Ah… Indonésia sua linda…


Minha trip para Indonésia foi em setembro de 2017. Período de estiagem. Ponto muito importante a ser analisado antes de visitar o país. Em época de monções (chuvas), que pode depender de cada região, você pode acabar passando por alguns transtornos e não aproveitando a viagem como gostaria. Então na hora do planejamento sempre tenha muita atenção em relação ao período da viagem e de monções.

Em relação à documentação, brasileiros que ficam no máximo 30 dias não precisam solicitar o visto com antecedência, é obtido somente na hora da entrada do país. E o passaporte tem que ter no mínimo 6 meses de válidade e uma página em branco.

Denpasar, que está na ilha de Bali, foi meu aeroporto de entrada no país, e de lá fui para a cidade de Ubud. Do aeroporto até a cidade levei uma média de 1h.

Ubud é uma cidade tranquila, com muita cultura local, culinária, ioga, templos e spas. Como fica no centro da ilha, o acesso para outras áreas fica mais fácil.

Geralmente quando viajo me viro para ir do aeroporto à hospedagem mas como não sabia como seria a minha comunicação por lá, acabei combinado o transfer com o pessoal do hostel. O que achei super válido por conta da quantidade de pessoas que ficam oferecendo transporte. Fiquei até meio tonta de tanta gente rs. O motorista foi bem simpático e falava inglês. Na realidade uma boa parte das pessoas que tive contato tinham um inglês muito bem compreensível.

Fui super bem recebida por todos no hostel. Um hábito asiático comum é retirar os sapatos antes de entrar em estabelecimentos, casas e principalmente em templos sagrados. Então logo que cheguei já fui tirando os sapatinhos.

No dia seguinte pela manhã encontrei, a Carol, uma brasileira que mora em Bali. Como ela trabalha com turismo ela me levou para um tour.

Caminhar por Ubud é muito fácil, agora se locomover para lugares um pouco mais distantes o ideal é procurar por tours na cidade, já que o transporte público é bem limitado. Alguns turistas alugam scooters, meio de transporte comum na cidade, inclusive foi o nosso nesse dia.

Nossa primeria parada foi em uma das principais plantações de arroz chamada Cekingan Rice Terrace (Ubud é cheio de plantações de arroz e vilas agrícolas. A coisa mais linda!). Ao lado da plantação fiz uma degustação de chás e experimentei o famoso kopi luwak, que é considerado o café mais raro e caro do mundo, mas nem tudo é o glamour… ele é feito de fezes de um animalzinho chamado civeta.

Outra parada obrigatória é o Tirta Empul Temple e o Gunung Kawi, são bem próximos um do outro e também estão pertinhos de Ubud.

Quando os visitei seria a primeira noite de lua cheia, data sagrada para os balinêses, todos os templos estavam em festa.

Os dois lugares são complexos de templos. E o Tirta Empul Temple tem todo um toque especial por conta de suas fontes sagradas. O principal espaço conta com 13 fontes, onde cada uma tem uma intenção e os balinêses passam de uma em uma molhando o topo de suas cabeças, seguindo um ritual.

E eu não podia perder a oportunidade de fazer parte e entrei também.

Para quem tem a inteção de entrar não esqueçam de levar uma mudinha de roupas, e sempre, por sinal de respeito, usar o sarong, que é espécie de uma canga amarrada na cintura.

Já no Gunung Kawi estavam se preparando para a cerimônia que aconteceria mais tarde.

De lá fomos para outro complexo, também em meio a natureza, chamado Goa Gajah. A principal atração é a Caverna do Elefante, que tem esculpida em sua entrada a imagem de um demônio.

E para finalizar o dia fomos para Tegenungan Waterfall. Uma cachoeira que está em meio a natureza. Um lugar que você pode andar e relaxar facilmente.

No dia seguinte fui para um ashram, que é como um retiro, fiquei por 4 dias. Futuramente farei um post sobre o assunto. Foi uma experiência única, como todas em Bali!

Ilhas Gili

Depois de meus 4 dias no ashram, fui para a ilha Gili Air, a 2 horas da costa. Ela faz parte de um grupo de 3 ilhotas: Gili Air, Gili Meno e Gili Trawangan (Gili T).

