Chacina Jacare... - E nós queremos justiça! Por Poeta Julia Motta e Yara Sereya

Chacina Jacare… por Yara Sereya

Por Yara Sereya – Chacina Jacare…

Todo dia passo por vielas e de repente um pipoco soa o meu ouvido,

Então eu ouço gritos

Uma criança metralhada em minha frente, policial me xingando um monte de nomes, quando eu olho para trás, eu tomo soco, chute e outro pipoco

Corro para casa, achando estar salva, pé na porta arrombada ele disse
Arma na cabeça, porque eu disse invasão?

Qual esperança, tiramos para alimentar a própria fé, para ficar de pé,
Querem apagar, invisibilizar
Tá faltando nomes, mais de trinta
A Chacina Jacare …

Cadê? Como assim vocês não estão vendo? Olha pro lado, tá passando em sua timeline e você acha normal, sente, tem do, da notícia da vez, que passa logo quando será próxima vê-z?

Essa é a estrutura, não me venha com “policiais presos ou dispensados” porque é a estrutura que precisa ser reparada. É máquina de matar gente,
Sapatos juntos, sete palmos,

Que quem escuta já apavora
Mas não pensa, como é voltar para casa, nas favelas desses cantos, de cada canto, nem tão de canto assim, central.

É necropolitica, pensado, arquitetado pelo estado. Acham que é só dizer “abolição da escravatura” como uma palavra mágica para desaparecer com toda a gestão, pseudo do sistema de então, que era a escravidão? Oh

Me poupe, isso já é cinismo
Mas eu te digo, você só vem até aqui
Não me fale de pessoas,
Que eu digo que os nomes de quem mata é o racismo.

E aí? Julgue, criminalize e ressocialize se quiser continuar com “estrutura”.

Qual termômetro, qual parâmetro, quem te disse que não temos direito,
Não somente com a saúde em tomar vacina
Direito a vida, em plena pandemia
Economia fodida
Faltando comida na mesa, de favela
Sentimentos e emoções para o dia das mães
Em Jacarezinho e nas favelas, vocês operando uma chacina?

Nossa voz ecoa
Não está só nos becos, mas também nas passarelas.
Somos e estamos de ponta a ponta
E essa conta não tá batendo.

Yara Sereya

Yara Sereya

Mulher negra retinta, indígena
Mulherista Candace
Filha de Yansã
Pan africanista artista irreverente
Artivista

Yara Sereya

Quantas mulheres existem em uma só por Poeta Julia Motta

Mulherismo africano: quantas mulheres existem em uma só?

Vamos falar de mulherismo africano? Um texto de Júlia Motta @poetajuliamotta

A história das mulheres pretas é marcada por muitos roubos, anulação e romantização de nossa cultura e vontade. Diante o cenário escravocrata, nossos corpos foram explorados tendo como resultado a ‘desafricanização’ de nossa história, liberdades tolhidas, pois foram consideradas propriedades de senhores.

Isto é, nossos ancestrais não obtiveram seu espaço e respeito devidamente por este período, e os resultados que ainda impactam na vida de muitos de nós.

 Falar de mulheres pretas não é apenas falar sobre as últimas colocadas na pirâmide racial, não somos somente números de violência, abandono, mortes… É falar sobre diásporas, conhecimento ancestral e cultura sagrada.

O mulherismo

Quantas mulheres existem em uma só – por Julia Motta

Mulherismo vem de mulher, entre o gênero preto de milhares, africano vem do território ancestral do povo preto hoje. É retornar aos espaços, como identidade, revolução e mais ainda resgatar o que tiraram de nós. Por isso definimos, o mulherismo enquanto pensamento político e cultural.

A questão de classe e raça é fortemente apresentada, no livro mulheres, cultura e politica  – marca a filósofa negra Angela Davis: ‘Como mulheres negras, temos diversas razões para celebrar a forte tradição de ativismo moldada por nossas ancestrais no curso de muitas gerações de luta’ a autora define a luta de milhares no contexto de protagonismo negro feminino.

Mulheres carregam consigo a responsabilidade de continuidade, não somos a oposição de nenhum conceito ou agrupamento, temos  ações efetivas de sobrevivência, a nossa preocupação é nos mantermos vivas para assim afetuosamente cuidar de nosso povo.

O que difere do ‘feminismo’ é que não se pensa em combater somente a violência e opressão em gênero, antes disso vem a raça e logo após a classe social.

É PARA ONTEM!

Mulherismo Africano é retornar a nossa ancestralidade que nos foi roubada. por Poeta Julia Motta
Mulherismo Africano é retornar a nossa ancestralidade que nos foi roubada. por Poeta Julia Motta

Desejamos o comprometimento de líderes à frente de movimentos políticos e ou sociais, a atuação, construção de um diálogo que chegue até as nossas, é oportuno falar de um movimento onde os espaços para manifestar-se são abrangentes e acessíveis. Nenhuma dessas lutas é fácil, e não existe ainda qualquer vitória a ser aplaudida em paz.

Se uma de nós ainda convive com a violência, opressão e silenciamento sem qualquer apoio é porque ainda o domínio no poder é preenchido por vozes e forças tão retrógradas.

Isto é, o seu discurso contribui em ações, e o seu ativismo ele chega a espaços e pessoas que precisam? Certamente, se a resposta não houver é um problema, e se ainda não chega é uma urgência repensar nesse esquema.

