E a Shakira ? - Texto de Valeria Lourenço

Cadê a Shakira? Um breve passeio pela música colombiana

Vamos fazer um passeio pela música colombiana? Este texto produzido por Valéria Lourenço.

A salsa nasceu oficialmente nos Estados Unidos da América. Oi? Você sabia dessa informação? Eu não! Confesso. Mas Juan, meu guia pelas ruas de Bogotá, me contou um pouco dessa história: migrantes de vários países latinos estavam nos Estados Unidos, Nova Iorque mais precisamente, “tentando” a vida (é no mínimo instigante o uso desse verbo para se referir a esse deslocamento que muitos fazem ao saírem de seus lugares de origem para trabalhar) e ali nasce esse ritmo que, em espanhol, significa tempero ou molho.

A capital da Salsa


Bem, dito isto, o que eu sabia até então sobre a música colombiana, é que Cali era a capital mundial da salsa. Eles conseguiram esse título e parecem, com razão, fazer questão de defendê-lo com todo carinho. Assim, em TODOS, sem exceção, TODOS os lugares de Cali, é possível ouvir salsa. Seja em uma lanchonete de esquina, em um espetinho na praça, nos táxis, nas festas de família, a cidade respira salsa. Para além disso, há várias escolas de salsa na região e, também, muitos hotéis que já incluem entre suas atividades o ensino do ritmo para seus hóspedes. Ou seja, há um turismo forte pautado no que a cidade tem de mais potente: a salsa.

Feria de Cali

Em Cali, anualmente acontece a “Feria de Cali”, de 25 a 30 de dezembro, e a cidade para, ou melhor, baila, todos os dias e em diferentes horários, e tem até um salsódromo em que os bailarinos das escolas de salsa se apresentam. Cali parece não dormir. Você pode rumbar (dançar, festejar) de segunda a segunda, sem intervalo já que os caleños dançam muito e todos os dias.

Entre as centenas de clubes de dança, a gente pode se deliciar no La Topa Tolondra e se imaginar em um filme dos anos 1920 com a decoração do Malamaña. Além destes bares, há a Calle 66 e as ruas ao redor do Parque Alameda, espaços que reúnem dezenas de discotecas de salsa para todos os gostos. Devido à mistura de influências musicais que criou o ritmo, incluindo os toques de tambores, para nossos ouvidos, a salsa soa a todo momento como um som familiar que parece já conhecíamos desde sempre.


Importante destacar que a salsa é dançada com uma sincronia quase perfeita dos pés do casal de dançarinos. Eles têm tanta agilidade que faz com que não consigamos desgrudar os olhos daquelas pernas e pés que se mexem freneticamente.

Mas e a Shakira?


Talvez essa seja aquela impressão estereotipada e superficial que temos de um determinado país: a tal história única a que Chimamanda Adichie se refere. A Colômbia tem diversos ritmos musicais, entre eles, a cumbia, o vallenato, o reggaeton, a bachata, o RAP e o currulao, para citarmos somente alguns. Também poderíamos fazer uma lista imensa de cantores e conjuntos de salsa que fazem a festa nos sons espalhados por toda Colômbia. Joe Arroyo, Jairo Varela, Orquestra Calibre, Orquestra Guaycán, são alguns desses artistas.


Então, sinto muito em decepcioná-lo (a) caro (a) amigo (a), mas durante tantos dias em que estive na Colômbia, só ouvi uma música da Shakira e uma única vez. Lembro-me exatamente o dia e a hora. Estava em Santa Marta conversando com um grupo de jovens de Medellín e, depois de descobrirem que eu era brasileira, decidiram colocar alguma música para dançarmos todos juntos. Naquele momento, iniciou-se uma disputa entre ouvir J. Balvin ou Calle 13 (aquele grupo de Porto Rico que tem uma música bonita chamada “Latinoamérica”. Se você não conhece, dá um Google rapidim). Mas, não sei como a Shakira se meteu ali no meio, e também não me lembro qual foi a música tocada.


Tarde da noite, a caminho do hotel, me lembrei daquela menina tímida que tentava pronunciar as palavras que o professor de espanhol nos ensinava durante as aulas do Ensino Médio no Colégio Estadual Círculo Operário, lá em Xerém. Aprendíamos com músicas diversas. Mas me lembro bem de Shakira: “Perteniceste a uma raza antigua de pies descalços y de sueños blancos. Fuiste polvo, polvo eres que el hierro siempre al calor es blando”. Quase 30 anos depois, percebi que não me esqueci de algumas palavras daquela época e que o rebolado… Ah! Seria capaz de fazer Shakira morrer de inveja.

