Saiu sabendo sua saga. Era tudo, além disso não fazia ideia.
Não andou muito até o primeiro tropeço: olhos embaralhados, mãos nadando no ar, chão, pelo menos agora tudo faz sentido. Seguiu com os joelhos ralados de lembrança e preto (não muito) velho deu a lição: ocê cai porque ocê não pisa firme. Coragem, menina! Ocê já tá longe…
Sarou. Não esqueceu.
Andava pelo fim do mundo procurando o tal firmamento pra guardar na mochila e usar quando precisasse. Passou a caminhar mais devagar, que a noção de tempo, a própria noção do que era ganhar tempo foi ficando lenta e cheia de pequenas paradas pra observar. Trançava as pernas para se sintonizar ao ritmo dos encontros. Falava pausadamente e ouvia prestando atenção ao sotaque e à sabedoria de cada oração que a ela se dirigia. Respondia amem, quanto mais plural, melhor.
Correr mesmo só em beira de água que a pressa sempre era grande pra ser mar ou rio. Era água-viva quando cansava de ser borboleta.
Se percebeu nas outras. Enquanto fosse possível, permanecia junto dos pedaços de alma espalhados em outras pessoas. E ia costurando constelações.
Em fim de jornada emendou outra e outra e outra. Na verdade, era tudo uma só.
Não sabia que tava dentro do globo espelhado, mas não parou mais quando começou a se balançar sobre ele.
A legenda da foto:
Mais uma das pequenas filósofas que eu encontro por aí: Eu gosto do pôr-do-sol daqui porque parece que o céu tá assim pegando fogo!
Em Boipeba – BA