É um ciclo contínuo, quando você diz ‘ele não’, quem das nossas sim? Nós queremos viver em cenas, foco e atuação. Com saúde mental tranquila, contas pagas,  andar na rua sem ser a mira, direitos seguros e mais ainda queremos ser escutadas, vistas e compreendidas.

Poeta Júlia Motta

Júlia Motta

Poeta marginal, escritora do livro independente “resistir para existir”, monitora cultural pela associação de capoeira Motta e cultura afro e educadora pelo projeto de incentivo à leitura e escrita “sonhar com as mãos” e “versos de resistência”.

Energias Luas mês de maio 2020 por Larissa Novaes

Energias de maio 2021 nas fases da lua – por Larissa Novaes

Antes de mais nada, das energias de Maio de 2021 – entenda cada fase da lua e se programe para aproveitar o melhor delas:


✨🌒 03/05 às 16h50Lua Minguante em Aquário ♒


Muito bacana para fazer aquela revisão necessária sobre os seus projetos de vida (♒) O que pode melhorar? Como você pode se reinventar (♒)? A semana da Lua minguante é maravilhosa para olhar para identificar o que pode ser reinventado, repaginado, na fase seguinte ⬇️


✨🌑 11/05 às 15h59Lua Nova em Touro ♉

Semana super auspiciosa para iniciar projetos de longo prazo, que precisam de persistência e constância (♉) E/ou para dar uma fortalecida em algum projeto já em andamento. Existe uma possibilidade forte de fluírem ganhos financeiros, através desses movimentos. Aproveite para colocar a mão na massa e manifestar (♉) esse poder!


✨🌗 19/05 às 16h12Lua Crescente em Leão ♌

Semana maravilhosa para fortalecimento da autoestima, do amor próprio, da autoconfiança (♌). Ótimo momento para permitir a expressão da sua criatividade! Coloque os seus talentos e as suas criações pro mundo. Suba no palco (♌) da sua vida e assuma o protagonismo!


✨🌕 26/05 às 08h13Lua Cheia em Sagitário ♐

Uma semana em que as nossas emoções estarão expansivas. Por isso, cuidado com a ansiedade. Será um momento incrível para focar nos seus objetivos com otimismo e alegria (♐) Aproveite para fortalecer a fé em si e no Todo. Energias auspiciosas (♐) podem estar disponíveis no campo coletivo. Se jogue e desfrute!


⚠️ SALVE esse post para revisitar outras vezes. Com certeza, vai ser muito útil, apreveite as energias de maio lua 2021
🍀 Me siga em minhas redes sociais para receber os próximos conteúdos @larinovaes.solar
No servir pelo amor, e com amor, Larissa 💫🧡✨

Larissa Novaes

Larissa Novaes

Estou Larissa Novaes. Intuitiva e sonhadora desde novinha, fui uma criança apaixonada pelo Céu. Hoje, minha criança permanece viva e apaixonada: traduzindo as mensagens do Céu. De maneira simples e acessível, através da interpretação da Astrologia e das canalizações que faço.

Sou canalizadora do método de leitura akáshica através da Astrologia. Atualmente, faço leitura de mapa natal personalizada, intuitiva e canalizada com a guiança dos Mentores Espirtuais. E, ministro um curso online de Formação em Astrologia Akáshica (método autoral canalizado por mim).

Te convido a adentrar esse mundo fantástico da espiritualidade junto comigo! Você vai amar  Vem!

Keyti Souza - cabelo afro feminino milita

Quando descobri que meu cabelo afro feminino milita?

Antes de tudo, quando descobri que meu cabelo afro milita e em uma perspectiva de gênero feminino, é de extrema importância começar esse texto com uma definição do que é ‘cabelo’. Afinal, é apenas um artifício de beleza?  Me frustrei na pesquisa do Google, pois só apareceram imagens de cabelos longos e lisos de pessoas brancas. A pesquisa foi uma furada, mas descobri que meu cabelo afro milita.

É fato que por muitos anos fomos reféns de uma beleza padrão que não existe e muito menos se adequa aos diferentes tipos de identidade. Nos Estados Unidos, Madam C. J. Walker, lá pelos anos 1880, já empreendia técnicas e criava químicos que as mulheres negras pudessem usar pra ter um cabelo mais “bem apresentável” ou ao menos parecido com o de mulheres brancas. E ao longo dos anos essa ideia e tipo de empreendimento permaneceu. A indústria de cosméticos continuou criando produtos para alisamento dos cabelos crespos e cacheados. Os cabelos fora do padrão que precisavam ser domados.

A infância

Como muitas mulheres negras, eu já usei cabelos alisados. Aliás, da minha infância (12 anos) até a vida adulta (30 anos), eu não conhecia meu cabelo original, não sabia como era meu fio, meu tipo de cabelo. Morava no interior da Bahia, em Feira de Santana, e pouco discutimos raça e muito menos nos sentíamos à vontade pra usar o cabelo natural. Já não conhecia meu fio, morria de medo do que podia me esperar se abandonasse todos os artifícios possíveis para deixar meus cabelos lisos e ‘bonitos’ como o das pessoas brancas e como era esperado de mulheres negras.

Comecei usando um tipo de relaxamento que prometia deixar meus cabelos soltos, mesmo sendo um produto agressivo, que ardia meus olhos e às vezes feria minha cabeça, era melhor que ser natural e ‘feia’. Feia, foi assim que fomos descritos durante muito tempo, ser negro é feio. Levou muito tempo para descobrirmos nossa beleza e assumir nossa identidade.