Por fim…

Faça como a Valéria Lourenço, envie o seu texto para nós através do nosso e-mail: bitongatravel@gmail.com

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Crônica – ” Aonde meus pés me levarem”
Valéria Lourenço

Valéria Lourenço

Escritora poeta e professora de língua portuguesa e literaturas no IFCE – Campus Crateús.

A quem é concedido o direito de conhecer o mundo - Giselle Christina

A quem é concedido o direito a conhecer o mundo?

Escrito por Giselle Cristina vem-se a pergunta: A quem é concedido o direito a conhecer o mundo?

Viajante inveterada, a preta é muito bem humorada, bem disposta e acima de tudo generosa. Não demorou muito e as peripécias de viagem dela viraram meu melhor entretenimento no final do dia, não tinha novela das 9h que batia.

Não era só ver por onde ela passou, era sentir o que ela sentia, era saborear cada comida de rua, gargalhar com as dancinhas nos monumentos e até se aperrear com os perrengues que ela passava e ainda compartilhava com a gente, afinal a vida da mulher negra viajante, NÃO É FÁCIL rs.

Rodar com ela por esse mundo sempre curiosa pra saber o próximo destino foi a minha grande diversão em 2021, mas ainda assim a mente e o coração já estavam conformados que só assistir já estava bom.

Vem comigo, no caminho eu explico

No meio do segundo semestre de 2021 Rebecca Aletheia “lançou a braba”, quem quer viajar comigo põe o dedo aqui que já vai fechar o abacaxi. Mas Rebe, vamos pra onde? E essa era a grande sacada, literalmente Rebecca Aletheia estava propondo um VEM COMIGO, NO CAMINHO EU EXPLICO. E qual foi a minha surpresa quando disse sim sem nem pensar, sem fazer contas, sem escolher destino, sem controlar a minha própria vida.

Quando me dei conta estava fazendo várias coisas pela primeira vez, trabalhando insanamente em um emprego na minha área, me programando pra viajar “sozinha” me arriscando a conhecer pessoas absolutamente novas e ainda não.controlando nada (sou leonina com ascendente em touro, controlo tudo o tempo todo).

Estava apreensiva, mas em nenhum momento senti medo. Eu fui acolhida e muito bem amparada, principalmente depois do choque de saber que a viagem era internacional e eu não tinha nem passaporte. Fui conduzida e até ciceroneada pelas burocracias que cercam um evento desses e acima de tudo fui inspirada por todas as mulheres que toparam essa jornada gloriosa e cheia de perrengues.

6 mulheres negras viajando juntas

Viagem Afroturismo na Colômbia por mulheres negras
Viagem Afroturismo na Colômbia por mulheres negras

Nós viajamos ao todo em 6 mulheres, e eu era a única virgem de trip, mas as trocas entre a gente foram tão genuínas e intensas que parecia que aquilo era comum pra mim também.

Cada uma de nós era muito boa em alguma coisa e isso facilitou a nossa longa estadia de 20 dias perambulando para lá e para cá, tinha dia que uma tava rica e outra tava pobre (problemas de câmbio) mas nenhuma de nós passou vontade de nada, as finanças eram do grupo e todas nós nós responsabilizamos por todas as contas conjuntas. E tudo isso ainda com uma liberdade nunca experimentada antes.

Por mais que fosse uma viagem em grupo, não foi uma viagem engessada, cada uma fez o seu roteiro e assim teve gente que chegou antes, que chegou no meio que ficou mais em determinada cidade e menos em outra. Mas mesmo assim nós.estavamos juntas tomando conta uma da outra.

Voltando ao Brasil da Colômbia por terra

Acompanhar o ritmo da blogueira de viagem não é fácil e voltamos da Colômbia por terra, passando dois dias dentro de um barco até Manaus, uma das experiências mais incríveis da minha vida.

Resumindo conhecemos 6 cidades na Colômbia e duas no norte do Brasil, Rebecca ainda emendou Rondônia e Acre, mas a estreante aqui já estava sem forças e só pensava na própria cama.

De toda essa experiência eu só tenho duas certezas, mulheres pretas podem fazer qualquer coisa nesse mundo todo e que eu vou usar esse mundo todo pra fazer todas as coisas.

Escute e imagine a quem é o direito de conhecer o mundo:

Escute o Podcaste com Giselle Christina – contando a sua viagem em San Basilio de Palenque – Colômbia
Giselle Christina

Giselle Christina

Consultora em diversidade e inclusão (D&I corporativa) é Mestranda em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades pela Universidade de São Paulo – USP e Bacharel em Sociologia e Política pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP.

