7 Caminhadas Negras no Brasil que você não pode perder em 2020


Conhecer a nossa história, aquelas muitas às vezes nunca contada nos livros e muito menos nas escolas, tomam espaços pelas ruas da cidade e viram além de um museu à céu aberto viraram viagens, dentro da nossa cidade, estado e país. Deixamos aqui sugestão de 7 caminhadas Negras pelo Brasil que você não deve ficar de fora.

Caminhada Salvador Negra — janeiro 2020


A Caminhada Salvador Negra vai te levar para conhecer melhor a história e cultura da primeira capital do Brasil, que tem o maior percentual de pessoas negras. A narrativa começa pelo período da escravização, passando por pontos como capoeira, religiões de matriz africana, irmandade dos homens pretos, carnaval, blocos afros e afro empreendedorismo, além de personagens negros importantes da cidade.

O local de saída será em frente ao Palácio do Governo, percorrendo pontos do Pelourinho, principais pontos turístico da cidade, passando por locais como Museu Afro, Igreja Nossa Senhora Rosário dos Pretos, blocos afros, entre outros. O percurso é conduzido pelo jornalista Guilherme Soares Dias, pelo fotógrafo e produtor cultural Heitor Salatiel, além de participações especiais a cada saída.

A primeira saída vai ocorrer dia 11 de janeiro, sábado, às 10h, saindo do Palácio do governo. Praça Tomé de Souza, S/N – Centro (em frente ao elevador Lacerda)

Duração 3h e custa R$ 50.

Reserva online pelo:
https://diaspora.black/produto/caminhada-salvador-negra/

Caminhada São Paulo Negra

Caminhada São Paulo Negra edição só para mulheres novembro de 2019

A caminhada relembra pontos importantes da história da população negra na cidade de São Paulo, como é o caso da Igreja Nossa Senhora Rosário dos Pretos, a estátua da mãe preta, a Igreja Nossa Senhora dos Enforcados, Igreja dos Aflitos, do antigo Pelourinho e do antigo Morro da Forca, no bairro da Liberdade.
A caminhada sempre traz surpresas e pontos diferentes de locais de saída, assim como conta a história de referências negras importantes, que foram e são  invisibilizadas na História de São Paulo e Brasil, como é o caso da escritora Carolina Maria de Jesus, do jornalista, advogado, poeta e patrono da abolição Luiz Gama e o arquiteto Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas.
Na caminhada você irá encontrar parte da história da migração africana atual, a ritmos musicais e movimentos negros. A caminhada é realizada pela Black Bird e os ingressos são disponíveis pelo site https://diaspora.black/

Fique de olho nas datas de saída

Tour Raízes do Samba – SP

Tour raizes do samba – após a aula prática de samba no pé com professores especializados


O Tour Raízes do Samba é um passeio realizado no centro de São Paulo que conta um pouco sobre a história do samba paulista!

Um rico aprendizado teórico e prático sobre a história deste estilo musical na cidade de São Paulo e Brasil, resgatando as raízes negras, através de uma caminhada turística pelo centro da cidade, o berço do samba Paulista, e ao final os participantes têm direito a uma descontraída aula de samba no pé!


https://www.instagram.com/_touraizesdosamba/

Fique de olho em https://diaspora.black/

Pequena África – RJ

Rebecca Alethéia na Pedra do Sal, reduto de história e samba em um só lugar


Conhecer alguns dos locais da cidade do Rio de Janeiro denominada de Pequena África pelo artista e sambista Heitor dos Prazeres no início do século XX. Estes locais fazem parte do Circuito Histórico e Arqueológico de Celebração da Herança Africana. Divulgada em livros, letras de música e enredos de escolas de samba, a expressão “Pequena África” passou a identificar parte significativa da zona portuária da cidade, onde a presença africana e o patrimônio cultural negro marcaram para sempre a história não apenas do Rio de Janeiro, mas de todo o Brasil.

@Pamela Rocha em sua visita pela pequena África no tour @soumaiscarioca

Informações: Telefone: (21) 99409-7054 (whats app) E-mail: contato@soumaiscarioca.com.br Instagram: @soumaiscarioca
Facebook www.facebook.com/soumaiscarioca /
Site: www.soumaiscarioca.com.br

Rota Negra Piracicaba – SP


Após uma ampla pesquisa e conhecimento histórico do Professor Noedi Monteiro e a expertise do turismo de Julia Madeira, surge o Tour Rota Negra Piracicaba ressaltando a importância da história da população negra na cidade de Piracicaba. A caminhada tem oito pontos, entre eles o Pelourinho, esse roteiro tem como objetivo ressignificar territórios negros históricos, que foram espaços e lugares de resistência utilizados para torturas, moradias, exercícios de pessoas escravizadas e que atualmente têm outros significados. Os personagens como o Dr. Preto, André Ferreira Santos (1881-1942), que atendeu inúmeros pacientes da cidade na primeira metade do século 20, também são ressaltados, assim como os patrimônios imateriais da cidade ligados à cultura negra, como é o caso do batuque de umbigada e do samba de lenço.
https://www.instagram.com/auaturismo/
Telefone: +55 19 98377-1933
E-mail: auaturismo@gmail.com


