quando entro em lojas em bairros centrais
quando caminho por praias
quando sento primeira classe no avião
quando entro em um restaurante pra pedir a la carte
quando me hospedo em hotéis 5 estrelas
quando estou diante de uma platéia
pra mostrar que sim,
Minhas correntes ainda fazem barulho
são para os meus pés que olham, até atingirem os meus olhos
pra perguntar
se sou a faxineira
se sou a garçonete
se sou a cozinheira
Minhas correntes fazem barulho,
ao dizer que sou a proprietária!
São para os meus pés que olham, até atingirem os meus olhos
pra me informar o preço de um suco de laranja, quando eu só quero tomar o suco… poxa!
Vão dizer que é absurdo,
isso que acontece quando as correntes fazem barulho, e julgam pela cor não agem de cor(ação) e sim de (re)ação…
como se nós fossemos a ação
Nós mudamos,
enquanto em outrora as correntes nos matavam (ah, minha bisa) outras eram “inofensivas” (né vó) abertas nos permitiam ir, pra onde? (oh, mãe)
Hoje são nossa fonte de resistência pra continuar,
ainda carrego as correntes na minha pele!
Eu…
Ana Paula Torquato – Escritora e poeta por amor, com dois livros publicados e participação em antologias, foi premiada com o primeiro lugar em um concurso nacional de poesias no ano de 2019 , é membro da Academia de Letras da Manchester Mineira em Juiz de Fora, formada em Administração de empresas, é bacharela em Ciências Humanas e pós graduada em Gestão de Pessoas.
Apaixonada por viagens, fotografia, aventuras e correspondente da Bitonga Travel.
Escreva a sua poesia, envia para o nosso email apareça em nosso blog – bitongatravel@gmail.com
No dia 25 de maio de 2020 foi lançada a websérie Nzinga mulheres viajantes no Canal do YouTube da Conectando Territórios.
Thaís Rosa Pinheiro, é idealizadora da série e Fundadora da Conectando Territórios.
Nzinga: Mulheres Viajantes websérie
Webserie sobre mulheres que movimentam suas vidas e através da viagem levam seus trabalhos, paixão, cultura, conhecimento e experiências pelo mundo.
Existem muitas formas de viajar. A turismo, estudos, a trabalho, independente da sua classe social, mulheres se deslocam e realizam seus sonhos. Empreendem seus projetos, trabalhos e levam para o mundo através do Intercambio de conhecimento, saberes e experiências
Nessa primeira temporada, quatro mulheres negras foram entrevistadas e contaram suas histórias de vida e viagem pelo mundo.
História de vida? História de viagem? Porque vida é uma viagem!
Entre Argentina, Alemanha, Brasil, Cuba, Estados Unidos, Finlândia e Nigéria aprendemos o deslocar de mulheres negras e quebras de estereótipos com suas histórias.
As convidadas da primeira temporada do programa foram Jéssica Barbosa (atriz e doula), Mary do Espírito Santo (pesquisadora), Sil Bahia (comunicadora e fundadora do Preta Lab) e Vanessa Soares (produtora cultural e dançarina)
Essa série tem como objetivo desmistificar o estereótipo da mulher negra brasileira perante o Brasil e o mundo, mostrando que existem mulheres em diversas posições sociais e profissionais. Segundo Angela Davis: quando uma mulher negra se move, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.
Fotos: Arquivo de Jéssica Barbosa
Thaís Rosa Pinheiro. Mestra em Memória Social (UNIRIO), Especialista em Análise Ambiental e Gestão do Território (ENCE/IBGE), Especialista em História da África e Afro Brasileira (FEEDUC), Guia de Turismo Embratur, Young Leaders of the Americas Initiative (YLAI) Alumni e Rotary Peace Alumni.
O ano 2020 foi instituído pela Organização Mundial da Saúde(OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde(OPAS), como o ano internacional da Enfermagem e Obstetrícia. Mediante a este marco iremos apresentar ou relembrar 12 enfermeiras negras negligenciadas na história para conhecer.
Não foi à toa que se instituiu este ano para esta celebração,
mas por duas razões: o mundo precisa de mais de 9 milhões de enfermeiras(os) e obstetrizes
para atingir a meta de cobertura universal de saúde até 2030. E pelo 200º aniversário
de nascimento da Florence Nightingale – a fundadora da enfermagem moderna.
No dia internacional da Enfermagem, 12 de maio, escrevo este texto com um histórico racial para que pensemos enfermeiras negras, que talvez não nos contaram nas aulas de história da enfermagem ou que no nosso dia-a-dia são negligenciadas devido seu estereótipo racial.
A enfermagem é conhecida como a arte do cuidar. E vamos trazer o histórico de mulheres negras tiradas forçadamente da África para o mundo, sendo submetidas a situação de escravidão e prestação do cuidado à todas as pessoas da sociedade colonial, em situações de manutenção da saúde ou na doença em todas as etapas do ciclo de vida. Neste contexto de escravidão nota-se que essas mulheres negras muitas vezes eram impedidas de cuidar de outras pessoas escravizadas e familiares, pois o cuidado exercido por estas mulheres negras no período colonial tinha como função social a servidão escravocrata. As mulheres negras prestavam o cuidado como negras domésticas, mães pretas, parteiras, enfermeiras e amas-de-leite.
No Brasil não seria diferente, o cuidado é/era exercido majoritariamente por mulheres negras. Atualmente no país há cerca de 3,5 milhões de profissionais da saúde, e aproximadamente 50% são da enfermagem, destes 86% são mulheres e 53% são negras e negros.