Passei por vários produtos químicos nessa jornada pelo cabelo “perfeito”, inclusive, por muito tempo alisei como nossos ancestrais, no ferro aquecido no fogão. O problema do cabelo de ‘ferro’ era a chuva. Cheiro de cabelo queimado que deixava era terrível e ainda mais humilhante, então, permaneci na química. 

Guanidina, amônia, relaxamento, alisa e tinge e tantos outros fizeram parte da minha vida até 2017, quando mesmo escovava meus cabelos. Já não usava química, mas escovar e pranchar era minha rotina de final de semana. Trabalhava nele até ficar lisinho no estilo Kardashians.

Meu cabelo minhas regras

Então, foi em 2017, que resolvi me conhecer, tomar conta do meu cabelo. Fiz um post na rede social com o cabelo natural, dizendo que usaria meu cabelo como quisesse, fosse alisado ou natural. O post era um recado aos amigos que não paravam de fazer pressão pra que eu naturalizasse o cabelo. Depois de muito tempo, após esses posts de ‘cala a boca’, como a gente diz por aqui, resolvi cortar o cabelo.

Cortei curtinho e adorei, mas sabia que ali ainda não era meu cabelo, ainda tinha química. Foram precisos mais três cortes pra realmente conhecer meu fio. Não foi difícil aceitar. Amava aquilo, fazer carinho na minha própria cabeça e reconhecer quem eu era ali e pensar porque me neguei por tanto tempo.

Cabelo afro feminino no mercado de trabalho

Já ouvi dizer que mulher de cabelo afro não consegue emprego, e a gente sabe que em muitos lugares isso é verdade. Assim como também é verdade sobre o preconceito com cabelos trançados, dreads e outros modelos de afro hair. Sim, estou na cidade com a maior quantidade de negros do Brasil – Salvador, conhecemos nossa história desde o Daomé. Conseguimos nossa libertação com armas na mão, e não com a pena da Princesa Isabel, mas ainda assim, a cor da pele e o cabelo ganham mais destaque que nossa inteligência e articulação. 

Atuo com negócios e administração, trabalho como liderança. Lido com clientes do país inteiro, viajo e faço reuniões com pessoas de fora do país. Participo de eventos no Brasil inteiro, onde muitas vezes olho para o lado e não vejo um semelhante. Não tenho motivos pra me orgulhar disso, pelo contrário, queria ver mais gente preta ocupando esses espaços. Mas não me abato, seguro firme e penso que preciso guardar lugar pra que novos negros possam chegar ali.

Cabelo afro milita

Descobri que meu cabelo afro quem milita, especialmente quando vejo e ouço pessoas pretas querendo ocupar aquele lugar quando me veem ali com meu black ou minhas tranças.

Em Salvador, o cabelo das mulheres fala por elas e a riqueza de cortes, penteados, tranças e toda a infinidade de possibilidades é um encantamento. Mas não, nem toda mulher negra é obrigada a deixar o cabelo natural. Nem toda mulher negra de Salvador usa o cabelo afro. Mas entenda, nosso cabelo milita.

Recentemente resolvi experimentar usar tranças, as Box Braids, ou seja, ovamente me apaixonei por mim e pela cabeleira que tô carregando. Desde que descobri que meu cabelo afro milita, continuo deixando meu cabelo militar. Continuo mudando ele como um camaleão, ou seja, vou continuar tentando inspirar outros pretos e pretas a ocupar o espaço.

Agora me diz, o seu cabelo afro na versão feminino ou masculino, milita?

Keyti Souza

Keyti Souza

Formada em jornalismo, mas atuando na área de negócios em audiovisual, sou nascida no interior da Bahia, mas resido em Salvador. Um dia ouvi dizer que eu moro onde as pessoas tiram férias, e é a mais pura verdade. Viver em Salvador é ter sempre um ponto turístico na palma da mão, uma cultura pra celebrar e uma boa praia pra pegar um sol. Mas gosto de ir além, de conhecer novos lugares, novas culturas e novas identidades. Quando a gente viaja, sempre traz na mala e no coração um pedaço daquele lugar.

É por isso que viajo. Da Bahia pra conhecer o mundo.

Instagram @keytissouza

Twitter @keytisouza

Leia também…

3 comidas na dinamarca que não são bem o que parecem ser

3 comidas da Dinamarca que não são bem o que parecem ser

Nem tudo parece o que é, e não seria diferente na Dinamarca algumas comidas que parecem com as do Brasil e não são, um texto por Cris Viriato.

Como muitas pessoas sabem a vida do expatriado em muitas vezes pode ser resumida a uma única palavra, saudade.

E não necessariamente só de pessoas, há também saudade de lugares e por último, mas não menos importante, a da comida. Então eu reuni neste post 3 comidas da Dinamarca que parecem ser idênticas as que nós temos no Brasil, porém, não são bem o que parecem ser. 


Imagine a seguinte situação, você está há meses fora do seu país de origem onde tudo lhe era familiar, e se muda para um outro país onde tudo lhe parece novo, imaginou?

Ou talvez você já tenha vivido essa experiência. A sensação quando mudamos de país é que o nosso cérebro está sempre em alerta, buscando conexões para te manter viva e segura.  