Heroínas Negras do Brasil

Mulheres negras conhecendo a história e fazendo história. Bitonga travel


Idealizado por Débora Pinheiros, a caminhada realizada por guias mulheres (Juliana Souza e Débora Pinheiros), as mesmas conduzirão o grupo por 10 pontos históricos retratando a história de algumas heroínas negras como Luísa Mahin, ex-escrava e quitandeira envolvida nas revoltas, Carolina de Jesus, escritora, conhecida por seu livro Quarto de despejo, Dandara dos Palmares, guerreira do período colonial, assim como a história de outras mulheres negras, serão cenários desta caminhada. Este tour ainda não teve nenhuma saída, mas promete deixar história.


Aguardem mais informações pelo site www.bitongatravel.com

Família e viagens: uma viajante e sua relação com a família


Já pensou tirar férias e um dos seus destinos ser a sua casa, o seu lar? Para uma viajante essa é uma das férias mais lindas, importante e fundamental para a saúde mental. Eu preciso dizer que não consigo ficar muito tempo longe da minha família, nunca fiquei mais de um ano sem um retorno para casa, eu sempre volto!

Família Ribeiro Santana – fotografia por Allison Ribeiro

Muitas pessoas pensam que ser viajante é sinônimo de renegar a família, de ser desprendida, de não ligar para eles. Preciso ser sincera que esses adjetivos nunca me couberam, muito pelo contrário, sou uma pessoa extremamente intensa e muito conectada com a minha família. Conheço muitas viajantes que também são! Aquela velha mania dos estereótipos que nos são impostos.

Voltar para casa é fazer entender que irei encontrar a vovó Alice, o vovô Sebastião e a Tia Innocência, ou talvez não encontrá-los como foi o caso da vovó Maria, aquela passagem serena de simplesmente partir. Estar a milhas e milhas distante e não poder abraçar os seus ou esperar por um abraço que não vem.

Vovó Maria Venceslau Santana em nosso último encontro em vida. Antes da minha viagem de 1 ano e 6 meses pelo Tadjiquistão.

Por muitos anos esse foi o meu maior medo, ir e quando eu voltar não encontrá-los, por alguns anos eu me privei, mas hoje aprendi que preciso ir e eles irão me apoiar, eu só preciso voltar, e isso eu sempre faço. Fazemos promessas uns aos outros que vamos esperar para nos reencontrar e todo reencontro é como se fosse o nosso último. O mais interessante que com os idosos temos esse cuidado, mas essa prática tem que ser para todos os que nos rodeiam porque nunca sabemos o que pode acontecer daqui alguns minutos.

Em todas as partidas lembro dos nossos bons momentos, das nossas histórias e de tudo que cultivamos juntos, por isso que a partida para mim não tem sido tão dolorosa porque consigo perceber que minha família e avós entendem a importância da minha ida e qual o meu papel neste mundo. Sei o quanto meus familiares sentem pelas minhas partidas, para quem fica sempre é mais dolorido, para quem vai sempre mais brando. Porém com a arte tecnológica nos conectamos e reconectamos.

Mamãe Sônia Regina Ribeiro Santana e vovó Alice Aquino Ribeiro e eu no casamento da Nagia Juliana

Cheguei a dar um IPAD ao meu avô para que ele pudesse me ligar, foi um fiasco. A tecnologia não é para ele, nossas ligações são bem poucas porque ele não tem paciência com tecnologia e a sua audição não é mais a mesma. A vovó Alice não enxerga, são tantas limitações que mesmo assim não nos distanciamos, mamãe sempre que possível manda foto do almoço deles.

Vovô Sebastião, cada partida uma preocupação mas sempre nossas realizações.

Porém além do campo virtual é sempre bom e importante voltar pra casa, mesmo sendo por pouco tempo, é poder revisitar o nosso lar interno e externo, físico e não físico, espiritual e não espiritual. É se conhecer e se reconhecer, lembrar de onde saímos e para onde estamos indo, é lá, é cá, que revisitamos os sabores, a infância, nossas histórias, amores e as dores.

Meus retornos são sempre regados de novidades, é saber que irei conhecer os novos integrantes da família sobrinhos, primos que nasceram, as conquistas familiares como a compra de uma casa, a troca de um carro, início e/ou conclusão da universidade, dessas entre outras conquistas que só trazem muitas alegrias para poder celebrarmos juntos fisicamente a qualquer momento do nosso reencontro.

Esse momento de retorno são fundamentais porque a doença também faz parte da nossa história, ela permeia em nossos meios físicos e mentais, eu preciso estar presente, como diria a titia Lucimara – a enfermeira da família!, que de enfermeira mesmo eu não tenho muita coisa, mas pelo menos poder me permitir estar junto já faz toda a diferença, para todos nós. Poder mostrar cumplicidade e pensar que estamos juntos é acalmar meu coração em saber que está tudo bem como a mamãe a papai sempre falam ao telefone.

