O ar diferente
no respirar
O céu parece
confortar
o que distante
nunca está…
A estrada infinita
Se torna finita
na descoberta
Do infinito
que ali,
é finito…
Conhecer
Confortar
Buscar
O desconhecido
Lugar,
Um conhecido
No ar
O mar
Amar
Em tempos
de refrescar
encontrar,
O que estava esquecido, em algum lugar…
Categoria: Blog
O melhor blog de viagem e atividades que acontecem pelo Brasil e mundo, você encontra aqui na Bitonga Travel. Dicas, comida, roteiros e muito mais…
“Gire fundo, que esse mundo é tão maior”
Hello, girls
How are you?
Aqui estou eu, há mais de 30 dias pensando, ensaiando e buscando dentro de mim o que há de melhor para escrever para vocês.
Em um certo momento da minha militância fui silenciada e nunca mais consegui escrever – bloquiei geral – tem sido um processo diário de refletir e tentar colocar pra fora o turbilhão de sentimentos e sensações dos últimos meses.
Gostaria que vocês soubessem e acreditassem que a palavra tem FORÇA.
Como algumas ou muitas de nós , penso que todas entendemos de onde viemos e nosso lugar social diante dessa sociedade classista. E por que to dizendo isso?
Porque nem nos meus sonhos maiores, eu poderia acreditar que estaria fazendo um pequeno mochilao e/ou escrevendo para um blog, sobretudo, um blog de manas Pretas. No meu humilde e simples jeito de viver, passear por lugares que não fosse o centro de SP e seus arredores ate então era algo MUITO FORA DA MINHA REALIDADE.
Eu tenho muitos amigos (brancos) que já viajaram por todo esse BR e todos moraram no exterior e apenas uma amiga/irmã Preta que conseguiu ultrapassar as barreiras e mochilar pela América Latina – ainda assim, não era possível me familiarizar com isso, eu não conseguia me visualizar realizando algo semelhante.
Em 17, meados de Junho eu estava em casa e comecei a me questionar sobre diversas espaços e lugares que não temos acesso e naquela noite eu disse pra mim mesma: “ Ate Dezembro eu vou conhecer alguma cidade de Minas Gerais “
Fui pro quintal, estiquei um tapete e comecei a conversar com as estrelas e com Deus, disse a ele o quanto eu queria realizar essa vontade e que precisava da ajuda dele. Os dias passaram, continuei a rotina da vida e numa segunda feira do mês de novembro, encontrei uma amiga na rua que me fez o convite pra ir em Santome das Letras. Fiquei um pouco apreensiva , porém no mesmo instante eu disse que iria – não tinha dinheiro e nem pra quem pedir – mas eu sabia que de alguma forma o universo iria conspirar pra conseguir.
No mesmo dia entrei em contato com a Bruninha @ventosdeluz e disse que não tinha grana, mas gostaria muito de ir na excursão, ela em nenhum momento exitou em dizer não, apenas confiou e disse que meu lugar tava reservado, pra eu pagar como pudesse.
E foii lindo. Santome das Letras e uma cidade bem acolhedora, com uma atmosfera e energia surreal. Foi uma trip de quatro dias e foi libertador topar essa viagem e visualizar que novas possibilidades estavam se abrindo para mim.
Entrei 18 fazendo planos e escrevi no meu diária, que iria conhecer dois estados – não sabia qual, nem quando nem como – mas novamente emanei pro Universo.
O primeiro semestre foi amorosamente lindo, vivi a paixão mais linda e louca de toda minha existência – sabe aquela paixão que arrebata tudo e todos? Que a gente idealiza que vai subir aos céus com apenas um beijo? Pois é, eu tive essa sorte, oh Glória!
Mas na mesma intensidade que cheguei aos céus, desci ao inferno e essa relação foi um divisor de águas na minha vida, na verdade está sendo.
Em dezembro, estava em casa, curtindo uma bad daquelas de cortar os pulsos – eu estava literalmente na lama e então, deitada, chorando, ouvindo Anna Trea e sua linda poesia que diz mais ou menos assim:
“ Abre as asas!
Não dá mais, ser cores de outros carnavais
Outros panos, panos que não te vestem mais
Pise firme, não há por quê olhar pra trás
Sê inteira, sê a luz que ilumina tua paz
Coragem!