Neste momento, é bem normal você ver pessoas na rua que se parecem com alguém que você conhece, ouvir vozes (mesmo que em outra língua) que te soem familiar, e é claro, a ver objetos. Por exemplo, você está caminhando e no nada você encontra uma plantinha que parece com uma planta que a sua mãe tem em casa. 


Com comida acontece exatamente a mesma coisa, e eu precisei reunir essas 3 comidas da Dinamarca que não são bem o que parecem ser para que você tente entender o tamanho da minha surpresa ao “vê-las” aqui, e também a minha frustação ao experimentá-las.  


Romkugler – Em tradução livre, “Bolas de Rum”

Romkugler - “Bolas de Rum” - Comidas na Dinamarca que parecem do Brasil por Cris Viriato
Romkugler – “Bolas de Rum” – Comidas na Dinamarca que parecem do Brasil por Cris Viriato


Imagina a surpresa ao encontrar essas bolinhas de chocolate envoltas em confeito numa padaria aqui da Dinamarca, o seu cérebro diria imediatamente que é brigadeiro enquanto você se pergunta “como assim?”. Mas, infelizmente, isso não é o que parece ser. O Romkugler é um bolo feito com sobras de bolos, amassadas com essência de rum, e passadas em confeito. Com o meu cérebro esperando o docinho do brigadeiro na boca experimentar o Romkugler não foi para mim uma experiencia agradável.  

Risengrød “Mingau de arroz”, em tradução livre.

Risengrød “Mingau de arroz” - comidas Dinamarca parecem Brasil por Cris Viriato
Risengrød “Mingau de arroz” – comidas Dinamarca parecem Brasil por Cris Viriato

Outra comida da Dinamarca que não é bem o que parece ser é o Risengrød. É visualmente idêntico ao nosso arroz doce, cheira igual o nosso arroz doce, mas não é bem isso. o Risengrød é salgado. Servido como uma refeição (no jantar) as vésperas do Natal, para se servir é praticamente um ritual, pelo menos é na família do meu marido. Com o Risengrød já no prato, você acrescenta um pedaço de manteiga, a canela, e finaliza com açúcar. Esse foi o pior choque cultural que eu já tive na Dinamarca até agora. 


Berliner “Bolinho de Berlim”, em tradução livre

Berliner “Bolinho de Berlim” - Comidas na Dinamarca que parecem do Brasil por Cris Viriato
Berliner “Bolinho de Berlim” – Comidas na Dinamarca que parecem do Brasil por Cris Viriato


Das 3 comidas da Dinamarca que não são bem parecem ser, essa é a que mais me agrada, mas prova para mim mesma a capacidade que nós brasileiros temos de melhorar as comidas. Essa não é uma comida de origem dinamarquesa, mas é tão presente nas padarias daqui que você nem se dá conta apesar do nome.

Quando você ver uma Berliner na sua frente você vai pensar em sonho, e é. A diferença entre o sonho e a Berliner é que o recheio é geleia, na maioria das vezes de frutas vermelhas. E como a Berliner foi virar sonho no Brasil?

Através dos portugueses que substituíram a geleia do bolinho alemão por aquele creme branco de confeiteiro. Chegando no Brasil, provavelmente alguém pensou “Até que é bom, mas deixa eu melhorar isso daqui” e acrescentou o doce de leite e sinceramente, ficou muito melhor, eu acho. 

Espero que goste. 

Cristiane Viriato

Cristiane Viriato

moro em país considerado um dos mais felizes do mundo, a Dinamarca . Amo neste país que hoje chamo de casa, e mais ainda falar sobre ele, mostrar as suas peculiaridades, e o meu dia-a-dia aqui. Espero que a Dinamarca também te encante da mesma forma que ela me encanta todos os dias e “Vi ses” (vejo vocês, em dinamarquês).

Chapada Diamantina Dicas antes de ir por Joice Santos

Chapada Diamantina 4 dicas que você precisa saber antes de ir!

Olá, antes de mais nada me chamo Joice dos Santos, sou turismóloga e moro em Salvador, quem me conhece sabe que amo a Chapada Diamantina, e vou compartilhar 3 dicas que você precisa saber antes de ir! Mas antes de mais nada quero que saiba que sempre que posso corro para lá, nos últimos 4 anos seguidos meus Réveillons foram lá, todas em cidades diferentes.

Minha última viagem foi no Réveillon de 2021 para o Vale do Capão e após receber mensagens de amigues com dúvida sobre a Chapada, perguntando sobre trilhas e passeios que ficam em outra cidade. Ao mesmo tempo, percebi que muita gente não sabe exatamente a magnitude do que é a Chapada Diamantina.

Então, antes de qualquer coisa é importante saber que a Chapada Diamantina é uma região extensa com mais de 40mil km² e dezenas de cidades. Como é isso Joice? Pois é menina, para conhecer a Chapada Diamantina todinha é necessário anos de visita.

Então, uma região tão grande como escolher o primeiro destino? Vamos lá…

Joice Santos Dicas Chapada Diamantina
Joice Santos Dicas Chapada Diamantina

Independente do seu estilo, sempre terá uma cidade na Chapada para te receber, ou seja, desde a aventureira que dorme no camping selvagem ou a preta patrícia que gosta de uma cama confortável.

Nesse sentido, sem mais conversas, se liga na dica:

Escolha a cidade!

