que, mesmo não tendo sinalizado sobre como enfrentar o racismo, me ensinaram a ser forte e a lutar, o que eu vejo como uma das maiores referências que tenho sobre (re)exisistência, já que em meio a condições tão duras, além de tudo, me ensinaram o que é o amor. São elas também, as minhas memórias ancestrais e raízes mais profundas, que me dão motivação e força para ocupar e lutar por espaços que historicamente sempre nos foram negados.

Não lembro a primeira vez que falei “eu sou negra”, porém recordo-me profundamente dos impactos do racismo não só na minha trajetória, mas também de outras pessoas negras a minha volta. Junto isso, refletir sobre os processos e os efeitos do racismo, dentre outras coisas, é o que as palavras de Beatriz Nascimento nos descreve:

[…] enfrentar uma história de quase quinhentos anos de resistência à dor, ao sofrimento físico e moral, à sensação de não existir, a prática de ainda não pertencer a uma  sociedade na qual consagrou tudo o que possuía,  oferecendo ainda hoje o resto de si mesmo.

(1974b: 76 apud RATTS, 2006, p. 39).

Nesse sentido, ser negra no contexto latino-americano é fazer parte de uma frente de batalha constante dentro de sociedades racistas que de todas as formas tenta nos negar e segregar, seja aqui no Brasil, ou na Argentina, Peru, Colômbia, etc.

Lembro que em uma das milhares de palestras que eu vi sobre a questão racial, o Professor Silvio Almeida disse que uma pessoa se torna negra através de duas formas de nascimento: um quando nasce e outro quando passa a se questionar sobre os impactos do racismo em sua vida.

Dentro disso, é dolorido perceber, como nos mostra Franz Fanon (2008), as máscaras brancas que somos obrigadas/os a usar para nos inserir na sociedade e do quanto dentro desse processo há uma autonegação da nossa própria existência, já que para que a inserção aconteça, passamos por diversas imposições e assimilações dos padrões da branquitude, que Neusa Souza Santos (1983. p. 23) nos descreve bem em seu livro “Torna-se Negro”.

Por outro lado, a desconstrução desse processo é um dos maiores atos de liberdade, ou seja, é como se fosse um segundo nascimento, já que a partir daí, passamos por um processo de diluição e desconstrução dos efeitos do racismo através da mudança da forma como nos enxergamos e vivenciamos o mundo, mesmo sabendo que a consciência negra não nos torna isentos do racismo estrutural.

Pensando nisso, lembro-me de cada livro, encontro, texto, poema, música, palestra, filme, teatro, dança, coletivo, atos, manifestações e vivências sobre as relações raciais que passaram por mim, principalmente, através da forma como eles continuam me atravessando e me fazendo refletir até hoje, assim como cada viagem, que ao ir de encontro a conhecer um novo lugar, pude conhecer também lugares dentro de mim mesma. Isso ficou ainda mais forte quando viajei para outros países na América do Sul, pois esse autoconhecimento ampliou ainda mais a forma como eu pude vivenciar a dimensão e diversidade cultural Peru, Colômbia e da Bolívia, que foi o país que eu tive a oportunidade de visitar duas vezes.

É por isso que acredito profundamente no que Conceição Evaristo chama de escrevivência(s), que significa “a escrita de um corpo, de uma condição, de uma experiência negra” (2007, p.20), mas que podemos levar para outro tipo de escala, ligada às experiências negras latino-americano, pois apesar de estarmos em múltiplas particularidades e territorialidades, existem fatores que nos unem, principalmente em relação às lutas contra o racismo.

Junto a isso, escolhi estudar o meu trabalho de conclusão de curso, assim como agora no mestrado, sobre a população negra na América Latina, pensando no que Evaristo nos ensina em relação a importância de romper com a passividade da leitura e buscar o movimento da escrita. Para ela, o ato de ler oferece a apreensão do mundo, já o de escrever ultrapassa os limites de uma percepção de vida: “(…) Em se tratando de um ato empreendido por mulheres negras, que historicamente transitam por espaços culturais diferenciados dos lugares ocupados pela cultura dominante, escrever adquire um sentido de insubordinação” (EVARISTO, 200. p. 20 e 21).

Pensando nas escrevivências, não foi diferente em relação a escolher estudar mais especificamente as relações raciais na Colômbia, pois teve ligação direta com uma viagem universitária que fiz em julho de 2013, em que através de um encontro de estudantes de todos os lugares da América Latina e de algumas outras partes do mundo, pude conhecer algumas comunidades indígenas e alguns dos mais importantes Parques Arqueológicos da Bolívia, Peru e Colômbia.

Foi nessa viagem que aprendi a olhar mais de perto e refletir sobre a minha corporeidade negra latino-americana, principalmente pelo fato de que uma das coisas mais marcantes que acontecia, muitas vezes sem que eu dissesse uma palavra, era a tentativa das pessoas de adivinhar de que país eu era e sempre perguntavam: “Você é brasileira ou colombiana?”. Depois de ter escutado isso algumas vezes, percebi o quanto eu não sabia praticamente nada da história da Colômbia, muito menos sobre a população negra de lá, da qual, eu como uma geógrafa em formação na época, ainda mais estudando dentro de uma das mais importantes universidades da América Latina, nunca tinha ouvido falar sobre tais assuntos nas aulas.