O de sempre, de não haver ponto sem nó
Dança tudo, faz e espera o melhor
Gire fundo, que esse mundo é tão maior
Tê certeza de que não caminha só na viagem
Te veste da tua alma, tua verdade, teu amor
Ta na porta a nova era que chegou
Dê passagem!
E olho o olho dessa era que chegou
Todo um mundo girando com o teu girar
Tua dança, não é vã, tem que dançar!
Novo rio, um (novo) caminho prá correr
Teu pavio se acendeu deixar ferver
Dê passagem
Essa poesia, a melodia dessa música bateu tão forte em mim, dialogou tão diretamente com minha alma e naquela noite, eu decidi que iria embora da cidade cinza e iria mochilar pelo BR.
Pedi a conta do trabalho, tranquei a faculdade e aqui estou eu, no terceiro mês de viagem, no segundo Estado e me planejando para o próximo. Quer saber a continuidade dessa história?
Eu conto no caminho… me acompanha que logo tem texto novo.
E se você chegou ate aqui, eu agradeço e deixo uma pergunta no ar:
Você tem acreditado na força de suas palavras e seus pensamentos???
Um beijo
Carinhosamente, Het Heru
“Gabyana Negra e Gorda” : livro aborda afetividade e solidão mulher negra
A brasiliense, Gabriela Rocha, que residiu no Rio de Janeiro por 13 anos e mudou para a Noruega em 2016, de lá para cá, passou a resgatar suas memórias e estruturar um livro, “Gabyana Negra e Gorda“, que apresenta temas que são recorrentes de mulheres negras brasileiras. Este ano, ela vem ao Brasil, onde vai dar início a turnê por SãoPaulo, no dia 21 de julho, na Livraria Africanidades.
O livro se tornou referência para mulheres negras de diversas partes do Brasil e do mundo, que o compram através de plataformas digitais como Amazon ou em livrarias físicas, e tem conquistado vendas em países como Canadá e Reino Unido.
Gabriela aborda a solidão afetiva da mulher negra. “Eu acho lindo o amor entre negros e apoio os relacionamentos inter-raciais. Quando era mais jovem, eu só queria namorar homens negros e nem olhava para brancos, nem gringos […] Conforme fui ficando mais velha comecei a observar que eu queria os homens negros, mas eles não me queriam. Ou às vezes me queriam só para sexo e no dia seguinte apareciam com uma branca de mão dada em público. Então, para o meu bem-estar mental, resolvi abrir os meus horizontes”, explica a autora.
O livro físico está disponível em nosso site aqui ou o digital no site da Amazon pelo link:
bit.ly/gabyanna . Mais informações pelo e-mail: livrogabyanna@gmail.com
No dia 21 de julho haverá evento de lançamento do livro na Livraria Africanidades, em São Paulo. Mais informações no evento do Facebook.
Texto escrito por Laísa Gabriela de Sousa
Sua realização só depende de você!
Por muitos anos tive sonhos frustrados, quando estava prestes a realizar um feito, conseguir finalmente algo que tanto almejei, tudo dava errado. Sempre planejei minha vida nos mínimos detalhes, pensando sempre em cada passo a ser dado, programando o dia de amanhã e traçando todo o meu futuro na minha imaginação… Mas quem disse que é assim que funciona? Não bastar querer para acontecer, você precisar fazer! Pelo menos comigo nunca funcionou assim.
Meus sonhos estavam sempre condicionados a outra pessoa, por mais que eu quisesse muito alguma coisa, nem o destino ia conseguir agir ao meu favor porque eu sempre esperava que alguém desse o ponto de partida por mim ou no mínimo junto comigo. Eu sempre optava por esperar o momento perfeito. Foi nesse ponto que eu errei, eu dei o poder de decisão sobre o meu destino à outra pessoa. Aquela história de só vou se ele for, só faço se ele fizer. Hoje tenho consciência do que eu mereço e que só eu posso dar a mim mesmo o que eu necessito. Quem deve dar o primeiro passo sou eu e somente assim o acaso irá fluir ao meu favor, a partir da minha decisão de ser feliz, de fazer e me empenhar em dar certo. Seja um pequeno ou um grande passo, faça-o por você. A sensação de realização é algo indescritível, você finalmente sente que tem controle sobre a sua vida e seu destino, isso irá renovar suas energias e no final já conseguirá visualizar concretizações que antes eram impossíveis aos seus olhos. Você entende que o poder vem de dentro de você, A CORAGEM.