Primeiro escolha a cidade, as principais com infraestrutura turística estão em Lençóis, Vale do Capão(palmeiras), Mucugê, Andaraí, Igatu( andaraí), Ibicoara, rio de contas.

Chapada Diamantina – foto arquivo pessoal de Joice Santos

*Vale do capão e Igatu, são duas vilas distritos das cidades em destaque.

Destaco meu amor por Igatu, apesar de fazer parte no circuito turístico é possível ainda sentir o ar bucólico da vila, casas construídas de pedra e muita história contada pelas senhorinhas e senhorzinhos nas portas da casa.

Além das citadas, há outras que vale arriscar – Itaitê, Piatã e Catolés (Abaíra)

Hospedagem

Dessa forma, depois de escolhida a cidade, parta para o tipo de hospedagem: camping, hostel, pousada, aluguel uma casa, tem para todo mundo, garanto que sem abrigo não fica. Dependendo da época, rola chegar sem reserva e encontrar o lugar desejado.

Atrativos

Busque os atrativos que existem próximo a cidade, não adianta querer conhecer os pontos turísticos mais divulgados, a maioria deles ficam em cidades diferentes e não vale o deslocamento, vai perder muito tempo indo de norte ao sul da chapada. Por exemplo, não adianta estar na cidade de lençóis e querer conhecer a cachoeira do buracão em ibicoara, são quase 3 horas de distância.

E não é só de cachoeira que vive a chapada, além das mais de 30 que existe, há também trilhas que percorrem campos rupestres, cerrado e mata atlântica em meio a paisagens de tirar o fôlego, andar bike, escaladas, sítios históricos, cavernas e o marimbus (área chamada de pantanal da chapada diamantina).

Ufa, é muita coisa pra se conhecer.

Chegue à cidade, faça amizade, converse com os moradores e deguste a iguaria local, aproveite os atrativos que estão nos entornos. Em alguns é possível fazer sozinha, outros contrate um guia local, sinta a brisa e a energia que a chapada proporciona e volte renovada.

Quantos dias?

Por último e não menos importante, sugiro ficar no mínimo 4 dias e no máximo a vida de toda

E aí gostou? Em síntese, espero que essas 4 dicas básicas para visitar a Chapada Diamantina sejam úteis! E se precisar de mais dicas, pode me procurar, amo falar dessa região.

Joice Santos
Joice Santos Turismóloga soteropolintana

Ah, e por fim, leia também:

Helen Rose ano sabático em África do Sul

Um ano sabático na África do Sul durante a pandemia de 2020

Da série Negras Viajantes Presentes! Histórias que inspiram vamos compartilhar a história de Helen Rose em um ano Sabático pela África do Sul durante a pandemia de 2020.

O ano era 2019, quando finalmente resolvi realizar o sonho de morar fora do Brasil, unindo a experiência de moradora, estudante intercambista e turista. Morar na África e ainda aprender inglês? Maravilha! Uma mulher negra, pobre e aos 50 anos ir para um sabático, rompendo as barreiras do preconceito racial.

Mas antes de contar a viagem de 2020, quero dizer que a minha primeira viagem internacional ou o carimbo no passaporte, foi em 2016, para a África do Sul (Joanesburgo), Dubai e Índia (Nova Déli, Agra e Rishikesh). Foram 30 dias intensos e maravilhosos com um grupo de 18 pessoas. Como sou praticante de yoga e meditação há mais de 15 anos, ir para a Índia também era um sonho para conhecer as práticas de yoga disseminadas mundo afora.

Voltando para 2019/2020, foram alguns meses organizando, fazendo orçamentos, conversando com pessoas via web, busca em milhares de sites de viagens, renovar passaporte, cuidar de todas as burocracias e eis que chega o grande dia, fevereiro de 2020. Hora de partir, fazer o check in.

Lembro que em dezembro de 2019, tivemos as primeiras notícias sobre um vírus contaminado as pessoas na China, e que alguns turistas europeus também começavam a ter alguns sintomas. O tempo vai passando, até que em fevereiro a imprensa noticia o aumento de casos, mostrando pessoas em algumas cidades chinesas intensificando o uso de máscaras. Ainda não tínhamos muitos dados detalhados, até que um grupo de brasileiros que estavam na cidade de Wuhan, na China, são trazidos ao Brasil em um avião fretado pelo governo brasileiro e precisam ficar isolados, de quarentena para evitar a transmissão. Mas você que está lendo essa postagem deve também ter acompanhado o noticiário, a ideia era apenas contextualizar a organização da minha aventura.

Enfim, com as malas prontas cheguei ao aeroporto de Guarulhos, vi várias pessoas já usando máscaras, algumas até com luvas. Mas eu estava sem, apenas com álcool em gel na mala e bagagem de mão. Isso foi em um sábado, meu voo era via Angola com previsão de chegada na Cidade do Cabo no domingo à tarde.

A viagem foi tranquila, nenhum atraso, no aeroporto de Angola fui convidada para ir à “salinha”, fui revistada, questionada sobre o motivo da viagem e apresentei todos os documentos. Detalhe, em um voo lotado fui a única pessoa que a ir para a burocracia da imigração. Tudo pronto, liberado o voo para a África do Sul.

Ansiedade, alegria e expectativas, afinal seriam seis meses em uma cidade nova, morando com uma família sul-africana e depois moraria sozinha. Isso estava no planejamento.