Entusiasta em Data Science, Fundamentos de Estatística e Processos de Decisão, possuí vasta experiência na execução de pesquisas qualitativas, quantitativas, mercadológicas e desenvolvimento de projetos de inteligência de mercado e consumer insights.

Destacam-se os projetos realizados para clientes como Afrobras, Faculdade Zumbi dos Palmares, Feira Preta, EmpregueAfro (censo da diversidade Médicos Sem Fronteiras), Campari (censo da diversidade) no desenvolvimento de análise de dados, produção de relatórios, pesquisas e planejamento estratégico.

E aí, a quem é concedido o direito de conhecer o mundo? Assim como a Giselle, envie o seu texto para nós e tenha o seu texto divulgado por aqui: faleconosco@www.site-antigo.bitongatravel.com.br ! Será um prazer ter o seu texto aqui conosco.

LEia também: Rio Amazonas: Tabatinga a Manaus percorrendo o maior rio do mundo texto de Luciene Silva

E todos são Pretos - Justiça por Moïse Kabamgabe - Por Valéria Lourenço

E são todos pretos!

e são todos pretos
eles
a noite
meus irmãos
filhos
Tios
Pai
Eu

e são todos pretos
os que vieram
de uma terra escura
construir um país
e o mar vermelho ficou

e são todas pretas
minhas lembranças do passado

e são pretos meus projetos de futuro
pretas as mãos de minha mãe
de minha vó

e preto o corpo da criança
de ontem
Preta a mulher arrastada no asfalto
preto o homem espancado hoje

preto um país
branco de vergonha
amarelo de covardia
preta a letra no jornal que
escreve o linchamento

minha mão
tão preta e
amarrada
minha boca
tão preta e
amordaçada

Minhas pernas igualmente pretas
tremem de medo

E meu coração agora preto de ódio

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CRÔNICA – “AONDE MEUS PÉS ME LEVAREM”

Valéria Lourenço

Valéria Lourenço

Escritora poeta e professora de língua portuguesa e literaturas no IFCE – Campus Crateús.

Rio Amazonas: Tabatinga a Manaus, percorrendo o maior rio do mundo por Luciene Silva

Rio Amazonas: Tabatinga a Manaus percorrendo o maior rio do Mundo

Antes de compartilhar esse relato de viagem pelo Rio Amazonas, cruzando a fronteira Colômbia – Brasil e percorrendo o maior rio do mundo de Tabatinga até Manaus. Primeiramente, vou me apresentar, me chamo Luciene Silva, formada em Geografia, professora ensino fundamental e EJA em São Paulo.

A Amazônia


Eu nunca havia chorado por estar em um lugar, mas a Amazônia é o sítio mais vivo. Que eu já estive.
É a vida sobre as águas, é o caminho das águas, são encontros que se dão a partir das margens. As casas nas margens são o aspecto central da perspectiva de quem está no barco, no meio do Rio Solimões, estar a margem aqui é estar bem localizado.
Tem barco grande, tem barco pequeno, tem lancha tem canoa, tem com motor e tem movido a remo. Tem com ar condicionado, tem ar úmido do vento.
Tem barco de dezenas e tem barco de um só.
Serão 32 horas nas águas. Tem muita água pra rodar…
A cada parada nos portos nas cidades ribeirinhas, São famílias que se encontram com mulheres crianças seguras pelas mãos, são despedidas de olhares de quem diz “Vá com Deus”, Vá com Deus não, minha avó diria que é mal agouro o certo é olhar de “Deus te acompanhe”.

Tabatinga – Manaus


Descer de Tabatinga até Manaus de barco, não é trajeto, é uma experiência que realmente inunda a nossa alma e nos faz perceber que a vida sobre as águas é muito mais movimentada e fluida do que trafegar sobre o concreto.

Luciene Silva - atravessando o Rio Amazonas de Tabatinga a Manaus - Foto arquivo pessoal
Luciene Silva – atravessando o Rio Amazonas de Tabatinga a Manaus – Foto arquivo pessoal


Sobre a funcionalidade da lancha

Para chegar precisamos antes encontrar um Tuk Tuk (triciclo que só pode rodar na Colômbia mas pode cruzar a fronteira do Brasil com passageiros) tínhamos marcado horário com um motorista mas ele não compareceu e ficamos e mercê de encontrar um encima da hora. Assim que encontramos fomos ao porto hidroviário, no mesmo local em que havíamos reservado as passagens na lancha rápida Madame Crys (gostei do nome).

