Minha melhor descoberta

Tem um tempo que muita gente me questiona como foi o meu processo de emagrecimento, o que mudou na minha vida, que estou muito diferente, se fiz alguma cirurgia plástica hahahaha.. como consigo comer de forma saudável e principalmente como não deixo mais de me exercitar independente do lugar!!
Portanto vou dividir com vocês uma parte da MINHA história que me orgulho muitooo!!!!!

Essa primeira foto foi tirada um pouquinho antes da minha primeira consulta com a nutri @bmnutri que aconteceu no dia 17/05/2017, estava pesando 81.5 kg com o percentual de 42.8 de gordura!!
SIMM!!!! É VERDADE ESSE BILHETE!!!

E ao longo da consulta ( anamnese ) uma das perguntas que ela me fez baseada no que eu tinha relatado foi o porque eu comia sem estar com fome!?
Obviamente não sabia responde-la!! E achava que era “apenas” um processo de ansiedade de todos que já tinha passado!! (Mas neste cheguei no auge de quase 82 kg, nunca tinha pesado tanto. Minhas roupas não davam mais em mim. Já estava comprando calça maiores e roupas que disfarçavam as gorduras!!). E que só bastava “esforço”. Porém ME culpava muito e questionava a Deus porque eu não tinha “força de vontade” para mudar, porque tinha “preguiça”, porque desistia de tudo mesmo tendo uma “vida mais que perfeita”!? [OBS: ninguém tem uma vida perfeita, acredite NINGUÉM TEM!! Somos humanos!! Temos defeitos e qualidades!! As pessoas não falam TUDO! Não contam o lado B. Rede social é local de vender felicidade, não compare a sua VIDA REAL com algum perfil.]

E ao longo do meu processo terapêutico ( faço terapia a um bom tempo ) descobri que EU não me conhecia, por isso desistia de mim!! Sim, parece muito louco isso, mas EU NÃO SABIA QUEM EU ERA!! E por isso me alimentava de qualquer coisa, afinal toda a compulsão esconde uma falta e a minha era gigantesca, FALTAVA A PROTAGONISTA DA MINHA HISTÓRIA, EU!! Vivia e queria realizar sonhos que não eram os meus!! Tinha muitas cresças limitadoras. ( ao longo do processo fui me dando conta de tudo isso. Não é de um dia para o outro. Faz parte de uma imersão. De reorganizar o “armário”.)

Então os questiono: Vocês se conhecem? Sabem porque são assim? Porque vivem desta forma? Sonham seus próprios sonhos? Ou querem realiza-los pois “é o certo a se fazer”? Vocês têm noção das suas verdadeiras qualidades e defeitos? Do que se alimentam (Mente, Corpo, Espirito)? Porque vocês tem determinas atitudes? Vocês cuidam das suas emoções? Cuidam dos seus LIXOS?

Por isso que pra MIM, perder peso, saber o que colocar no prato ( escolher do que me alimento ), foi consequência dw um processo de autoconhecimento mesmo!! De autoamor!! De autocuidado!! De amor próprio!! De prestar atenção em MIM e entender o que queria!! De quem era a PRISCILLA!! De ser DONA De MIM COM MUITA PROPRIEDADE!!! ( obs: Hoje a OMS diz q todas as doenças físicas começam na cabeça. ) o Nosso corpo dá sinais o tempo todo!! NÃO SOMOS POR ACASO!!

Toda construção começa internamente. fácil?? Não é e NUNCA Será!! MAS TENHAM CORAGEM!! MUDEM SUAS HISTÓRIAS!! NÃO DESISTAM DE VOCÊS!! SEJAM AS SUAS MELHORES VERSÕES!!

Obviamente não sou EXEMPLO para ninguém. Estou longe disso!! Essa foi uma parte ( muitooo resumida ) da MINHA historia e que resolvi compartilhar com vocês!! Pois quando me apropriei de MIM, TUDO MUDOU!!! INCLUSIVE MINHA ALIMENTAÇÃO!! Claro que como uma besteira ou outra, sinto preguiça de ir treinar!! Faz parte!!! Tudo dentro do normal. Sou HUMANA!! Sou de VERDADE!! NÃO SOMOS MÁQUINAS!!!