Ano sabático na África do Sul

Trilha table moutain Africa do Sul Helen ROse
Trilha Table Mountain Africa do Sul por Helen Rose

Já era domingo, fui recebida por Rosie e Lionel no aeroporto, minha nova família na Cidade do Cabo, na segunda-feira, era a minha primeira aula na escola de inglês. Até agora tudo lindo, divino e maravilhoso.

Como fiz meu diário de bordo, sei que após duas semanas recebo a notícia de que a África do Sul começará um lockdown de vinte dias para evitar o avanço do Corona vírus, e as aulas de inglês que eram presenciais a partir de agora serão online. Todas as fronteiras fechadas, voos turísticos suspensos, permissão apenas para repatriação e comercial. Meu paraíso durou pouco, tive que recalcular a rota e me preparar emocionalmente para aproveitar a experiência dos meus sonhos.

E assim foi, fiquei quatro meses de lockdown morando com Rosie e Lionel, mais dois cachorros e com acesso limitado à internet porque na casa não tinha banda larga (fibra ótica), então eu colocava crédito no celular para acompanhar as aulas de inglês. O que era para ser um lockdown de vinte dias durou meses.

Quando foi em junho, na fase 3 do lockdown resolvi que era o momento de ampliar minha experiência indo morar sozinha e ter a possibilidade de conhecer outros bairros (mudei do Brooklin para Tamboerskloof) e outras pessoas. Através do Airbnb fui para um apartamento perto da Long Street, famosa rua turística em Cape Town.

Ano sabático na África do Sul Helen Rose
Helen Rose em Waterfront – Cape Town – Africa do Sul

A partir desse momento minha rotina era estudar com as aulas online, agora tinha uma boa conexão, com a fase 3 do lockdown já podia sair para fazer caminhadas, ir ao supermercado, shopping, seguindo todos os protocolos de segurança (máscara, álcool em gel e distanciamento social).

Aproveitei também esse momento para ser voluntária em dois projetos, um de horta comunitária e outro para moradores de rua, e, assim praticar a fluência em inglês e ter mais contato com os sul-africanos. Aos poucos as coisas foram se ajeitando, consegui sozinha me adaptar a nova rotina, conheci alguns brasileiros e fazíamos os passeios que eram permitidos. Fiz também contato com pessoas do Congo, Zimbábue, Senegal, Moçambique, Angola, Alemanha, França, Arábia Saudita.

A Cidade do Cabo (Cape Town) tem muitas praias, turismo de aventura, ecoturismo, então aproveitei para fazer muitas trilhas e caminhadas no principal ponto turístico, a Table Mountain (Montanha da Mesa). Uma formação rochosa linda, patrimônio natural da humanidade e é possível avistá-la de vários pontos da cidade. E com o coração acelerado, fui a Robben Island, ilha onde Madiba, Nelson Mandela, ficou preso por 27 anos, na luta contra o regime segregacionista do Apartheid.

Ainda não consegui ser fluente em inglês, mas já melhorei muito, tive algumas dificuldades em me adaptar as aulas online, pois confesso que prefiro presencial. Se não fosse a pandemia com certeza meu aproveitamento na aprendizagem da gramática teria sido muito melhor. Mas não posso reclamar, afinal, não fui a única a ser afetada pela Covid-19. Seri que fram os oitos meses mais importantes e incrveis da minha vida.

A resiliência faz parte da minha vida desde criança com a superação de muitos desafios, talvez essas características tenham sido fundamentais para que conseguisse aproveitar da melhor maneira possível o intercâmbio atravessado pela pandemia. Sou de uma família grande, meus pais não são alfabetizados, criaram oito filhos, minha mãe empregada doméstica e meu pai segurança de porta de fábrica (falecido há 30 anos). Comecei a trabalhar oficialmente aos 12 anos, como babá, empregada doméstica, balconista de padaria e cuidadora de idosos. Até que aos 18 anos fui aprovada em concurso público, para trabalhar como agente de saúde, a partir daí, pude começar a sonhar com um futuro melhor.

Atualmente pesquiso sobre história do continente africano, com destaque para o turismo na diáspora e países africanos de língua portuguesa.

Helen Rose ano sabático na África do Sul

Helen Rose

Viajante do tempo, historiadora, pesquisadora independente da história e cultura afro-brasileira.

Podcast Bitonga Travel

Essa foi a história de Hellen Rose e seu ano sabático na África do Sul. E aí gostou? Compartilhe a sua história e textos conosco: bitongatravel@gmail.com

Planejando ida ao museu na viagem

Vamos ao museu? 5 dicas de como se planejar na viagem

Vamos ao museu durante a viagem? Em primeiro lugar gostaria dizer que viajar nem sempre ir à museus…. Vou te contar que é um investimento “caro” e se não colocarmos na ponta do lápis esse rolê, parte do seu orçamento da viagem fica aqui.


Sendo assim, vou dar algumas dicas sobre como ir em museus se planejar para não gastar muito ou ir de graça.

1ª Nem toda viagem você precisa ir ao museu!

Planejando ida ao museu na viagem
Rebecca Aletheia museu Real da África Central – Bélgica


✅A primeira coisa é que nem toda viagem você precisa ir aos museus, tá tudo bem! Vc não vai morrer se não for em todos. Já fui pra Paris e não entrei no Louvre, ou seja, sobrevivi. Motivos tempo e dinheiro 😅

2º Todos os museus têm dia gratuito na semana, mês ou ano!