O Valor de 880 reais para uma viagem de 32 horas, a passagem é cobrada por trecho percorrido. Chegamos, formamos uma fila com as bagagens, porém, na hora em que liberou a partida foi cada um por si e bom pra quem corre mais. Entre as bagagens se avistava uma TV 60 polegadas e uma gaiola de ramisters , no cartão do que não transportam animais, mas acho que os ramiters eram quase da família…

Tem ar condicionado, como eu não gosto, foi a sala de refeição e lá permaneci pois é ao ar livre e sem ar condicionado. Café da manhã com variedades, almoço muito bom, TV por satélite com filmes que eu nunca assistia por inteiro porque a paisagem sempre me desperta a atenção para a sua beleza.

Ao anoitecer…


Fiquei num lugar muito barulhento, no motor da lancha, acho que vou ficar com zunido o dia todo, tudo isso pra não enfrentar o ar condicionado… Aqui no fundo, ao anoitecer, as pessoas começaram a se ajeitar pra deitar, quem não conseguiu banco forrou o chão com toalha ou coberta e se ajeitou.

A moça sozinha se agasalhou, o moço desconhecido ofereceu seu próprio colo para o descanso dos pés da moça, ao perceber o frio ainda jogou uma toalhinha. A mãe e o pai que não conseguiram poltrona para a filha, cederam seus lugares para que a menina deitasse e velaram o seu sono. A outra mãe se deitou embaixo do banco com o filho.

O sonho coletivo

Ahh eu também me deitei, não iria ficar fora desse sonho coletivo. Dividi o a beira do banco com outra ribeirinha, fizemos uma espécie de símbolo do Ying Yang para aconchegar nossos corpos no banco estreito…
32 horas sob as águas do Solimões de muita água rolando, de muita vida fluindo de muita beleza pelas margens.

As pessoas

A moda das mulheres ribeirinhas transborda feminilidade: aqui tem muito brilho nas roupas e nos acessórios, muito rosa do bebê ao pink, tem pele exposta, shorts curtos, as unhas, as unhas sempre bem feitas e com arte, as mulheres são imensamente perfumadas. As mulheres aqui, em geral, não são magras como as modelos de passarela dos anos 90, nem são as aclamadas mulheres de cintura fina e quadril grande da população. Elas aqui tem ombros largos e cintura troncuda, como esperar cintura fina e estreiteza de quem gera uma humanidade no ventre e carrega um mundo nas costas?

Os homens são atentos aos cortes de cabelo impecáveis, pulseiras e colares são sempre vistos, que gente cheirosa!
A tripulação da lancha é constituída apenas por homens, parece que a manutenção da estética é muito rigorosa.

Por hoje é só, deixo aqui esse relato de viagem pelo Rio Amazonas de Tabatinga a Manaus percorrendo o maior rio do Mundo.
08/01/2022, por Luciene Silva

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Elza Soares para sempre agora por Clarisse Guelves

Elza Soares para sempre agora

Ela veio do Planeta Fome, também conhecido como Vila Vintém. Ou qualquer comunidade pobre feita por pessoas pretas na diáspora brasileira.

Quando eu era menina, ela me assustava. Sua voz rasgava minha alma de uma maneira que eu não conseguia entender. Precisei amadurecer para compreender Elza.

Talvez seja essa uma marca do lugar que nos pariu, eu tampouco me identificava com Padre Miguel até compreender que minha estranheza também era filha daquele chão.

A mesma Mocidade que nos embalou, demorou mais de 80 anos para reverenciar o talento de Elza. As filhas estranhas levam mais tempo para pertencer.

Mas a mulher saiu de dentro de cada uma de nós e foi assim que se deu nosso reencontro.

E Elza nos ensinou a uivar, grunhir, trazer a rispidez mais profunda da alma trabalhada em lata dágua na cabeça como resistência.

Do cóccix ao pescoço bradou o preço que era colocado em pessoas como ela, e como todos nós reescrevemos, um dia compreendeu sua própria grandeza e gritou veemente: Deus é mulher.

Cantou apaixonadamente por seus amantes e abraçou o luto de cada mãe que perdeu seu guri.

Provocou nos lembrando que se há lugar para o ensino do cordeiro, Exu também deve ter espaço sagrado na escola.

Por sua existência, muitas de nós fomos capazes de trilhar um caminho diferente. Para além do arroz e feijão.

Afirmou que entendeu o quão era incrível, gostosa e interessante já na maior idade. Aquele tempo além do tempo. Sabe lá a revolução que é quando uma mulher preta se enxerga assim no espelho?

Que honra ter existido no mesmo tempo e espaço. Que honra sermos cria do mesmo chão. Que honra te sentir Ancestral.

Segue, rainha, mil nações moldaram sua cara e sua voz será sempre ouvida, dizendo aquilo que ainda se cala.