Ao voltar da viagem e ao entrar em uma imersão sobre estudos ligados as questões históricas e geográficas dos negros na Colômbia e de outras localidades da América Latina, como por exemplo, no Chile, Venezuela, México, Peru, Argentina e etc.

Dentro disso, pude constatar que mesmo no Chile, houve um processo de branqueamento tão forte que praticamente apagou vestígios da presença africana, mas os dados demonstram que entre 1540 e 1620, havia muito mais negros que brancos (MELLAFE, 1959 apud NASCIMENTO, 2008, p. 143); na Venezuela a população africana chegou a quantidade de 406 mil habitantes e a europeia, de 200 mil; já o México recebeu, entre os períodos de 1519 a 1650, dois terços de todos os africanos que foram trazidos a força para as terras colonizadas pelos espanhóis, onde em 1570, a população africana do México chegou a 20.569, dos quais 2.000 moravam em comunidades livres chamadas cimarrones (BELTRÁN, 1946, p. 111-2 apud NASCIMENTO, 2008, p. 144); em Buenos Aires na Argentina, no século XIX, mais de um terço da população era negra (RAMA, 1967, p. 15 apud NASCIMENTO, 2008, p. 148); em Lima, capital do Peru, antigos censos mostram que em 1640 havia quinze mil negros, o que correspondia praticamente a metade da população (NASCIMENTO, 2008, p. 147) e nas décadas de 1970 havia mais ou menos sessenta mil negros no Peru (CRUZ, 1974 apud NASCIMENTO, 2008, p. 147); na Colômbia, por sua vez, a população negra chegou a somar 80% da população em 1901 (VELASCO, 1966 apud NASCIMENTO, 2008, p. 143). 

Através desses dados, venho pesquisando sobre o tanto de histórias, sociedades, culturas, conhecimentos, tecnologias e múltiplas formas de se organizar vieram junto com as populações africanas, e que por muitas (re)existências a todo tipo de genocídio, nos atravessam até os dias de hoje.

                É extremamente importante lutar pela visibilidade e não apagamento das produções de conhecimentos sobre o tema, não só no contexto da Colômbia, mas de toda a diáspora africana presente dentro do continente Americano, que podemos também chamar de Amefricano, como nos mostra Lélia Gonzalez (1988), ao escrever sobre a “categoria político-cultural Amefricanidade” e a experiência comum da população negra nas Américas, onde a autora destaca a ligação e a importância da nossa ancestralidade através das propostas que buscavam alternativas de organização social, como por exemplo, os quilombos no Brasil, que era muito similar ao que acontecia na Colômbia através dos palenques e em outras partes do continente Americano com os cimarrones, cumbes e maroon societies.

É importante enfatizar, que não se trata de trazer um olhar essencialista e fixa sobre a cultura, mas sim o que Gonzalez, como nos mostra Bairros (2000, p.11), aponta sobre reivindicar que essas experiências são patrimônios culturais históricos vindos da África, onde negras e negros deram continuidade até os dias de hoje em toda a diáspora africana.

Escolher estudar as relações raciais na Colômbia através de algumas experiências de viagens pela América Latina, vai de encontro com a importância de desconstruir/descolonizar a ideia da história e a geografia da exclusão da população negra ao reafirma “a produção de uma imagem de território que remete exclusivamente à colonização pela imigração europeia, oculta a presença negra, apaga a escravidão da história da região e assim autoriza violências diversas” (SANTOS, 2007, p. 15). Com isso, a importância do papel de estudos dentro desse tema, e como reforça Santos (Ibid) , no que diz respeito a novas construções críticas, releituras e representações da realidade, para não reforçar os padrões perversos e violentos impostos pelas estruturas de poder que sustentam o racismo.

Geinne Monteiro

Geinne Monteiro de Souza Guerra

Nordestina, nascida em Juazeiro na Bahia, migrante em São Paulo, viajante do mundo, educadora, mestranda em Geografia Humana (USP), membro-fundadora do Núcleo de Estudantes e Pesquisadoras Negra do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (NEPEN GEO-USP). Atualmente realiza pesquisa ligada às relações raciais da população negra na América Latina.

Referências usadas neste texto

BAIRROS, Luiza. “Lembrando Lélia Gonzalez- 1935-1994”. Revista Afro-Ásia. N°23, 2000. Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/afroasia/article/view/20990/13591> Acesso: 15/12/2020.

EVARISTO, Conceição. Da grafia-desenho de minha mãe, um dos lugares de nascimento de minha escrita. Marcos Antônio Alexandre, org. Representações performáticas brasileiras:teorias, práticas e suas interfaces. Belo Horizonte: Mazza, 2007.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira- Salvador:

EDUFBA, 2008. p. 194. Disponível em:

<https://www.geledes.org.br/frantz-fanon-pele-negra-mascaras-brancas-download/> Acesso:

15/10/2020.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de amefricanidade. In: Tempo brasileiro.