Sempre agradeço a Deus por tudo que passei e por todo esse processo que me orgulho muito, pois sem ele nãi chegaria até aqui. E aos profissionais que tenho ao meu lado nessa GRANDE JORNADA DO AUTO CONHECIMENTO minha Psicóloga (grande facilitadora) a minha nutri @bmnutri, meu personal @b.chimenes, minha medica funcional @rivaumichelle, minha fisio Jaqueline Lima e uma amiga que o pilates me deu ( grande incentivadora )  Fernanda Donetto Guedes

Viagem à New York

Nova Iorque é uma cidade maravilhosa, cada esquina há algo diferente. As luzes, lojas,outdoors, pessoas, a arte , enfim tudo encanta.

A minha viagem foi muito bem planejada, pois NY é uma cidade cara e se você busca conhecer um lugar gastando pouco o ideal é montar uma programação antecipadamente. Em relação aos passeios eu comprei um pacote 3 meses antes no site da CityPass onde você pode montar um pacote e sai MUITO mais barato. Outra dica é o cartão ilimitado de 7 dias do metrocard que serve para alguns ônibus também, por 30 dólares. Agora a alimentação, como economizar? Bom, como eu não abro mão de conhecer um pouco da gastronomia dos lugares, a minha dica é ir ao mercado comprar coisas para o café da manhã (eu gastei 2 dólares em um pote de iogurte de 700ml, 1 dólar na caixa de morando e comia isso antes de sair de casa), no almoço, na maioria dos dias, comprava uma salada na 7eleven (cerca de 4 dólares) que tem de vários sabores e são maravilhosas! Já no final da tarde me dava o prazer de comer algo que gostaria de conhecer por aqui,uma pizza, hambúrguer…o que me desse vontade!

É uma dica para quem ficará pouco tempo aqui e precisa ficar o dia todo na rua! Ah não esqueçam da sua garrafinha de água, aqui tem vários bebedouros em parques,lojas…todo mundo anda com sua garrafinha na mão.

Deserto do Atacama é seguro para mulheres?

Desde que comecei a cogitar essa viagem em fevereiro já sabia que não iria acompanhada, minha dúvida era: será que é seguro ficar no meio do Deserto sozinha? A resposta foi surpreendentemente positiva. Se imaginar sozinha em outro país me despertava curiosidade mas dava medo – e se assim como eu, você curte estar sozinha e quer fazer
sua primeira viagem sola, esse texto é pra você… O destino também!

Agora em maio embarquei para o Atacama. Fiquei hospedada no Hostel Pangea, uma das primeiras acomodações de San Pedro de Atacama – simples e com bom custo benefício. É importante saber que essa viagem é um pouco salgada ($), a maioria dos passeios são pagos e fechados via agências, então o roteiro já previa o máximo de economia. Posso
dizer isso também em relação a comida, uma refeição completa e gostosa não sai por menos de 5.500 pesos – pra gente R$ 33,00 dependendo da cotação.

Mas recomendo sem pestanejar: vá para o Atacama! A começar pela pacata San Pedro, que hoje conta com uma população média de 5mil moradores. Me senti segura em estar ali sozinha, negociando passeios e visitando os pontos da cidade. Em todos os cantos, de agências de viagens a restaurantes a frase de ordem era a mesma: ”é brasileira?”. E por
que têm tantos brasileiros por lá? O Chile é um dos únicos países da América do Sul onde a economia está numa crescente, muitos brasileiros estão indo para lá trabalhar. Então, é bem comum esbarrar os nossos. Isso me deu uma segurança a mais, acabei fechando os passeios com eles.

Conheci um grupo de brasileiros e fizemos a maioria dos passeios juntos, saíamos para beber, perambulamos pelas ruas de San Pedro de madrugada e foi bem tranquilo. Ah! Isso é importante, caso beba, fique atenta a quantidade ingerida, a altitude potencializa o efeito do álcool no corpo. O fato é que não me vi sozinha em um só momento – o que não seria
um problema também.