Tia avó Innocência S’antana aos seus 95 anos de idade

Entre chegadas e partidas a única certeza que eu tenho é que continuarei indo, mas continuarei retornando todas as vezes que me forem possíveis assim como viver a cada momento intensamente como sempre vivemos no passado e no presente.

Encontro da família Aquino Ribeiro – 2018 aniversário da vovó Alice

5 cachoeiras imperdíveis no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros

Após contar todas as dicas de como chegar até a Chapada dos Veadeiros, vou deixar o meu pitaco sobre as 5 cachoeiras imperdíveis para se visitar no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, vamos?

CACHOEIRA ALMÉCEGAS 1

Esta é uma das cachoeiras dentro da Fazenda São Bento (Almécegas I e II e São Bento).

Eu cheguei aqui pela carona de @blablacar Brasília x Vila de São Jorge (ver posts anteriores), os rapazes foram incríveis e paramos para curitr estes atrativos. Se vier de Alto Paraíso sentido SJ dá aproximadamente 10 km.

Para conhecer os atrativos paguei 30 reais e deu direito a conhecer todo o complexo ( Trilhas autoguiadas). Adentramos a propriedade por 4 km, estacionamos e andamos por uma trilha de 1,5 até chegar neste mirante fantástico.

Depois deste deleite, descemos em uma pequena trilha para um mergulho. Nada melhor depois de ficar um tempo na estrada! Mas confesso que não fiquei muito, o sol já não batia mais e a água estava mega gelada! (Sou a pessoa do banho de água pelando!hahaha)

ALMÉCEGAS 2

Esta mais é uma das cachoeiras dentro da Fazenda São Bento (Almécegas I e II e São Bento).

Para acessar esta beleza, voltamos no estacionamento para ir até a Almecegas II.

A trilha é bem tranquila, uns 300 metros e já está pode aproveitar o lugar. É uma cachoeira mais tranquila, tem poço pra nadar e é bem legal para curtir esta queda menor, mas bem bonita. Inclusive encontrei muitas famílias com crianças.

Aproveitei para relaxar e curtir a hidromassagem que foi uma beleza! Hahaha

CACHOEIRA CANDARU

Uma das três cachoeiras que visitei em Engenho II, área que pertence a comunidade Kalunga, a maior comunidade quilombola existente no país.

Saí de carona bem cedinho de São Jorge e percorremos os 157 km até Cavalcante, aí chegamos no CAT para preencher cadastro, pagar a taxa e aproveitar os atrativos. Ah, pela alta temporada, o número de visitantes estava limitado,em 300 por dia, então precisava chegar o mais cedo possível. (Em nossa vez faltavam 75 pessoas para encerrar as entradas).

Não precisa fazer tudo no mesmo dia, você pode pagar a taxa de cada cachoeira separadamente, mas já que estávamos com disposição, bora né?

Paguei a taxa de 40 reais para visitar os três atrativos (10 Candaru, 20 Sta Barbara e 10 Capivara). E também 150 reais (divididos entre três pessoas) para o guia credenciado que nos acompanhou o dia todo. Aliás, para as visitações destas cachoeiras necessita de guia credenciado.

E tenho boas notícias: a Candaru não é tão conhecida justamente pela trilha íngreme e difícil que percorriam a pé. Pois bem, agora tem transporte que chega bem pertinho, custa 10 reais e vai poupar os pés né?

Aí me deparei com este espetáculo: 70 metros de altura, duas piscinas naturais para nadar e este visual incrível!

Bem sereiuda não?

Esta é uma das piscinas naturais para nadar nesta cachoeira. Como era rasa, fiquei ali, me banhando e curtindo o visual.

Mas preciso confessar, sei nadar, mas depois de um perrengue no mar, perdi a confiança, então decidi respeitar as águas e aproveitar dos atrativos com mais tranquilidade.

Então, tô bem afim de fazer natação para ver se saio deste desconforto em nadar nas cachus e mares.

E você, tem algo que gostaria de fazer para aproveitar mais os rolets?

CACHOEIRA SANTA BÁRBARA

Pois bem, considerado uns dos atrativos principais da Chapada dos Veadeiros, a cachoeira Santa Bárbara é tudo isso e mais um pouco do que você está vendo agora. Sim.

E por isso, é beeem concorrida, então, é muito importante chegar cedo para garantir a entrada, já que os ingressos acabam rápido. (Para saber como cheguei aqui, veja os posts anteriores.).

Depois de pegar um transporte adaptado por alguns minutos, vencemos os 1,8 km na caminhada em meio a uma pequena e linda trilha bem característica do cerrado, vale dar umas paradinhas para fotografar.

Recomendo uso de filtro solar, óculos ou chapéu pois a maior parte da trilha é aberta e o sol pega sem dó, a claridade da terra reflete a luz solar, então já viu! A trilha em si não é tão difícil, dá pra ir com calma e então chegará neste espetáculo.