Rio de Janeiro, n°.92/93 (jan./jun.). 1988, p.69-82. Disponível em:

<https://negrasoulblog.files.wordpress.com/2016/04/a-categoria-polc3adtico-cultural-de-amefricanidade-lelia-gonzales1.pdf> Acesso: 15/12/2020.

NASCIMENTO, Elisa Larkin. Lutas Africanas no Mundo e nas Américas. A Matriz Africana no Mundo. Elisa Larkin Nascimento (org.). São Paulo: Selo Negro, 2008. Sankofa: Matrizes africanas da cultura brasileira. Disponível em:

<https://afrocentricidade.files.wordpress.com/2016/04/a-matriz-africana-no-mundo-colec3a7c3a3o-sankofa.pdf > Acesso: 10/ 12/2020

RATTS, Alex. Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. Imprensa Oficial, São Paulo, 2006. Disponível em: <https://www.imprensaoficial.com.br/

downloads/pdf/projetossociais/eusouatlantica.pdf> Acesso: 16/12/2020.

SANTOS, Renato Emerson dos. Diversidade, espaço e relações étnico-raciais: O negro na Geografia do Brasil. Apresentação. Org. por Renato Emerson dos Santos- Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

SOUZA,   Neusa   Santos.   Torna-se  negro:   As   vicissutudes   da                 identidade         do  Negro

Brasileiro em Ascensão Social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983. Coleção Tendências;v.4.

Priscila Cardoso @pretanaitalia - 4 roteiros em Atenas

4 Roteiros em Atenas, para se fazer pelo menos 1 vez na vida!

Quero compartilhar com vocês 4 roteiros em Atenas, para se fazer pelo menos 1 vez na vida!

Antes de mais nada, irei me apresentar! Me chamo Priscila, sou paulistana, troquei o interior paulista pela cidade enigmática de Turim na Itália. Isso mesmo, a cidade das artes e do segundo maior museu egípcio do mundo. Além disso, sou criadora do perfil @pretanaitalia onde compartilho minha paixão por viagens, através da minha visão de mulher preta e latina.

Sou apaixonada por história, artes e uma curiosa pela filosofia grega, e fiquei sabendo que os gregos beberam da filosofia egípcia para construir suas narrativas. Definitivamente, é fascinante pensar o legado que a África tem deixado em todo o mundo.

Confesso que uma viagem em 2020 com a pandemia não estava nos meus planos. Minha filha completou 15 anos em outubro e escolheu de presente de aniversário a viagem para a Grécia. Em síntese, filha de mãe viajante, viajante é!

 Mas… opa, perai, Pri! E a pandemia? Pois é, essa pandemia atrapalhou nosso cotidiano, mas neste período de julho a setembro as fronteiras estavam livres entre Itália e Grécia. Imaginem só a minha felicidade de poder comemorar essa data tão importante viajando com ela!

Enfim, com todos os cuidados necessários e a ajuda das deusas gregas, fizemos uma viagem de 15 dias pela Grécia e assim saiu os 4 Roteiros em Atenas, para se fazer pelo menos 1 vez na vida!

Neste roteiro de 3 dias em uma cidade como Atenas, com tamanha concentração de arte e cultura não foi tarefa fácil. Porém, separei 4 ideias para visitar em Atenas que considero imperdíveis! Vem comigo?

Primeira parada: Atenas e os seus 4 roteiros!

Quando pisei naquela terra eu senti que a viagem seria maravilhosa e minha intuição estava certa, fiquei apaixonada por Atenas, uma cidade linda, charmosa, com uma simplicidade deliciosa e uma energia inexplicável. Os atenienses são muito gentis, simpáticos e essas características fizeram a nossa viagem ser ainda mais prazerosa.

Se estiverem em dúvida de quantos dias ficar em Atenas, meu conselho é: separem 3 dias inteiros do seu roteiro Grego para Atenas, camaradas, ela merece!

1-Museu da Acrópole

Foto de Acropole do arquivo pessoal de Priscila Cardoso @pretanaitalia - Atenas - Grécia
Foto do Museu de Acropole do arquivo pessoal de Priscila Cardoso – Atenas – Grécia

Sabe aquele museu lindo por dentro, por fora, moderno, bem iluminado, a casa das relíquias mais preciosas da Grécia antiga? Então, é o museu da Acrópole.

Os achados arqueológicos da Acrópole estão bem conservados no museu, que está localizado ao lado da Acrópole. Em alguns pontos do museu você visualiza o emponente Partenon.

As novas instalações inauguradas em 2009 têm cerca de 25.000 m² e foram feitas para resistirem a terremotos. Depois de tanto sofrimento causado pelo tempo e pelos homens, achei merecida toda essa proteção.