No mais, eu segui algumas dicas básicas de segurança, como: ter sempre um cadeado para a bolsa, principalmente se a ideia for dividir quarto em hostel. Levar o dinheiro e documentos na doleira junto ao corpo. E falar pouco sobre estar sozinha, como passei 3 dias em Santiago, capital (vai ter um texto sobre isso sim \o/) percebia as pessoas,
principalmente homens bem curiosos, então não comentava tanto. Custo total da viagem para o Atacama (passagens aéreas, alimentação, transfer, hostel, passeios, gastos extras e seguro viagem): R$2152

Ps: a consultora e viajante @aondevaimarcella me incentivou e planejou todos os gastos e dicas desse roteiro <3

Como aproveitar um final de semana em Londres

Em janeiro eu decidi ir para Londres no meu aniversário. Estou morando em Kyiv, na Ucrânia, e daqui um voo, ida e volta para Londres, sai por volta de R$150. Comprei a passagem no Skyscanner e fiz a reserva de uma noite no hostel Smart Hyde Park Inn pelo Booking.

Meu voo saiu de Kyiv por volta do meio dia e chegou no aeroporto de Londres Stansted cerca de três horas depois. Por esse aeroporto ser afastado do centro da cidade, fiz a reserva de um ônibus que leva até os principais pontos da cidade da rainha. A empresa National Express faz o trajeto em cerca de uma hora e meia e sai por 14 libras, ida e volta. 

O hostel que fiz a reserva tem nota 7 no Booking, mas esse lugar me decepcionou muito. Quando cheguei o recepcionista não me explicou como eu iria até o meu quarto, me deu um papel com a senha do Wifi e disse que o meu armário era o número 8 mas que ele não sabia quais camas estavam ocupadas. 

Como eu não tinha muito dinheiro, peguei um quarto com 16 camas e que arrependimento. O lugar fedia, cheirava a chulé e não sei quando foi a última vez que alguém passou um aspirador de pó naquele lugar. Minha cama ficava numa ponta do quarto e o armário em outra. Levantei as mãos pro céu por ter feito reserva para uma única noite.

Contexto e dica de fuga de hostel dada, vamos ao roteiro. 

Primeira noite: 

Como cheguei numa sexta-feira decidi ir para o London Party Pub Crawl. Em São Paulo fui guia de Pub Crawl e amo essa modalidade de tour. 

O Pub Crawl é um tour de bares e baladas que, por 17,50 libras, você conhece 5 bares diferentes com gente do mundo todo. Lembrando que esse preço só vale se você fizer reserva pelo site oficial deles.

Estava sozinha, fui a primeira a chegar e logo depois uma dupla de amigas da Suécia entrou. Grudei nelas e feito! Amigas de night. 

Segundo dia:

O sábado foi um dia corrido. 

De manhã cedo corri em direção a ponte de Westminster pois de lá saía o cruzeiro turístico que passeia pelo rio Tâmisa. Para quem faz reserva pelo Booking há um desconto e o preço que normalmente é 19 ,50 libras, fica por 15. A empresa que opera esse passeio é a City Cruises e ele dura aproximadamente uma hora e meia. 

Eu achei que seria um passeio meio “pega turista” mas eu realmente gostei. Dentro do barco tem um restaurante e um guia super engraçado. O tour passa pelos principais pontos a beira do rio e acaba sendo uma boa maneira de ver um outro ângulo da cidade.

Big Ben em reforma
Minha parada foi na Torre de Londres.

Depois, foi hora de almoçar e fui até o East End de Londres para o tour com a Alternative London. Nesse tour, por 30 libras, você passeia de bicicleta por 3 horas pelas ruas deste bairro “alternativo” de Londres e de quebra conhece várias obras de street art. 

No dia que fui estava nublado e ameaçando chover então eu era a única partipando do passeio. Dessa maneira eu consegui conversar bastante com a guia que super entendia sobre o street art e que me levou para alguns murais que normalmente não fazem parte do roteiro oficial.

Depois do tour foi hora de ir para o real motivo que me levou para Londres nas vésperas do meu aniversário, o musical Hamilton. 