Clarissa Guelves

Clarissa Guelves

Mulher, preta, gorda, viajante, cria do bairro Padre Miguel no Rio de Janeiro. Escritora, e Terapeuta Integrativa, atua cuidando de mulheres brasileiras cidadãs do mundo enquanto projeto de descolonização e aquilombamento.

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Empreendedorismo Sou+ ABC

SOUL+ o movimento cultural, musical e social do ABC

A empreendedora Marina França, dá um enorme passo no empreendimento SOUL+ , um movimento cultural, musical e social do ABC Paulista.

E aí curioses para saber o que é a SOUL +? Sendo assim, aqui vamos compartilhar um pouco sobre o que está dado no ABC Paulista.

O que É O SOUL+?

SOUL+ é um movimento cultural, musical e social, com o intuito de inserir, agregar, divulgar e ampliar o espaço de pessoas e profissionais pretos (as) da região do ABC – Grande São Paulo.

OBJETIVO

Além de captar profissionais, empreendedores, artistas pretos (as), criando assim uma rede para maior visibilidade de seus trabalhos/serviços, também temos como premissa criar parcerias com instituições que tenham ou queiram criar trabalhos direcionados para pessoas pretas e em prol da luta racial.

Sendo assim, a SOUL+ tem como objetivo também inclui criar parcerias com estabelecimentos que apoiem causas de apoio a pessoas pretas e que promovam eventos para os nossos em seus espaços.

A pauta racial por motivos óbvios carece de protagonismo e de falas positivas, mostrando não só a problemática que conhecemos tão bem, mas que também é possível criarmos um lugar seguro de trocas enriquecedoras, entretenimento e de valorização do nosso trabalho.

AÇÃO ONLINE – MAIORES INFORMAÇÕES

As ações iniciaram e dará continuidade através do Instagram. Bem como, iniciou-se a divulgação dos profissionais, empreendedores e artistas cadastrados em nosso banco de dados.

AÇÃO ONLINE – CADASTRO

Todas as atividades empreendidas por pessoas pretas e da região do ABC é possível ser feita através cadastro disponível pelo link na nossa biografia do Instagram @soulmais_.

AÇÃO PRESENCIAL

Programação do evento Presencial SOUL+ ABC_20 de Novembro 2021
Programação do vento Presencial SOUL+ no ABC_20 de Novembro 2021

No dia 20 de novembro 2021, na a praiana à partir das 13h, acontecerá o evento presencial, ou seja, vai rolar muita música, moda, cultura, gastronomia e lógico com muita música.

Rua: Coronel Ortiz, 96 Centro de Santo André-SP

Entrada valor R$10,00

  • Bazar: espaço cedido para empreendedores pretos (as), expondo seus trabalhos e produtos para público do evento.
  • Atrações musicais: haverá DJs/Pocket Show ’s/bandas. Divulgação da programação através do Instagram do evento.
  • Roda de conversa: será promovido um bate-papo entre os profissionais, músicos, público do evento e pessoas envolvidas no projeto do evento, com o objetivo de oferecer um espaço de troca sobre trabalhos, ações e objetivos – individuais e coletivos, tornando assim o movimento cada vez maior e forte na região do ABC.

Idealizadora/Marketing: Marina França

Caso tenha alguma dúvida e queira entrar em contato com a Idealizadora do evento e departamento de Marketing, deixamos aqui o contato.

Marina França

Marina França

Contato Instagram – @maari.franca

FAÇA PARTE VOCÊ SOUL+ TAMBÉM DESSE MOVIMENTO NO ABC!

Contato_Instagram: @soulmais_

E-mail: eusoul.maiz@gmail.com

E aí gostou desse evento? Apareça para prestigiar assim como fazer parte deste movimento.

E por fim, se você deseja divulgar seu trabalho, evento, não hesite em compartilhar seu evento, empreendimento conosco: bitongatravel@gmail.com .

Jhenny Santine - Tempestade oya

Negra Viajante estreia nas plataformas musicais – Tempestade de Oya

Mergulhada nas forças ancestrais, Jhenny Santine faz sua estreia nas plataformas de streaming musical om o single “Tempestade de Oya”.

O projeto teve início com uma campanha de financiamento coletivo realizada no final de 2020 que possibilitou a gravação da faixa. Assim como o fortalecimento da arte de artistas independentes envolvidas em cada etapa do projeto e a produção de um videoclipe. Que será lançado no dia 4 de dezembro, ou seja, dia nacional de Iansã.

Oya ou Iansã

Oyá ou Iansã é a divindade que guia a narrativa da canção e do videoclipe.

Oyá é a orixá guerreira que reina sobre os ventos, raios e tempestades.