Se você compartilha comigo a paixão por museus e gosta de olhar tudo com calma, apreciar sem pressa, recomendo separar de 4 a 5 horas para essa visita. Se você for dar uma olhada rápida, ele é dividido por seções, anote as que mais te interessa e foque no seu objetivo. Além da parte interna do museu, quando terminar a visita, pelo lado de fora há o acesso à parte arqueológica do museu, que foi descoberta durante a sua construção. São ruínas de casas de civilizações antigas. Achei muito interessante a visita e a maneira que construíram o museu suspenso para preservar esse achado.

Dica preta: Se você pretende ir no verão, reserve esse passeio para o período da tarde, assim você fica protegida do sol, deixe sua manhã livre para os passeios a céu aberto.

Preço: 10 euros (2020).

2- Acrópole

Priscila Cardoso - @pretanaitalia - 4 roteiros em Atenas - Acrópoles
Priscila Cardoso – @pretanaitalia – 4 roteiros em Atenas – Acrópoles

Acrópole em grego significa cidade alta e é o nome que os arqueólogos dão para designar centros de cidades, civilizações antigas ou sítios arqueológicos. Onde a Acrópole de Atenas está localizada, encontram-se vestígios de civilizações Micênicas de 6.000 anos, por isso ela é tão importante para os gregos e para a humanidade. Nela encontramos diversas construções marcantes, o mais famoso dele é o Partenon que é dedicado à deusa Atenas, protetora da cidade. A construção levou cerca de 9 anos, iniciou em 480 a.c.

Outro belissímo monumento é o Erectheion, ele é considerado um templo dedicado à Atenas e Poseidon, acho que é um dos mais lindos monumentos que já vi de perto. No estilo jônico e com colunas em formatos femininos de túnicas como se estivessem segurando o teto com a cabeça, porém fique atento, pois ali estão as réplicas dessas esculturas, as originais estão no Museu da Acrópole.

Logo no início do passeio pela Acrópole você já vê o Teatro de Dionísio, o teatro mais antigo do mundo. É um passeio que exige que você esteja sem pressa, para se deliciar com os monumentos, a beleza e a visão de quase 360° de Atenas. É de tirar o fôlego!

Dica preta: Se vier no verão, comece seu passeio pela manhã, passe muito protetor solar, coloque roupas e sapatos confortáveis e traga água, na Acrópole, se não me engano, tem apenas dois bebedouros.

Preço: 20 euros (2020).

3-Cabo de Sounion-Templo de Poseidon

Poisedon - Foto arquivo pessoal de Priscila Cardoso @pretanaitalia - Atenas - Grécia
Poisedon – Foto arquivo pessoal de Priscila Cardoso @pretanaitalia – Atenas – Grécia

O templo foi construído em 440 a 400 a.c. para o deus grego Poseidon. Apesar de não estar localizado em Atenas, incluí a visita porque ele fica apenas 73 km de Atenas. De carro é uma hora, a estrada é muito boa e tranquila com um pedágio de 2,80 euros. Tem também a opção de ir de ônibus a saída é próxima ao metrô Victoria, a empresa de ônibus se chama Ktel com horários de 1 em 1 hora.

Considero esse um passeio essencial, a natureza incrível, o pôr do sol dos mais lindos que já presenciei, e dizem que é um dos monumentos mais legais para tirar uma fotona!

Curiosidade: A mitologia nos conta que neste local o Rei Egeu se suicidou, ele pensou que seu filho Teseu estava morto. Eles haviam combinado de se comunicarem no período em que Teseu estivesse em confronto, todo dia ele acenderia uma vela branca para sinalizar ao pai que estaria tudo bem com ele. Um dia, porém, Teseu esqueceu de acender a vela e seu pai desesperado se jogou no mar pensando que o filho havia morrido no confronto. Dessa mitologia nasceu o Mar Egeu.

Dica preta: Visite esse local próximo ao pôr do sol, a dica é chegar 1 hora antes do evento solar, assim você aprecia um pouco, lê os cartazes sobre a história do local e escolhe um bom lugar para acompanhar a mudança das cores do céu e a transformação que vai acontecendo no local, é mágico!

Preço: 8 euros (2020).

4-Passeio por Atenas, bairros Plakas e Monastiraki

Foto Grécia- Vista de Atenas - foto arquivo pessoal de Priscila Cardoso - @pretanaitalia
Foto Grécia- Vista de Atenas – Priscila Cardoso – @pretanaitalia

Conhecer a vida real dos trabalhadores sempre é algo que gosto de incluir em meus roteiros. Em Atenas, incluí uma tarde para sair um pouco do centro turístico, ou seja, aproveitei para fazer um giro pelos bairros, visitei uma feira de rua (amo feiras!) E que só de lembrar, me vem à memória o perfume delicioso das azeitonas, as cores vivas das verduras, dos legumes e das frutas, além das muitas barracas com antiguidades.

O famoso bairro de Plaka é o mais antigo de Atenas e super turístico, lá você encontrará muitas lojas com souvenirs, arquitetura belíssima e muita opções de restaurantes. Como é um local mega turístico, a alimentação por ali é mais cara.

