Maíra Candido quanto custa viajar por Mar de Plata

O que fazer, quanto custa viajar por Mar de Plata – Argentina?

Em primeiro lugar vou me apresentar, me chamo, Maíra Cândida e hoje vou falar sobre quanto custa viajar por Mar del Plata é uma cidade mais ao sul de Buenos Aires – Argentina, uma cidade litorânea. Peço licença para um parênteses, farei uma referência que qualquer mineira/o compreenderá: Mar del Plata está para Buenos Aires, como Guarapari está para Belo Horizonte! Brincadeiras à parte, Mar del Plata é a referência de litoral da população de Buenos Aires. É uma cidade média, e que no verão é a casa de muitas famílias que vivem na capital.

Eu viajei cerca de dois dias antes do ano novo, ou seja, enfrentei aquele engarrafamento de final de ano, com milhares de carros e familias tentando chegar ao litoral. Depois de 6 horas cheguei.

A cidade possui um tamanho médio, ao passo que te possibilita andar a pé pelos principais pontos turísticos/centro/praia. Contudo, tive a felicidade de conhecer pessoas locais, que me levaram para conhecer as praias mais distantes que são mais bonitas, abertas e agradáveis.

Muitas praias privadas…

Uma coisa que me surpreendeu é o fato de existirem muitas praias privadas. Sim, isso mesmo, seguindo sentido norte onde estão as melhores praias, boa parte do caminho são de praia privadas, que se paga para acessar pelo asfalto. E o que mais me surpreendeu é que estavam cheias de carros, as pessoas realmente pagam para acessar praia, em contrapartida, tem estrutura de barracas/tendas que as pessoas alugam.

Outra questão interessante é que próximo às praias há espaços verdes, onde as famílias acampam, fazem piqueniques, churrascos, é algo bem bonito, o uso dos espaços públicos nas imediações das praias. Diferente das praias que estou acostumada a frequentar no Brasil, as praias de Mar del Plata possuem areias escuras e grossas e o mar em contrapartida é extremamente gelado, mais gelado do que qualquer praia que já tenha frequentado antes.

        Passei o ano novo com uma família que foi muito receptiva e me acolheu, me senti em casa. Não conheci muito da cidade de Mar del Plata, pelo período que fiquei na cidade, que era feriado e a maioria dos lugares/espaços turísticos estavam fechados. Mas foi uma experiência interessante no sentido de conhecer praias argentinas que são muito diferentes do que estamos ambientados no Brasil. Infelizmente, também foi um período de chuvas.

Custo de viagem Mar de Plata Argentina
Mar del Plata – Argentina foto arquivo pessoal de Maíra Cândida

MEU ROTEIRO:

27, 28 de dezembro – Buenos Aires

29, 30, 31 de dezembro e 01 de janeiro– Mar del Plata

02, 03 e 04 de janeiro – Buenos Aires

DICAS IMPORTANTES:

  1. Perdi muito tempo em trânsito, recomendo que opte pelas viagens de ônibus pela madrugada, eu não tive escolha, pois eram as últimas passagens que restavam nestas datas e eram durante o dia.
  2. Acho que poderia ter ficado menos em Mar del Plata e ficado mais em Buenos Aires. Buenos Aires merece mais tempo.
  3. Viajar de ônibus convencional não é caro, mas é bom pesquisar com antecedência.

RESUMO DESPESAS:

Custo de viagem Mar del Plata Argetina
Mar del Plata – Argentina foto arquivo pessoal de Maíra Cândida

Por fim, gastei ao todo cerca de 1.000 reais (valores desatualizados), sem contar a passagem aérea, apenas com alimentação, hospedagem e deslocamentos internos no país.

Em suma, os maiores gasto foram as passagens de ida e volta para Mar del Plata, que me custaram entorno de 160,00 reais. Descontando elas no valor total de gastos, a minha média diária de consumos foi entorno de 93,00 reais (alimentação e hospedagem) (preço desatualizado).