Assim como Iansã representa o movimento, o fogo, a necessidade de mudança, a luta contra as injustiças e é essa energia que o single transmite para o público. 

“Para mim, ‘Tempestade de Oya’ tem essa força do vento que é brisa, mas também faz temporal. A força da natureza que traz o movimento da mudança”, afirma Camila Trindade, cantora e compositora que colaborou com a direção vocal do single de Santine. 

Camila Trindade

“Quando eu compus essa música, eu estava muito triste e me sentindo desamparada, então a força do vento na beira da praia me fez sentir completa novamente. Era como se eu não estivesse mais sozinha e nem precisasse sentir medo dos problemas futuros, pois a música estaria comigo, a ancestralidade estaria comigo, os orixás estariam comigo sempre.” diz a cantora, compositora e atriz Jhenny Santine, também conhecida nas redes sociais como Amoras Livres. 

Jhenny Santine

As Artistas

Além disso, é importante ressaltar que todo o trabalho foi desenvolvido por uma talentosa equipe de artistas independentes, sendo a maioria de mulheres negras periféricas. São elas:

Isabela Alves e Tay Oluá design gráfico, Keithy Alves, fotografia, Joy Soares, produção executiva, Camila Trindade, direção vocal. Domenica Guimarães direção audiovisual. Nos instrumentos ouvimos Heloá Holanda, Piano e Backing Vocal; Xeina Barros, Percussões; Lua Bernardo, Baixo Elétrico; Camila Oliveira, Cello; Jucks, Guitarra e Cristine Ariel, violão, Mix e Master, Nebulosa Selo. 

Além disso, Suka Figueiredo, produtora musical de “Tempestade de Oya”, destaca:

“Trabalhar com a Jhenny foi uma grande oportunidade de crescimento pessoal. A produção deste single durou quase um ano e foi uma das experiências mais completas da minha carreira como Produtora Musical. Sou grata por assinar esta produção e caminhar junto a esta artista tão potente.” 

Tempestade de Oya

Jhenny Santine - Single Tempestade de Oyá
Jhenny Santine – Single Tempestade de Oyá

“Tempestade de Oya” se apresenta justamente como a força proveniente da união da comunidade que se ergue frente às injustiças, a potência coletiva do povo que luta contra os golpes e armadilhas de um sistema excludente. É energia de movimento e transformação tão necessária para a realidade que vivemos atualmente no Brasil e no Mundo. 

“Acredito que essa canção possa ser um abraço para todas as pessoas que precisam de afeto nesses tempos tão difíceis e, ao mesmo tempo, ela também resgata uma força ancestral que é imprescindível para que a gente consiga viver as diversas batalhas do cotidiano. Essa música não é só minha, ela é totalmente nossa!”

Afirma a cantora Jhenny Santine.

Excelente Jhenny, nós também acreditamos e precisamos, assim como queremos muito ser abraçada por essa canção que está por vir. Parabéns pelo seu trabalho, assim como sempre trazendo canções de acalanto e de representatividade.

Por fim, te convidamos para que envie seu trabalho, lançamento, textos que publicaremos aqui com o maior prazer.

O nosso e-mail é: faleconosco@www.site-antigo.bitongatravel.com.br

Panrotas 2021 - 3 mulheres negras mais poderosas do turismo

3 Mulheres negras mais poderosas do Turismo Panrotas 2021

Conheça as 3 mulheres negras mais poderosas do turismo premiadas pela Panrotas no ano de 2021 pelo seu brilhante trabalho. Essas mulheres mostram ao Brasil que mesmo com medo, a força, garra, resiliência, determinação e persistência em seus trabalhos não foram motivos para desistir.

Em primeiro lugar entenda o que é a Panrotas. É uma empresa líder na produção de informações para o profissional de turismo, ou seja, o Troféu de ouro do Turismo do Brasil. Na sua 11º edição, trouxe a importância e reconhecimento da questão de gênero, ou seja, dando maior visibilidade às mulheres do ramo.

E por falar em mulheres, precisamos enaltecer as 3 mulheres negras que estão na lista das + poderosas do Turismo de 2021. Bem como, na certeza de que existem muitas outras mulheres negras, porém hoje os holofotes vão para elas.

Antes de mais nada, os nossos parabéns para essas três e todas as mulheres potentes do turismo. Aclamamos à todas essas potencias, micro, pequena e média empresas que em meio à pandemia não soltaram as cordas e sempre acreditaram em seus trabalhos.