Das 3, a Gili T é a maior, sendo também a mais famosa e a mais badalada. Procurada por muitos jovens. A Gili Meno é a que tem menos estrutura e um ar mais rústico. Na época optei em ir apenas para a Gili Air, que é uma ilha menor e mais simples porém com uma estrutura turística muito boa; na época tinha ouvido falar que era a mais limpa e a mais bonita. E olha.. tem o pôr do sol que quase todos da ilha param para assistir. Ela é tão pequenininha que dá para conhecê-la em 1 hora a pé. Então a única preocupação é descansar e curtir o visual.

Voltei para Ubud de Gili Air um dia antes do meu voo de partida. É um pouco arriscado voltar de lá e viajar no mesmo dia. Quem me deu a dica (entre muitas outras) foi o dono do hostel e depois entendi o porquê. É meio desorganizada esta travessia. Você tem que realmente se desapegar de horário. O barco saiu quase umas 2h depois do horário que estava no meu ticket. E dependendo de condições climáticas o tempo de viagem pode variar.

Na região central de Ubud tem muitos lugares que consegui ir a pé do hostel. Visitei o templo Pura Taman Saraswati, que pela manhã se destaca pela sua beleza e a noite tem apresentação de dança balinesa (Imperdivel!)

A cidade tem um mercado a céu aberto, Ubud Market, algo que sempre amo visitar em qualquer cidade!

E não podia deixar o país sem experimentar uma massagem balinesa… Que foi muito barata, algo como R$ 50.. 1 horinha nos céus!

Uma das coisas que me encantaram é a devoção do povo balinês. A religião predominante na ilha é o hinduísmo. E nas entradas de casas e estabelecimentos sempre têm imagens de deuses. No hostel que fiquei havia a imagem de Ganesha. E toda manhã e final de tarde eles acendiam incensos, colocavam oferendas e faziam orações.

Antes de finalizar esse post queria comentar sobre a comida. Essa é a última coisa a se preocupar. Em todos os lugares que tive qualquer refeição a comida estava sempre fresquinha. Muitas frutas, bolos de banana, sucos naturais, omeletes… Além de frescos super leves. E tudo feito com muito carinho.

Fiquei apaixonada por esse canudo e prato de madeira!

Esse foi o roteiro que decidi seguir mas a Indonésia oferece muito mais do que isso. Na época que estava definindo o que fazer pesquisei sobre Uluwato, que além dos templos é uma das regiões prediletas de surfistas. Muitos turistas vão ao Mount Batur. Tem o Monkey Forest em Ubud. Tem uma lista infinita de lugares para se conhecer. Atende todos os gostos.

Uma coisa que me surpreendeu foi encontrar muitas mulheres viajando sozinhas. Vi mais  mulheres do que homens. Fiquei bem feliz e até me deu um gáz! Porque confesso que no ínicio estava um pouco apreensiva. Não vou negar que alguns balineses se espantavam um pouco de me ver sozinha. Me perguntavam por que eu não estava viajando com mais alguém. Mas levava de boa o questionamento. Já que isso como em outras culturas e sociedades é algo um pouco diferente (infelizmente). Outra coisa que de vez enquando as balinesas me perguntavam era sobre o meu cabelo, se era meu mesmo, se era natural.. e quando eu dizia que sim ficavam curiosas e algumas começavam a conversar sobre cabelo comigo(rs). Mas em nenhum momento foram questionamentos ofensivos. Respondia na maior naturalidade e sorrindo.

Manas britânicas que conheci em Gili Air:

Em relação a custos, a Indonésia é um destino barato. O Real (R$) é super valorizado comparado com a Rupia Indonésia (Rp). Eu optei em ficar em hostel (que era perfeito, me senti até meio mimada rs) mas é possível ficar em hotéis maravilhosos pagando muito barato.

Conclusão sobre a Indonésia? Para mim foi uma das melhores viagens da minha vida!

Me senti mega acolhida por todos que cruzaram meu caminho. Lá eu pude trabalhar muito o meu lado espiritual, físico, mental e especialmente a minha autoestima (por ter ido tão longe sozinha).