É possível gastar menos, com hostel mais em conta e buscando lugares mais baratos para comer, mas avalio que essa média esta equilibrada, tive confortos, fiquei bem localizada e me alimentei bem.

Cotação da época (janeiro 2019): 1 real = 10 pesos argentinos (cotação desatualizada).

E aí gostou desta dica sobre quanto custa viajar para Mar de Plata?

Enfim, um pouco sobre a autora

Maíra Candido - Correspondente BItonga Travel

Maíra Candida

Pesquisadora, arquiteta e urbanista, e viajante. Mineira de Belo Horizonte, 30 anos, viajei por várias regiões de Minas e do Brasil antes de lançar o voo internacional. Amo conhecer novas culinárias, mas a preferida é a comida mineira que tá no coração. Para mim, viajar é vivenciar experiências únicas, conhecer pessoas, ouvir histórias e preservar memórias. Em cada viagem aspiro por novos aprendizados, conhecimentos e amizades.
Atualmente vivo no México, onde estou cursando o doutorado. Uni o interesse pela pesquisa com o desejo de viajar, conciliando a experiência de estudar no exterior assim como conhecer novos lugares.
Já passei pela Argentina, Uruguai, Bolívia, Colômbia, Guatemala e México, minha atual casa. Em contrapartida, os planos futuros tem como destino o Caribe.

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Igatu Chapada Diamantina - Machu Pichu baiana por Diana Reis

Conheça Igatu – Chapada Diamantina a Machu Pichu baiana!

Antes de mais nada, você já ouviu falar de Igatu – a Machu Pichu baiana? 

Então, caso não saiba, Igatu, é um povoado na região da Chapada Diamantina, mais conhecido como a Machu Picchu baiana! 

Quando se fala na região da Chapada e lugares turísticos, rapidamente pensamos em Lençóis ou Vale do Capão. Mas hoje quero apresentar uma vila construída de pedra, carregada de história, natureza e gastronomia.

Assim é a pequena, mas linda e cheia de energias, vila de Igatu, distrito de Andaraí. A chegada até a vila já é a própria magia; a sensação é de estar voltando no tempo, a hora passa mais devagar.

A vila

Igatu Chapada Diamantina - Machu Pichu baiana por Diana Reis
Igatu Chapada Diamantina – Machu Pichu baiana por Diana Reis


Construída no alto de uma montanha, na época do garimpo de diamante no século XIX, foi formada por pequenas casas de pedras que hoje, com grande parte em ruinas, é um grande museu a céu aberto!

Tombada em 1980 pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), ainda hoje é possível conhecer antigas famílias que contam histórias de seus familiares que ali viviam. Sem dúvida, ir a Igatu é poder vivenciar a história, no passado e no presente.


Uma outra dica, é a possibilidade de visitar uma gruta utilizada no garimpo, inundada pelos mananciais hídricos (vale a pena um banho). Talvez possa parecer um cemitério, mas fique tranquiles: é uma homenagem aos garimpeiros em desenhos formados de cimento aos garimpeiros que ali além do trabalho, foram explorados. Estar dentro da gruta escura e silenciosa traz tantas sensações, que só indo para entender.

Igatu Chapada Diamantina - Machu Pichu baiana por Joice Santos monumento aos garimpeiros
Igatu Chapada Diamantina – Machu Pichu baiana monumento homenagem por garimpeiros por Joice Santos


Ah, se tem dificuldade de locomoção, não vá; é necessário agachar bastante para ter acesso, mas se não tem, aproveite a oportunidade para experienciar uma das melhores coisas da vila.

Uma história sinistra e interessante da vila são os extraterrestres. Siimm, segundo moradores, é possível vê-los no auto de um morro, inclusive, existe um morador que acompanha visitantes para essa experiência. E aí, vai encarar?
De antemão, a pessoa aqui foi, se aventurou, junto com amigues, e ouso dizer: vi algo que não sei explicar 😱.