Sem delongas, vamos mostrar das 3 Negras Mais Poderosas do Turismo de 2021 segundo a Panrotas:

Solange Barbosa – Rota da Liberdade

Solange Barbosa –

Premiada no quesito distribuição, Solange Barbosa é uma das pioneiras do Afroturismo no Brasil. Idealizadora do programa cultural e turístico de mapeamento da diáspora africana no Vale do Paraíba, em São Paulo. Solange Barbosa é CEO da agência de Turismo Rota da Liberdade que desde 2006 realiza atividades nos quilombos do interior paulista.

Em 2020 foi indicada pelo Global Shakers como uma das 40 líderes do turismo responsável por lutar por tornar as viagens mais sustentáveis e benéficas tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente.

Conecte-se com Rota da Liberdade pelo Site, Facebook, Instagram ou Linkedin

Tania Neres – Salvatur Viagens e coletivo Afroturismo

Também premiada no quesito distribuição, Tania Neres é responsável pelo Marketing Estratégico do Depto de Lazer da Salvatur Viagens e implementação do Clube Salvatur desde a Pandemia .

Tania Neres_
Tania Neres_


Graduada em Adm. de Empresas, Pós Graduada em Planejamento e Mkt Turístico. Assim como possui 30 anos no mercado turístico, passando pelas maiores referências de Turismo Operacional no Brasil.

Acompanhou as inovações tecnológicas no mercado, passando por GDS , Sistemas de Reservas inteligentes. Assim como, criação de roteiros , vendas , gerenciamento e relacionamento muito positivo em gestão de produtos turísticos. Atuante na criação conteúdos de turismo dando ênfase a Diversidade, principalmente ao Afroturismo.


Criadora de um canal chamado Check In do Agente para ajudar a promover a ponte entre os profissionais turismo desempregados x Empregadores na Cidade de Salvador e entorno.

Conecte-se com Tânia Neres no Linkedin

Beatriz Moremi – Brafrika

Bia Moremi_foto_Folha de São Paulo
Bia Moremi_foto_Folha de São Paulo

Por fim e não menos impotrante, Bia Moremi também premiada na categoria distribuição. CEO e Diretora Criativa da Brafrika Viagens e da Brafrika DNA. Ambas empresas focada na reconexão da diáspora negra brasileira com uma África urbana e contemporânea e outras diásporas negras pelo mundo através de viagens e experiência in loco.

Conecte-se com a Brafrika através do site, Instagram e Linkedin.

Termino essa singela homenagem em vida para essas mulheres que inspiram e que acima de tudo nos faz mais feliz com essa conquista. Pois se uma mulher preta feliz é um ato revolucionário, imagine 3?

Que a força das nossas mulheres que vieram ante de nós possam continuar a dar forças sabedoria, proteção assim como a união para que mais mulheres negras possam ser reconhecidas em vida pelo seu trabalho.

Livro de Joana Silva - As lições que aprendi viajando e morando na China

Livro: “As Lições que eu aprendi viajando e morando na China”

Mulheres negras viajantes escrevem suas histórias sobre viver, percorrer e trocar, nós da Bitonga Travel temos o maior prazer de poder compartilhar o livro de Joana Silva: “As Lições que eu aprendi viajando e morando na China”.


Em primeiro lugar, gostaríamos de apresentar a autora. Joana Silva, mulher negra e baiana deixou para trás a carreira de Executiva em Recursos Humanos numa multinacional para viver novas experiências. Além de ter viajado por mais de 30 países morou, bem como, trabalhou na China, registrou essa experiência no livro: “As Lições que eu aprendi viajando e morando na China”.

Com muita leveza e paixão, Jô nos guia para um passeio emocionante pelo país. É mais que um livro de viagens: é uma jornada profunda rumo a si mesma. Uma viagem pelo desconhecido, guiada pela intuição. Sem julgamentos ela divide com os leitores sua experiência pela China, nos transportando para uma realidade diferente.

Como surgiu o livro?


Segundo, a autora o livro surgiu pelo desejo de compartilhar as experiências que contribuíram para trocar a lente por meio das quais ela costumava experimentar a vida; de produzir, a partir de diferentes perspectivas, mais conteúdos em português sobre experiências de viagens pelo continente asiático; e também para ressignificar a temporada não planejada no Brasil, logo após, ter o retorno à China impossibilitado pela pandemia.

O que temos a aprender com a China?

Jô - as lições que eu aprendi viajando e morando na China
Jô – as lições que eu aprendi viajando morando na China


Jô conta no livro que a experiência de viajar e morar na China a ensinou dentre outras coisas que a grandiosidade do mundo está na diversidade dos povos. Assim como, que nem tudo que é diferente do que consideramos errado ou não existe! E principalmente a questionar sob qual perspectiva as histórias são narradas e quem está se beneficiando com essas narrativas.

Para quem é o livro?