Se o seu nome é agito, o seu bairro é Monastiraki, o bairro boêmio de Atenas! Ele reúne um comércio vasto e diversificado, muitos bares e restaurantes. Você poderá degustar a maravilhosa culinária grega em uma atmosfera muito animada. Além de toda a beleza dessa cidade e a simpatia grega, eu ressalto a culinária, muito saborosa, deliciosa! A comida mediterrânea é considerada uma das mais saudáveis do mundo.

Além dos 4 Roteiros em Atenas, vamos falar de comida?

Foto Atenas - Grécia- Moussaka - Arquivo Pessoal Priscila Cardoso
Foto Atenas – Grécia- Moussaka – Arquivo Pessoal Priscila Cardoso @pretanaitalia

Por último vamos falar de Culinária?

Culinária: Destaco aqui alguns pratos típicos que você encontrará por lá:

  • Salada Grega (queijo feta, pepino, pimentão, tomate, cebola roxa, azeitonas e muito tempero);
  • Moussaca (berinjela, batata, carne moída, molho branco e de tomate e muito tempero);
  • Souvlaki e Gyros (os famosos lanches gregos, com diversos sabores). Espero que estas dicas sejam úteis e tenham te inspirado a conhecer essa cidade maravilhosa.

E aí, me diz, gostou dos 4 Roteiros em Atenas, para se fazer pelo menos 1 vez na vida?

Priscila Cardoso - Preta na Itália

Priscila, sou paulistana, troquei o interior paulista pela cidade enigmática de Turim na Itália. Isso mesmo, a cidade das artes e do segundo maior museu egípcio do mundo. Além disso, sou criadora do perfil @pretanaitalia onde compartilho minha paixão por viagens, através da minha visão de mulher preta e latina.

Rota dos Quilombos - MG - foto arquivo pessoal de Belisa Andrade

Vamos falar de Afroturismo? A Rota dos Quilombos – MG

Antes de tudo, não foi por acaso que eu, Belisa Andrade encontrei a Rota dos Quilombos. Há algum tempo busco me reconhecer nas raízes que me formam. Por isso voltar ao quilombo é minha forma física de demonstrar gratidão pela liberdade e saciar a ansiedade de me conectar com a tradição.

Ao entrar em contato pelo e-mail após ver o vídeo da Folha de São Paulo no YouTube e encontrar a página no Facebook. Nesse sentido, plantei aquela sementinha pro universo me ajudar a regar, e não é que deu flor?

Esperava encontrar uma paisagem bonita, o sol se pondo já no meio da serra, vermelho pra não destoar da paleta de cores que essa parte do Vale do Jequitinhonha assume na época de seca. Foi uma bela de uma surpresa de boas-vindas, acima de qualquer expectativa. Aguçou ainda mais minha vontade de chegar logo para me encontrar com partes da minha ancestralidade que eu já sabia que não ia conseguir acessar fora dali.

Um pouquinho mais dos caminhos e cores do Macuco e do nossa mata de transição entre cerrado e caatinga - foto arquivo pessoal de Belisa Andrade
Um pouquinho mais dos caminhos e cores do Macuco e do nossa mata de transição entre cerrado e caatinga MG- foto arquivo pessoal de Belisa Andrade

As comunidades Quilombolas na Rota dos Quilombos

Dá pra sentir o carinho enorme das pessoas desde o primeiro oi. Se em cidade grande o cumprimento mais carinhoso é jogar dois beijinhos pro ar. Em quilombo tem olhos brilhando e abraço apertado a moda da roça: tem que encostar coração com coração. E aí parece que alguma coisa já se conecta e faz a timidez dos dois lados ir desaparecendo e a conversa flui.

No meio dos assuntos, a sede de mostrar o quanto é bom viver ali, sem romantizar as dificuldades. As comunidades são de difícil acesso e o descaso do poder público é bem claro na falta de pavimentação de várias vias, inclusive estradas federais, e nos problemas recorrentes de abastecimento de água, não esquecendo de como o agronegócio tem sido nocivo para a manutenção dos biomas do cerrado, mata de transição e caatinga.

Além disso, boa parte dos quilombolas passa longo período do ano trabalhando nas plantações no sul de Minas e em São Paulo, o que é a principal causa da dificuldade de se manter a cultura viva.

Poucas vezes na vida vi e ouvi tanta realidade e eloqüência em cada fala. Os livros dizem que aqui é o Vale da Miséria, mas só é se você tiver uma idéia muito restrita do que é riqueza. O que eu vi foi senso de coletividade funcionando e valores muito acima do dinheiro. As trocas vão além dos olhares.

A essência das comunidades

Cada comunidade é especial por sua própria essência. Na sabedoria de mato a gente ganha em cada passo das caminhadas ecológicas, os pontos nas colchas e bolsas artesanais em alguns quilômetros se transformam em diferentes trançados em palha e couro. E “logo ali” ainda dá pra ver artesanato em argila e tambores feitos apenas de madeira já deitada. Tem piquenique em praia de rio, tem cheiro e sabor de feira livre e muitas festas, tudo isso envolto em uma teia de histórias e numa relação de pertencimento que só mesmo a força desse território explica.