A Indonésia realmente ocupa um cantinho no meu coração.

Conheça mais sobre a Islândia

A Islândia é um país localizado no Atlântico Norte com uma população de mais ou menos 350 mil habitantes. A capital e a maior cidade é Reykjavík, e a língua falada é o Islandês.

Viver aqui em Oslo, na Noruega, tem muitas facilidades quando se trata de viajar pela Europa. A maior parte dos voos para as capitais europeias tem duração de 2 a 3 horas, além dos preços serem bem acessíveis e portanto pra Reykjavík não é diferente.

Sempre ficava imaginando como deveria ser a Islândia, um país tão pequeno no norte da Europa, e enfim, na Páscoa de 2018 resolvi ir até lá para averiguar.

Fui sozinha mesmo. Marquei as passagens e o hostel, fiz a reserva do carro, sim porque entre os meus planos de visita estava rodar de carro por dois dias no Golden Circle (Círculo Dourado).

No primeiro dia me programei pra fazer o walking tour (Turismo a pé). Sempre quando chego em algum lugar que não conheço gosto de primeiro fazer o walking tour por diversos motivos, entre eles: conhecer a cidade andando com um grupo e com um guia torna o passeio mais pessoal e também nesses casos acho que você consegue mais informação do que num pacote turístico comum. Por exemplo, neste tour específico, aprendi que a Islândia não têm nativos, que o povo foi constituído por vikings (piratas) noruegueses que depois de roubarem a Escócia, mataram os homens escoceses, levaram suas mulheres e assim se estabeleceram na Islândia.

Nos dois dias seguintes fiz o roteiro do Golden Circle, peguei estrada com o carro econômico que aluguei, marquei os lugares que queria visitar no Google e peguei a estrada para estes destinos desconhecidos. Comento sobre o carro econômico, porque ao pegar a estrada, percebi que a maioria dos carros que cruzaram meu caminho, eram 4×4 com aqueles pneus enormes que até parecia estar em um desenho animado. Compreendi quando me deparei com uma parede de neve de mais ou menos 4 metros de altura no meio da estrada. Bem, tive que retornar uma hora de estrada e pegar outro caminho. Minha primeira parada foi no Kerið, um lago de cratera vulcânica localizado na área de Grímsnes, no sul da Islândia, ao longo do Círculo Dourado.

Em seguida parei pra almoçar em uma fazenda de tomates. Que coisa linda! Todos os pratos e bebidas feitos do tomate que eles próprios plantam. Tomei uma sopa deliciosa acompanhada de um Bloody Mary.

Segui viagem e terminei meu dia neste alojamento em uma fazenda de cavalos no meio do nada, super aconchegante por sinal! Como estava morrendo de fome, fui até o restaurante/bar que ficava há uns 500 metros da onde eu estava hospedada, fui de carro mesmo, estava muito frio pra andar. Foi engraçado, porque eu, uma estrangeira, negra e gorda, chegando sozinha de carro num bar. Entro, só tinha homens, senhores, provavelmente islandeses, sento e peço uma cerveja. Via claramente no semblante deles a seguinte pergunta: “O que está acontecendo?”. Bebi minha cerveja, pedi uma pizza, paguei a conta e fui embora.

No dia seguinte, fui direto para um dos pontos que eu mais esperava, o géiseres. Geysir é uma nascente eruptiva no vale de Haukadalur, no sudoeste da Islândia, cujo nome deriva do verbo gjósa, “jorrar”, e deu origem ao termo géiser em português. É impressionante! Ví de perto aquele jato quente jorrando de dentro da terra, naturalmente!.  Cheguei de volta a Reykjavík em segurança.

Em geral, o que tinha conhecido do país até então, já tinha superado minhas expectativas. Mas deixei para o fim a “cereja do bolo”. No penúltimo dia marquei de visitar a Blue Lagoon (Lagoa Azul). Na verdade eu achava que era natural e isso me frustrou um pouco. Mas o lugar continua sendo lindo, são piscinas termais, com minerais que fazem bem pro corpo em geral. Na época a temperatura do ar estava por volta de 2 graus celsius positivos, então só me restou tomar uns bons drinks ao longo daquele dia, dentro daquelas piscinas que tinham temperaturas entre 30 e 40 graus celsius, com minha mais nova amiga “de infância” que conheci no hostel em que estava hospedada.