Foto de Embalse el Yeso – Santiago – Chile
Medo da Imigração
Texto escrito dia 20/03/19 ao cruzar fronteira Moçambique com a África do Sul
Uma viajante nata e ainda tenho medo de passar pela imigração para carimbar meu passaporte.
Como assim Rebecca?
Não sei explicar, espera acho que sei explicar…
Não é comum negras e negros viajarem e obviamente uma brasileira negra ou uma mulher latina americana, causa estranheza ao encontrarem livre, leve e solta.
Tenho que contar que não tive muitas experiências agradáveis nas fronteiras como na saída da Bolívia 🇧🇴 em 2010 ao retornar ao Brasil. No aeroporto me pediram para que eu tirasse a roupa e ficasse de cócoras, oi? Eu falo muito bem espanhol, estava sozinha e me espantou quando pediram para eu entrar em uma sala sozinha…. fiquei assustada e entrei. Eu entendia quando as polícias me ordenaram: “tira a roupa!”. Eu relutei, e fingia não entender uma palavra, elas eram incisivas e ainda pediam para eu tirar a roupa e ficar de cócoras. Eu fingia ser muito tapada e não obedecia os comandos, me passando por desentendida. Perguntavam incisivamente o que eu fazia na Bolívia sozinha, quanto tempo eu tinha ficado e o que fazia esse tempo por lá. Eu tremia, tremia e respondia essas perguntas básicas. Estava sendo violentada na imigração, eu não era o tipo de viajante que eles costumavam ver, eu estava a sofrer racismo!
Sem muito prolongar, me deixaram partir viram que eu era apenas uma aventureira em mundo alheio, não precisei tirar a roupa e nem ficar de cócoras. É acho que depois disso, meu medo de fronteiras faz sentido, muito sentido.Mas não parou por aí, quando cehguei no Brasil depois de uma viagem pela Bolívia tive minha bolsa revistada por inteira. Oh céus, precisa disso?
Na entrada no Uzbequistão 🇺🇿 procedimentos “padrão” revistaram meu computador, malas, hd, fotos no celular… jura que precisa isso? Até ouvir uma gracinha do tipo, que foto linda… ele estava me assediando, na situação de uma viajante querendo entrar no país é como levar um soco e não poder revidar.
Entrar no Cazaquistão eu tive muito medo, eu não estava ilegal, não havia pq ter medo, mas chamarem 4 polícias para conversar entre si, olharem meu passaporte, olharem o meu rosto, não sei o que eles tanto me olhavam, era como se eu fosse uma criminalista. Eu tremia, sou muito expressiva e tentava pensar o que passava na cabeça deles e o que eu tinha feito de errado, após pouco mais de 5 minutos eles disseram: pode ir! Até hoje não sei o que houve, mas eu tinha medo de voltar do Quirquistão pelo Cazaquistão e tudo isso acontecer novamente, eu estava certa no retorno questionavam meu visto.
Saindo do Tadjiquistão, após 1 ano e meio, muitos me conheciam, já estava como figurinha pública e como a garota Tajiquistão versão afro brasileira que morava em Kulob. Falava algumas coisas em tadjiqui, até que 3 mulheres me abordaram e me levaram pra salinha, nesta hora que as pernas tremiam a barriga gelava, ahhh não, logo eu a famosinha do Tadjiquistão? eu compreendia algumas palavras em Tadjiqui, mas me fingi de louca de não entender nada, perguntavam quanto eu tinha na carteira, eu dizia que não entendia, até eu responder que não tinha nada. Eu tinha dinheiro aliás estava indo para uma eurotrip, elas pegaram minha carteira, isso mesmo tiraram a carteira da minha mão e revistaram. Tinha dinheiro, tinha uma quantia razoável, mas eu escondi tão bem na carteira que elas não acharam. Me mandaram embora e não quiseram nem revistar minha bolsa, imaginavam que eu era uma mera coitada.
Meu passaporte atualmente tem 4 folhas sem carimbo, é comum eles perguntarem como eu consegui tudo isso? E o por que países tão estranhos e nada comum? Não me soa uma pergunta educada, não é mesmo?