Rota dos Quilombos - foto arquivo pessoal de Belisa Andrade
Rota dos Quilombos – Associação de artesanato em Coqueiro Campo -foto arquivo pessoal de Belisa Andrade

As lembranças…

Acima de tudo o que fica gravado nas lembranças é o sabor da simplicidade em cada receptivo familiar, em cada café-da-manhã com quitanda, em cada almoço e jantar, claro, os quilos a mais depois da Expedição mostram quanto carinho cada prato carrega. A comida é rebuscadamente simples. O gosto de casa do arroz com feijão, a couve cortada tão fininha que quase se perde no meio da salada, mamão verde refogado com bastante urucum, aquele cuidado todo com o feijão-andu, muita farinha e pimenta queimando do vermelho até o amarelo. E tudo isso só dentro do mundo vegetariano, porque também tem galinha caipira pra quem quiser algo mais carnívoro.

  • Uma vista dos caminhos da comunidade quilombola de Macuco
  • Quitanda entrando no forno!

Já com saudades, a musicalidade do sotaque é a última sensação que não vai me deixar. É mineiro sim, uai, mas talvez os tambores do congado marquem ritmos para além das festanças.

Por fim, a Rota dos Quilombos acontece no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, passa por comunidades quilombolas nas cidades de Berilo, Chapada do Norte e Minas Novas.

Que tal conhecer o Afroturismo da Rota dos Quilombos?

Contato: Redetur – Rede de Apoio Integrado ao Turismo de Base Comunitária da Rota dos Quilombos

E-mail: turismoquilombolamg@gmail.com

Instagram: @rotadosquilombos

Juh Oliveira na Colômbia

6 lugares para conhecer pela Colômbia – Viajando sozinha

Olá! Antes de mais nada, meu nome é Juliana Oliveira e esse é meu primeiro texto como correspondente Bitonga Travel e vou compartilhar dicas de 6 lugares para conhecer na Colômbia viajando sozinha, através da minha experiência.

Tenho 33 anos e sou estudante de turismo, além de já ser guia de turismo. Sou formada em arquitetura e urbanismo, mas abandonei a profissão em 2016.

Juliana Oliveira Bitonga Travel Viajando pela Colombia
Juliana Oliveira Viajando pela Colombia

Como cheguei até lá


Em 2019 tive a oportunidade de fazer um semestre de intercâmbio na Colômbia. Fui selecionada pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), assim como beneficiada com uma bolsa para estudar na Universidad Industrial de Santander. Eu estava muito empolgada, apesar de com um pouco de medo.


Além disso, quando abriu o edital pro intercâmbio eram dois países: México e Colômbia. Pesquisei bastante sobre os 2 e me decidi pela Colômbia por conta da distância, do custo e da segurança. Sim, é isso mesmo que você leu: segurança. Apesar de todo estigma e imagem negativa, a guerra com as Farcs terminou em 2016 e isso abriu as portas para o turismo.

Apesar do destino mais conhecido ser Cartagena, o país tem lugares incríveis a serem descobertos. Basta dizer que ele foi eleito um dos principais destinos turísticos da América do Sul pelo World Travel Awards, que é considerado o Oscar do mundo do turismo, em 2018, sendo assim deixarei a dica de 6 lugares para conhecer na Colômbia.

Por onde comecei

Minha viagem começou primeiramente pela capital Bogotá, que é uma cidade grande bem estilo São Paulo. Muitas opções de passeios culturais e naturais também, já que a cidade está bem no meio da Cordilheira dos Andes. Meu destino final era a cidadezinha de Socorro, no departamento de Santander, bem no interior da Colômbia. Um contraste enorme .

Aliás, a Colômbia é um país de contrastes paisagísticos. Você tem praia e sol do Caribe e do Pacífico, a cordilheira dos Andes que divide o país ao meio, montanhas com mais de 4.000m de altitude onde você pode se aventurar e ver neve, cidadezinhas históricas preservadas da época colonial espanhola, Amazônia colombiana e uma gastronomia muito rica.


6 Cidades para conhecer na Colômbia

Como resultado do intercâmbio, tive a oportunidade conhecer alguns lugares nos 4 meses que passei lá e ainda faltou muito lugar para conhecer. Sobre viajar sozinha por lá foi bem tranquilo. As distâncias às vezes são longas por conta do relevo que tornam as pistas cheias de curvas e muito sobe e desce.

Os ônibus são bem confortáveis, tem tomada, wifi, achei bem melhores do que os que já viajei aqui no Brasil. E o melhor: as passagens costumam ser bem em conta. Às vezes várias empresas fazem o mesmo trajeto e o preço entre elas varia muito pouco.

  1. Bogotá – dpto. Cundinamarca
Juliana Oliveira Bogotá - Colômbia o que fazer
Juliana Oliveira Bogotá – Colômbia

A capital que apesar de caótica e com um trânsito que não deixaria Rio e nem Sampa com inveja, oferece muitas atrações culturais. É fácil se locomover pela cidade. A parte histórica é a região da La Candelária, onde estão os principais museus como o Museo del Oro, Museo Bottero, Plaza Simon Bolívar e Centro Cultural Gabriel Garcia Marques.

