Rosas da Escravidão

Poesia escrita pela negra viajante Innocência Theodorica Sant’Anna Julia

São Paulo 01-10-2009 ao celebrar os seus 90 anos de idade

Para saudar a mãe Aparecida
Eu fui buscar das flores a rainha
Para depor aos pés da Mãe querida
Rosas em flor e a poesia minha

Tu, que em tua imagem venerável
Quiseste ter a cor da nossa gente,
Que salvaste o escravo miserável
Partindo com amor sua corrente.

Recebe, Mãe, o grito de noss’alma
Que não é mais gemido de senzala,
E sim, buque de rosas perfumadas
Ornando sua imagem nesta sala

Que sejam rosas rubras todo sangue
Derramando em tantos pelourinhos
e em vez de ódio, revolta ou vingança
Deste-nos gesto de amor e de carinho!

Que cada gota de sangue, cada lágrima
derramadas em meio a tantas dores,
Transforme-se em pétalas orvalhadas
De mil e uma perfumadas flores.
Diante de Deus de amor e de teu Filho
Só é nobre quem tem do céu a graça!
Por isso, Mãe, eu venho agradecer-te
Por seres semelhante a minha raça!

Bitonga Travel

Texto colaborativo

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