Neste texto gostaríamos de apresentar 12 mulheres negras que atuam como enfermeiras que fizeram e fazem parte da nossa história à nível mundial.
Mary Jane Seacole – Enfermeira negra jamaicana atuante na guerra da Crimeia, isso mesmo, a mesma guerra onde se tem o destaque para Florence Nightingale. Mary aprendeu através dos ensinamentos de sua mãe negra que praticava cuidados através da medicina tradicional, assim como o tratamento aos doentes e combate às doenças endêmicas. Em 1854, inscreveu-se para participar da equipe de enfermagem da Florence para cuidar dos soldados feridos da Guerra da Criméia, porém não foi aceita, apesar das cartas de recomendações dos governos da Jamaica e Panamá.
Um não, não é suficiente para barrar uma mulher negra, Mary Seacole arrecadou fundos para viajar por conta própria à frente de batalha. Com o dinheiro que obteve montou o British Hotel onde vendia comida e bebida aos soldados para custear as despesas do atendimento a doentes e feridos dos dois lados, teve como nome – Mãe Seacole.
Mary foi ignorada no Memorial da Guerra da Criméia, em Londres
em 1915, até ter sua autobiografia encontrada em um sebo. Onde foi homenageada
no Reino Unido e na Jamaica, onde dá nome à sede da Associação Jamaicana de
Enfermagem.
Ressaltamos a história de Mary Elisa P. Mahoney, primeira mulher negra americana diplomada enfermeira pelo New England Hospital for Women and Children, em Boston
Na história Brasileira, também temos a guerra e neste caso a do Paraguai e a enfermeira branca destaque – Ana Neri a percussora da Enfermagem no Brasil, como destacado na literatura. A guerra do Paraguai se deu no período da escravidão, ou seja, muitas mulheres negras enfermeiras estavam envolvidas porém com suas histórias negligenciadas.
Maria Jose Barroso, depois conhecida como “Maria Soldado” foi uma notória enfermeira de guerra. Atuou na guerra civil da revolução constitucionalista de 1932, inicialmente, seus feitos e posicionamento político eram exercidos como “enfermeira” da Legião Negra, posteriormente passando a atuar na linha de frente de batalha. Maria Soldado, é considerada a precursora da enfermagem moderna no Brasil. A mesma não ingressou em uma instituição de nível superior para diplomação em Enfermagem, pois não tinha os requisitos de ser a mulher ideal para compor a enfermagem profissional no Brasil por não ser “branca, culta, jovem e saudável”, assim excluía – se as mulheres negras.
A profissão de enfermeira para mulheres negras no Brasil foi negada durante 2 décadas 1920 e 1930, ou seja, na primeira escola de enfermagem, Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, pertencendo à Universidade do Rio de Janeiro – UNI-RIO, mulheres negras não eram bem-vindas.
Lydia das Dores Matta, Josephina de Melo, Lucia Conceição e Maria de Lourdes Almeida no ano 1943 na cidade de São Paulo, são as primeiras negras oriundas de estados pobres e distantes a ingressarem no Curso Básico de Enfermagem na Universidade de São Paulo, a escola de maior projeção da América Latina na época a ingressarem na universidade assim como formam-se en Enfermagem. A escola de enfermagem da USP foi criada em 1940, 3 anos depois ingressam as primeiras negras a cursar a universidade.
Rosalda Paim iniciou o curso em Enfermagem em 1947
pela Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa – EEAAC da Universidade
Federal Fluminense – UFF, na época denominada Escola de Enfermagem do Estado do
Rio de Janeiro, graduando – se em 1950. Com um currículo invejável de especializações,
visava romper com o modelo hegemônico curativista a o trazer conceitos que
ainda não eram discutidos e utilizados no sistema de saúde como, integralidade,
humanização, hierarquização dos serviços, referência e contra-referência.
A trajetória profissional de Rosalda Paim é norteada por
marcos teóricos, sociais e políticos da virada do século XX para o XXI no
Brasil e no Estado do Rio de Janeiro, de modo que a mesma teve um papel de
destaque no processo de modernização da enfermagem brasileira, na formação do
enfermeiro e profissionais de saúde, na democratização brasileira e na mudança
de paradigma na atenção em saúde.
Rosalda Paim, a primeira enfermeira parlamentar e negra do Brasil, exerceu o mandato de Deputada Estadual do Rio de Janeiro, pelo Partido Democrático Trabalhista – PDT no período de 1983 a 1987. Utilizando-se de sua formação em educação, saúde e enfermagem Paim criou e teve aprovada 20 leis na área de saúde e assistência social, assim ela exerceu uma atuação política notória e importante para a sociedade carioca e brasileira.
A enfermeira negra Izabel Santos iniciou sua trajetória profissional no Serviço Especial de Saúde Pública – SESP ligado a Opas – Organização Panamericana de Saúde na década de 50, onde atuou por 20 anos, posteriormente passou a integrar o quadro de professores Universidade Federal de Pernambuco – UFPB e por fim retoma seu vínculo com a OPAS em 1976, onde atuou como consultora até 1997, assessorando o Ministério da Saúde. A sua contribuição de maior destaque está na formação profissional de enfermagem, sobretudo no nível técnico com a idealização do Programa de Qualificação de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem – PROFAE.