Dessa forma, super indico fazer o tour do grafitte, que conta a história de como a arte marginal e proibida passou a ser valorizada e fazer parte dos roteiros da cidade. É um desenho mais lindo que o outro. E por último, se quiser ter uma vista panorâmica da city, é só subir de trenzinho ou teleférico o Cerro Monserrate.

2. Buacaramanga – depto. Santander

 Juh Oliveira de Bucaramanga - departamento de Santander Colômbia o que fazer
Foto do arquivo pessoal de Juh Oliveira de Bucaramanga


A capital do departamento de Santander está a 10h de viagem de Bogotá. É a terceira cidade universitária do país ficando atrás de Manizales e Medellín, contando com mais de 20 universidades entre públicas e privadas.

É conhecida como a cidade dos parques pela quantidade de áreas verdes em sua zona urbana. Uma das opções de passeio por lá é fazer um walking tour pra conhecer a história da cidade que foi fundada em 1622. Outro lugar incrível a ser visitado é o Parque del Agua, que é a sede do Acueducto Metropolitano e que utilizou a estrutura dos antigos tanques que abasteciam a cidade para criar uma espécie de jardim aquático.

3. Socorro – depto Santander

Juh Oliveira El Socorro - departamento Santander Colômbia lugares para conhecer Colômbia
Juh Oliveira El Socorro – departamento Santander Colômbia


Apesar de não ser muito turística, porém é um lugar muito acolhedor e cheio de história. Foi minha casa durante o intercâmbio. Está a 6h de viagem de Bogotá. O pueblo foi fundado em 1683 e, ao passo que, é considerado o berço da independência colombiana, devido a diversos fatos históricos ocorridos por lá.

O cartão postal é a basílica de Nuestra Señora del Socorro. Suas ladeiras e ruas de pedra lembram um pouco nossa Ouro Preto. Por fim, o destaque fica por conta da estátua de Antonia Santos no parque principal em frente a igreja. Ela juntamente com Manuela Beltrán são personagens que participaram diretamente no processo de independência do país.

4. Barichara – depto Santander

Juh Oliveira em Barichara - Colômbia
Juh Oliveira em Barichara – Colômbia


Dos lugares para conhecer na Colômbia, gostaria e falar desse pueblo que fica a meia hora de Socorro é bem mais turístico. Percebe-se isso logo que se chega a praça principal e o que mais se vê são gringos e guias oferecendo passeios pela cidade. Suas ruas e arquiteturas são o charme principal. Além disse um dos grandes atrativos é o Salto del Mico, um mirante com uma vista incrível da cadeia montanhosa da serrania dos Yariguies.

5. Villa de Leyva – depto Boyacá

Villa de Leyva - Foto do arquivo pessoal de Juh Oliveira lugares para conhecer Colômbia
Villa de Leyva – Foto do arquivo pessoal de Juh Oliveira


Ao mesmo tempo, outra cidade patrimônio histórico fica no departamento vizinho de Boyacá. Também tem forte apelo para o turismo internacional. Diferente de Barichara, as temperaturas aqui caem devido a altitude, a cidade está 2.149m acima do nível do mar.

De antemão, aqui fica uma das maiores praças da América Latina. Os principais atrativos aqui são a Casa Museo Nariño, o Museo El Fossil com fósseis encontrados na região, Pozos Azules e Laguna de Iguaque.

6. San Basílio de Palenque – depto Bolívar

Juh Oliveira em Palenque - lugares afrorturismo para conhecer Colômbia
Juh Oliveira em Palenque Colômbia


Por fim e não menos importante, indico Palenque fica a 1h de Cartagena. Considerada a primeira comunidade de negros livres das Américas, patrimônio imaterial cultural da humanidade. Benkos Biohó, escravizado que se revoltou com as condições com que eram tratados pela coroa espanhola, fugiu e fundou a comunidade no séc. XVI.

Daqui são originárias as palenqueras, as coloridas vendedoras de doces que ficam no centro de Cartagena. Palenque é protagonista não só de sua própria história, como também de seu turismo. Ali são os moradores que contam sua história e mostram sua cultura.

Últimas informações…

Antes de mais nada, eu me apaixonei pela Colômbia. Quero voltar um dia para visitar tantos outros lugares maravilhosos que existem por lá. Espero que vocês tenham se sentido animades com esses lugares para conhecer na Colômbia e incarar essa viagem por esse país incrível.

E por fim, ligue o som e escute os Podcasts falando da Colômbia, disponível em todas as plataformas digitais.

Deixo aqui o meu Instagram @boradescobrir caso tenha alguma dúvida pode me contactar. Assim também, será um prazer poder compartilhar dicas dessa viagem e experiências.

Podcast Bitonga Travel

10 episódios de Podcast da Bitonga Travel que foram sucesso em 2020

O ano de 2020 não foi um ano fácil para ninguém, dentre mil planos, mil sonhos e algumas viagens planejadas Daniela Romão teve a excelente ideia de não deixar histórias reais e fascinantes de mulheres negras viajantes latinas americanas, caribenhas e africanas morrer e reascendeu a chama da memória de viagens ao redor do Brasil e Mundo através do Podcast da Bitonga Travel assim ser fonte de inspiração para outras mulheres viajarem assim como seguirem as dicas.