Esse musical conta a história de Alexander Hamilton, um dos país fundadores dos Estados Unidos. É um musical revolucionário escrito por Lin Manuel Miranda em que a maioria das musicas tem estilo hip hop e R&B. 

Me apaixonei por essa história no ano passado e era um sonho ir até a Broadway assistir. Mas como me mudei para a Europa me organizei para assistir a versão britânica do sucesso americano. 

O ingresso não é barato, ultrapassa as 140 libras se não comprado com antecedência, mas era o meu presente de aniversário para mim e, como economizei em todos os outros pontos da viagem, paguei em janeiro junto com a passagem, tive que fazer acordo com o cartão para não comer meu limite todo e é isso. Mas o sonho foi realizado e eu pude ver Hamilton super de pertinho.

Eu praticamente não me lembro de NADA da peça, somente da chuva de sentimentos que eu ia tendo a cada nova música que tocava. 

Eu chorei muito, tremi muito, me emocionei muito e saí do teatro em êxtase. Não conseguia pensar, não conseguia esboçar nada só fiquei incrivelmente feliz e agradecida por ter realizado aquele sonho. 

Depois da peça já era hora de pegar o ônibus da National Express e voltar para o aeorporto. Para minha sorte o busão saía do terminal rodoviário que era ao lado do teatro. Passei a noite no aeroporto e voltei para casa, feliz da vida por ter realizado um sonho e mega cansada depois da correria.

Viajar

O ar diferente
no respirar
O céu parece
confortar
o que distante
nunca está…
A estrada infinita
Se torna finita
na descoberta
Do infinito
que ali,
é finito…
Conhecer
Confortar
Buscar
O desconhecido
Lugar,
Um conhecido
No ar
O mar
Amar
Em tempos
de refrescar
encontrar,
O que estava esquecido, em algum lugar…

“Gire fundo, que esse mundo é tão maior”

Hello, girls

How are you?

Aqui estou eu, há mais de 30 dias pensando, ensaiando e buscando dentro de mim o que há de melhor para escrever para vocês.

Em um certo momento da minha militância fui silenciada e nunca mais consegui escrever – bloquiei geral – tem sido um processo diário de refletir e tentar colocar pra fora o turbilhão de sentimentos e sensações dos últimos meses.

Gostaria que vocês soubessem e acreditassem que a palavra tem FORÇA.

Como algumas ou muitas de nós , penso que todas entendemos de onde viemos e nosso lugar social diante dessa sociedade classista. E por que to dizendo isso?

Porque nem nos meus sonhos maiores, eu poderia acreditar que estaria fazendo um pequeno mochilao e/ou escrevendo para um blog, sobretudo, um blog de manas Pretas. No meu humilde e simples jeito de viver, passear por lugares que não fosse o centro de SP e seus arredores ate então era algo MUITO FORA DA MINHA REALIDADE.

Eu tenho muitos amigos (brancos) que já viajaram por todo esse BR e todos moraram no exterior e apenas uma amiga/irmã Preta que conseguiu ultrapassar as barreiras e mochilar pela América Latina – ainda assim, não era possível me familiarizar com isso, eu não conseguia me visualizar realizando algo semelhante.

Em 17,  meados de Junho eu estava em casa e comecei a me questionar sobre diversas espaços e lugares que não temos acesso e naquela noite eu disse pra mim mesma: “ Ate Dezembro eu vou conhecer alguma cidade de Minas Gerais “

Fui pro quintal, estiquei um tapete e comecei a conversar com as estrelas e com Deus, disse a ele o quanto eu queria realizar essa vontade e que precisava da ajuda dele. Os dias passaram, continuei a rotina da vida e numa segunda feira do mês de novembro, encontrei uma amiga na rua que me fez o convite pra ir em Santome das Letras. Fiquei um pouco apreensiva , porém no mesmo instante eu disse que iria – não tinha dinheiro e nem pra quem pedir – mas eu sabia que de alguma forma o universo iria conspirar pra conseguir.