Acho que tenho muitos relatos para ter medo dos guichês de imigração. Ser negra viajante não é algo muito comum, isso incomoda e sou, somos vítima de um racismo mundialmente institucional nesta sociedade.
Sonho no dia em que minhas pernas não tremam por medo da imigração. Que esse dia venha logo!
Ashram – Indonésia
Como prometido no post anterior sobre a Indonésia vou falar um pouco sobre minha experiência no Ashram 🙂
Pelo pouco que conheço da Ásia (cultura e países) sempre senti que eles são muito evoluídos espiritualmente. Sempre me passam a sensação do quanto eles prezam o conforto, bem estar e o respeito ao próximo. Em Bali há muitos spas, casas de massagens, escolas de ioga e ashrams.
Ashram é um espaço para autodesenvolvimento, é como um retiro espiritual. Geralmente situados em lugares um pouco mais tranquilos, afastados da loucura da cidade. O que eu fiquei era um centro de além de autodesenvolvimento, com exercícios físicos e espirituais. Cercado por campos de arroz, a 3 km de Ubud. Há algum tempo, antes da viagem ao país, eu havia começado um trabalho de autoconhecimento. Nada muito complexo, como ficar num ashram. E uma amiga que já tinha viajado à Indonésia me indicou o Ashram Anand Ubud (Fundado pelo humanista espiritual Swami Anand Krishna).
Acessei o site deles e as informações eram muito claras sobre os objetivos do espaço, como funcionavam, a estrutura e o que se poderia esperar. Troquei alguns e-mails com a equipe e acabei fechando os meus 4 dias.
Eu até tinha a possibilidade de ficar mais, mas como não sabia como seria a minha experiência, decidi ficar apenas esse período.
Fiquei com aquele friozinho na barriga de como seriam os meus dias no ashram. Tanto pelo fato de serem vegetarianos quanto com o fato de eu ter que conviver com pessoas que eram mais evoluídas espritualmente do que eu. Mas como na maioria das situações, minha experiência fui muito melhor do que eu estava imaginando!!!! 🙂
Conheci pessoas que também estavam pela primeira vez passando por aquela experiência. Que para elas também era tudo uma novidade. E o mais engraçado, estavam tão perdidas quanto eu! rs
Cheguei no ashram no início da tarde. Fui super bem recebida. A equipe toda fala um inglês muito bem compreensível. E me mostraram o espaço inteiro. E esse foi o primeiro momento que notei que eram pessoas ‘normais’ rs. Não sei que mania que temos de fantasiar as coisas né? Sim.. eles sorriem, brincam, fazem piadas.. Tudo como qualquer outra pessoa!
Como em muitos estabelecimentos e casas, ficávamos descalços em nossos quartos ou locais sagrados. Antes de chegar na área dos dormitórios já havia um lugar para deixar nossos calçados. Uma curiosidade, cada quarto tinha o nome de um deus hindu. O meu quarto se chamava Bhavani (pela minhas pesquisas: doadora da vida; o poder da natureza ou fonte de energia criativa)! Bem inspirador! :)))
Nossa programação começava bem cedinho.
Das 6h00 até 6h30 tínhamos o chanting (canto de mantras). Começava pontualmente às 6h! A equipe tinha todo um cuidado de deixar disponível a letra dos mantras para que pudéssemos acompanhar.
Após o chanting tínhamos o agnihotra (cerimônia do fogo para limpeza do corpo, mente e emoções; também para a purificação da alma e do ambiente). Era uma cerimônia curta mas era um dos momentos que eu mais gostava. Achava muito lindo e me sentia super bem. E era o momento mais familiar que eu tinha. Porque eu conhecia um dos mantras que era cantado durante a cerimônia (Mantra Gayatri) 🙂
Ás 7h30 era o momento da ioga. A aula era muito inclusiva. Não havia asanas (posições) complexas, difíceis de fazer. E foi lá que eu aprendi posições super simples para trabalhar questões super complexas em nosso interior. Ioga é uma filosofia de vida!
E por fim o café da manhã! Isso mesmo! Depois de todas essas atividades, por último vinha o café! E juro que ninguém caiu duro de fome.