✅Segunda todos os museus têm um dia gratuito na semana, mês ou no ano, se informe! Brasil, países africanos, europeus e asiáticos super rola. Às vezes tem uma burocracia de enviar e-mail ou uns truques dia do museu(18 de maio) vc pode entrar gratuitamente, foi assim que entrei gratuitamente na maioria os museus de Maputo – Moçambique.

3º Planejamento financeiro antes da viagem

✅ Terceiro se tiver um/dois/três museus que você quer muito visitar, já guarde esse dinheiro antes da viagem e coloque no orçamento.

4º Planeje tempo

Planejando ida ao museu na viagem
Rebecca Aletheia museu do Amanhã – Rio de Janeiro


✅Quarto não vá ao museu com tempo corrido. Se você for ficar 2 dias e quer colocar 1 museu na rota, planeje bem porque obras são para contemplar. Lembro eu e minha prima na África do Sul no museu Hector Pieterson que chegamos 15 minutos antes de fechar. Adivinha? Corríamos por todas as áreas do museu igual doidas e era o museu que mais queríamos ir, adivinha? Não vimos nada direito, lembro pouco e nem inglês eu falava, ou seja, não entendi nada🤷🏾‍♀️🤦🏾‍♀️.

5º Vá em museus menos populares

✅Quinto vá aos museus menos populares, você poderá se surpreender. Foi em museus menos populares como na cidade de Tefé – AM que pude conhecer um historiador que sabia da história da cidade além do museu como ninguém e soube coisas e informações que anos viajando nunca iria saber.


E por fim gostaria muito de saber como é a sua relação de museu e viagem ? Você é do tipo que investe em museus ou nem quer saber sobre…

Ah, eu espero que tenha gostado dessas 5 dicas escrita por Rebecca Aletheia.

Dia da Mulher Moçambicana - pela artista Zeny Frasão e Bitonga Travele

Mulher Moçambicana – 5 viajantes pretas que você precisa conhecer

Em primeiro lugar, o dia 7 de Abril é celebrado o Dia da Mulher Moçambicana e vamos falar de 5 viajantes pretas que você precisa conhecer, afinal de contas o nosso assunto favorito é viagem. Mas, antes de tudo vamos falar um pouco sobre essa data.

A data é um alusivo e memória do aniversário de morte de Josina Machel (1945-1971), uma combatente da liberdade de Moçambique, ou seja, uma das heroínas nacional. Contudo, em 25 de junho de 1975, Moçambique conquistou sua independência de Portugal após uma década de guerra pela libertação.

Ao mesmo tempo, temos mulheres incríveis da atualidade que dão um espetáculo e inspiram diariamente quando o assunto é fazer história através de suas narrativas e viagens, são elas:

Chelsea Nzualo

Realizando um mochilão pelo Brasil mais de 1 ano, trás muita vivência e experiências incríveis pelo Brasil e mundo, aquela inspiração de mulher preta que te fará ficar mergulhadas em suas histórias, assim como te fará cair em muitas gargalhadas.

Chelsea Nzualo - Viajante preta moçambicana - Dia da Mulher moçambicana
Chelsea Nzualo – Viajante preta moçambicana – Dia da Mulher moçambicana

” Com a intenção de conhecer alguns países da América do Sul, Ásia e África, terminei “vivendo” em um país continental por um ano, Brasil. (E nada é por acaso) . Como falar dum ano tão particular, marcado por uma pandemia mundial, introspecção obrigatória e muito mais. Não sei quantos caracteres seriam suficientes para partilhar o meu 2020, uma verdadeira mistura de aprendizados, emoções e encontros.”Chelsea Nzualo

Atija Assane

Uma pássara que viaja, de mochila às costas, uma tenda/barraca na mão e amor no coração. Assim como é aquela tipo de mulher para se apaixonar e amar em insporações de viagens em seu próprio país e adjacência e não mede esforços para se imergir entre montanhas, rios e aventuras pelo mundo.

Atija Assane - Dia da Mulher Moçambicana - Viajante moçambicana
Atija Assane – Kgale Hills Botsuana – Viajante moçambicana

“Desde que me conheço como gente, escalar uma montanha era a última das coisas a ser pensada em fazer!!! Mudar de ideia foi a melhor decisão que tomei!
I did it 🙏” Atija Assane

Tina Tadeu

Vamos falar de uma viajante preta moçambicana apaixonada por ecologia e meio ambiente de tirar o fôlego quando o assunto é apaixonada animais, insetos e plantas, ou seja, imersa no mundo animal e com uma experiência acadêmica. Ao mesmo tempo que vive no Norte de país, Não mede esforços para estar entre norte, Centro e Sul do país imensra no universo da fauna e flora.

Tina Tadeu - Viajante Moçambicana - Dia da Mulher Moçambicana
Tina Tadeu – Parque Nacional da Gorongosa – Moçambique

“A biodiversidade começa aqui… quando Moçambicanos de vários pontos do país se juntam em prol da conservação…
………Prontos Para Conservar o Meio Ambiente……” Tina Tadeu

Beatriz Majoi

Assim como temos a viajante que compartilha viagens e passeios ao redor do mundo. Se aventurar é com ela mesma, ama bicicleta, uma mulher de exalar amor, carisma, paixão e simplicidade.

Beatriz negra moçambicana viajante - Dia da Mulher Moçambicana
Beatriz – foto do arquivo pessoal

“Viaje e volte com a mala repleta de alegria, sorrisos, lindas recordações e ótimas histórias pra contar.”