Maria Stella de Azevedo dos Santos – Iyalorixá mãe Stella de Oxóssi, iniciou a graduação de enfermagem aos 15 anos de idade, tornou-se enfermeira pela Escola de Enfermagem e Saúde Pública da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Após sua formatura especializou-se em Saúde Pública e passou integrar o quadro de enfermeiras sanitaristas da Secretária de Saúde do Estado da Bahia – SESAB em um Centro de Saúde.
Enfermeira e Iyalorixá torna-se imortal em 12 de setembro de
2013 ao assumir a cadeira de número 33 na Academia de Letras da Bahia após ser
eleita por unanimidade. Por essa cadeira que tem o poeta Castro Alves como
patrono, já foi ocupada pelo seu amigo, o também escritor Ubiratan Castro de
Araújo
Dona Ivone Lara formou-se
pela Faculdade de Enfermagem do Rio (atualmente Faculdade Alfredo Pinto, da
UNIRIO). Dedicou-se intensamente à profissão, especialmente à Saúde Mental.
Costumava percorrer as enfermarias e pavilhões do Instituto Psiquiátrico
Pedro II em busca das histórias, referências e laços familiares dos pacientes.
Era uma rotina, que além de dar-lhe satisfação, fazia parte do tratamento
terapêutico.
Prestou concurso público para o
Ministério da Saúde em 1942, antes de ingressar na Colônia Juliano Moreira,
onde atuou por mais de três décadas com pacientes afetados por graves
transtornos mentais. Fazia plantões de 24/48 horas que, segundo ela, eram
desgastantes, mas, ao mesmo tempo, muito gratificantes já que ajudavam a
diminuir o sofrimento dos que procuram as unidades públicas de saúde.
Atuou com Nise da Silveira, psiquiatra brasileira que rebelou-se contra a
lobotomia, eletrochoques e outros métodos agressivo de tratamento de Saúde
Mental, defendendo um tratamento humanizado da loucura. Com Nise,
especializou-se em terapia ocupacional.
Soube combinar a música e as habilidades de enfermeira para ajudar seus
pacientes a enfrentar transtornos mentais. A música funcionava como um bálsamo
consolador nas inúmeras festas que promovia com suas colegas de trabalho. Ela
cantava e dançava com os pacientes e, assim, transformava aquela rotina, tantas
vezes esgotantes, em momentos de felicidade.
E não poderia deixar de mencionar as duas ex-esposas de Mandela que se formaram enfermeiras Winnie Mandela e Evelyn Mase, mas essas histórias ficarão para outro texto.
Não há dúvidas que na nossa história existem muitas enfermeiras negras que fizeram e fazem história e que tem importância política nesta atuação, dispondo-se para serviços de guerras, endemias, pandemias, assim como atuação nas atividades científicas, hospitalares e nas comunidades.
Que essa profissão seja reconhecida e valorizada e com o seu devido destaque para a questão de gênero e raça.
Referência para esse texto foi o excelente estudo de graduação de Cláudio Bonfim de Oliveira Nascimento Junior: BLACK LADIES NURSES?! SIM: Enfermeiras negras e a construção da identidade da Enfermagem no Brasil
Boa parte do tempo não estamos satisfeitos e sempre irá faltar algo e talvez nunca iremos aceitar o porquê tudo isso está acontecendo, temos uma dificuldade em encontrar ou se sentir completas/os.
Darei alguns exemplos de pessoas que encontrei pelo mundo e
eu não compreendia as suas colocações e posteriormente a suas decisões:
— Eu estou cansado de viajar, vou retornar ao meu país!
Kevin, um viajante de bicicleta, que estava percorrendo o
mundo após longa conversa ele sentiu-se seguro em dizer a sua decisão. Nos
conhecemos no Tajiquistão e foi a primeira vez que eu ouvi alguém dizer isso principalmente
quando esta parece a melhor escolha da vida, viajar o mundo com o seu próprio meio
transporte. — Isso não quer dizer que ele parou de viajar, mas aquele plano por
hora foi feito, parar de dar a volta ao mundo.
— Estou num hotel 5 estrelas com tudo pago por 2 semanas. Eu
não queria estar aqui!
A frase da minha amiga Paloma — alterei o nome para preservar
a identidade, após diversas vezes dizer que este era o seu sonho, estar dias em
um hotel 5 estrelas, relaxando.
— Ficar em casa tem sido um saco. Não estou aguentando mais…
A frase mais comum nesta quarentena de norte a sul do mundo.
Sei que todo o mundo já verbalizou por diversas vezes a vontade de querer ficar
em casa vários dias.
Quando digo que temos dificuldade em estarmos satisfeitos é saber que queremos ter sempre algo novo, novidade e talvez em casa não há mais a tal novidade. Mas tenha calma, temos que recriar este novo mundo. A internet vai fichar chata, os filmes estarão sem graça, aliás, já assistimos todos, os livros serão poucos, os challenges serão cansativos. Ao reler e rever a história de Frida Khalo me foi um re-start de pensar como alguém pode viver 18 meses na cama engessada e reinventar a sua vida?
Não estou aqui querendo romantizar essa história ou trazer
toda a discussão sobre a sua vida entre prós e contras, mas pensar que uma
estudante de medicina se descobriu artista, teve que se reinventar. Usar a saia
para esconder as sequelas da paralisia infantil e usada como moda até os dias
atuais.
Frida Khalo teve problemas mentais, não é fácil estar a se redescobrir, reinventar e lidar com o seu eu diariamente, mas poder se encontrar, se ver, se entender e/ou se desentender é necessário.
