Helen Rose viagem para a India - mulher negra viajante e pesquisadora

Afroturismo, turismo, viajantes e pesquisa acadêmica

Afroturismo, turismo, viajantes e pesquisa acadêmica – por Helen Rose

Olá, em primeiro lugar meu nome é Helen Rose, sou uma viajante Bitonga e o ano é 2023. Em 2021 meu texto foi publicado onde eu contava minha experiência de morar na Cidade do Cabo/Cape Town (África do Sul) durante o período da pandemia 10 coisas que re(descobri) em 2020 atravessando o Atlântico.

Afroturismo, turismo, viajantes e Pesquisa Acadêmica

Agora minha alegria em escrever para vocês é porque estou fazendo mestrado na USP e pesquisando sobre turismo e afroturismo. E o bacana de tudo isso é que também vou entrevistar viajantes que foram ao continente africano, a entrevista será com a metodologia de História Oral, que considero fundamental para que as nossas histórias possam ficar registradas em arquivos e na universidade. O desafio agora é descrever minhas experiências em viagens com a teoria acadêmica.

Viajando para a África do Sul

Em 2016 fiz a minha primeira viagem internacional, o que sempre achei que seria impossível aconteceu, no final de janeiro embarquei para a África do Sul, desembarquei em Joanesburgo e foi uma sensação incrível. Estava viajando com um grupo de dezoito pessoas e ficamos cinco dias em Joanesburgo, onde tive a oportunidade de visitar do Museu Nelson Mandela e conhecer um pouco mais sobre a triste história do regime de segregação racial do Apartheid (que vigorou na África do Sul de 1948 a 1994).

Pelo Mundo

Depois dessa pausa na África do Sul, embarcamos para a Índia, em direção a Nova Déli, mas antes fizemos uma conexão em Dubai, um dos aeroportos mais lindos do mundo e a vista área do deserto é uma das minhas imagens preferidas. (incluir foto do Taj Mahal).

Depois dessa primeira viagem consegui viajar pela América do Sul indo ao Deserto do Atacama, Patagônia e Ushuaia, Irlanda/Dublin, Inglaterra/Londres e Hungria/Budapeste.

Meu desejo/vontade era fazer mestrado e as viagens contribuíram para a definição do tema e foi durante a pandemia da Covid-19, morando em Cape Town, que consegui elaborar o mapa das minhas viagens que chamei de Cartografia Afetiva ou Viagens e Andanças. (incluir foto e referência das geógrafas).

O mapa auxiliou na elaboração do projeto de pesquisa sobre afroturismo, pois enquanto olhava o mapa lembrava de todos os desafios de organizar a viagem, planejar o custo e principalmente as lembranças dos lugares e das pessoas. Ah, sim, sou historiadora e sempre entendi que história e turismo são áreas do conhecimento interconectadas.

Turismo – Ponto de Partida da pesquisa

Afroturismo, turismo, viajantes e pesquisa acadêmica - por Helen Rose
Afroturismo, turismo, viajantes e pesquisa acadêmica – por Helen Rose

O turismo é meu ponto de partida onde posso pesquisar sobre diversos aspectos utilizando o conceito de interseccionalidade (raça, classe, gênero) e a história oral como um registro importante da/do viajante. Estamos vivendo um momento importante dentro das universidades brasileiras, onde nós mulheres pretas deixamos de ser apenas objeto de pesquisa e nos tornamos pesquisadoras.

No momento estou compartilhando as viagens internacionais em outro momento que partilhar sobre minhas viagens à Salvador/Bahia, Chapada Diamantina, Olinda/Pernambuco, Lençóis Maranhenses e Alcântara/Maranhão, Manaus/Amazônia, Pantanal/Mato Grosso, Curitiba/Paraná, sem esquecer do estado de Minas Gerais, onde conheço bem Ouro Preto, Mariana, Diamantina, São João Del Rei, Tiradentes, Belo Horizonte e a incrível região do Vale do Jequitinhonha/norte de MG.

Por fim…

A teoria feminista negra tem como um dos seus principais pilares a ideia de que a experiência de vida é uma forma de conhecimento que deve ser valorizada na produção científica. Assim, olhando para a minha história de vida e da minha família, sinto-me feliz por ter feito essas andanças pelo Brasil e pelo mundo. O passaporte e visto americano em ordem esperando o próximo check-in.

Eterna Glória Maria viajante negra - Bitonga Travel

Eterna Glória Maria a Viajante Negra Inspiradora

A Glória Maria a musa inspiração das mulheres que são Viajante Negra da contemporaneidade, aquela rompeu tantas barreiras. Mostrou que não existia limites quando o assunto era IR!

Em primeiro lugar, vale lembrar que no dia 02/02/2023, quando salvadamos a Rainha do Mar, fomos noticiados com sua partida. Rainhas não morrem, se eternizam sendo assim, há muito o que fizer sobre ti!

Audáciosa

Foi audaciosa, trabalhou com o que mais amava, assim como fez da profissão caminhos para o seu percorrer. Quando falamos e mulheres viajantes, falamos de Glória Maria! A sua pele retinta sempre impactou, mas não esmoreceu, mostrou que além da sabedoria, tinha carisma, simpatia e beleza.

Viajou, viveu e curtiu como ninguém! Não tinha fronteiras para dizer o que via e pensava. O mundo à abraçou, acolheu e mostrou o quanto és amada.

Primeira no Brasil a usar Lei Afonso Arinos

Ser mulher negra nesse Brasil nunca foi uma missão fácil, assim como você ensionou a importância de lutar por direitos, assim como tê-lo como um ato de bravura! Foi você que mais uma vez mostrou através da lei Afonso Arinos (Glória Maria foi a primeira no Brasil a usar Lei Afonso Arinos 1390/51) e do seu saber onde é lugar de racista.

“Racismo é uma coisa que eu conheço, que eu vivi, desde sempre. E a gente vai aprendendo a se defender da maneira que pode. Eu tenho orgulho de ter sido a primeira pessoa no Brasil a usar a Lei Afonso Arinos, que punia o racismo, não como crime, mas como contravenção”.

Glória Maria – Viajante Negra

Um VIver admirável

Queria ter tido a oportunidade de ter uma conversa contigo, seria muita ousadia pedir uma viagem contigo e outras mulheres negras viajantes. Tenho certeza que riríamos muito e íamos ficar de boquiabertas ouvindo cada história nos seus mínimos detalhes.

Admiro e amei o seu viver. Se existe uma coisa que vc fez e muito bem nessa vida, foi VIajar com VI de VIver, VIvenciar…

Agradecemos pelo seu VIVER

Obrigada por tudo, pros viajantes a frase vá algum lugar que nunca foi antes, só posso dizer que onde é que você estiver, faça mais uma grande experiência.

Fica a nós os seus passos, sua VIVAcidade!

Para os viajantes não existe a morte, é apenas mais uma partida e sem um até logo, afinal de contas temos muito à viver.

Descanse 🙌🏾💓

EU SOU GLÓRIA MARIA, EU SOU VIAJANTE NEGRA! SOMOS GLÓRIAS MARIAS, SOMOS VIAJANTES NEGRAS.

Por fim, um beijo💋de Rebecca Aletheia.

Sua eterna admiradora e também viajante negra . Assista Roda viva com Glória Maria.