Em primeiro lugar, me chamo Joice dos Santos, trago a reflexão sobre: Monumentos e sua história única, o que o turismo tem haver com isso?
Com a derrubada de monumentos e personalidades históricas que fazem parte do processo racista que nossa sociedade foi construída.
Lembrei-me da época que trabalhava em museu no Pelourinho, tinha a responsabilidade de atender e contar desde a arquitetura a situações ocorridas naquele espaço aos visitantes.
“História única contada” – Monumentos e o turismo
Claro, aquele aceito e reconhecido pela “história única contada”. Apesar de existir uma crítica da minha parte, seguia o roteiro e atendia os visitantes.
Se hoje estivesse trabalhando naquele museu, certamente teria outro comportamento, quanto mais você se informa e aquilombar-se fica mais fácil questionar e enfrentar certas situações. A impessoalidade que havia na época, não seria possível nesse momento. Naquela época sabia apenas de uma coisa, não poderia inventar histórias para agradar o turista, contava apenas o que era registro e fatos.
Enquanto graduanda de turismo e estagiária daquele museu percebia a irresponsabilidade de contar algo que sabia que não existia ou exaltar pessoas que não considerava positivo para a cidade.
Lembro-me de grandes conflitos com alguns Guias de turismo, que faziam totalmente o oposto, ou seja, entravam no museu e contavam histórias mentirosas para encantar os visitantes.
Sempre os desmentia, não sei se era uma atitude correta, mas não conseguia me calar ao ver situações daquele tipo. Era muito “pega pacapa”, no fim eu contava minha versão para os turistas.
O que quero dizer com isso? Nós profissionais de turismo somos responsáveis por espalhar a história pelo mundo através dos turistas. O que for contado aqui, certamente será passado para amigos e familiares ao voltarem para seus destinos.
Imagem é um meio de acesso
Ainda assim, voltemos a pensar nos monumentos, se a imagem é um meio de acesso para uma experiência no mundo, esses monumentos que contam apenas uma história, fortalece o racismo estrutural, mantém a ilusão da democracia racial, vendem a imagem de estar TUDO BEM.
Então, pensando no turismo, nós profissionais dessa área podemos ser um instrumento de novas narrativas, que ao ter contato com o turista possuímos a responsabilidade de informar o outro lado da história.
Imagem reprodutora de conhecimento
Além disso, sendo a imagem reprodutora de conhecimento, é possível até visitarmos um monumento que remete a escravização, violência ou apagamento do povo preto e indígena, porém, para contar como a sociedade, ainda, precisa melhorar e do porque esses monumentos não deveria existir.
Por fim, precisamos desmistificar a história! Não sei se atear fogo seja a solução, apesar que ver o queimar traga uma grande satisfação, porém é necessário pensar, e depois das cinzas? O que posso dizer é que o turismo é um ótimo companheiro nessa jornada.
Joice Santos
Joice é soteropolitana, turismologa, sagitariana. Agitada ao extremo, estar sempre procurando algo para se ocupar.
Ama falar sobre viagens, sobre música, dançar e fazer análises das relações sociais. E faz tudo isso entre choros e sorrisos.
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