Sobre o momento das refeições
Realmente não imaginava quantas opções de pratos havia no cardápio vegetariano. Tanto o café da manhã quanto o almoço eram muito variados. Com pratos indonésios e indianos. A melhor parte era a socialização. Era neste momento que todos se juntavam à mesa para comer. Todos mesmo. O cozinheiro, a professora de ioga, o ‘rapaz do chanting e da cerimônia do fogo’… sempre tínhamos longas conversas. Todos brincalhões, simpáticos e sorridentes. É engraçado pensar que só porque as pessoas seguem uma filosofia de vida você acha que elas não expressam sentimentos algum.. “não vivem”. Posso dizer que os momentos das refeições foram para eu quebrar vários preconceitos.
A parte da tarde era basicamente livre. Podíamos fazer trabalho voluntário. Tinhamos acesso à pequena biblioteca; à healing pool (piscina de purificação – pensem numa água gelada!) ou podíamos dar uma voltinha pela região.
Há templos e belas plantações de arroz por todo o lado. Eu gostava muito de ir a um warung (café/restaurante) próximo ao ashram. Foi um outro lugar que percebi que o indonésio tinha senso de humor. Havia várias plaquinhas com dizeres bem engraçados.
Cada noite havia uma programação, todas sempre iniciadas com o chating. Algumas atividades eram abertas aos turistas e outras para os locais. Eu pude participar do Satsang Spiritual Dialogue com o Swami Anand, esse era o momento que ele abordava algum assunto e deixava aberto para discussões, era bem um bate papo mesmo; e em outra noite tivemos o Inner Jorney Meditation (meditação).
É uma vivência que acredito que todos deveriam passar em algum momento da vida. Claro que não precisa ir até a Indonésia e nem seguir uma religião específica. De repente até fazer uma simples viagem sozinha. O fato de ficar conectado consigo mesmo, longe da loucura do dia a dia é realmente renovador!
Posso dizer que foi uma experiência que levarei comigo em minha vida toda.
ID Jovem – Viajem InterEstadual de ônibus baixo custo para jovens (15 e 29 anos)
Você que tem entre 15 e 29 anos, já pensou em viajar da Bahia para São Paulo por um preco que parece mentira
Nós Bitonga Travel temos o objetivo de incentivar e apoiar mulheres negras à viajarem, acreditamos que viajar dentro do proprio país é um ótimo início. E para a nossa juventude e de baixa renda daremos uma dica valiosa. Viajar para outro ESTADO a baixíssimo custo é possível!!! Você irá arcar com taxas administrativas que são bem pequenas, mas para isso você precisa ser e/ou ter:
- Ter entre 15 e 29 anos, sendo estudante ou não;
- Estar inscritos no CadÚnico com NIS ativo e com informações atualizadas há pelo menos 2 anos;
- Possuir renda familiar de até 2 salários mínimos (R$1874,00)
Fomos procurar todas as informacoes possíveis para deixar aqui em nosso Blog e para não sermos redundates nas informações recomendamos que vocês acessem o site https://idjovem.com/ para sanar todas as dúvidas possíveis e imaginárias. Devo dizer que ficamos bem satisfeitas e quão informativo é o site do ID Jovem.
Mas gostariamos de compartilhar algumas mulheres que temos com referências que usam esse direito at’e para você possa se aproximar e quem sabe trocar experiências reais.
Barbara Terra @barbaraterra_
Camila França @camila.franca
Geinne Monteiro – @geinnemonteiro
Het Heru – carecaela
Jhenifer Santini @jhenifer.amora
Mary Ellen – @americaspretas
Manoela Zauditu – @viajante_semgrana
Sobre a África do Sul
Viajei pela Go Diáspora, empresa especializada em viagens e intercâmbios para o continente africano. Obtive todas as informações por meio da agente de turismo dessa empresa. Brindes e suporte no Brasil e no exterior, dicas de visitações tudo personalizado de acordo com o perfil do viajante.
Para viajar precisa de passaporte e não precisa de visto até 90 dias, vacina de febre amarela tomada e com certificado internacional ou pode ser barrado no aeroporto.
Comércio em rands o real é bem vlaorizado, A maioria dos estabelecimentos possuem wi-fi livre.