A cachoeira em si não é muito grande e nem sua queda, são 30 metros, tem um poço muito bom para nadar e quem não se sente seguro para nadar, como eu, tem um tronco de árvore salvador para aproveitar o atrativo com mais tranquilidade.

Para pegar o brilho da água em seu ápice, um bom horário é entre meio dia e uma hora, pois o sol estará bem em cima dela. Não tive este privilégio, cheguei depois e por ter bastante sombra, senti frio também. Aí, o lugar ao sol para se esquentar foi igualmente bem disputado.

A água realmente é bem gelada, mas quem liga? Eu quis era entrar mesmo e curtir o lugar, foto então nem se fala, dá para fazer um book! Inclusive, me perdoem, porque verão mais desta maravilha turquesa passando por aqui. Hahaha⠀

CACHOEIRA DA CAPIVARA

A terceira do passeio em Cavalcante. Para chegar nela, fomos de carro, saindo do CAT (Centro de Atendimento ao Turista) em Cavalcante, na hora de ir embora.

No acesso, preciso descer uma trilha com escadas improvisadas com troncos, mas bem segura, acredito que tem dificuldade de locomoção precisa de ser atencioso.

Antes disso, pausa para este horizonte.

Depois da descida toda, de 800 metros, eu estava cansada, (no post anterior) mas olha aí: Plantas do cerrado, som delicioso e calmante da água caindo e esta vista incrível.

Ao contrário da Santa Barbara, aqui o tempo de permanência é livre, então pode aproveitar um bom e longo banho!

Para o fim do dia e da viagem, foi incrível curtir este lugar!

Como chegar na Chapada dos Veadeiros, um sonho virando realidade

Uma das viagens que eu mais queria fazer e de repente tá lá o lugar dos meus sonhos na minha frente.

Quando eu achei que teria que adiar outra vez, o universo moveu a meu favor e tudo foi se encaixando. Me presenteou com tempo bom, tempo, condições e principalmente: pessoas escolhidas a dedo para trazer ensinamentos para o resto minha da vida.


Ainda tô suspirando, tô chapada da Chapada.
Calma, vou contar como vim parar aqui e SO-ZI-NHA, porém depende! Hahaha


Prontos para me acompanharem neste rolet?

COMO CHEGUEI AQUI:

A princípio nem ia, mas como já disse, o universo juntou as condições certas e esses paranauês ajudaram muito também.

Lembrando que fui sozinha, sem carro e apertando o cinto:

1. BUSER: A @buser é um app de ônibus compartilhado, que você baixa, marca sua viagem, recebe a confirmação com as informações e paga mega barato (boleto e cartão, amém!) Seguro, prático e morri de amor. Usei na etapa São Paulo x Brasília (ida e volta).


2. COUCHSURFING: Basicamente, @couchsurfing é uma plataforma de hospedagem de viajantes em que você se cadastra e utiliza se hospedando na casa de alguém ou recebendo alguém de qualquer parte do mundo. Uma forma solidária e rica de conhecer pessoas e aprender sobre a cultura do local e fazer grandes amigos para a vida. Amoooo! Usei na etapa Brasília (queria conhecer a capital também né?)


3. FACEBOOK: Existem grupos de caronas, dicas e hospedagens para vários lugares da chapada. Inclusive encontrei a minha por lá (lugar incrível) e uma carona salvadora também. Claro que é legal dar aquela pesquisada para ver se está tudo certo. Ajuda e muito! Usei na Vila de São Jorge, que amor!


4. BLABLACAR: A @blablacar é uma plataforma de caronas que ajuda e muito. Você se cadastra, pesquisa para seu destino e com preço mais barato.

Obs: Os horários de ônibus Brasília x Vila de São Jorge são bem poucos, então a carona é uma ótima opção. Uso horrores para vários lugares e salva mesmo! Usei nas etapas Sorocaba x São Paulo (ida e volta) – Brasília x Vila de São Jorge (ida e volta)

5. CARA E A CORAGEM: Cara sorridente para fazer amigos, me encaixar nos passeios alheios, dividir as despesas e compartilhar histórias lindas que vou levar no coração.
Coragem que é Cor=coração + Agem=agir
Fui lá e botei o coração pra agir!
Eita que tô toda amorzinho! Hahahah


Espero que tenham gostado, na próxima contaremos mais aventuras de como foi visitar as cachoeiras incríveis da chapada dos veadeiros.

“LesBi Fest – Caminhão de Amor”

Mais que uma festa…

Mulheres estão se amando juntas como movimento de fortalecimento e cura”. Com muitas semelhanças, muitas diferenças e muita pluralidade Afron Lab e Casa Ociréma realizam a primeira LesBi Fest que vai muito além de uma festa vem regado de muito amor, praia, músicas e afeto.

A “LesBi Fest — Caminhão de Amor” tem o intuito de fortalecer laços em rede e compartilhar experiências e experimentações artísticas em um ambiente seguro, confortável e o melhor: com a mãe natureza, na praia 

O evento acontecerá entre os dias 10 e 11 de Janeiro de 2020 na cidade de São Sebastião – Litoral Norte de São Paulo, a 100 metros da Praia da Boracéia.