Gastronomia

Mas não só de historia vive esse povoado, a gastronomia também é algo que não se pode desconsiderar. O pastel de jaca, bastante conhecido na região, em Igatu é feito com o próprio fruto verde, diferente do Vale do Capão, que utiliza o palmito da fruta. Outra iguaria é o pastel de palma, dúvido que já tenha comido, vale experimentar.

Trilhas e Cachoeiras


E se estamos falando da Chapada, é óbvio que tem trilha e cachoeira. Cercada por 6 cachoeiras, é possível fazer algumas trilhas sem guiamento, mas para outras mais distantes, converse com os moradores e contrate um guia local.

Próximo a Igatu, é possível fazer o passeio para Marimbus (pantanal baiano), mas esse atrativo ficará para outro post.

Marimbus - Pantanal Baiano por Joice Santos - Chapada Diamantina
Marimbus – Pantanal Baiano por Joice Santos – Chapada Diamantina

Quando Visitar

Sugiro visitar o vilarejo no São João. Mesmo sendo época de festa, não fica lotado e a festa acontece no meio da praça, entre os casarios de pedra. A interação com os moradores é o diferencial, comida típica e muito forró pé de serra.

Por fim, saiba que Igatu, a Machu Pichu baiana, a cidade das pedras te espera!

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10 coisas que re(descobri) em 2020 atravessando o Atlântico

Em primeiro lugar me chamo Helen Rose e gostaria de compartilhar coisas que re(descobri) em 2020 atravessando o Atlântico.

Ao longo de meio século de vida tive muitos aprendizados, teóricos e práticos, mas morando sozinha em outro país tive a oportunidade de reavaliar alguns conceitos sobre o processo de autoconhecimento. Então, fiz uma lista com os 10 pontos que considero que foram importantes para superar as adversidades do turismo, intercâmbio e sabático durante a pandemia. São eles:

1º) Confiança

Em muitos momentos da minha vida ficava em dúvida sobre fazer ou não alguma coisa, com medo de errar ou do julgamento das pessoas. O ponto principal foi não desesperar, tomar todos os cuidados e sonhar com dias melhores.

2º) Superar o medo

Além disso, tive muito medo de não conseguir aprender inglês, porém, aos poucos fui relaxando e na segunda semana já estava mais tranquila, aceitando o meu tempo de aprendizado.

3º) Aceitar ajuda

Aprendi com a minha família a ser independente, não esperar ajuda de ninguém e a resolver os problemas sozinha. Mas quando se está sozinha em um país

4º) Alimentação

Não tenho restrição alimentar, adoro pimenta e não senti falta da comida brasileira.

5º) Inteligência emocional

O que fazer nas situações difíceis, equilibrar tristeza, dor e alegrias. Principais emoções durante a vivência na África do Sul.

6º) Flexibilidade

Precisei colocar de lado alguns conceitos que levei na bagagem para conviver melhor com as pessoas.

7º) Resiliência

Desespero com o lockdown durou apenas alguns dias, logo consegui superar a frustração de ficar três meses sem sair de casa.

8º) Pensamento sistêmico

É a base para aproveitar melhor as adversidades da vida. Meditava todos os dias e assim consegui ter calma para evitar o desespero.

9º) Diversão

Sorrir em situações de doença e restrições não é fácil, mas o autoconhecimento possibilita viver também com leveza.

10º) Não sentir culpa

A pandemia atingiu todos os países e milhões de pessoas, mas aprendi que não é necessário ostentar felicidade e respeitar a dor das pessoas. Ter cuidado ao postar fotos nas redes sociais, mas também não sentir-se culpada por estar bem.

Helen Rose

Helen Rose

Helen Rose, viajante do tempo, praticante de yoga e meditação, historiadora, pesquisadora independente de estudos africanos e relações raciais no Brasil.