Quais foram as novas reinvenções da sua vida neste novo momento?
Queremos as nossas vidas de volta, queremos estar com todo o
mundo, queremos essa tal liberdade de ir e vir, eu também! Como estamos nos
reinventando?
Quantas vezes agradecemos pela vida, pelo emprego que ainda temos, pela comida nas nossas mesas, pela oportunidade de não termos contraído nenhuma doença.
Tenho certeza, que quando acabar tudo isso, você no muro das lamentações irá ecoar aquela velha frase:
— Podíamos trabalhar de casa e vir apenas 2 dias na semana;
— Gostaria de ficar em casa todos os dias da semana;
— Odeio segunda-feira…
A diferença é que temos uma dificuldade de estarmos satisfeitos e estamos em busca de mais. Nem sempre o que não nos traz satisfação quer dizer que não seja bom, está apenas acontecendo que teremos que nos readaptar para tomar algumas novas decisões. Agradeça a oportunidade de poder estar quase tudo bem com você e a sua família, se recrie, não desista.
O seu é diferente
Do outro,
Mostre o seu,
Insista com o outro
Compartilhem…
Pode ser dom
Pode ser bom
Com som
Sem som
Consuma…
Cada ser
Sabe ser
O melhor de si
É só deixar
Fluir…
Tem ali,
O que varre
O que costura
O que escreve
O que pensa
E até o que não faz nada
Acaba fazendo
O seu melhor,
As vezes é só Ser só, Explore, Sem ser explorado Permita-se!
Ana Torquato – Escritora e poeta por amor, com dois livros publicados e participação em antologias, foi premiada com o primeiro lugar em um concurso nacional de poesias no ano de 2019 , é membro da Academia de Letras da Manchester Mineira em Juiz de Fora, formada em Administração de empresas, é bacharela em Ciências Humanas e pós graduada em Gestão de Pessoas.
Apaixonada por viagens, fotografia, aventuras e correspondente da Bitonga Travel.
Eu não sou do mundo da moda e nem tenho pretensão de entrar neste mundo. Mas eu preciso dizer que ao longo da minha vida de viajante e quando a gente se encontra, quando nos conhecemos como parte neste mundo se vestir flui e não se torna um peso, se torna algo prático. Mas chega de romance amiguinhxs, antes de mostrar por onde vivi e por onde passei precisamos mostrar a caminhada e relação entre moda e viajem.
Criar a minha identidade pessoal em uma infância discriminatória, racista e machista fora do meu ambiente familiar foram sempre muito difíceis porém sempre me fortaleceram, longe de mim ser a super poderosa, a melhor bla, bla, bla. Saiba que essa não é questão de me enaltecer porque eu não preciso disso. Mas é pensar de onde surgiu esse EU!
Como criar minha identidade após anos/décadas as minhas roupas serem mencionadas como baiana? Como conseguir sobreviver sã com esse assa grave discriminação racista e xenofóbica, o que me fez a ter a minha consciência política de que SIM! Eu estou BAIANA e isso para mim, significa que estou mais linda.
Meus avós, nesse caso os três, Vó Alice, Vó Maria e Vô Sebastião vieram da Bahia e sempre nos ensinaram a ter orgulho e quanto a Bahia tinha muito a contribuir para todo o Brasil e eu não tenho dúvida, eles estavam certo, mostrando a sua importância na história, certamente meus irmãos e primos lembram da vó Maria dizendo todos os artistas baianos e sua importância para a nossa valorização cultural.
Eu sofri, ahh sofri muito, mas nunca deixei de ser eu, ter a minha personalidade, de ser livre em fazer minhas escolhas. Já contei para vocês no relato da minha história profissional parte 3 sobre como foi dolorosa a minha questões com roupas até para ser aceita no meu grupo de amigas quando eu usava uniforme para ir à escola no período do noturno quando não era obrigatório e quase ninguém usava.
Misturo cores, hoje você diz ser bonito, mas por muito tempo eu ouvi ser dito como ridículo. Doeu, mas eu nunca esmoreci, sobrevivi, o que você diz ser moda e viajem hoje, eu te digo, foi a minha teimosia e resistência.
Sempre fui apaixonada por cores e tenho um pai que tem muito estilo até mais que mamãe, tudo tem que se conectar, combinar, ser original e autêntico. Aprendi a importância de valorizar os artesãos e os produtores locais que não há preço que pague esse trabalho e reconhecer quem produz.
Eu nem preciso dizer que AMO CORES e poder viver por mais de um ano nos países dos tecidos(Tadjiquistão e Moçambique) foi uma realização, era como se eu estivesse no universo mágico das cores, se você der um Google sobre Tadjiquistão você não irá encontrar muitas informações e para a minha felicidade ao chegar por lá o país é colorido e cheio de tecidos um mais lindo que o outro, cada esquina uma loja de tecidos, ahhh eu estava no paraíso e reacendia o meu contato com moda e viajem.
Moçambique o país das capulanas, assim como chamam os tecidos africanos por aqui, nem preciso dizer que amo e como eu não coso, isso mesmo, eu não COSO! Em Moçambique a palavra costurar é dita como Coser, amo criar amo olhar o tecido e pensar no que podemos transformar esse tecido e fazer com que fique mais lindo. Os tecidos africanos têm uma pegadinha com os desenhos precisam ser simetricamente compostos e isso é realmente para especialistas e eu não me arrisco a cozer. Queria fazer aula de costura, mas era muita atividade para uma mulher só, ainda amo poder cada dia descobrir uma nova costureira ou costureiro e pensar ideias juntas, poder imaginar uma nova roupa, poder contribuir mais para a comunidade.
