Nem tudo parece o que é, e não seria diferente na Dinamarca algumas comidas que parecem com as do Brasil e não são, um texto por Cris Viriato.
Como muitas pessoas sabem a vida do expatriado em muitas vezes pode ser resumida a uma única palavra, saudade.
E não necessariamente só de pessoas, há também saudade de lugares e por último, mas não menos importante, a da comida. Então eu reuni neste post 3 comidas da Dinamarca que parecem ser idênticas as que nós temos no Brasil, porém, não são bem o que parecem ser.
Imagine a seguinte situação, você está há meses fora do seu país de origem onde tudo lhe era familiar, e se muda para um outro país onde tudo lhe parece novo, imaginou?
Ou talvez você já tenha vivido essa experiência. A sensação quando mudamos de país é que o nosso cérebro está sempre em alerta, buscando conexões para te manter viva e segura.
Neste momento, é bem normal você ver pessoas na rua que se parecem com alguém que você conhece, ouvir vozes (mesmo que em outra língua) que te soem familiar, e é claro, a ver objetos. Por exemplo, você está caminhando e no nada você encontra uma plantinha que parece com uma planta que a sua mãe tem em casa.
Com comida acontece exatamente a mesma coisa, e eu precisei reunir essas 3 comidas da Dinamarca que não são bem o que parecem ser para que você tente entender o tamanho da minha surpresa ao “vê-las” aqui, e também a minha frustação ao experimentá-las.
Romkugler – Em tradução livre, “Bolas de Rum”
Imagina a surpresa ao encontrar essas bolinhas de chocolate envoltas em confeito numa padaria aqui da Dinamarca, o seu cérebro diria imediatamente que é brigadeiro enquanto você se pergunta “como assim?”. Mas, infelizmente, isso não é o que parece ser. O Romkugler é um bolo feito com sobras de bolos, amassadas com essência de rum, e passadas em confeito. Com o meu cérebro esperando o docinho do brigadeiro na boca experimentar o Romkugler não foi para mim uma experiencia agradável.
Risengrød “Mingau de arroz”, em tradução livre.
Outra comida da Dinamarca que não é bem o que parece ser é o Risengrød. É visualmente idêntico ao nosso arroz doce, cheira igual o nosso arroz doce, mas não é bem isso. o Risengrød é salgado. Servido como uma refeição (no jantar) as vésperas do Natal, para se servir é praticamente um ritual, pelo menos é na família do meu marido. Com o Risengrød já no prato, você acrescenta um pedaço de manteiga, a canela, e finaliza com açúcar. Esse foi o pior choque cultural que eu já tive na Dinamarca até agora.
Berliner “Bolinho de Berlim”, em tradução livre
Das 3 comidas da Dinamarca que não são bem parecem ser, essa é a que mais me agrada, mas prova para mim mesma a capacidade que nós brasileiros temos de melhorar as comidas. Essa não é uma comida de origem dinamarquesa, mas é tão presente nas padarias daqui que você nem se dá conta apesar do nome.
Quando você ver uma Berliner na sua frente você vai pensar em sonho, e é. A diferença entre o sonho e a Berliner é que o recheio é geleia, na maioria das vezes de frutas vermelhas. E como a Berliner foi virar sonho no Brasil?
Através dos portugueses que substituíram a geleia do bolinho alemão por aquele creme branco de confeiteiro. Chegando no Brasil, provavelmente alguém pensou “Até que é bom, mas deixa eu melhorar isso daqui” e acrescentou o doce de leite e sinceramente, ficou muito melhor, eu acho.
Espero que goste.
moro em país considerado um dos mais felizes do mundo, a Dinamarca . Amo neste país que hoje chamo de casa, e mais ainda falar sobre ele, mostrar as suas peculiaridades, e o meu dia-a-dia aqui. Espero que a Dinamarca também te encante da mesma forma que ela me encanta todos os dias e “Vi ses” (vejo vocês, em dinamarquês).