Por fim, se você gostou, gostou desses aprendizados? Compartilhe conosco o seu texto bitongatravel@gmail.com

Em contrapartida, leia também:

Um ano sabático na África do Sul durante a pandemia de 20201
12 de maio dia da Enfermeira e Enfermeiro

12 de maio – A voz de profissionais de Enfermagem pelo mundo

Neste dia 12 de maio que celebra-se o dia da Enfermagem, damos voz à todas as pessoas que atuam nessa profissão nos 4 cantos do mundo. Quando digo enfermagem leia auxiliares, técnicos, enfermeiro, parteiras, obstetras…

Em primeiro lugar, PARABÉNS Enfermagem pelo dia 12 de maio! Mesmo sabendo que está palavra é muito pequena para expressar tudo o que você fez e tem feito por essa profissão.

A pandemia COVID-19 e a Enfermagem

Antes mesmo de oficializarem uma pandemia, nós já víamos que algo estava acontecendo e que evoluía muito rápido para o óbito. Fomos nós, quem prestamos na sua maioria os primeiros cuidados a essa nova doença chamada COVID-19. Assim como em conjunto com a equipe de higienização fomos as/os primeiros a ficar sem EPI.

Somos nós que quando falta profissional de limpeza, médico, nutricionista, psicólogos diretores da unidade que estamos ali prontamente para quebrar o galho. Aliás, sabemos que nunca fugimos da luta e tivemos essas disciplinas na nossa formação: gerenciamento, limpeza, desinfecção e as práticas clínicas.

Não podíamos e não nos deixam reclamar, aliás, somos a enfermagem! Aquela profissão que muitas às vezes estudam mais de 6 anos e as pessoas estremecem a voz em dizer a Doutora!

Uma enfermeira Dra, onde já se viu isso? Se for destaque na excelência do saber associam à: quase médica/o; ou seja, mais uma vez a menosprezo aos nossos saberes.

Nessa tal pandemia não desistimos da luta! Já estávamos destruídes e com todas as LERS(Lesão por Esforço Repetitivo), DOT (Doença Ocupacional do Trabalho) e a tal Burnout, permanecemos nesta guerra. O serviço essencial não pode parar, troca plantão aqui, faz plantão para amiga que está familiares doente. Deixe de corpo mole, afinal, você enfermagem não pode parar!

Cuida ali e acolá e ainda tem que estar na sua integralidade para a família. O desejo de dormir por mais de 12h seguidas parece um sonho, mas a mente não desliga. Sempre pensando nas rotinas do trabalho que ainda precisa fazer, preocupada com o paciente que piorou, projeto para entregar, mais isso e aquilo…

Dessa guerra estamos esgotades, mas nossa súplica e lamento é apenas um murmúrio para muitos porque somos a mera enfermagem.

Jornadas de Trabalho

Muitos de nós começamos como voluntariados para ter a tal experiência, aliás nenhum serviço quer profissional inexperiente principalmente quando o assunto é saúde.

Salário baixo, condições precárias de trabalho, somos o sustento de nossas famílias, não se poder negar trabalho. Na sorte conseguimos 2/3 empregos na promessa que será só por um tempo e esse um tempo virou uma vida. Mas é para pagar a faculdade do filho, terminar de reformar a casa ou pagar o carro.

Além dos pacientes, nossas e nossos amiges de profissão estão partindo! Somos a classe trabalhadora que mais está morrendo nesse momento pandêmico e no Brasil então, nem se fale….

Enfermagem – A profissão com identidade

Uma profissão que é marcada de identidade forte de gênero, raça, orientação sexual (gays, lésbicas, bi e trans), ou seja, a população mais negligenciada desse planeta chamado terra.

O nosso ar está acabando, não deixe a nossa profissão morrer! Não podemos romantizar tudo isso frente a tantos profissionais incríveis e invisíveis que fazem e fizeram parte dessa trajetória profissional.