No mesmo dia entrei em contato com a Bruninha @ventosdeluz e disse que não tinha grana, mas gostaria muito de ir na excursão, ela em nenhum momento exitou em dizer não, apenas confiou e disse que meu lugar tava reservado, pra eu pagar como pudesse.

E foii lindo. Santome das Letras e uma cidade bem acolhedora, com uma atmosfera e energia surreal. Foi uma trip de quatro dias e foi libertador topar essa viagem e visualizar que novas possibilidades  estavam se abrindo para mim.

Entrei 18 fazendo planos e escrevi no meu diária, que iria conhecer dois estados – não sabia qual, nem quando nem como – mas novamente emanei pro Universo.

O primeiro semestre foi amorosamente lindo, vivi a paixão mais linda e louca de toda minha existência – sabe aquela paixão que arrebata tudo e todos? Que a gente idealiza que vai  subir aos céus com apenas um beijo? Pois é, eu tive essa sorte, oh Glória!

Mas na mesma intensidade que cheguei aos céus, desci ao inferno e essa relação foi um divisor de águas na minha vida, na verdade está sendo.

Em dezembro, estava em casa, curtindo uma bad daquelas de cortar os pulsos – eu estava literalmente na lama e então, deitada, chorando, ouvindo Anna Trea e sua linda poesia que diz mais ou menos assim:

“ Abre as asas!

Não dá mais, ser cores de outros carnavais

Outros panos, panos que não te vestem mais

Pise firme, não há por quê olhar pra trás

Sê inteira, sê a luz que ilumina tua paz

Coragem!

O de sempre, de não haver ponto sem nó

Dança tudo, faz e espera o melhor

Gire fundo, que esse mundo é tão maior

Tê certeza de que não caminha só na viagem

Te veste da tua alma, tua verdade, teu amor

Ta na porta a nova era que chegou

Dê passagem!

E olho o olho dessa era que chegou

Todo um mundo girando com o teu girar

Tua dança, não é vã, tem que dançar!

Novo rio, um (novo) caminho prá correr

Teu pavio se acendeu deixar ferver

Dê passagem

Essa poesia, a melodia dessa música bateu tão forte em mim, dialogou tão diretamente com minha alma e naquela noite, eu decidi que iria embora da cidade cinza e iria mochilar pelo BR.

Pedi a conta do trabalho, tranquei a faculdade e aqui estou eu, no terceiro mês de viagem, no segundo Estado e me planejando para o próximo. Quer saber a continuidade dessa história?

Eu conto no caminho… me acompanha que logo tem texto novo.

E se você chegou ate aqui, eu agradeço e deixo uma pergunta no ar:

Você tem acreditado na força de suas palavras e seus pensamentos???

Um beijo

Carinhosamente, Het Heru

“Gabyana Negra e Gorda” : livro aborda afetividade e solidão mulher negra

A brasiliense, Gabriela Rocha, que residiu no Rio de Janeiro por 13 anos e mudou para a Noruega em 2016, de lá para cá, passou a resgatar suas memórias e estruturar um livro, “Gabyana Negra e Gorda“, que apresenta temas que são recorrentes de mulheres negras brasileiras. Este ano, ela vem ao Brasil, onde vai dar início a turnê por SãoPaulo, no dia 21 de julho, na Livraria Africanidades.

O livro se tornou referência para mulheres negras de diversas partes do Brasil e do mundo, que o compram através de plataformas digitais como Amazon ou em livrarias físicas, e tem conquistado vendas em países como Canadá e Reino Unido.

Gabriela aborda a solidão afetiva da mulher negra. “Eu acho lindo o amor entre negros e apoio os relacionamentos inter-raciais. Quando era mais jovem, eu só queria namorar homens negros e nem olhava para brancos, nem gringos […] Conforme fui ficando mais velha comecei a observar que eu queria os homens negros, mas eles não me queriam. Ou às vezes me queriam só para sexo e no dia seguinte apareciam com uma branca de mão dada em público. Então, para o meu bem-estar mental, resolvi abrir os meus horizontes”, explica a autora.