É possível se virar com inglês básico, pois é esse o que eu tenho, foi bom viajar para quebrar a barreira de “não poder viajar por não ter inglês avançado.”
As marcas do apartheid são bens visíveis no cotidiano da cidade, a história do pais é contado o tempo todo nos walking tours e museus. Senti segurança em relação a violência física e abordagem não acontece, porém há golpes bancários, que eu por exemplo sofri em relação ao cartão. Então muita atenção quando for fazer movimentação bancária, usar de preferência caixas em shoppings e não em bancos.
Encontrei muitos brasileiros na Cidade do Cabo, por ser um destino relativamente barato para turismo e estudos.
Visitei uma township com o apoio de um guia local , onde pedalei pelas ruas com uma bicicleta dupla , já que ainda não sei pedalar sozinha…
As townships foram criadas na época do apartheid, com o propósito de manter a população negra afastada dos brancos. A maioria dos seus moradores sofreu devido às más condições de habitação e dos sistema de água e com a super povoação dos locais. Mesmo com o fim do apartheid em 1994, antes da eleição de Nelson Mandela, as townships ainda continuaram existindo devido aos problemas econômicos da África do Sul, mas a atmosfera de união, força e amor ainda pode ser sentida nos locais.
A Tonwship que visitei foi Langa, cercada por cabanas por fora, Langa é uma comunidade que por dentro apresenta casas de tijolo, lojas e mercados movimentados. Um dos locais mais importantes é o Tsogo Environmental Resource Center, uma fábrica de reciclagem que ensina os residentes a transformarem coisas como fio de telefone e pedaços de plástico em objetos que podem ser vendidos como arte. Há ainda turmas para turistas nesse centro.
Outras atrações incluem o shebeen Tiger’s Place; o “sangoma” local, uma espécie de curandeiro; uma área nobre conhecida como “Beverly Hills”; e o centro educacional Chris Hani School, que funciona graças ao trabalho voluntário de seus funcionários.
Cultura
De um lado música européia e de outro e que mais me agrada, música dos povos originários sempre ao som de vozes potentes ao vivo , xilofones e djembes
Vale muito a pena reservar dois dias para visitar os museus
A África do Sul está bem dotada com uma variedade de museus. Incluem-se nessa ampla lista a Galeria de Arte da África do Sul na Cidade do Cabo, o Museu do Apartheid em Johannesburg, o Museu Nacional de Literatura Inglesa em Grahamstown, o Monumento Afrikaanse Taal (museu de línguas) em Paarl e o Robben Island, onde o ex-presidente Nelson Mandela foi aprisionado por 27 anos. Como resultado da pesquisa histórica e exibições, os museus são a principal fonte de evidência material da história, cultura e herança da nação.
• Museus Online da África do Sul
Próximo a Cape Town não há nenhum vilarejo rural para ter a experiência de visitação de povos com culturas sem interferência urbana…
Mandela é uma figura marcante em toda a África do Sul, o país também é conhecido como a nação arco-íris por conta da diversidade de raças,
Rosas da Escravidão
Poesia escrita pela negra viajante Innocência Theodorica Sant’Anna Julia
São Paulo 01-10-2009 ao celebrar os seus 90 anos de idade
Para saudar a mãe Aparecida
Eu fui buscar das flores a rainha
Para depor aos pés da Mãe querida
Rosas em flor e a poesia minha
Tu, que em tua imagem venerável
Quiseste ter a cor da nossa gente,
Que salvaste o escravo miserável
Partindo com amor sua corrente.
Recebe, Mãe, o grito de noss’alma
Que não é mais gemido de senzala,
E sim, buque de rosas perfumadas
Ornando sua imagem nesta sala
Que sejam rosas rubras todo sangue
Derramando em tantos pelourinhos
e em vez de ódio, revolta ou vingança
Deste-nos gesto de amor e de carinho!
Que cada gota de sangue, cada lágrima
derramadas em meio a tantas dores,
Transforme-se em pétalas orvalhadas
De mil e uma perfumadas flores.
Diante de Deus de amor e de teu Filho
Só é nobre quem tem do céu a graça!
Por isso, Mãe, eu venho agradecer-te
Por seres semelhante a minha raça!