Feliz dia, SIM! Porém, queremos ser dignamente tratades como PROFISSIONAIS. Assim como ter a garantia de melhor condições de trabalho, reconhecimento profissional monetário, por jornadas humanas de trabalho e sem assédio profissional.

E por fim, leia também:

12 Enfermeiras Negras Negligenciadas na História – por Rebecca Aletheia
https://www.instagram.com/p/CEAUKzLnC78/?utm_source=ig_web_copy_link
Chacina Jacare... - E nós queremos justiça! Por Poeta Julia Motta e Yara Sereya

Chacina Jacare… por Yara Sereya

Por Yara Sereya – Chacina Jacare…

Todo dia passo por vielas e de repente um pipoco soa o meu ouvido,

Então eu ouço gritos

Uma criança metralhada em minha frente, policial me xingando um monte de nomes, quando eu olho para trás, eu tomo soco, chute e outro pipoco

Corro para casa, achando estar salva, pé na porta arrombada ele disse
Arma na cabeça, porque eu disse invasão?

Qual esperança, tiramos para alimentar a própria fé, para ficar de pé,
Querem apagar, invisibilizar
Tá faltando nomes, mais de trinta
A Chacina Jacare …

Cadê? Como assim vocês não estão vendo? Olha pro lado, tá passando em sua timeline e você acha normal, sente, tem do, da notícia da vez, que passa logo quando será próxima vê-z?

Essa é a estrutura, não me venha com “policiais presos ou dispensados” porque é a estrutura que precisa ser reparada. É máquina de matar gente,
Sapatos juntos, sete palmos,

Que quem escuta já apavora
Mas não pensa, como é voltar para casa, nas favelas desses cantos, de cada canto, nem tão de canto assim, central.

É necropolitica, pensado, arquitetado pelo estado. Acham que é só dizer “abolição da escravatura” como uma palavra mágica para desaparecer com toda a gestão, pseudo do sistema de então, que era a escravidão? Oh

Me poupe, isso já é cinismo
Mas eu te digo, você só vem até aqui
Não me fale de pessoas,
Que eu digo que os nomes de quem mata é o racismo.

E aí? Julgue, criminalize e ressocialize se quiser continuar com “estrutura”.

Qual termômetro, qual parâmetro, quem te disse que não temos direito,
Não somente com a saúde em tomar vacina
Direito a vida, em plena pandemia
Economia fodida
Faltando comida na mesa, de favela
Sentimentos e emoções para o dia das mães
Em Jacarezinho e nas favelas, vocês operando uma chacina?

Nossa voz ecoa
Não está só nos becos, mas também nas passarelas.
Somos e estamos de ponta a ponta
E essa conta não tá batendo.

Yara Sereya

Yara Sereya

Mulher negra retinta, indígena
Mulherista Candace
Filha de Yansã
Pan africanista artista irreverente
Artivista

Yara Sereya

Quantas mulheres existem em uma só por Poeta Julia Motta

Mulherismo africano: quantas mulheres existem em uma só?

Vamos falar de mulherismo africano? Um texto de Júlia Motta @poetajuliamotta

A história das mulheres pretas é marcada por muitos roubos, anulação e romantização de nossa cultura e vontade. Diante o cenário escravocrata, nossos corpos foram explorados tendo como resultado a ‘desafricanização’ de nossa história, liberdades tolhidas, pois foram consideradas propriedades de senhores.

Isto é, nossos ancestrais não obtiveram seu espaço e respeito devidamente por este período, e os resultados que ainda impactam na vida de muitos de nós.

 Falar de mulheres pretas não é apenas falar sobre as últimas colocadas na pirâmide racial, não somos somente números de violência, abandono, mortes… É falar sobre diásporas, conhecimento ancestral e cultura sagrada.

O mulherismo

Quantas mulheres existem em uma só – por Julia Motta

Mulherismo vem de mulher, entre o gênero preto de milhares, africano vem do território ancestral do povo preto hoje. É retornar aos espaços, como identidade, revolução e mais ainda resgatar o que tiraram de nós. Por isso definimos, o mulherismo enquanto pensamento político e cultural.