Sou do universo criativo, não sou das habilidades manuais, eu não tenho muita paciência, quero que as coisas fiquem prontas rápidas, mas no universo da costura, da moda tudo tem o seu tempo. Eu consigo compreender que está tudo bem em eu não poder fazer tudo e que tem pessoas aptas para todos os tipos de atividade, porém preciso cooperar para que todos os produtores tenham o seu legitimo e merecido reconhecimento.
Vivendo no Tadjiquistão, mas especificamente na rota da seda, fiz questão de ir em uma plantação de algodão e colher para sentir na pele que tudo tem uns preços e valores que não fazemos ideia o quão trabalhoso é desde o plantio e a colheita. Eu senti a dor em colher algodão, assim machuquei a minha mão. Isso para mim era pensar em moda e viajem. Pude parar para admirar o agricultor a rezar para Alá agradecendo a possibilidade de não ter tido praga este ano.
Tentei por diversas vezes aprender a costurar, mamãe tentou, porém, santa de casa não faz milagre. Minha primeira vez com uma professora de costura ela só falava em Tadjique, ou seja, era no olho e por algumas palavras que eu podia entender. Cheguei a comprar a minha primeira máquina de costura no Tadjiquistão, tive uma relação de amor e ódio, a gente não se entendia, eu não sabia costurar e não sabia quantos detalhes tem a máquina. Comprei com um rapaz que só falava tadjique e o Sasha(motorista) me ajudava a traduzir, mas ele não falava muito bem inglês e me traduzia como conseguia. Eu voltava com a máquina toda semana e dizia que não funcionava, até o Sasha sugerir que eu pedisse a um tradutor para ir comigo, mas nada de eu aprender a coser, não era nosso tempo. Aprendi a passar a linha na máquina, aprendi a rebobinar aprendi a ter paciência assim como doei a máquina a um colega do trabalho que queria presentear a esposa fazia anos, porém não tinha dinheiro. Ele me liga até hoje agradecendo a máquina.
Voltei ao Brasil e fiz um curso básico de corte costura com as Candaces Moda Afro, foi muito legal e dessa vez em Português. Hoje me sinto muito segura em fazer bainha, considero um trabalho árduo preciso dizer.
Aprendi também que implorar desconto nem sempre é justo com todos os meios de produção é negligenciar cada ato da produção, considero a importância de poder pensar nas minhas roupas. Valorizar os produtores das regiões, países dos quais passo e pensar em um consumo consciente em doar quando tenho em excesso e doar enquanto está em boa qualidade, de poder fazer meus bazares de troca assim como fazer meu brechó de desapego. E hoje compartilho meu guarda-roupa de roupas para que as pessoas possam alugar peças ao redor do mundo na Ubuntu Guarda-Roupas
Diminui meu guarda-roupa e acredito que nossas roupas assim como eu uma viajante, as minhas roupas precisam voar, precisa encontrar outros corpos e fazer com que nossa energia circule (como a Thalita Fonseca me ensinou), não podemos nos apegar às peças de roupa, precisamos é saber que tudo deve ser consciente, que além de ter é ser! A roupa traça a nossa personalidade, mas podemos trazer a nossa personalidade a roupa e é isso que temos que fazer.
Esta é a minha história com moda e viajem, viajem e eu. Conte-nos a sua história
Para os dias de tristeza, viva como um adolescente Não daqueles que gritam sem parar ou choram sem motivo Mas, daqueles destemidos, que riem do nada e para o nada Que falam alto, cantam, dançam e vivem tão intensamente … Como se aquele momento fosse eterno.
Para os dias incertos, enxergue como um adolescente , Que acredita que o agora, o presente é o que importa. E, realmente importa. Mesmo que nos nublados dias a dúvida pairar, olhe para o horizonte como esse jovem, que apenas vê um horizonte, sol, chuva ou senti o vento.
Por instantes, permita-se ser esse adolescente, sem precisar arrumar resposta pra tudo e pra todos. Sinta o dia, a vida, o vento, o momento intenso que é estar no agora, no presente. Além disso, perceba quão importante é estar e viver aqui.
Como aquele adolescente, você meio que no turbilhão da onda pode escolher. Se viver intensamente ou curtir o marasmo?! Se ir a praia com os amigos ou ficar em casa?! Se ter ou não amigos?! Se sentir o pulsar da vida nas veias?!
Ainda que lá no futuro, e não um futuro longe. Mas o futuro do daqui a pouco, que possa te fazer se arrepender de algo, apenas se dê conta. Que no final das contas, quem sempre teve a rédea de tudo foi você.
Esse adolescente às avessas, em meio a risos e choros, alegrias e tristezas, caminhadas acompanhadas ou sozinhas, na chuva ou no sol conseguiu chegar até aqui. Fácil não foi! Mas, foi necessário viver tudo isso até agora.
Texto escrito por
Alê Adão –jornalista, professora, mulher negra e mochileira. Nas horas vagas se aventura a escrever alguns versos, como os recitados no vídeo. Além de já ter viajado por 7 países, ter contribuído em 2 publicações/coletânea, ama escrever poesia e sentir a sensação de liberdade e de estar ainda mais viva quando viaja. A propósito, a poesia ” A vida e o medo” teve início ou inspiração numa tarde no Rio Vermelho, em Salvador em 2018.