Mochilão Sabático pela Amazônia
Período: agosto de 2017 – setembro de 2018
SEMEADOR DE ÁGUAS
O que é a Amazônia? O que a região Norte pode me oferecer? Novas culturas, comida, pessoas, especificidades do lugar, aprendizados? Tinha uma vaga noção por causa de alguns documentários e livros que engoli antes da viagem. Mas, para ser honesta, eu não sabia o que iria encontrar. Essa viagem foi um semeador de águas. Eu nunca mais fui a mesma. A viagem, a priori, seria conhecer algumas capitais e cidades mais turísticas da Amazônia. Imaginava permanecer por lá entre 2 e 3 meses. Porém, nada saiu como planejado. Consegui trabalhos voluntários e remunerados pelo caminho, além de abrir meu leque de opções em relação a lugares, como comunidades ribeirinhas, quilombolas e indígenas. Fiquei um ano viajando. Percorri três estados (Amazonas, Roraima e Pará) e dei um pulo na Venezuela
POR QUE VIAJAR?
Na verdade, estava finalizando minha pós-graduação em Gestão Ambiental, quando decidi viajar. Estava desempregada na época, tinha uma pequena poupança, estava cansada mentalmente por conta da monografia e tinha terminado um relacionamento. Realmente, eu precisava ficar um tempo sozinha e longe daquela vidinha rotineira. Tomei todas as vacinas possíveis, entreguei meu TCC no sábado e, dois dias depois, peguei um avião com destino a Manaus. Dei um até breve para minha família, mas, na verdade, só fui reencontrá-los 12 meses depois.
POR QUE AMAZÔNIA?
Queria conhecer a Amazônia. Apenas. Objetivos não estavam totalmente delineados, até porque saí de São Paulo com um esgotamento mental gigante. Confesso que cheguei bem avoada na capital amazonense. Quando tive meu primeiro contato com o Parque Nacional do Jaú (iria ficar 1 mês… acabei ficando 4), parecia uma criança num parque de diversões. Aos poucos, comecei a fincar meus pés na Terra, melhor, literalmente, nas águas mornas do rio Negro. Respirei fundo e percebi que não voltaria para a cidade cinza tão cedo. Eu me sentia livre, completamente livre das amarras capitalistas. A partir dali, percebi que as capitais seriam apenas uma base para as logísticas seguintes. Queria mesmo era ficar o mais próximo possível da floresta amazônica. Expectativa explodia a cada instante. Fui recompensada.
O ACOLHIMENTO
Fui muito bem recebida em todos os lugares por onde passei. Eles não entendiam bem a minha motivação em deixar minha família e viajar sozinha pela região Norte. Alguns comentaram que eu estava fugindo de namorado (já perceberam como é difícil para as pessoas entenderem a nossa motivação por viagens sem macho nas costas). Outros ficaram absortos com a minha coragem. A grande maioria me felicitou e disse que quem bebe da água dos rios da Amazônia, nunca mais volta para casa e, se volta, apenas por um breve período. Eles acertaram. Estou em São Paulo nesse momento, mas penso todos os dias em voltar… e para morar!
MEUS QUARTOS ITINERANTES
Quando trabalhava nas unidades de conservação, eu pernoitava nos alojamentos para voluntários. Em grandes capitais, solicitava hospedagens pelo Couchsurfing. Na medida em que queria privacidade, ia para um hostel (bacana que os hostels que visitei, estavam sempre vazios, consequentemente, dormia sozinha!). Em algumas vilas, os moradores, gentilmente, me cediam uma pequena área que eles não usavam, até dormi no relento mesmo. Armava minha rede e capotava olhando as estrelas.
PS: 70% dos locais por onde passei, dormi em rede. Os primeiros dias foram bem difíceis, fiquei com muita dor nas costas e na região do pescoço. Mas, depois, acabei me acostumando. Confesso que sinto até falta.
LUGARES POR ONDE MOREI
Na verdade, determinei alguns lugares base. No caminho, fui alterando conforme orientações de mochileiros e pesquisadores (sim, encontrei muitos que me deram dicas supimpas) e, claro, em relação a grana também. Se algo ficasse dispendioso, eu eliminava e mudava os planos. Viajar sem saber para onde ir no outro dia, foi uma escolha certeira.