A questão de classe e raça é fortemente apresentada, no livro mulheres, cultura e politica  – marca a filósofa negra Angela Davis: ‘Como mulheres negras, temos diversas razões para celebrar a forte tradição de ativismo moldada por nossas ancestrais no curso de muitas gerações de luta’ a autora define a luta de milhares no contexto de protagonismo negro feminino.

Mulheres carregam consigo a responsabilidade de continuidade, não somos a oposição de nenhum conceito ou agrupamento, temos  ações efetivas de sobrevivência, a nossa preocupação é nos mantermos vivas para assim afetuosamente cuidar de nosso povo.

O que difere do ‘feminismo’ é que não se pensa em combater somente a violência e opressão em gênero, antes disso vem a raça e logo após a classe social.

É PARA ONTEM!

Mulherismo Africano é retornar a nossa ancestralidade que nos foi roubada. por Poeta Julia Motta
Mulherismo Africano é retornar a nossa ancestralidade que nos foi roubada. por Poeta Julia Motta

Desejamos o comprometimento de líderes à frente de movimentos políticos e ou sociais, a atuação, construção de um diálogo que chegue até as nossas, é oportuno falar de um movimento onde os espaços para manifestar-se são abrangentes e acessíveis. Nenhuma dessas lutas é fácil, e não existe ainda qualquer vitória a ser aplaudida em paz.

Se uma de nós ainda convive com a violência, opressão e silenciamento sem qualquer apoio é porque ainda o domínio no poder é preenchido por vozes e forças tão retrógradas.

Isto é, o seu discurso contribui em ações, e o seu ativismo ele chega a espaços e pessoas que precisam? Certamente, se a resposta não houver é um problema, e se ainda não chega é uma urgência repensar nesse esquema.

É um ciclo contínuo, quando você diz ‘ele não’, quem das nossas sim? Nós queremos viver em cenas, foco e atuação. Com saúde mental tranquila, contas pagas,  andar na rua sem ser a mira, direitos seguros e mais ainda queremos ser escutadas, vistas e compreendidas.

Poeta Júlia Motta

Júlia Motta

Poeta marginal, escritora do livro independente “resistir para existir”, monitora cultural pela associação de capoeira Motta e cultura afro e educadora pelo projeto de incentivo à leitura e escrita “sonhar com as mãos” e “versos de resistência”.

Energias Luas mês de maio 2020 por Larissa Novaes

Energias de maio 2021 nas fases da lua – por Larissa Novaes

Antes de mais nada, das energias de Maio de 2021 – entenda cada fase da lua e se programe para aproveitar o melhor delas:


✨🌒 03/05 às 16h50Lua Minguante em Aquário ♒


Muito bacana para fazer aquela revisão necessária sobre os seus projetos de vida (♒) O que pode melhorar? Como você pode se reinventar (♒)? A semana da Lua minguante é maravilhosa para olhar para identificar o que pode ser reinventado, repaginado, na fase seguinte ⬇️


✨🌑 11/05 às 15h59Lua Nova em Touro ♉

Semana super auspiciosa para iniciar projetos de longo prazo, que precisam de persistência e constância (♉) E/ou para dar uma fortalecida em algum projeto já em andamento. Existe uma possibilidade forte de fluírem ganhos financeiros, através desses movimentos. Aproveite para colocar a mão na massa e manifestar (♉) esse poder!


✨🌗 19/05 às 16h12Lua Crescente em Leão ♌

Semana maravilhosa para fortalecimento da autoestima, do amor próprio, da autoconfiança (♌). Ótimo momento para permitir a expressão da sua criatividade! Coloque os seus talentos e as suas criações pro mundo. Suba no palco (♌) da sua vida e assuma o protagonismo!