Mas antes de irmos aos podcast vamos para alguns números bombásticos, são eles:

– 31 Episódios;

– 37 Participantes estiveram presentes;

– 24 países ouviram os Podcast da Bitonga Travel – Costa do Marfim, Eslováquia, Singapura, Áustria, Grécia, Hungria, Países Baixos, Noruega, Japão entre outros.

– Disponível em mais de 10 plataformas digitais

10º – Lais Batista – Santiago – Chile

Lais Batista – Santiago – Chile

Para quem é fã de inverno, neve e clôse; este é episódio certo! Lais Batista não poupou dicas de como realizou o sonho de ir ao encontro da neve uma viagem que organizou as pressas afinal de contas ela queria estar bem plena em Santiago do Chile.

9º – Chelsea Nzualo – Bahia – Brasil

Chelsea Nzualo – Bahia – Brasil

Como ver a Bahia através dos olhos de uma moçambicana? Chelsea  Nzualo em seu mochilão pelo Brasil conta o quanto é e está apaixonada pela Bahia, uma mulher de uma sabedoria estupenda dá uma lição sobre afroturismo e sobre conexão com sua história em terras africana e atualmente na diáspora Africana.  

8º –  Sr. & Sra. Brown – San Andres – Colômbia

Sr. & Sra. Browns San Andres – Colômbia

Quem ama histórias de casais viajantes aqui temos o casal John e Eloá, casal viajante que contaram tudinho sobre o caribe colombiano, além do sotaque americano de Jon, esse episódio é bem gostoso de ouvir, pois, Eloá é ótima nos detalhes e como viajam sem muitos planos, o que realmente surpreendeu os telespectadores.

7º – Rebecca Alethéia – Moçambique

Rebecca Aletheia – Moçambique

Apaixonada por Moçambique Rebecca Aletheia a também podcaster do programa trás um episódio para se apaixonar, a mesma fala sobre várias províncias. Após alguns moçambicanos escutarem reproduzo a mensagem recebida: amamos como mostrou Moçambique, obrigada por enaltecer o povo moçambicano, orgulho define.  

6º – Daiane Ciriáco – Parintins Amazonas

Daiane Ciriáco – Parintins Amazonas

Aos amantes de cultura popular brasileira, história e geografia esse é o episódio para navegar além do Rio Amazonas é fazer aquela imersão na maior ópera à céu aberto do mundo. Uma viagem que não se limitou em uma ida, mas em várias idas e uma especial com os sobrinhos Livia e Vinícius Ciriáco – que também passaram no Podcast da Bitonga Travel no especial dia das crianças como foi essa aventura pelo Estado do Amazonas.

5º – Rute Borges – Cuba

Rute Borges – Cuba

Viajar para Cuba saindo da realidade americana, foi uma excelente experiência, afinal de contas mostrou uma Cuba fascinante através dos seus olhos e dando aquele sabor de quero ir o mais breve possível.

4º – Valéria Lourenço – Zimbábue  

Valéria Lourenço – Zimbábue  

Aquela história para se apaixonar por Zimbábue, aquela mulher destemida que saiu do interior do Ceará e foi para suas férias pelo continente africano e não poupou esforços e foi ao Zimbábue conhecer cada lugarzinho deixando os corações aquecidos e com muita vontade de conhecer a maior queda de água natural do continente africano a Mosi-ao-Tunya conhecida assim pelos locais a Victoria Falls.

3º – Chris Chirinda – Cape Town – África do Sul

Chris Chirinda – Cape Town – África do Sul

Viajando em família, Chris e o marido reuniram os filhos que vivem ao redor do mundo e organizou uma super viagem em família, não mediram esforços de conhecer cada cantinho de Cape Town assim como dar dicas excelentes do que fazer e como economizar.

2º – Karen Souza – Petrópolis – RJ

Karen Souza – Petrópolis – RJ

Em segundo lugar ficou o episódio de Petrópolis – RJ, Karen é petropolitana e não mediu esforços em contar sobre a beleza da sua cidade, encorajando locais e não locais a visitarem suas cidades.  

 1º – Priscila Estevão – Salvador – BA

Priscila Estevão – Salvador – BA

A história de viagem entre mãe e filhas viajando para Salvador foi realmente de se encantar e apaixonar, Priscila mostrou ser super possível viajar com criança e não mediu esforços em conhecer a tão sonhada Salvador.

Deixaremos aqui o Podcast Retrospectiva 2020 para quem ouviu todos e gostaria de recordar como foram as nossas viagens tívemos 3 convidadas (Belisa, Helen Rose dos Santos e Pâmela Rocha)pra lá de especial contando seus episódios favoritos.

Agradecemos imensamente a podcaster e editora de todos os episódios Daniela Romão e esperamos que vocês continuem ouvindo essas histórias e não deixando elas morrerem.