Na direção do caminhão só mulher potência a videomaker, produtora cultural, articuladora de espaços, art. vista também parte da idealização do #lesbifest, Domênica Guimarães @domenica.guimaraes promete chega naquele jeitão na presença e na voz trocando altas ideias de estratégia de fortalecimento: “Enquanto artistas independentes lesbi nessa indústria criativa que nós inviabiliza, como isso?! Assim juntas!! O talk rola no domingão, de frente pro mar que é abrir os caminhos firma os encontros e expandir a mente!”

O projeto *CRIA DAS ÁGUAS* formado por Beth Sousa – @bebeth_be, Jhenny Santine – @amoraslivres e Helena Garcia @heleiram em um encontro místico entre três musicistas sapatonas fortalecem e compartilham suas composições! Com músicas autorais, o repertório traz referências das religiosidades de matrizes africanas e das vivências de amor entre mulheres!

O evento também será regado de roda de samba com a presença de Awill – @minadfe_ e Maya – @mayahsousa integrantes do grupo @embalae que além de abrilhantar a festa prometendo abalar todas as estruturas!

O evento irá acontecer na Casa Ociréma é um espaço de acolhimento gerenciado por um casal de mulheres criativas e oferece:

· Área para camping;

· Churrasqueira;

· Sala de jogos;

· PISCINA!

Anota na agenda e vem com a gente, LesBi!

Produção: @afronlab e @casaocirema

Informações:

O evento acontecerá das 22:00h do dia 14 de janeiro até às 18:00h do dia 15.

Ingressos:

R$ 150,00 – Incluso transporte (Ida e Volta) + Café da Manhã e Almoço + Área para Camping (não inclui barraca)

R$ 65,00 Entrada + Café da Manhã Ainda dá tempo

GARANTA O SEU INGRESSO:

https://www.fourpass.com.br/e/lesbi-fest-caminhao-de-amor/

https://www.facebook.com/lesbifest/

https://instagram.com/lesbifest?igshid=1hkouhkpkq5w8

SalvAmor – amor de carnaval

Queridos leitores, é importante que eu diga, é textão! rs

Hoje é mais uns daqueles dias, que a gente se pergunta por qual motivos aceitamos relações abusivas e tóxicas na nossa vida. Daqueles dias que ficamos reflexivos sobre vender nossa alma pro capitalismo na ilusão de conseguir nosso lugar ao sol.

Eis que bateu uma saudade da minha trip pelo Nordeste e para amenizar as dores da alma, quero falar de amor! Quero escrever sobre a oportunidade, possibilidade e privilégio em ressignificar afetos!

Contamos o milagre, mas não o santo, então para vocês, o codinome dele é Leandro.

Conhecemos-nos em Salvador, fomos apresentados por uma amiga em comum, na fila do teatro. De longe quando o vi, pensei: “ credo, que menino nada a ver “ e cheguei a comentar com nossos amigos … Mas a vida nos surpreende, e as vezes, faz a gente comer no prato que cuspimos rapidamente – como diria minha avó rsrs

No momento que nos aproximamos e ficamos cara a cara – pensei – “ eu quero esse homem pra mim “ ! rsrsrsrs

Em tempo, assistimos a peça “ Pele Preta Mascaras brancas, se baseia em tese homônima de Frantz Fanon e é uma obra de ficção que se vale de quase todas teorias e ainda traz personagens analisadas pelo psiquiatra e filósofo. A obra fanônica se constitui numa leitura obrigatória para aqueles que discutem, estudam e lutam contra o racismo.

Pós teatro fomos jantar e para minha sorte, Leandro sentou ao meu lado, o que facilitou o contato visual, algumas trocas de olhares e uma boa conversa. De lá, fomos para a praia, ficamos no calçadão no Rio Vermelho. Em algum momento no restaurante, eu avisei meus amigos que estava interessada, que era para eles facilitarem e deixarem a gente em paz hahahaha

Assim foi feito, enquanto estávamos olhando pro mar e conversando sobre “N’’ coisas, nossos amigos nos deixaram a sós. É importante que eu diga: não criem ilusões haha pensem em duas pessoas tímidas e inseguras – o primeiro beijo demorou umas três horas para acontecer – foi uma longa noite, confesso que já estava entediada.

Ilha de Itaparica – Bahia

Mas o moço que estava ao nosso lado, paquerando outro cara, também sem sucesso, chamou a gente e perguntou o que tava faltando pro beijo acontecer – JURO, FOI BEM ASSIM E A GENTE FICOU DE CARA. Eu bem afrontosa respondi: “ Também não sei o que ta faltando, tá difícil aqui amigo “

Foi engraçado, Leandro ficou SUPER tímido e respondeu “ eu não sei se posso fazer isso “ . Entendi que naquele momento, as cartas estavam na mesa e foi quando o beijei ! Oh sorte !

Que homem carinhoso. Quanta simplicidade e humildade em uma pessoa só.

Nossa historinha de amor, durou os três meses que fiquei por Salvador.