Acima de tudo, o livro é para todos os públicos que desejam ou não conhecer a China. Bem como, o livro trás à partir de perspectivas diferentes das quais historicamente o país é apresentado pelas mídias convencionais no ocidente.

É pra você que se interessa por viagens e quer viajar por um país de dimensão continental e cultura milenar sem sair de casa. Em contrapartida, se você nunca considerou visitar o país, o livro pode ser o empurrãozinho que falta para te inspirar a incluir a China no roteiro da sua próxima viagem. É para quem está de malas prontas para China, tem contato com os chineses e para quem deseja se iniciar na cultura do país. É também para quem deseja se lançar no desconhecido, se despir dos preconceitos e ampliar o olhar para o mundo.

Informações sobre as Vendas:

Adquira já o seu livro! PRÉ-VENDA rolando até 25 de Outubro
Comprando na pré-venda ganhe: 20% de Desconto + Frete grátis para todo Brasil.
De: R$ 39,90
Por: R$ 31,90

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Canal Aberto Bitonga Travel

Por fim, se você tem algum material e quer ter seu texto, evento, poesia por aqui envie-nos um e-mail bitongatravel@gmail.com

CriAtivas: Campanha diversidade na literatura - Créditos - Banco de Imagens Unplash

Campanha CriAtivas: Apoie a diversidade na literatura!

A CriAtivas, teia de mulheres em sua diversidade na literatura, está com campanha de financiamento coletivo aberta até o dia 29 de agosto.

Dentre 268 negócios inscritos, a iniciativa foi uma das selecionadas pela Fundação Tide Setubal e, por isso, a cada R$ 1 doado na campanha, outros R$ 2 são aportados pelo Fundo Matchfunding Enfrente.

Até o momento a CriAtivas arrecadou cerca de 40% do valor projetado e restam apenas alguns dias para o encerramento da campanha. A verba será utilizada para a criação e o desenvolvimento de uma plataforma de educação, networking e geração de empregos para escritoras plurais, que incluem mulheres pretas, nordestinas, nortistas, periféricas, lésbicas, trans, dentre outras intersecções.

Como você pode ajudar Campanha diversidade na literatura

CriAtivas: Campanha diversidade na literatura - Flay Alves Créditos - Banco de Imagens Unplash
CriAtivas: Campanha diversidade na literatura – Flay Alves Créditos – Banco de Imagens Unplash

Para colaborar, basta acessar o site da benfeitoria (doe aqui). As contribuições podem ser feitas via pix, boleto ou cartão de crédito. Do mesmo modo, as faixas de apoio são oito (10 reais, 20 reais, 50 reais, 100 reais, 300 reais, 500 reais, mil reais e cinco mil reais). Também é possível colaborar com outros valores, basta clicar no botão apoiar.

Os benfeitores receberão diversas recompensas. Que vão desde marca-páginas e livros produzidos por escritoras plurais , bem como oficinas, workshops, mentorias e consultorias sobre diversidade, escrita ou literatura.

Por outro lado, ara empresas interessadas, também em se tornarem marcas apoiadoras;. A equipe da campanha tem articulado ações e contrapartidas personalizadas e alinhadas com as necessidades das empresas parceiras.

Basta entrar em contato pelo e-mail flayalvess@gmail.com ou enviar mensagem para o Instagram da idealizadora do projeto, Flay Alves.

Mais sobre a plataforma

Campanha diversidade na literatura
Campanha diversidade na literatura – Banco de Imagens Unplash

Em contrapartida, após o lançamento da plataforma, a CriAtivas dará início a um intenso processo de mapeamento, cadastro e conexão de mulheres em sua diversidade que escrevem.

“Além de fortalecer a obra dessas mulheres, também teremos um espaço onde poderão divulgar os serviços que prestam, de modo que o nosso trabalho será conectar as expertises dessa coletividade plural com as necessidades de marcas e organizações comprometidas com a diversidade”, explica Flay Alves, fundadora e CEO da CriAtivas.

A plataforma também vai abrigar capacitações, assim como cursos, workshops e oficinas de desenvolvimento criativo e profissional. Assim também, além de promover eventos educativos, tais como saraus, rodas de conversa e grupos de leitura.

Por fim, agradecemos toddas as pessoas que tem ajudado compartilhando, e divulgado essa campanha.

Mas, se você quiser ajudar ainda mais, para realizar a sua colaboração na Campanha criAtivas: diversidade na literatura, clique neste link. Até o dia 29 de agosto é possível fazer a sua doação.

Flay Alves, fundadora e CEO da CriAtivas Créditos - Acervo Pessoal

Flay Alves

Fundadora e CEO da CriAtivas