Da série mulher negra viajante que inspira contamos a história da Carina Silva, uma empreendedora que traz consigo a superação por de trás de cada viagem. Proprietária das empresas Destino Afro e Black Travelers .
Para algumas pessoas, viajar é um sonho nem sempre fácil de se realizar. Certa vez, uma colega me disse que queria muito de viajar, mas não tinha coragem devido ao medo de viajar sozinha. Ela dizia que viajar era um risco e que estar longe de casa em um imprevisto era arriscado. Na época eu era funcionária de uma agência de viagens e sugeri viagens em grupos e leituras sobre viagens. Ela até se animou, mas depois hesitou.
Quando penso na minha relação com viagens, vejo que desde o início sou uma viajante que sempre teve facilidade de viajar sozinha, seja pelo Brasil ou por exterior.
E faço isso quase que sem pensar em medos e anseios, na verdade, sei que viajar envolve desafios, mas o desejo e agora o hábito de viajar sempre foram mais fortes. E era interessante que esta paixão por viagens influenciava outras pessoas a viajar comigo. Em 2012 convenci minha mãe, irmã e ex namorado a viajar para Salvador juntos – foi a nossa primeira vez de avião. Foi fantástico. Nos próximos anos, isso se repetia – eu pensava em uma viagem, comprava a passagem e em seguida, amigos tomavam a coragem e vinham comigo. E foi assim para Gramado, Fortaleza, Europa e África do Sul. De certa forma, eu conseguia passar segurança para que as pessoas decidissem viajar.
Em 2018, já com minha primeira empresa aberta – a Black Travelers, eu fiz minha primeira viagem à África, e fui sozinha – uma amiga decidiu passar uma semana comigo na Cidade do Cabo :D. O meu plano era passar 3 meses na África do Sul, mas lá inclui Moçambique de última hora. E fui. Em Maputo, pesquisei regiões próximas para visitar e cheguei a praia de Macaneta. Um vilarejo de casas sem muros, sem barulho e caminhos de areia. A praia era enorme, uma longa faixa dourada de areia entre o verde da vegetação e o azul do mar e do céu. A paisagem era linda. E não havia ninguém ali. Devo confessar que está praia me trouxe medo. Sabe por quê? Eu estava sozinha, era deserta.
Entre o medo e a coragem, decidi ficar. Caminhei por cerca de 30 minutos na presença da vegetação, areias, vento e cheiro do mar. Nenhum rastro de aves, muito menos de outro ser humano. Pensava em voltar, mas qual seria meu medo? Se não havia ninguém ali. Então continuei a caminhar e encontrei uns barcos de pescadores e cabanas onde fiz umas fotos. Clique para ver a Foto
Esta caminhada na praia sozinha, me fez superar um medo que eu não sabia que tinha: de estar sozinha com a natureza. Foi um momento de entrega, reflexão e acima de tudo superação. Quando vi que não sentia mais medo de estar sozinha, decidi voltar para a Pousada.
Ali mesmo, caminhando foi que pensei, se posso motivar amigos e familiares a viajar comigo, por que não motivar brasileiros a viajar para África e países da Diáspora? Senti que era um chamado. E dali decidi lançar o Grupo 2019, que me permitiu voltar a Moçambique com pessoas desconhecidas, que simplesmente foram tocadas por minhas histórias e vivências de viagens. O Grupo 2020 aconteceu em março em Cartagena na Colômbia, pouco antes da pandemia alastrar, mesmo em um cenário de futuro incerto, nosso grupo viveu momentos tão maravilhosos, que quase todos os dias compartilhamos fotos e vídeos sobre quão felizes estávamos apesar de as sombras das incertezas estarem na porta. E logo que a viagem encerrou, as janelas do mundo foram fechadas pela quarentena. O que fica? A gratidão em perceber que minha história pode ajudar pessoas a superarem medos e a ver quão belo, complexo e diverso o mundo é. Sejam elas físicas ou mentais, viajar é sobre superar fronteiras. Cruze as tuas!
Quem vôs escreve este texto é Rebecca Alethéia, enfermeira, infectologista e mestre em ciências da saúde, mas não quero colocar o ponto de vista de uma especialista do coronavírus porque neste exato momento sou uma mulher negra viajante, sozinha pelo continente Africano e quero falar nesta perspectiva de viajante pelo mundo.
Após 1 ano de voluntariado em Moçambique e viajando por países da África Austral, decidi revisitar outros países (África do Sul) assim como conhecer novos (Malawi, Tanzânia, Ruanda, Uganda, Quênia e Etiópia).
Com tudo que tem acontecido no mundo, parece que estou fora dele neste exato momento, não há pânico, medo, quarentena. Vos escrevo diretamente da Tanzânia em Zanzibar, precisava procurar um lugar em paz e para definitivamente tirar minhas férias uma vez que provavelmente não tenho muito para onde correr.
Falar de um continente e neste caso o africano e de uma pandemia denominado coronavírus em geral é delicado, pois como sabemos ou deveríamos saber a África possui 54 países e é dividida em África do Norte que é designada como a “África Branca” (Argélia, Egito, Libano, Marrócos, Saara Ocidental e Mauritânia) e África Negra ou subsaariana composta por 47 países África do Sul, Angola, Benin, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Camarões, Cabo Verde, Chade, Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Guiné Equatorial, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Ilhas Comores, Lesoto, Libéria, Madagascar, Malauí, Mali, Mauritânia, Maurício, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana, Ruanda, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Seychelles, Serra Leoa, Somália, Sudão, Suazilândia, Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.