Pela primeira vez na vida, me senti respeitada e desejada ao mesmo tempo. Pela primeira vez na vida que não me senti objetificada.

Depois de 10 anos aceitando relações destrutivas, abusivas e tóxicas, tive o privilégio em conhecer um homem – preto – em constante construção de uma masculinidade não tóxica e disposto a ouvir e dividir questões tão cruciais quanto as que nós temos.

Natal – Rio Grande do Norte

Se nosso encontro foi agradável, eu diria que a nossa primeira noite juntos, foi uma das noites mais incríveis que eu vivi em toda minha vida sexual e afetiva. Acredito que tenha sido espiritual e faço votos para que todas as mulheres tenham a possibilidade de viver isso uma vez na vida.

Desde o momento que chegamos na casa de Leandro, ele foi super atencioso e solícito. Não foi aquele cara escroto, que já chega tirando sua roupa e querendo partir para os finalmente, como se fosse um objeto que ele pega na instante a hora que bem entender. TUDO com ele funciona a base do diálogo e eu nunca tinha vivido isso antes – foi incrível conhecer e desvendar os mistérios dia após dia.

Menino Leandro é um homem intelectual, academicista, e isso desde o primeiro momento me travou muito, pois eu não acreditava estar no mesmo patamar de conhecimento e ficava me auto sabotando sobre não ser uma mulher boa o suficiente para estar ao seu lado.

Acredito fielmente que isso foi o que me fez apaixonar:

A todo instante fazia questão de dizer o quanto gostava de estar na minha Cia. Sempre que estávamos juntos dizia o quanto era especial, e o quanto me admirava pelas minhas vivencias e não por ter um diploma, um canudo para ficar ostentando status. Em momento algum me tratou com indiferença ou se sentia melhor ou superior, por seus diplomas, pelo contrario, esse assunto deu pano para manga em muitas das nossas conversas e curamos diversos traumas e medos através do diálogo acerca desse assunto.

Sensibilidade deveria ser o seu sobrenome, desde o jeito de olhar, o tato ao toque até o momento de fazer amor, talvez eu esteja exagerando, porque é isso, quando a gente recebe algo que nunca teve antes, fica meio boba e tende a criar um mundo de ilusão – mas realmente foi incrível, calmo, carinhoso.

Sempre disposto, muito cuidadoso e à todo momento perguntava se estava bom, se eu queria, o que eu queria e como queria – sem contar nas mãos de fada, no toque e no jeito de olhar singular que deixa qualquer pessoa envolvida!

Super atento a TUDO o que eu dizia, a todos os movimentos e o melhor ouvinte que eu já pude ter ao lado, interessado ao diálogo e a troca de afeto. Preocupado em agradar e em saber se estava confortável para ambos.

Em Fevereiro eu estava careca, meu cabelo tava crescendo – me sentia péssima, não conseguia ver beleza, mal olhava no espelho – ele beijava minha cabeça, fazia cafuné e dizia que também estava linda careca – foi muito importante na minha aceitação em ser uma mulher sem cabelo e em conseguir enxergar beleza para além dos cabelos longos…

Confesso, que todas as vezes que estávamos juntos, eu pedia pra Deus deixar esse homem na minha vida – e olha que eu nem sou religiosa, tão pouco, acredito num Deus, mas em algum momento, cheguei a clamar pelas forças do Universo me deixar viver mais um pouco tudo aquilo, pois tava difícil acreditar que era realidade.

Leandro é muito admirável:

Daquele que abre a porta, daquele que te busca e leva no ponto, que paga o uber para voltar para casa, daquele que manda mensagem no outro dia, que para o ônibus, deixa você subir primeiro e te aperta na cintura para você se sentir segura, que vai pro rolê com você e te deixa livre para dançar e arrastar a raba no chão sem dar piti, que enquanto você dorme, faz o café (sem açúcar porque faz mal a saúde) e trás na cama – com direito a tapioca e ovos mexidos.

E falando em cozinhar, ele fez um dos melhores feijão que já comi na vida – insistia que eu deveria comer bem porque estava viajando.

Do tipo que escolhe a playlist na hora de fazer amor, que acende vela para deixar um climão bão como diz os mineiro rs – SIM, EU FIQUEI CHOCADA A PRIMEIRA VEZ. Que faz massagem, que pede desculpa pela casa não estar organizada e por não ter chuveiro quente. Daquele que após o sexo, adora conversar, cantar, fazer palhaçada e ainda se propôs a fazer comida ou preparar algo pra comer.

Na ultima vez que nos vimos, ele abriu um vinho e não foi aquele de R$ 7 reais – sim, pontuo esse fato, porque geralmente os homens pagam um chocolate e acham que estão fazendo muito e que é o suficiente – é importante quando o homem se propõe a fazer diferente nos pequenos detalhes, é muito gostoso sentir que o outro te trata como prioridade –  a gente se sente viva. Leandroo brindou a minha viagem, a minha vida, ao nosso encontro e eu não sei se consegui agradecer à altura, na verdade, eu não consegui dizer a ele metade do que escrevo agora nesse texto.