Firmamento

Saiu sabendo sua saga. Era tudo, além disso não fazia ideia.

Não andou muito até o primeiro tropeço: olhos embaralhados, mãos nadando no ar, chão, pelo menos agora tudo faz sentido. Seguiu com os joelhos ralados de lembrança e preto (não muito) velho deu a lição: ocê cai porque ocê não pisa firme. Coragem, menina! Ocê já tá longe…

Sarou. Não esqueceu.

Andava pelo fim do mundo procurando o tal firmamento pra guardar na mochila e usar quando precisasse. Passou a caminhar mais devagar, que a noção de tempo, a própria noção do que era ganhar tempo foi ficando lenta e cheia de pequenas paradas pra observar. Trançava as pernas para se sintonizar ao ritmo dos encontros. Falava pausadamente e ouvia prestando atenção ao sotaque e à sabedoria de cada oração que a ela se dirigia. Respondia amem, quanto mais plural, melhor.

Correr mesmo só em beira de água que a pressa sempre era grande pra ser mar ou rio. Era água-viva quando cansava de ser borboleta.

Se percebeu nas outras. Enquanto fosse possível, permanecia junto dos pedaços de alma espalhados em outras pessoas. E ia costurando constelações.

Em fim de jornada emendou outra e outra e outra. Na verdade, era tudo uma só.

Não sabia que tava dentro do globo espelhado, mas não parou mais quando começou a se balançar sobre ele.

A legenda da foto:

Mais uma das pequenas filósofas que eu encontro por aí: Eu gosto do pôr-do-sol daqui porque parece que o céu tá assim pegando fogo!

Em Boipeba – BA

Cores

A gente veste branco pela paz, pela pureza, pela tranquilidade e pela elegância. Mamaim adora exibir filhote com o tenis branquinho. Tem comercial na TV vendendo o branco mais branco. Mas na mochila ele tem me trazido mais preocupação que solução, será que é assim na “vida real”?

Não faz muito tempo eu vestia branco toda segunda-feira. Sufocava o arco-íris que queria sair pela boca e me abrigava na alvejada tranquilidade da vida estável. Eu era feliz de outros jeitos: na sexta-feira, nos aniversários, nos parques, nos sucos e cervejas, com qualquer coisa que desse um corzinha e tentava diminuir a consciência da paleta reduzida pela rotina.

Claramente eu buscava me reservar aos lugares que me eram determinados, apesar de quase nunca caber. Porque, ainda que seja sem consciência, a matrilinearidade transborda em nós e mulher preta na bicicleta ou em nave espacial é sempre mais do que isso.

Foram vários desafios antes de subir no primeiro ônibus com a passagem só de ida, mas nenhum foi maior do que me aceitar solta no mundo. É engraçado o quanto a Diáspora nos tirou casa pra nos colocar em porões, nós, as próprias deusas das ventanias, das águas, das matas, das guerras e dos caminhos. O quanto essa saga forçada ainda nos impede de traçar novos rumos e o tanto que a gente aprende a agradecer por méritos que são só nossos, apesar de sabermos a mágica que fazemos todos os dias para continuar existindo no mundo.

Conseguir colocar meu corpo para jogo trouxe um pouco mais do meu poder para as minhas mãos e cada vez isso se torna mais concreto porque além de repetir o quanto eu sou forte, inteligente, especial e capaz de resolver os meus próprios problemas eu realmente vivo isso todos os dias.

Traçar as rotas entre grandes e pequenas cidades, estar atenta às peculiaridades de onde eu escolho ficar, fazer o dinheiro render entre transporte, comida, rolê e cuidado pessoal, fazer amigos para além de uma mesa de bar, escutar as histórias das pessoas e contar as minhas, sentir o poder dos abraços inesperados, determinar quando ir e quando ficar, testar os limites físicos e emocionais são tecnologias extraordinárias que eu não sabia que dominava tão bem.