Quero trazer algumas
reflexões das minhas percepções de que como ainda possamos ter países onde os
casos sejam Zero ou menores de 100 casos continente Africano? Quando pensamos
em números de óbitos esses números
também são menores comparado a outros países ao redor do mundo? E novamente nos remetemos essa disparidade aos
países África Subsaariana, a África Negra. (dados do dia 26/04/2020.)
A segunda reflexão é
saber que na África do Norte (5 países), contabilizam mais de 12. 480 casos
confirmados da doença e 918 óbitos, o que somando toda a África Subsaariana (47
países) arredondo para um montante de 382 casos, sendo 87 desses casos da África
do Sul, e porque eu destaco a áfrica do Sul, pela população não negra vivendo
no país. ( Dados do dia 19/03/2020), é uma discrepância quando se falar no
mesmo continente, não acha? Mais uma vez estamos diante da questão racial.
Gosto de trazer a
reflexão referente aos países do continente africano quando temos a grande
circulação de Chineses, há quem diga que são os novos colonizadores da África,
desde 1990 sua entrada tem tido uma ascensão e
2013 quando se tornou o parceiro econômico da África de países como Botsuana,
Gana, Nigéria, Angola, Quênia, Madagascar, Namíbia, Tanzânia, África do Sul,
Zâmbia Zimbábue e Djibuti, todos esses localizados na África Subsaariana,
região que se concentra grande parte do investimento chinês. Acredito que não
restam dúvidas da grande circulação, moradores e trabalhadores chineses em
África, assim como turistas, viajantes de continente americano e europeus ao redor
de África, o local onde o aumento do turismo foi mais de 40% nos últimos anos.
Outra questão que considero importante refletirmos sobre “casos ZERO”, é pensar que não há capacidade de diagnóstico em muito desses países, sabemos a escassez de recursos que existe em alguns países africanos e laboratórios de ponta. Não acredito que não sejam capazes de diagnosticar, não estou dizendo isso, mas sabemos a precariedade que os serviços públicos têm de acessarem tecnologias e neste caso laboratório para confirmação diagnóstica. São os serviços públicos que devem traçar resposta de emergência e atuar frente a uma epidemia. Existem serviços privados na África, porém quando eles não conseguem dar resposta a muitas doenças e são os serviços públicos que devem dar uma resposta rápida e eficaz. E os serviços muitas às vezes não são gratuitos.
Caso Zero pelo fato de
as pessoas serem a sua maioria jovem? Boa parte da população africana é menor
de 60 anos, o que é comum encontrarmos um maior número da população idosa no
cenário asiático, europeu e americano, porém em África também tem as tais comorbidades
o que não exclui tal acometimento severo à esta população assim como as vivendo
com HIV/AIDS, tuberculose, malária.
Atravessei 3 fronteiras de países do continente africano e estive em 4 países no período de incertezas sobre o novo coronavírus, porém a calma e tranquilidade comparada ao que vejo na televisão de outros países, é dizer que estamos em completa paz por aqui. Os supermercados não têm escassez de produtos, encontro dificuldade de achar álcool em gel que só é comercializado nas farmácias, não porque não tenha, mas pelo fato de realmente não trabalharem com estoque. Mas sempre dizem: volte amanhã que terá, ou seja, não há falta no país.
As rotinas diárias seguem como nada estivesse acontecendo, e fico perguntando como isso pode acontecer? Perguntar ao garçom, motoristas de táxi, ao recepcionista de hotel, médicos do país. Não há respostas, o que compreendo é que para muitos dos países do continente africano o viver é hoje, esses países sempre foram e são assolados com epidemias – cólera, ebola e a pandemia de HIV/AIDS, H1N1 e agora Coronavírus. Não precisamos dizer a resistência e existência quando o assunto é epidemias e pandemias não é mesmo?
Home-office e quarentena, como traduzir tais recomendações da Organização Mundial da Saúde para o continente africano? Quando a população vive da sua agricultura local e dos pequenos negócios? Como trabalhar de casa para não disseminar o vírus, como sustentar a família uma vez que a renda só dá para alguns dias? Onde está o dinheiro para fazer estoque de reserva e onde se estocar o mantimento é meio irônico tais recomendações como se pensar meios de adequação para tal?
Outro fato
importante são os recursos de água e sabão para higiene das mãos, comunidades e
grandes centros e serviços de saúde e espaços públicos onde temos a escassez de
água?
O que pensar enquanto estrangeira na África Subsaariana,
confesso que fui bem tratada, quando não havia mais turistas nos países, não
sofri qualquer discriminação por ser estrangeira ou proibida de entrar em
hotel, Airbnb muito pelo contrário, eu era vista como a potencial consumidora e
fonte de renda mesmo que fosse para auxiliar 1 família, cada compra era um
lucro para aquela população. Por incrível que pareça mesmo as fronteiras sendo
fechada eu recebia convites de uma comunidade de Uganda para trabalhar como
voluntária.
Otimista que sou, a experiência em contenção de disseminação
do ébola em países africanos me dão a grande certeza de que sim, é possível
países africanos conseguirem ter estratégias de controle de disseminação, gosto
de pensar sobre.