Beatriz

Eliana N´Zualo

Por fim e não menos importante a viajante, escritora, produtora, contadora de história, podcaster, artista e fabulosa mulher, adjetivos faltam para uma mulher do universo criativo.

Eliane N´zualo Dia da Mulher moçambicana - Mulher viajante
Eliane N´zualo Dia da Mulher moçambicana – Mulher viajante

Criatividade é uma cena muito louca. Quanto mais tu treinas, mais usas, mais tens. E isso atrai pessoas criativas e projectos criativos também, o que por sua vez alimenta o fluxo de criatividade na tua vida.
Faço um esforço consciente para chamar para os meus projectos pessoas que eu sei que sabem mais do que eu, são tão talentosas (ou mais) do que eu e que vão estimular a minha energia criativa.
Então imaginem o meu entusiasmo agora quando eu adicionar ao meu CV: Directora Criativa! 😂😂 sim, ela é contadora de histórias e ela direciona Criatividade. Ela sou eu 💁🏿‍♀️👸🏿 Eliana N´Zualo

E aí gostou? Portanto, no Dia Mulher Moçambicana indique e compartilhe esse texto assim como nos indique mais viajantes pretas moçambicanas ou de países africanos que precisamos compartilharmos aos 4 cantos do mundo.

Dessa forma deixamos o nosso e-mail para que envie texto ou sugestões: bitongatravel@gmail.com

O SABIDÃO ESTÓRIAS SECRETAS DE AMOR DE UMA VIAJANTE PRETA

O sabidão! Estória secreta de amor de uma viajante preta

Crônicas de uma viajante preta, vamos conhecer a história de amor com o sabidão.

Se conheceram em uma festa, ele todo simpático, conversador, amigo de todo mundo. Do tipo fala alto, canta, brinca, prepara uns drinks bebe várias cervejas. São amigos de amigos, sabe?

Chamada de Daia e ele conhecido pelo nome de André, na malandragem o cavaleiro deu um jeito de conseguir o contato dela através de uma amiga. Na ingênuidade e no desejo de realmente querer conhecê-lo Daia retribui as mensagens durante a semana.

Era o primeiro encontro ela foi toda linda, não se conteve em esbaldar-se no perfume, iam para um barzinho tomar uns drinks e comer aquele petisco maroto. Ela nunca tinha ido naquele bar, mas parecia ser interessante.

Se encontraram por lá, ele chegou no seu estilo, assim como conhecia todas as pessoas no bar, comprimentava e falava com todos os garçons até chegar na mesa. Sim, Daia chegou no horário primeiro, André estava 38 minutos atrasado.

O sorriso da Dai era mais lindo que da Monalisa (filme): – Deseja beber o que? Perguntou André.

Ela disse uma cerveja, ele retrucou e sugeriu que ela bebesse uma caipirinha!

Conversa vai e vai, ela se dá conta de que ela não fala, só escuta. O sabidão não consegue parar de falar um segundo mostrando todas as suas mil habilidades de um homem que auto declara-se o melhor do mundo.

De cabeça baixa e com a elegância de uma mulher com classe, faz cara de sociável, sorri e fica rodando o canudinho da caipirinha para que derreta o gelo e ela consiga beber. Caipirinha não é a sua bebida favorita, afinal de contas foi ele quem escolheu não lhe dando espaço para ouvi-la.

Começou a pensar em mil coisas e onde estava com a cabeça em ter visto graça neste homem. Quando tentava falar algo era interrompida ou com vários julgamentos sobre o seu pensamento.

Dos mil pensamentos era, como eu vou embora daqui? Deixarei esse babaca e na certeza de que serei alvo de comentários dos amigos dos amigos.

Cavar um buraco seria uma ótima saída, André tenta beijá-la, quer fingir que o encontro está bom, talvez esteja realmente bom para ele, pois só André quem fala e diz ser o melhor do mundo! Parecia o real exemplo real do marketing pessoal, são tantas histórias que só sendo muito idiota pra cair. Pode-se imaginar quantas mulheres caíram nessa.

Parecia que Dai era uma recrutadora de seleção de emprego, eram tantas as qualificações em um currículo só assim como as atividades extra curriculares e as atividades que faz na hora livre. (gargalhadas intentas)

A pergunta: E Você? O que você acha? Fale sobre você… Nunca apareceram no diálogo, André falava tanto que Dai queria bocejar ou mudar de mesa e estar com outras pessoas. Aliás, quem quer monólogo não vá ao bar!

Tempo para planos mirabolantes ela tinha afinal de contas, estava acompanhada porém sozinha em seus pensamentos…

O que fazer? Era muita perca de tempo esse encontro, a comida chegou! Comeu, fez a phyna, a caipirinha já era gelourinha, André ia pedir outra, ela conseguiu interrompê-lo e dizer ao garçom: – Estou bem, pode me trazer um água por favor?

Na segunda tentativa de beijo, André é interrompido…. Dai vai ao banheiro, escreve um bilhete:
“Quando um ser é tão foda, tenho a certeza de que essa pessoa se basta!”

Retornou à mesa e esperou a primeira ida ao banheiro de André. Na primeira ida, ela pega o bilhete coloca embaixo do copo e vai se embora! Recusando-se a pagar a conta dessa indigestão de sabidão.

Esta crônica foi escrita por Rebecca Aletheia

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