✨🌕 26/05 às 08h13Lua Cheia em Sagitário ♐

Uma semana em que as nossas emoções estarão expansivas. Por isso, cuidado com a ansiedade. Será um momento incrível para focar nos seus objetivos com otimismo e alegria (♐) Aproveite para fortalecer a fé em si e no Todo. Energias auspiciosas (♐) podem estar disponíveis no campo coletivo. Se jogue e desfrute!


⚠️ SALVE esse post para revisitar outras vezes. Com certeza, vai ser muito útil, apreveite as energias de maio lua 2021
🍀 Me siga em minhas redes sociais para receber os próximos conteúdos @larinovaes.solar
No servir pelo amor, e com amor, Larissa 💫🧡✨

Larissa Novaes

Larissa Novaes

Estou Larissa Novaes. Intuitiva e sonhadora desde novinha, fui uma criança apaixonada pelo Céu. Hoje, minha criança permanece viva e apaixonada: traduzindo as mensagens do Céu. De maneira simples e acessível, através da interpretação da Astrologia e das canalizações que faço.

Sou canalizadora do método de leitura akáshica através da Astrologia. Atualmente, faço leitura de mapa natal personalizada, intuitiva e canalizada com a guiança dos Mentores Espirtuais. E, ministro um curso online de Formação em Astrologia Akáshica (método autoral canalizado por mim).

Te convido a adentrar esse mundo fantástico da espiritualidade junto comigo! Você vai amar  Vem!

Keyti Souza - cabelo afro feminino milita

Quando descobri que meu cabelo afro feminino milita?

Antes de tudo, quando descobri que meu cabelo afro milita e em uma perspectiva de gênero feminino, é de extrema importância começar esse texto com uma definição do que é ‘cabelo’. Afinal, é apenas um artifício de beleza?  Me frustrei na pesquisa do Google, pois só apareceram imagens de cabelos longos e lisos de pessoas brancas. A pesquisa foi uma furada, mas descobri que meu cabelo afro milita.

É fato que por muitos anos fomos reféns de uma beleza padrão que não existe e muito menos se adequa aos diferentes tipos de identidade. Nos Estados Unidos, Madam C. J. Walker, lá pelos anos 1880, já empreendia técnicas e criava químicos que as mulheres negras pudessem usar pra ter um cabelo mais “bem apresentável” ou ao menos parecido com o de mulheres brancas. E ao longo dos anos essa ideia e tipo de empreendimento permaneceu. A indústria de cosméticos continuou criando produtos para alisamento dos cabelos crespos e cacheados. Os cabelos fora do padrão que precisavam ser domados.

A infância

Como muitas mulheres negras, eu já usei cabelos alisados. Aliás, da minha infância (12 anos) até a vida adulta (30 anos), eu não conhecia meu cabelo original, não sabia como era meu fio, meu tipo de cabelo. Morava no interior da Bahia, em Feira de Santana, e pouco discutimos raça e muito menos nos sentíamos à vontade pra usar o cabelo natural. Já não conhecia meu fio, morria de medo do que podia me esperar se abandonasse todos os artifícios possíveis para deixar meus cabelos lisos e ‘bonitos’ como o das pessoas brancas e como era esperado de mulheres negras.

Comecei usando um tipo de relaxamento que prometia deixar meus cabelos soltos, mesmo sendo um produto agressivo, que ardia meus olhos e às vezes feria minha cabeça, era melhor que ser natural e ‘feia’. Feia, foi assim que fomos descritos durante muito tempo, ser negro é feio. Levou muito tempo para descobrirmos nossa beleza e assumir nossa identidade.

Passei por vários produtos químicos nessa jornada pelo cabelo “perfeito”, inclusive, por muito tempo alisei como nossos ancestrais, no ferro aquecido no fogão. O problema do cabelo de ‘ferro’ era a chuva. Cheiro de cabelo queimado que deixava era terrível e ainda mais humilhante, então, permaneci na química. 