Ainda assim, algumas roupas brancas estão junto comigo, mas como elas vão ficando encardidas e eu não tenho lá muita disposição para esfregar, vão saindo do meu convívio. A estrada me trouxe o conforto do escuro iluminado só por estrelas, do barro até a canela e das nuvens de poeira.

Um ou outro pensamento sem cor vão caindo por terra e firmada em negra tradição oral eu vou junto com os nossos construindo saberes cheios de axé circulando.

A primeira segunda-feira do ano é o dia oficial de começar a cumprir as promessas de ano novo, então bora dar uma voltinha juntas? Não tá tendo promessa melhor que cumprir o nosso destino da forma brilhante que a gente faz!

Chama!

*Pôr-do-sol na comunidade quilombola do Macuco, em Minas Novas – MG

Olá, eu sou a Thainá, uma das correspondentes desse projeto incrível que é o Bitonga! Depois de muitas caronas, histórias e amizades pelo mundo na minha primeira viagem internacional, percebi que admirar e incentivar o corpo negro em movimento pelo mundo, era a história que eu gostaria de ver sendo contada muitas e muitas vezes. 

Em 2018, antes de encerrar o ciclo da graduação, tomei a decisão de unir meu maior medo com o meu maior sonho. Prestes a me formar em Turismo na USP, sonhava com uma grande viagem, mas tinha medo por não conseguir me comunicar em inglês. Até aquele período. O resultado disso foi a minha primeira viagem internacional que durou 71 dias. Depois de muita pesquisa e pouco dinheiro, trabalhei em troca de hospedagem e alimentação em Malta (através do Workaway).O local, além de alugar acomodações pelo Airbnb, também funcionava como um centro holístico de meditação e yoga, nunca tinha me envolvido com essas atividades no Brasil, mas estava disposta à aprender. 

Apesar do choque inicial de conviver com um novo idioma 24h por dia, com o tempo, eu fui me adaptando e perdendo o medo, tentava me expressar ainda que com muitos erros e isso foi fundamental pra ter coragem de seguir viajando. Em Malta fiz amigos pra vida toda, tive a oportunidade de ver os jogos da Copa do Mundo com uma comunidade brasileira da ilha e aprendi muito com outras três mulheres que também trabalhavam lá temporariamente, uma moça estadunidense, uma franco-marroquina e uma israelense. Na loucura, com medo e coragem, passei ainda pela França e Espanha, dormindo em sofás de pessoas que se despuseram a me hospedar, e por último ainda estive brevemente no Marrocos. 

Depois das experiências vividas, decidi estudar sobre os viajantes afro-brasileiros. Durante toda a viagem nas mais diversas situações, entendia a necessidade da visibilidade da nossa existência em momentos de lazer. Como Turismóloga, agora compreendo o turismo na dinâmica da educação e autoestima cultural, que na prática, pode ser a chave de muitas portas que se abrem, longe de casa.

Uma reflexão sobre as pequenas coisas

Eu queria que a primeira fosse sobre o tanto que a gente pode, mesmo não sendo só querer.

E não, não dá pra largar esse tudo que a meritocracia impõe pra gente e simplesmente botar o pezinho no mundo, mas talvez de pra ir largando aos pouquinhos.

Sentar um dia no quintal da casa da vó mesmo e tomar um sorvete de boa sem lembrar que tem que ir no mercado comprar cândida.

Procurar um centro esportivo com atividade de graça e se inscrever no boxe, mesmo que uma semana ou outra tenha que faltar.

Parar o trabalho por 2 minutos pra tomar água na hora que tem que tomar.

A gente não pode perder a noção do quanto a gente é revolucionário e quanto menos privilégio a gente tem, mais revolucionário ainda.

A gente tem mais ainda que aprender a fortalecer quem a gente é e quem corre no caminho do “bem” junto com gente e se deixar inspirar e ser ajudado por quem tá se colocando pra fazer nosso caminho menos difícil (mas isso já dá outro textão por si só, então deixa pra mais pra frente, tem tempo!)