O livro físico está disponível em nosso site aqui ou o digital no site da Amazon pelo link:
 bit.ly/gabyanna . Mais informações pelo e-mail: livrogabyanna@gmail.com

No dia 21 de julho haverá evento de lançamento do livro na Livraria Africanidades, em São Paulo. Mais informações no evento do Facebook.

Texto escrito por Laísa Gabriela de Sousa

https://mundonegro.inf.br/gabriela-rocha-lanca-gabyana-negra-e-gorda-e-aborda-temas-atuais-inerentes-a-mulher-negra/

Sua realização só depende de você!

Por muitos anos tive sonhos frustrados, quando estava prestes a realizar um feito, conseguir finalmente algo que tanto almejei, tudo dava errado. Sempre planejei minha vida nos mínimos detalhes, pensando sempre em cada passo a ser dado, programando o dia de amanhã e traçando todo o meu futuro na minha imaginação… Mas quem disse que é assim que funciona? Não bastar querer para acontecer, você precisar fazer! Pelo menos comigo nunca funcionou assim.

Meus sonhos estavam sempre condicionados a outra pessoa, por mais que eu quisesse muito alguma coisa, nem o destino ia conseguir agir ao meu favor porque eu sempre esperava que alguém desse o ponto de partida por mim ou no mínimo junto comigo. Eu sempre optava por esperar o momento perfeito. Foi nesse ponto que eu errei, eu dei o poder de decisão sobre o meu destino à outra pessoa. Aquela história de só vou se ele for, só faço se ele fizer. Hoje tenho consciência do que eu mereço e que só eu posso dar a mim mesmo o que eu necessito. Quem deve dar o primeiro passo sou eu e somente assim o acaso irá fluir ao meu favor, a partir da minha decisão de ser feliz, de fazer e me empenhar em dar certo. Seja um pequeno ou um grande passo, faça-o por você. A sensação de realização é algo indescritível, você finalmente sente que tem controle sobre a sua vida e seu destino, isso irá renovar suas energias e no final já conseguirá visualizar concretizações que antes eram impossíveis aos seus olhos. Você entende que o poder vem de dentro de você, A CORAGEM.

Foto de Embalse el Yeso – Santiago – Chile

Medo da Imigração

Texto escrito dia 20/03/19 ao cruzar fronteira Moçambique com a África do Sul

Uma viajante nata e ainda tenho medo de passar pela imigração para carimbar meu passaporte.

Como assim Rebecca?

Não sei explicar, espera acho que sei explicar…

Não é comum negras e negros viajarem e obviamente uma brasileira negra ou uma mulher latina americana, causa estranheza ao encontrarem livre, leve e solta.

Tenho que contar que não tive muitas experiências agradáveis nas fronteiras como na saída da Bolívia 🇧🇴 em 2010 ao retornar ao Brasil. No aeroporto me pediram para que eu tirasse a roupa e ficasse de cócoras, oi? Eu falo muito bem espanhol, estava sozinha e me espantou quando pediram para eu entrar em uma sala sozinha…. fiquei assustada e entrei. Eu entendia quando as polícias me ordenaram: “tira a roupa!”. Eu relutei, e fingia não entender uma palavra, elas eram incisivas e ainda pediam para eu tirar a roupa e ficar de cócoras. Eu fingia ser muito tapada e não obedecia os comandos, me passando por desentendida. Perguntavam incisivamente o que eu fazia na Bolívia sozinha, quanto tempo eu tinha ficado e o que fazia esse tempo por lá. Eu tremia, tremia e respondia essas perguntas básicas. Estava sendo violentada na imigração, eu não era o tipo de viajante que eles costumavam ver, eu estava a sofrer racismo!

Sem muito prolongar, me deixaram partir viram que eu era apenas uma aventureira em mundo alheio, não precisei tirar a roupa e nem ficar de cócoras. É acho que depois disso, meu medo de fronteiras faz sentido, muito sentido.Mas não parou por aí, quando cehguei no Brasil depois de uma viagem pela Bolívia tive minha bolsa revistada por inteira. Oh céus, precisa disso?