Tive a oportunidade de conhecer Novo Airão, São Gabriel da Cachoeira e Manaus (cidades do Amazonas). Em Roraima, visitei a capital Boa Vista e Tepequém. Tive um affair venezuelano nessa última vila e decidi partir para a Venezuela com ele (foi onde eu conheci a massagem tântrica – loucura, loucura, loucura!). Fiquei uns quinze dias por lá (nas montanhas e de frente para o Monte Roraima) e, tempos depois, resolvi voltar para o Brasil, especificamente o Pará (Alter do Chão, Ilha do Algodoal e Belém). Poucos lugares para muito tempo… devem estar pensando… Todavia, meu foco é qualidade e não quantidade!
A GRANA
Eu tinha uma poupança de 5 mil reais. Certo que, se o dinheiro acabasse, eu teria que voltar para casa. No caminho, trabalhei e ganhei um pouco mais. Com hospedagens, não gastei muita coisa. Os gastos giravam mesmo em torno de comida, deslocamentos e alguns produtos de higiene. O único dinheiro oneroso que me arrependi profundamente em ter gastado, foi com o notebook. Ele apresentou defeito por duas vezes e tive que ir até Manaus para consertá-lo (utilizava para trabalhar, escrever e editar fotos). Uns dois meses depois, ele morreu. Aí, tive que andar com esse trambolho horroroso a viagem inteira, porque as despesas de envio para casa, faria falta futuramente.
O QUE EU AMEI CONHECER?
Foram tantas coisas, impossível numerar todas. Tudo, na verdade. Foi mais que um aprendizado… Mas, conhecer um dos maiores rios do mundo, pernoitar na floresta amazônica com aquele barulho ensurdecedor que ocorre a noite (a floresta ganha vida), compartilhar momentos com indígenas em São Gabriel da Cachoeira, ou mesmo, conhecer pessoas interessantes pelo caminho, não tem preço. Nem consigo explicar detalhadamente toda a minha alegria. Fico emocionada só de relembrar. Só sei que: meu objetivo a médio prazo é voltar de mala e cuia para lá! Ainda não defini o estado, só questão de tempo e oportunidade. São Paulo não faz mais parte dos meus planos no futuro.
O QUE EU TROUXE DA AMAZÔNIA PARA SÃO PAULO
Meu desprendimento e o minimalismo. Viajei com pouca roupa/grana e vivi muito melhor do que se tivesse em SP. Levo uma vida confortável no sudeste e, sinceramente, não senti falta de absolutamente nada nesse período. Só saudade da minha família e do meu cachorro.
Hoje, eu abraço mais as pessoas. No decorrer da viagem, também diminuí o consumo de carne vermelha. Ao voltar para a realidade, doei roupas, comecei a vender objetos que não uso mais, quero praticar o desapego. Além, claro, de erguer a bandeira da libertação das mulheres com mais afinco e responsabilidade, visto que, na minha caminhada, sofri um bocado com o machismo…
POR QUE TODOS OS BRASILEIROS PRECISAM CONHECER A AMAZÔNIA ?
Muitos brasileiros não tem ideia dos povos que moram na Amazônia e muito menos da sua importância! Antes de ir para lá, nenhum dos meus amigos conhecia essa região. Vivo numa bolha onde a grande maioria prefere conhecer América do Norte/Europa e nem ao menos avalia visitar alguns lugares do seu próprio país. Fui na contramão. O bacana é que, na viagem, através das minhas postagens numa rede social, algumas pessoas mudaram de rota e deram oportunidade para a região norte. Pessoas que não imaginava estarem ali. Até minhas irmãs e meu cunhado foram me visitar. Ahhh, como fiquei feliz.
Como reflexão, preciso deixar bem claro: precisamos da floresta em pé e necessitamos de mais pessoas engajadas na conservação e/ou proteção daquele bioma. O agro não é pop. Saibam disso. Eu, como ambientalista, lutarei até o fim dos meus dias pela Amazônia
E AGORA?
Bom, voltei para São Paulo e estou em busca de trabalho. Ficarei um tempo por aqui pela minha família e, principalmente, minha mãe que não estava bem de saúde. Nesses últimos dias, estava voluntariando num parque nacional em Minas Gerais – uma unidade de conservação que abriga o Pico da Bandeira. Fiquei 1 mês por lá. Agora, novamente em Sampa, estou colocando minha vida em ordem e batalhando por um trampo.