Aproveito este período para recomendar que assistam o filme nigeriano 93 Days, disponível no Netflix, que retrata a história de como a Nigéria atuou para salvar 21 milhões de vidas contra um surto de Ébola em 2014 com exemplo de sucesso, um filme que vale a pena ser visto ou revisto. Deixo o trailler do filme
Assim como um texto do que produzi sobre Coronavírus o que fazer durante a viagem e o aumento do dólar.
Em minhas idas e vindas para Maputo, capital de Moçambique, sempre via no mapa o país Reino de Eswatini, antiga Suazilândia, buscava por informações entre conversas e panfletos, de como chegar e quando ir, não eram tão fáceis de encontrar… E sempre vinha na minha mente, devo me arriscar .
Há agências de viagem que fazem day trip (bate e volta), mas não me adaptava ao roteiro e queria ir para a estrada, chegar como as pessoas que moram por lá chegavam.
Após a minha experiência eu quer compartilha tudinho com vocês, e são elas: existem duas opções para chegar ou de van ou de transporte público até a fronteira e depois é só pegar uma van até a capital.
Quanto custa atravessar a fronteira Suazilandia via Maputo?
A passagem de Van custou R$25,00, oi??? Isso mesmo para ir de uma capital à outra custava 90 Rands. A van só sai após encher o carro, isso significa que você poderá esperar uma eternidade 2 a 4 horas, considere que você irá esperar e muito comum e normal. Como as pessoas já sabem que só enche lá pras 11horas elas esperam 10:50 pra sair de casa com direito de pedir para motorista ligar quando estiver saindo.
Outra dica importante é que eles vão ficar segurando os passaportes para garantir o seu lugar. Talvez você terá receio de entregar, tive, mas depois compreendi como funcionava e fiquei mais tranquila e até ele já sabia que eu era uma estrangeira cheia de manias e mil recomendações de segurança.
Você também pode pegar uma van no terminal rodoviário Transfala, a oralidade é algo que você encontrará em Moçambique, ou seja, todas essas informações parecem uma escrita de pessoa maluca, que você não entenderá nada, mas fará muito sentido na pártica. Pergunte onde fica o terminal de ônibus de Maputo localizado na Baixa, as pessoas irão te ajudar.
Outro jeito de ir é de transporte público, viva eles existem!!! Porém saem por volta das 6 da manhã na frente do terminal de trem de Maputo, deixa em uma cidade e depois você deverá fazer baldeação, eu não lembro o nome das cidades porém em breve atualizo e o total foi R$4,00 até a fronteira e depois lá pega uma van de 70 Rands que deixa na capital.
Um mês depois fiz esse roteiro de transporte público e embarquei pela Baixa da cidade, quer dizer, fui até lá, cheguei 5:30 (tinha aprendido a lição de chegar cedo), porém o motorista da van me confirmou que só consegue encher às 11h da manhã ou no mínimo às 10 da manhã. Isso significa que há de esperar. Mas os rapazes que trabalham no terminal me deram outra alternativa de ir roots, ou seja, de transporte público (ônibus/auto carro) até a fronteira. Eles me deixaram dentro do ônibus municipal, a minha dica é vá lá e peça aos seguranças essa orientação de como ir até à fronteira Naamacha.
Quanto tempo de viagem?
A viagem pode demorar no mínimo 3 horas (depende de onde vai descer…) as vans vão direto e tem que passar pela fronteira.
De onde sai os Machibombo / Van?
Eu posso te garantir que essa foi uma das respostas mais difícil de encontrar mesmo eu estando em Maputo. Disseram que eu deveria ir para a Junta, um terminal de ônibus/vans que fica bem afastada da cidade, se informe porque a maioria dos ônibus/machibombo passam por lá e sai por 10 meticais o equivalente à R$0,60; se for de taxi vai ser o equivalente à R$36,00, ou seja, 600 meticais. Pasmem, é verdade o taxi para circular dentro da cidade é mais cara do que você viajar para outro país! Então vale a pena ir de ônibus/machibombo e as linhas locais passam a todo minuto. Foi aqui que eu paguei R$25,00 na van e demorou mais de horas para sair
Descobri apenas quando estava na eSwatini que tem vans que saem da Baixa da cidade, ou seja, dentro da cidade e não precisa dar essa volta toda pela cidade. Talvez o preço tenha uma diferença de 10 meticais da passagem, mas é mais perto.
Horário de partidas
Como dito anteriormente, as vans só saem se estiverem cheias, ou seja, você pode esperar muito, então a dica é chegue cedo aos pontos de partida, 5:30 da manhã é o melhor horário, porque assim você vai na primeiro carro. Mas se você chegar atrasada e estiver animada, tem rapazes que passam fazendo as unhas com desenhos e tudo e acompanha toda a vida no terminal da cidade. Eu esperei 5 horas, eu cheguei as 6:45; ainda paguei 2 passagens extra e fizemos vaquinha para que a van saísse mesmo sem o número total de passageiros, mas com o número de pagantes.
Fronteira e visto
Brasileiros não precisam de visto. Que ótima notícia #PARTIUeSWATINI!
Super Dica: você também pode ir de Johanesburgo para eSwatini, mas sinceramente não sei detalhes de preços, mas é muito comum, possível e fácil. E você pode ir de Eswatini até Moçambique ou Africa do Sul – Johanesburgo, tem transporte diários a saída e chegadas são de Manzini.
Espero que você arrisque e me conte, ou quem sabe eu faça essa rota!