Ilha de Itaparica – Bahia

Ele é daquelas Cia de conversa fácil, riso encantador, respeitoso, muito charmoso e sedutor, um verdadeiro homem de Wakanda. Pela primeira vez na vida, me senti contemplada, parecia que eu tinha ganhado na mega cena, eu arrisco dizer, que ganhei na mega cena do amor. Me senti realizada em entregar meu corpo, em compartilhar minha vida com alguém tão especial.

Menino Angelo ressignificou tudo e todos os relacionamentos que eu vivi nos últimos anos e me faz pensar porque nós, mulheres, aceitamos tantas migalhas, se podemos ser tratadas como Rainhas – sim, eu sei que essa história é exceção, principalmente para Mulheres Pretas e por isso, sou muito grata. Já perdi a conta de quantas vezes agradeci pela possibilidade e privilégio em viver essa história.

Se eu pudesse escolher uma trilha sonora para essa história, seria Mel Duarte – das letras mais bonitas que já ouvi e que traduz todo meu sentimento .

https://www.youtube.com/watch?v=5rOv-Nz0Jx8

Ainda há muito para ser dito sobre esse romance de carnaval, ele realmente é incrível, porém, por hoje chega e sobre a pergunta que não quer calar…

Eu vim embora para SP, ele continua em Salvador, ou seja, não ficamos juntos. Hoje ele namora e eu preferi não manter mais contato, para não viver um amor platônico hahaha

No mais, eu gostaria de deixar registrado nessa rede e para o  mundo, que por um pequeno intervalo de tempo, eu fui feliz e tive o privilégio de viver uma relação saudável e que não me permito mais viver relações abusivas.

Axé – Amém

Mulher Preta viajante e a solidão na estrada

Fui convidada para uma conversa via Instagram pela Flaviana Alves – @viagenseumcaffe para podemos dialogar sobre o tema – Mulher preta viajante e a solidão na estrada, sendo assim resolvi organizar meus pensamentos e traduzi-los em palavras escritas, então vamos lá.

Acredito que a primeira coisa que precisamos fazer é conseguir entender um pouco mais do significado da palavra SOLIDÃO.

Em uma busca rápida pelo Google encontro a definição que considero muito perspicaz – “A solidão não requer a falta de outras pessoas e geralmente é sentida mesmo em lugares densamente ocupados. Pode ser descrita como a falta de identificação, compreensão ou compaixão.

Quando falamos de viagem acredito permear pela AUSÊNCIA da identificação de alguém igual a mim, da compreensão do outro de mim enquanto mulher e negra e compaixão em compreender o outro, neste caso eu/nós sem invadir, no entanto, o meu/nosso espaço.

Na psicologia podemos encontrar a definição de solidão – superficialmente falando principalmente porque eu não sou psicóloga – como o sentimento de não pertencer ao mundo que nos cerca. Não conseguimos criar vínculos ou nos identificar com os outros. Entre as causas da solidão, estão a dificuldade para se relacionar com outras pessoas, medo de ser julgado e o vazio existencial.

Fazer a escolha de viajar é você quebrar uma barreira do universo que vivemos como uma forma de afrontamento de que o nosso corpo dos quais o sistema capitalista fará questão de trazer à tona a solidão, o que é diferente de um(a) viajante branco/a que viaja em busca da solitude – é o estado de se estar sozinho e afastado das outras pessoas, e geralmente implica numa escolha.

Trazendo todos esses conceitos ou parte deles, porque acredito que os conceitos são bem mais profundos do que eu mencionei acima, compartilhar a minha história que eu tenho certeza de que não é só minha, ela é muito parecida com a de muitas outras mulheres negras.

Eu sou uma viajante desde pequeninha e para nós negras e negros volto a repetir que esse prazer que nos é privado pelo sistema do qual vivemos – O capitalismo. É esse tal capitalismo que faz com que a burguesia nos aprisione dentro de nossas casas, comunidades, do nosso gueto. O trecho da música do RAP 2000 é emblemático em retratar o nosso rompimento de barreiras em descobrir o mundo – “Fui pra zona sul pra conhecer água de coco”, o nome disso é emancipação, e sinceramente? Isso incomoda muita gente.

Eu não acordo todo dia em pensar em incomodar eu saio ao mundo para pertencer, eu sou parte dele, eu sou o mundo, cruzar as fronteiras, atravessar, permear, dançar se sentir solta da zona leste à zona sul, por quaisquer zona e me sentir livre é poder quebrar todos os paradigmas da solidão.

O turismo tem sido mal e uma armadilha para conosco, ele vem vestido de traiçoeiro, e eu posso te explicar o porquê eu penso isso. O turismo nas comunidades tem aumentado absurdamente, porque é chic estar na comunidade só de passagem, porque morar quero ver quem quer morar por lá. É bonito de se ver, mas de se viver deixo à vocês pobres e mortais. Quando começamos a pertencer os lugares que nos foi tirado, ao glamour da zona sul, aos passeios e viagens glamurosos nos é questionado quem somos e de onde viemos. Nos atribuindo todos os estereótipos desse mundo maléfico, está certo isso?