Por enquanto, tá tudo tranquilo nesse pedacinho do (meu) paraíso que é Belo Horizonte <3

(a igrejinha da Pampulha tá em reforma, mas ainda tem bastante bar, então pode vir HAHA)

Belissa Andrade (@bpassarinha)

5 dicas negras para uma boa viagem de BR

Olá meninas, sou sua correspondente de BR. Trago dicas de 10 anos de viagem.

1º passo: para a primeira viagem de carona na BR, com tudo funcionando bem, você dará um boi para entrar e outro para sair. Então na primeira vez vá junto de alguém que já o fez e que já sabe. De preferência, outra mulher. Há diferenças estereotípicas em relação ao padrão. Acompanho a Bitonga Travel e futuramente falarei mais disto.

2º passo: Uma mala leve, um corpo voando. Invista em itens levem e práticos que tenham mais de uma funcionalidade. Como aquela kapulana que é uma canga, uma toalha, um lençol e um turbante ao mesmo tempo.

3º passo: Antes de sair, saiba os postos de gasolina que pretende parar. Eles ficam em grandes cidades, nem toda cidade tem um posto frequentável. Lembre-se, a referência é o caminhão, não o automóvel. O site hitchwiki colabora com mapas, recomendações e marcações exatas de como encontrar os melhores postos.

4º passo: Faça rotas populares indicadas pelos caminhoneiros em postos, não gaste tempo saindo de sua rota, isso pode prolongar a sua viagem. Se existem dois caminhos para descer a Bahia, vá no mais popular e economize tempo pedindo carona. Infelizmente, neste caso, a 1ª impressão é tudo. E você, uma mulher negra, também é tudo. Quebre esteriótipos sendo natural.

5º passo: Quilometragem. Um caminhão faz 400km por hora direto. Não gaste tempo parando de cidade em cidade. Sonhe grande, seja objetiva, mas lembre-se: o caminhoneiro a priori pode só querer 4 horas de companhia. Comente com ele seu destino final, se tudo correr bem e ele for para lá, você já tem o outro meio de caminho andado.

– Se eu tenho medo? Tenho. Tenho mesmo. Mas também tenho coragem. E coragem nada mais é que o próprio medo, em movimento. Bons caminhos e me conte tudo!

  • Mary Ellen (@americaspretas)

Um pedacinho do Chile

Olá, eu sou a Maya, fui convidada para fazer parte deste grupo de mulheres, chamado Bitonga, tendo como objetivo incentivar as mulheres negras a viajarem. Com muito prazer eu aceitei e vim falar um pouquinho da minha experiência em viagens. Não são muitas, mas graças a Deus pude viajar para dois países, países estes cujo há um em especial.

Fui conhecer um pedacinho do Chile, pretendo voltar em breve pra conhecer a outra parte, é claro.

Bom, resolvi viajar com uns amigos do trabalho e planejamos tudo, não tínhamos muito tempo devido o trabalho tomar grande parte da nossa atenção, mas mesmo assim decidimos ir. E foi incrível, eu particularmente amo a cultura latina, amo o idioma, os nativos, os lugares, sendo assim optei por ele. Um país alegre, dançante e cheio de lugares interessantes, visitei o Cajon Del Maypo que é simplesmente maravilhoso, traz uma sensação de paz imediata, a paisagem agrada qualquer pessoa do mundo e principalmente, o lugar é simplesmente apaixonante. Pude ver o centro e a cultura do país, não muito a fundo devido ao tempo, mas eu percebi que eles são bem acolhedores e nos aceitam sem nenhum preconceito, sem ter xenofobia.

Outro lugar que foi ótimo conhecer, foi o Valle Nevado, conhecer a neve, acredito que seja um dos sonhos de muitos brasileiros, uma sensação realmente mágica, pois mexe com você aquela vista, o friozinho e a neve branca. Eu recomendo a viagem a qualquer pessoa, faltam lugares que eu pretendo ir ainda, mas pude conhecer um pedacinho. Falando em valores, sei que não é o objetivo, mas eu tenho que dizer que com pouco se faz muito, planeje-se e realize o seu sonho de viajar, mesmo que esse sonho não seja outro país, seja no interior, em uma cidade, onde for. Só viagem e sintam a energia que é conhecer outros lugares, outras culturas e outras pessoas.