Na entrada no Uzbequistão 🇺🇿 procedimentos “padrão” revistaram meu computador, malas, hd, fotos no celular… jura que precisa isso? Até ouvir uma gracinha do tipo, que foto linda… ele estava me assediando, na situação de uma viajante querendo entrar no país é como levar um soco e não poder revidar.

Entrar no Cazaquistão eu tive muito medo, eu não estava ilegal, não havia pq ter medo, mas chamarem 4 polícias para conversar entre si, olharem meu passaporte, olharem o meu rosto, não sei o que eles tanto me olhavam, era como se eu fosse uma criminalista. Eu tremia, sou muito expressiva e tentava pensar o que passava na cabeça deles e o que eu tinha feito de errado, após pouco mais de 5 minutos eles disseram: pode ir! Até hoje não sei o que houve, mas eu tinha medo de voltar do Quirquistão pelo Cazaquistão e tudo isso acontecer novamente, eu estava certa no retorno questionavam meu visto.

Saindo do Tadjiquistão, após 1 ano e meio, muitos me conheciam, já estava como figurinha pública e como a garota Tajiquistão versão afro brasileira que morava em Kulob. Falava algumas coisas em tadjiqui, até que 3 mulheres me abordaram e me levaram pra salinha, nesta hora que as pernas tremiam a barriga gelava, ahhh não, logo eu a famosinha do Tadjiquistão? eu compreendia algumas palavras em Tadjiqui, mas me fingi de louca de não entender nada, perguntavam quanto eu tinha na carteira, eu dizia que não entendia, até eu responder que não tinha nada. Eu tinha dinheiro aliás estava indo para uma eurotrip, elas pegaram minha carteira, isso mesmo tiraram a carteira da minha mão e revistaram. Tinha dinheiro, tinha uma quantia razoável, mas eu escondi tão bem na carteira que elas não acharam. Me mandaram embora e não quiseram nem revistar minha bolsa, imaginavam que eu era uma mera coitada.

Meu passaporte atualmente tem 4 folhas sem carimbo, é comum eles perguntarem como eu consegui tudo isso? E o por que países tão estranhos e nada comum? Não me soa uma pergunta educada, não é mesmo?

Acho que tenho muitos relatos para ter medo dos guichês de imigração. Ser negra viajante não é algo muito comum, isso incomoda e sou, somos vítima de um racismo mundialmente institucional nesta sociedade.

Sonho no dia em que minhas pernas não tremam por medo da imigração. Que esse dia venha logo!

Ashram – Indonésia

Como prometido no post anterior sobre a Indonésia vou falar um pouco sobre minha experiência no Ashram 🙂

Pelo pouco que conheço da Ásia (cultura e países) sempre senti que eles são muito evoluídos espiritualmente. Sempre me passam a sensação do quanto eles prezam o conforto, bem estar e o respeito ao próximo. Em Bali há muitos spas, casas de massagens, escolas de ioga e ashrams.

Ashram é um espaço para autodesenvolvimento, é como um retiro espiritual. Geralmente situados em lugares um pouco mais tranquilos, afastados da loucura da cidade. O que eu fiquei era um centro de além de autodesenvolvimento, com exercícios físicos e espirituais. Cercado por campos de arroz, a 3 km de Ubud. Há algum tempo, antes da viagem ao país, eu havia começado um trabalho de autoconhecimento. Nada muito complexo, como ficar num ashram. E uma amiga que já tinha viajado à Indonésia me indicou o Ashram Anand Ubud (Fundado pelo humanista espiritual Swami Anand Krishna).

Acessei o site deles e as informações eram muito claras sobre os objetivos do espaço, como funcionavam, a estrutura e o que se poderia esperar. Troquei alguns e-mails com a equipe e acabei fechando os meus 4 dias.

Eu até tinha a possibilidade de ficar mais, mas como não sabia como seria a minha experiência, decidi ficar apenas esse período.