Solidão? Sim! Me sinto solitária quando viajar me é negado, quando a minha cor vem primeiro, meu gênero em segundo e o que o meu conhecimento subestimado. Como se sentir acolhida meio à tantos preconceitos e discriminação. Vista a minha pele por algumas horas, por alguns dias, por algumas viagens que tu irás ver o quão doloso é ser uma mulher negra brasileira pelo mundo.

Na estrada deste mundo e obviamente Brasil, me senti e muitas vezes sinto falta de identificação, compreensão ou compaixão, me sinto solitária! Nem sempre viajo sozinha, mas obviamente a maioria das vezes á faço, por ser mais prática de planejar e ter mais autonomia nas escolhas pré e durante a viagem. Quando éramos pequenas/os e viajávamos para a casa de praia do meu tio e tia, ambos negros, em um condomínio fechado no litoral norte. Éramos os negros do condomínio, os farofeiros a tradicional e literal família negra cheia de crianças e todas as idades a literalmente desfrutar do nosso direito, do nosso poder de pertencimento deste espaço.

Tentavam nos intimidar, mas éramos muitas e muitos não estávamos sós. Mas lembro perfeitamente a nossa felicidade ao ver e ter outra(s) famílias negras pelo condomínio. Era o assunto por dias entre nós, estávamos nos reconhecendo nunca perdendo o medo e muito menos nos sentindo intimidados por estamos lá. Trazíamos conosco nossa história e nossas raízes, nossos pais sempre traziam a discussão racial e a discussão de classe além das salas de aula, o mundo nos ensinava na prática e nossos pais nos davam a munição para enfrentar a vida.

Não éramos chamados para festinhas do condomínio assim como não fazíamos parte do hall de amigos da pracinha, principalmente eu e minhas primas negras, eles/elas não queriam ser nossas/os amigas/os. Nem preciso dizer o porquê, aliás vou dizer: porque somos negras, sim sofríamos racismo, era nós por nós. Nosso quarto, a sala, a varanda era nosso espaço para nossas brincadeiras os olhares matavam mais do que bala de revolver.

Viajar e não encontrar outro viajante igual a mim tem muito significado, porque é encontrar-se literalmente só, é não poder compartilhar felicidades e angústias, é saber que aquela sua piada não fará sentido algum ao não negro. Desde ter a imensa felicidade em poder tomar um banho em uma banheira, desde a primeira vez que tomei um vinho ou na primeira vez que andei de helicóptero enquanto já era a segunda/terceira vez das pessoas que estavam comigo e eu ser a única negra do grupo. Com quem eu vou conversar? Quem veio da mesma realidade que eu? Quem me entende os prazeres da vida que me foram negados?

Vos escrevo como uma expatriada vivendo em outro país, este é o meu terceiro ano vivendo fora do país, meu conhecimento e minhas habilidades são sempre questionadas pelos expatriados, assim como dificilmente consigo ter uma relação de amizade profunda, o nome disso é Solidão.

Desde sempre imperceptivelmente viajo para lugares afro centrado, onde há negros, mas isso não quer dizer que os negros estão viajando, mas são lugares onde a população negra está/vive. Como foi o caso de Salvador, Maranhão, Piaui, Rio de Janeiro, Pernambuco, Trinidad e Tobago onde eu morei por quase 6 meses, Moçambqiue, África do Sul, Swazilandia/Eswatini, Zimbabwe, Zambia, Botswana, Peru, Cuba, Panamá, Bolívia… Onde eu fui literalmente abraçada pela comunidade, não foram os viajantes porque na sua maioria os negros não estavam nessa posição de viajante eles são os locais os que fazem e abrilhantam o turismo, foi onde eu fui abraçada/acolhida. O reconhecimento em verem uma mulher negra viajando é fazer com que elas/eles sintam-se representados pela ocupação deste espaço. Recebo tanto afeto, carinho, presentes físicos que eu só tenho a agradecer.

Mediante a tudo isso preciso . Por todos os lugares do mundo me oferecem orações eu nunca nego, é por esse motivo que estou em pé, por esse motivo que tenho chegado com os meus pés e corpo por todos os lugares do mundo.

Finalizo aqui esse texto com um trecho para poder ilustrar melhor o nosso diálogo – Não mexe comigo – na voz de Maria Bethânia.

“Eu tenho zumbi, besouro o chefe dos tupis Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro Mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris Zarabatanas, curarês, flechas e altares. A velocidade da luz no escuro da mata escura O breu o silêncio a espera. Eu tenho jesus, Maria e josé, todos os pajés em minha companhia O menino deus brinca e dorme nos meus sonhos O poeta me contou

Não mexe comigo que eu não ando só Eu não ando só, que eu não ando só Não mexe não”

Música: Não Mexe comigo – cartas de Amor

Artista: Maria Bethania

Compositores: Paulo Cesar Pinheiro

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