Guanidina, amônia, relaxamento, alisa e tinge e tantos outros fizeram parte da minha vida até 2017, quando mesmo escovava meus cabelos. Já não usava química, mas escovar e pranchar era minha rotina de final de semana. Trabalhava nele até ficar lisinho no estilo Kardashians.

Meu cabelo minhas regras

Então, foi em 2017, que resolvi me conhecer, tomar conta do meu cabelo. Fiz um post na rede social com o cabelo natural, dizendo que usaria meu cabelo como quisesse, fosse alisado ou natural. O post era um recado aos amigos que não paravam de fazer pressão pra que eu naturalizasse o cabelo. Depois de muito tempo, após esses posts de ‘cala a boca’, como a gente diz por aqui, resolvi cortar o cabelo.

Cortei curtinho e adorei, mas sabia que ali ainda não era meu cabelo, ainda tinha química. Foram precisos mais três cortes pra realmente conhecer meu fio. Não foi difícil aceitar. Amava aquilo, fazer carinho na minha própria cabeça e reconhecer quem eu era ali e pensar porque me neguei por tanto tempo.

Cabelo afro feminino no mercado de trabalho

Já ouvi dizer que mulher de cabelo afro não consegue emprego, e a gente sabe que em muitos lugares isso é verdade. Assim como também é verdade sobre o preconceito com cabelos trançados, dreads e outros modelos de afro hair. Sim, estou na cidade com a maior quantidade de negros do Brasil – Salvador, conhecemos nossa história desde o Daomé. Conseguimos nossa libertação com armas na mão, e não com a pena da Princesa Isabel, mas ainda assim, a cor da pele e o cabelo ganham mais destaque que nossa inteligência e articulação. 

Atuo com negócios e administração, trabalho como liderança. Lido com clientes do país inteiro, viajo e faço reuniões com pessoas de fora do país. Participo de eventos no Brasil inteiro, onde muitas vezes olho para o lado e não vejo um semelhante. Não tenho motivos pra me orgulhar disso, pelo contrário, queria ver mais gente preta ocupando esses espaços. Mas não me abato, seguro firme e penso que preciso guardar lugar pra que novos negros possam chegar ali.

Cabelo afro milita

Descobri que meu cabelo afro quem milita, especialmente quando vejo e ouço pessoas pretas querendo ocupar aquele lugar quando me veem ali com meu black ou minhas tranças.

Em Salvador, o cabelo das mulheres fala por elas e a riqueza de cortes, penteados, tranças e toda a infinidade de possibilidades é um encantamento. Mas não, nem toda mulher negra é obrigada a deixar o cabelo natural. Nem toda mulher negra de Salvador usa o cabelo afro. Mas entenda, nosso cabelo milita.

Recentemente resolvi experimentar usar tranças, as Box Braids, ou seja, ovamente me apaixonei por mim e pela cabeleira que tô carregando. Desde que descobri que meu cabelo afro milita, continuo deixando meu cabelo militar. Continuo mudando ele como um camaleão, ou seja, vou continuar tentando inspirar outros pretos e pretas a ocupar o espaço.

Agora me diz, o seu cabelo afro na versão feminino ou masculino, milita?

Keyti Souza

Keyti Souza

Formada em jornalismo, mas atuando na área de negócios em audiovisual, sou nascida no interior da Bahia, mas resido em Salvador. Um dia ouvi dizer que eu moro onde as pessoas tiram férias, e é a mais pura verdade. Viver em Salvador é ter sempre um ponto turístico na palma da mão, uma cultura pra celebrar e uma boa praia pra pegar um sol. Mas gosto de ir além, de conhecer novos lugares, novas culturas e novas identidades. Quando a gente viaja, sempre traz na mala e no coração um pedaço daquele lugar.

É por isso que viajo. Da Bahia pra conhecer o mundo.

Instagram @keytissouza

Twitter @keytisouza

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