Fiquei com aquele friozinho na barriga de como seriam os meus dias no ashram. Tanto pelo fato de serem vegetarianos quanto com o fato de eu ter que conviver com pessoas que eram mais evoluídas espritualmente do que eu. Mas como na maioria das situações, minha experiência fui muito melhor do que eu estava imaginando!!!! 🙂

Conheci pessoas que também estavam pela primeira vez passando por aquela experiência. Que para elas também era tudo uma novidade. E o mais engraçado, estavam tão perdidas quanto eu! rs

Cheguei no ashram no início da tarde. Fui super bem recebida. A equipe toda fala um inglês muito bem compreensível. E me mostraram o espaço inteiro. E esse foi o primeiro momento que notei que eram pessoas ‘normais’ rs. Não sei que mania que temos de fantasiar as coisas né? Sim.. eles sorriem, brincam, fazem piadas.. Tudo como qualquer outra pessoa! 

Como em muitos estabelecimentos e casas, ficávamos descalços em nossos quartos ou locais sagrados. Antes de chegar na área dos dormitórios já havia um lugar para deixar nossos calçados. Uma curiosidade, cada quarto tinha o nome de um deus hindu. O meu quarto se chamava Bhavani (pela minhas pesquisas: doadora da vida; o poder da natureza ou fonte de energia criativa)! Bem inspirador! :)))

Nossa programação começava bem cedinho.

Das 6h00 até 6h30 tínhamos o chanting (canto de mantras). Começava pontualmente às 6h! A equipe tinha todo um cuidado de deixar disponível a letra dos mantras para que pudéssemos acompanhar.

Após o chanting tínhamos o agnihotra (cerimônia do fogo para limpeza do corpo, mente e emoções; também para a purificação da alma e do ambiente). Era uma cerimônia curta mas era um dos momentos que eu mais gostava. Achava muito lindo e me sentia super bem. E era o momento mais familiar que eu tinha. Porque eu conhecia um dos mantras que era cantado durante a cerimônia (Mantra Gayatri) 🙂

Ás 7h30 era o momento da ioga. A aula era muito inclusiva. Não havia asanas (posições) complexas, difíceis de fazer. E foi lá que eu aprendi posições super simples para trabalhar questões super complexas em nosso interior. Ioga é uma filosofia de vida!

E por fim o café da manhã! Isso mesmo! Depois de todas essas atividades, por último vinha o café! E juro que ninguém caiu duro de fome.

Sobre o momento das refeições

Realmente não imaginava quantas opções de pratos havia no cardápio vegetariano. Tanto o café da manhã quanto o almoço eram muito variados. Com pratos indonésios e indianos. A melhor parte era a socialização. Era neste momento que todos se juntavam à mesa para comer. Todos mesmo. O cozinheiro, a professora de ioga, o ‘rapaz do chanting e da cerimônia do fogo’… sempre tínhamos longas conversas. Todos brincalhões, simpáticos e sorridentes. É engraçado pensar que só porque as pessoas seguem uma filosofia de vida você acha que elas não expressam sentimentos algum.. “não vivem”. Posso dizer que os momentos das refeições foram para eu quebrar vários preconceitos.

A parte da tarde era basicamente livre. Podíamos fazer trabalho voluntário. Tinhamos acesso à pequena biblioteca; à healing pool (piscina de purificação – pensem numa água gelada!) ou podíamos dar uma voltinha pela região.

Há templos e belas plantações de arroz por todo o lado. Eu gostava muito de ir a um warung (café/restaurante) próximo ao ashram. Foi um outro lugar que percebi que o indonésio tinha senso de humor. Havia várias plaquinhas com dizeres bem engraçados.

Cada noite havia uma programação, todas sempre iniciadas com o chating. Algumas atividades eram abertas aos turistas e outras para os locais. Eu pude participar do Satsang Spiritual Dialogue com o Swami Anand, esse era o momento que ele abordava algum assunto e deixava aberto para discussões, era bem um bate papo mesmo; e em outra noite tivemos o Inner Jorney Meditation (meditação). 

É uma vivência que acredito que todos deveriam passar em algum momento da vida. Claro que não precisa ir até a Indonésia e nem seguir uma religião específica. De repente até fazer uma simples viagem sozinha. O fato de ficar conectado consigo mesmo, longe da loucura do dia a dia é realmente renovador!

Posso dizer que foi uma experiência que levarei comigo em minha vida toda.